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Efeitos musculares do Protocolo PediaSuit® em crianças com paralisia cerebral espásticaMangilli, Elaine Meller January 2017 (has links)
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (Mestrado Profissional) da Universidade do Extremo Sul Catarinense - UNESC, como requisito para a obtenção do título de Mestre em Saúde Coletiva. / A paralisia cerebral (PC) é uma das doenças de maior incidência entre as crianças que apresentam incapacidades motoras, ocasionadas pelas alterações neuromusculares decorrentes de uma lesão que interfere no desenvolvimento do sistema nervoso central. Suas sequelas podem prejudicar o desenvolvimento motor e cognitivo, interferindo na qualidade de vida da criança e de sua família, limitando assim sua inserção social, atividade profissional e/ou a participação da vida em comunidade, sendo esta questão fundamental para o Sistema Único de Saúde (SUS). Diferentes abordagens são descritas na literatura científica e utilizadas na prática clínica dos profissionais de reabilitação com intuito de melhorar a funcionalidade destas crianças e um destes recursos é o protocolo de terapia intensiva PediaSuit®. Trata-se de uma pesquisa quase experimental realizada em um Centro Especializado em Reabilitação, financiada pelo Programa Nacional de Apoio à Atenção da Saúde da Pessoa com Deficiência (PRONAS/PCD), que teve por objetivo avaliar a função motora e os efeitos musculares do Protocolo PediaSuit® em crianças com Paralisia Cerebral do tipo espástica. A avaliação fisioterapêutica incluiu uso da Medida da Função Motora Grossa (GMFM), além disso, realizou-se análise bioquímica para mensurar os níveis séricos de lactato e creatinaquinase (CK), os níveis de oxidação de Diclorofluoresceína-diacetato (DCFH) e de nitrito, bem como os níveis totais de glutationa. Foram incluídos no estudo 10 crianças, com diagnóstico de PC do tipo espástica com média de idade de 6,1 (±1,7) anos. A GMFM-88 foi aplicada antes de iniciar os atendimentos e um dia após sua finalização, além disso, a coleta de material biológico, amostra de sangue, aconteceu no 1º, no 10º e no 20º dia de atendimento, sempre antes e após a intervenção. Este protocolo consiste em uma terapia que utiliza uma vestimenta ortopédica, o macacão terapêutico, combinado com a terapia intensiva de um programa de 80 horas de tratamento realizado em 4 semanas. Ressalta-se que os aspectos éticos foram respeitados seguindo os preceitos da Resolução 466/12 sob o parecer nº 771.125 do CEP-UNESC. Com relação aos escores da GMFM-88, observou-se diferença estatisticamente significante quando comparadas as dimensões A, B, C e E antes e após a intervenção, sendo esta diferença também estatisticamente significante na comparação entre escore total inicial e escore total final. Já com relação aos níveis de lactato e CK estes tiveram um aumento significante quando comparados antes e após a 1ª e 10ª sessão. Os níveis de DCFH e nitrito tiveram aumento significativo antes e após a 1ª sessão e também quando comparados à 10ª e 20ª sessão após a intervenção. A glutationa apresentou redução significativa quando comparada antes e após a 1ª e 10ª sessão. Diante disso, os resultados deste estudo sugerem que o tratamento embasado pelo Protocolo PediaSuit®, nos atendimentos da Reabilitação Física na Rede de Atenção a Saúde da Pessoa com Deficiência (PCD), pode potencializar a função motora grossa e o desempenho funcional da criança com Paralisia Cerebral e que possivelmente as adaptações musculares ocorreram entre a 10ª e a 20ª sessão de realização do protocolo PediaSuit®.
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