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Escolarização da criança psicótica : registros do cotidianoMartinotto, Cara Brustolin 22 May 2018 (has links)
Esta pesquisa teve por objetivo investigar, a partir de recortes do cotidiano, a escolarização da criança psicótica, procurando pensar sobre o que pode impulsionála na direção do conhecimento e do laço social. Utilizou-se de autores da psicanálise que seguem o pensamento de Freud e Lacan. Nesta pesquisa, entende-se a psicose na infância sob a perspectiva de autores como Bernardino (2000), que a considera como estrutura não decidida. Na introdução, buscou-se situar a importância da questão da psicose infantil no contexto da educação na perspectiva da inclusão, enfatizando as dificuldades do professor ao deparar-se com uma criança psicótica. No segundo capítulo, foi trabalhado o conceito de psicose, destacando suas particularidades e propondo breve discussão acerca do diagnóstico da psicose infantil na psiquiatria e na psicanálise. Ainda neste capítulo, procurou-se discutir acerca do conhecimento na psicose, perpassando pelo conceito de Lacan (1987) acerca do conhecimento paranoico e pela proposta de Kupfer (2000) sobre as ilhas de inteligência. Na última parte, buscou-se compreender a psicose infantil e a questão do laço social, trazendo para discussão a dificuldade desses sujeitos em inserir-se no laço social. Para esta dissertação, utilizou-se do método de pesquisa psicanalítica, tendo como objeto de investigação a escuta dos significantes que circulam no contexto escolar, propondo a realização de um ensaio metapsicológico construído a partir da articulação entre a teoria e a escuta realizada ao longo de quatro anos de experiência na escola. Para a construção do ensaio metapsicológico foram feitos recortes de algumas cenas escolares que permitiram identificar significantes que circulam em torno do laço social e do conhecimento. No tocante ao laço social, foi possível escutar alguns significantes em torno dos alunos nomeados como “estranhos”, mas que, por sua vez, buscam formas de participar do social que a escola oferece. Nesse sentido, foi possível ancorar a discussão com a investigação do (un)heimlich, de Freud (1919/1996). Identificaram-se, também, significantes que apontam para o conhecimento na psicose. Nessa direção, alguns resultados permitiram pensar em ilhas de inteligência e possibilidades de aprender, mesmo que de uma forma diferente, na medida em que o sujeito pode reconstruir em si o conhecimento do outro. Foi possível, ainda, refletir acerca da transferência e do lugar ocupado pelo professor como forma de proporcionar o conhecimento e o laço social. Por fim, considerou-se o lugar da escola e do professor mediante essas crianças, pensando nas possibilidades e limites na inclusão destes sujeitos / This paper aimed to investigate, from daily snippets, the schooling of psychotic children, inquiring about what could propel them to knowledge and social bond. It was based on authors of psychoanalysis who follow the thoughts of Freud and Lacan. In this research, childhood psychosis is understood from the perspective of authors such as Bernadino (2000), who consider it as an undecided structure. In the Introduction, it was situated the importance of the children psychosis issue, in the context of education, from the perspective of inclusion, emphasizing teacher’s difficulties when faced with a psychotic child. In the second chapter, it was developed the concept of psychosis, highlighting its particularities and proposing a brief discussion about the diagnosis of childhood psychosis in psychiatry and psychoanalysis. Furthermore, it was also discussed about knowledge in psychosis coursing through the concept of Lacan (1987) about paranoid knowledge and Kupfer’s (2000) concept of islands of intelligence. In the last part, it was analyzed childhood psychosis and the social bond issue, bringing to discussion the difficulty of these subjects in inserting themselves into social bond. For this dissertation, it was used the psychoanalytic method of research, aiming as object of investigation the listening of the signifiers which surround the school environment, proposing a metapsychological rehearsal built from the articulation between theory and listening along four years of school experience. In order to build the metapsychological rehearsal, some snippets of school scenes were done, which allowed the identification of signifiers that surround the social bond and knowledge. Regarding the social bond, it was possible to listen to some signifiers around the students named as “strange” but who, in turn, search for ways of participating in the social activities the school offers. In this regard, it was possible to anchor the discussion with the study of Freud’s (1919/1996) (un)heimlich term. Signifiers which point to the knowledge in psychosis were also identified. Therefore, some results led to think of islands of intelligence and learning possibilities, even if in a different way, since the subject can reconstruct into themselves the knowledge of the others. It was also possible to ponder the transference and the place of the teacher as a way of providing knowledge and social bond. In conclusion, it was considered the place of the school and the teacher towards these children, regarding the possibilities and limits about the inclusion of these subjects
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