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Querer ficar, querer sair: os paradoxos da internação psiquiátrica para usuários de serviços de Saúde MentalOliveira, Juliana Aparecida de 21 May 2007 (has links)
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Previous issue date: 2007-05-21 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / The Reform of Psychiatric services in Brazil is in process of consolidation and the transition from treatment at psychiatric hospitals to rehabilitation and shelter services is still under way. As such, due to a variety of reasons, some clients of these services prefer to remain at psychiatric hospitals instead of returning to their homes. Research was carried out at a psychiatric hospital attached to SUS (Sistema Único de Saúde) and located in the city of São Paulo, in order to better understand the reasons for the resistance to disinterment. Information was gathered with clients and professionals using a diversity of research strategies (observations, conversations, interviews and participation in routine activities) during the visits made to the institution between August 2005 and March 2006. Interviews were carried out with patients that, according to the various health professionals working at this institution, externalized the "desire to remain in the internment" and with a Charity Sister that assumed the role of "spokesman" for the professional team. The analysis was base on Discursive Social Psychology in dialogue with a constructionist perspective. The desire to remain at the hospital was based on multiple factors, including lack of financial conditions, of housing, family, work and social relationships, as well as the progressive weakening of these social bonds due to frequent psychiatric internments. Moreover, the psychiatric hospital seems to function as a protective shell from a society that is intolerant with regards to mental illness. However, the desire to remain in hospital seems to be more related to lack of alternatives than to internment itself as the people that were interviewed often were sad and their speech presented many lapses and contradictions indicating paradoxical positions regarding staying in and leaving. We conclude that it is urgent to implement the proposals of the Psychiatric Reform, specially concerning strategies for strengthening social bonds in order that the desire to return to social life can truly blossom / Partindo do pressuposto que a Reforma Psiquiátrica está em pleno processo de construção e que em decorrência de seus pontos falhos, alguns usuários podem querer continuar vivendo em hospitais psiquiátricos, o presente estudo investiga, por meio das práticas discursivas de usuários e trabalhadores de um serviço de Saúde Mental da cidade de São Paulo, os sentidos que sustentam o suposto desejo de permanecer internado . Para coleta de informações elegimos um hospital psiquiátrico da cidade de São Paulo, predominantemente vinculado ao SUS, onde fizemos visitas durante o período de agosto de 2005 a março de 2006, distribuídas entre observação das rotinas, participação nas variadas atividades, entrevistas com usuárias que verbalizaram o desejo de permanecer no internamento e uma Irmã de Caridade, porta-voz da equipe profissional. A análise das informações coletadas foi sustentada a partir da perspectiva do construcionismo social. De modo geral, as entrevistas contribuíram para melhor entender o suposto desejo de permanecer no hospital psiquiátrico . A falta de condições financeiras, habitação, trabalho, relacionamentos sociais, além de internações psiquiátricas recorrentes, pareceram dificultar a reinserção social, bem como diminuir a proximidade com a família. Além disso, o hospital psiquiátrico pareceu tornar-se uma proteção do usuário em uma sociedade intolerante perante a loucura. É válido destacar as falas das usuárias sobre o hospital e a experiência de internação psiquiátrica foram acompanhadas de lapsos de linguagem e feições entristecidas, retratando o sofrimento da internação e a contradição presente em optar pela vida intra-muros. A partir dessas reflexões indaga-se sobre a urgência do fortalecimento efetivo da rede social extra-muros, a partir da estruturação da Reforma Psiquiátrica, de modo a possibilitar o desejo de retorno ao convívio social
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