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Reinternações psiquiátricas: análise das características sociodemográficas, clínicas e do uso da rede de atenção psicossocial de usuários com transtornos mentaisZanardo, Gabriela Lemos de Pinho January 2016 (has links)
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Previous issue date: 2016 / In this study, we aim to analyze psychiatric readmissions regarding sociodemographic, clinic, and use of Network for Psychosocial Care data of individuals with mental disorders. We carried out two studies; the first is a critical literature review using systematic review as method, in order to analyze papers published in the last five years having “psychiatric readmission” as the main topic. We intended to get familiar with the criteria used to define what psychiatric readmission is, and to analyze associated factors. From the research on PubMed, BVS, PsycInfo databases, we selected 26 papers. Literature analysis shows the existence of various frequent readmission criteria, and, thus, different described prevalence. The associations among these readmissions with sociodemographic and clinic variables, and network psychosocial care data showed contradictory results at times, which might be associated to the studies methodological differences. The second study is empirical, with a cross-sectional design, and a sample of 96 inpatients in a hospital of Porto Alegre. We aimed to investigate sociodemographic, clinic, and follow-up characteristics in a health service associated to psychiatric admissions and readmissions. The dependent variables were first admission, and frequent readmissions. More than half of the sample (53. 1%) were female, 51% were single, and the average age was 44. 3 years old. From clinic data, 37. 5% (n=36) of the users were in their first admission, and 36% (n=35) met the criteria for frequent readmission. Users with frequent readmissions significantly mentioned fewer people on whom they could rely, and lived with a significant smaller number of people than the rest of the sample. Alternatively, users in first readmission had, with less frequency, bond with health services other than hospitals, using hospitals as an entrance door to mental health care. We highlight the importance of the findings on Network for Psychosocial Care follow-up, as 34. 4% of the sample did not have follow-up before admission, and only 4. 1% used services of psychosocial rehabilitation. These admissions might have been avoided if users had had bonds with health services, especially with primary care, which could detect mental health care needs, and offer care before the need of admission. Therefore, hospitals have a central and strategical role as network articulator to perform the connection with Network for Psychosocial Care services, even if this does not guarantee access to services. We emphasize that the ones who have fewer people on whom they can rely, and consequently less social support, have higher probability of having more psychiatric readmissions. Although results indicate some clues about factors associated with frequent readmissions, we highlight the importance of stablishing an agreement on frequent readmission criterion, as well as developing more studies on the theme, both nationally and internationally, in order to increase the comprehension on this phenomenon. / O presente trabalho teve como objetivo analisar as reinternações psiquiátricas em relação aos dados sociodemográficos, clínicos e de utilização da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) de pessoas com transtornos mentais. Realizaram-se dois estudos, o primeiro trata-se de uma revisão crítica da literatura que utilizou como método uma revisão sistemática de estudos publicados nos últimos cinco anos, que tiveram como assunto principal “reinternação psiquiátrica”. Buscou-se conhecer os critérios utilizados para definir o que são reinternações psiquiátricas frequentes e analisar os fatores associados a elas. A partir da busca nas bases de dados Pubmed, BVS, PsycInfo foram selecionados 26 artigos. A análise da literatura mostra a existência de diferentes critérios de reinternação frequente e com isso diferentes prevalências são descritas. As associações entre essas reinternações com variáveis sociodemográficas, clínicas e dados da rede de atenção, mostrou resultados por vezes contraditórios, o que pode estar associado às diferenças metodológicas dos estudos. O segundo estudo trata-se de estudo empírico com delineamento transversal e contou com uma amostra de 96 participantes internados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em um hospital geral de Porto Alegre. O objetivo deste estudo foi investigar as características sociodemográficas, clínicas e de acompanhamento em serviços de saúde associadas às internações e reinternações psiquiátricas. As variáveis dependentes deste estudo foram as primeiras internações e as reinternações frequentes. Em relação à amostra geral, mais da metade da amostra (53,1%) era do sexo feminino, 51% eram solteiros e a idade média foi de 44,3 anos. Dos dados clínicos, 37,5% (n=36) dos usuários estavam em sua primeira internação e 36% (n=35) fecharam critério para reinternação frequente. Os usuários com reinternações frequentes referiam significativamente um menor número de pessoas com as quais consideravam que poderiam contar e viviam com um número significativamente menor de pessoas que o restante da amostra. Já os usuários de primeira internação possuíam com menor frequência vínculo com serviço de saúde extra hospitalares, utilizando o hospital como porta de entrada para o cuidado em saúde mental. Ressaltamos a importância dos achados sobre acompanhamento na RAPS, pois 34,4% da amostra não realizava acompanhamento antes da internação e somente 4,1% fazia uso de serviços de reabilitação psicossocial. Essas internações talvez pudessem ter sido evitadas se os usuários possuíssem vínculo com serviços, especialmente com a atenção básica, que poderia detectar necessidades de cuidados em saúde mental e oferecer atenção antes de ser necessária indicação de uma internação. Sendo assim, o hospital tem papel fundamental e estratégico enquanto articulador da rede para realizar a ponte com os serviços da RAPS, mesmo que isso não garanta o acesso aos serviços. Cabe destacar que pessoas que possuem menor número de pessoas com quem contar, com isto menor apoio social, tem maior probabilidade de ter mais reinternações psiquiátricas. Embora os resultados encontrados nos estudos indiquem algumas pistas sobre os fatores associados com as reinternações frequentes, destaca-se a importância de estabelecer um consenso sobre o critério de reinternação frequente, bem como desenvolver mais estudos sobre a temática, tanto a nível nacional como internacional, a fim de ampliar a compreensão sobre este fenômeno.
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Narrativas de vida: viver fora depois de muito tempo dentro : experiências de usuários após a saída do manicômio judiciárioLeite, Loiva dos Santos January 2011 (has links)
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Previous issue date: 2011 / This work contextualizes the processes of rehabilitation and social inclusion of people institutionalized in the Forensic Psychiatric Institution in the city of Porto Alegre/RS whose security measures have been already fulfilled. The survey was carried out with patients who had left the Institution and have been experiencing the processes of organizing their lives outside its walls. The indication of the participants was made by the members of an Inter-institutional Working Group (GT) set in September 2007 by the Prosecution of Human Rights and Judiciary, which assessed emblematic cases or those which were necessary to enlarge the reflexive and dialogic processes for an effective monitoring. The assumptions of the Brazilian Psychiatric Reform and the National Policy of Humanization were used to guide the discussion of the results obtained. From interviews, documents produced by the GT, and the field diary elaborated in the course of the investigation it was established the corpus for the analyses related to the theme. Among the results, it may be highlighted issues such as institutionalization, institutional violence, double stigma – mental illness associated with the crime, violation of rights and obstacles of life inside and outside judiciary asylums. Such themes show the scars that the fulfillment of the security measure has provoked on the lives of the subjects. However, it also appears in their narratives some perspectives of new life projects. They manifest the wish of social inclusion without the restriction of freedom and, therefore, far from the asylum walls. / Esta dissertação problematiza os processos de reabilitação e inclusão social de pessoas institucionalizadas, com extinção de medida de segurança cumprida no Instituto Psiquiátrico Forense de Porto Alegre/RS. A pesquisa foi realizada com os pacientes, após a saída do Instituto, e que têm experienciado processos de organização de suas vidas fora dos muros da instituição. A indicação dos participantes foi feita pelos integrantes do Grupo de Trabalho Interinstitucional (GT), instituído em setembro de 2007 pela Promotoria de Direitos Humanos e Judiciário, que avaliou os casos emblemáticos, ou aqueles nos quais se fez necessário ampliar os processos reflexivos e dialógicos para dar seguimento ao acompanhamento efetivado. Foram utilizados os pressupostos da Reforma Psiquiátrica e da Política Nacional de Humanização para nortear a discussão acerca dos resultados obtidos. A partir de entrevistas, de documentos produzidos pelo referido GT e do diário de campo elaborado no decorrer do processo de investigação estabeleceu-se o corpus para as análises referentes ao tema. Dentre os resultados destacam-se temas como a institucionalização, a violência institucional, o duplo estigma – doença mental associada ao delito – violação de direitos e entraves da vida dentro e fora do manicômio judiciário. Tais temas evidenciam as marcas que o tempo de cumprimento da medida de segurança provocou nas vidas dos participantes da pesquisa. Entretanto, também aparecem nas narrativas, perspectivas de projetos de vida, nas quais ocorre a manifestação de desejos de outro modo de inserção social, sem a restrição da liberdade e, portanto, longe dos muros manicomiais.
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