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Papel dos receptores intracelulares NOD1 e NOD2 na gênese da dor neuropática / Role of NOD1 and NOD2 intracelular receptors in the genesis of neuropathic pain

Cecilia, Flávia Viana Santa 29 July 2015 (has links)
Nos últimos anos, inúmeros avanços têm sido alcançados no que diz respeito aos mecanismos moleculares que participam na indução e manutenção da dor crônica, incluindo ativação glial. Já foi demonstrado que alguns receptores de reconhecimento padrão (PRRs), como os receptores do tipo Toll (TLRs) participam desse processo e, que em modelos de inflamação/infecção do Sistema Nervoso Central, os TLRs e os receptores do tipo NOD (NLRs) cooperam na ativação das células da glia, o que nos levou a hipotetizar que os receptores NOD1 e NOD2 também possam desempenhar um papel importante no processo de dor crônica. O NOD2 é responsável pela detecção intracelular do muramil dipeptídeo (MDP) enquanto que NOD1 reconhece o ácido diaminopimélico (iE-DAP), ambos padrões moleculares associados a patógenos (PAMPs) encontrados no peptideoglicano de bactérias. Após o reconhecimento, NLRs recrutam diretamente RIPK2 (proteína 2 de interação com o receptor RICK), uma serina-treonina quinase importante na ativação do fator nuclear kB (NF-kB). Assim, o objetivo do presente estudo foi avaliar a participação de NOD1 e NOD2, via RIPK2, no desenvolvimento da hipersensibilidade mecânica neuropática focando principalmente nos mecanismos espinais envolvidos. Dessa maneira, foi observado que os animais NOD1-/-, NOD2-/- e RIPK2-/- apresentaram redução significativa da hipersensibilidade nociceptiva mecânica quando comparado aos animais selvagens após indução de neuropatia periférica pelo modelo experimental de lesão limitada do nervo isquiático (SNI, Spared Nerve Injury). Ao contrário, a hipersensibilidade inflamatória induzida pelo adjuvante completo de Freud (CFA) não foi reduzida nesses animais. A redução da dor neuropática em NOD1-/-, NOD2-/- e RIPK2-/- foi associada a uma diminuição da expressão de IBA-1, GFAP, IL-1, TNF- e P2X4 na medula espinal quando comparado ao grupo WT. In vitro, foi observado que culturas primárias de micróglia não induziram liberação de IL-1, TNF-, IL-6 em resposta ao MDP (10g/mL) e iE-DAP (100ng/mL). No entanto, quando o MDP foi administrado juntamente com uma baixa concentração de lipopolissacarídeo (LPS) (0,1ng/mL), apresentou uma forte produção destas citocinas. Além disso, também foi demonstrado que células periféricas que infiltram na medula espinal podem expressar NOD1 e NOD2 e portanto serem capazes de induzir hipersensibilidade mecânica e ativação microglial após a indução de neuropatia. Dessa maneira, os resultados sugerem que NOD1 e NOD2, via RIPK2, contribuem para a gênese da dor neuropática, possivelmente mediando a liberação de citocinas pró-nociceptivas e a ativação de células gliais. Além disso, os resultados apontam ação potencial de NOD2 com TLR4 no intuito de estimular a ativação glial. Estes mecanismos representam uma nova abordagem para elucidar os mecanismos envolvidos na fisiopatologia da dor crônica e um possível alvo para o desenvolvimento de drogas para o tratamento da dor neuropática. / In the last years, many advances have been made related to the molecular mechanisms involved in the induction and maintenance of chronic pain, including glial activation. It has been shown that some pattern recognition receptors (PRRs) such as Toll-like receptors (TLRs) are involved in this process, and that in inflammation/infection models of the CNS, the TLRs and Nod-like receptors (NLRs) cooperate in activation of glial cells, which led us to hypothesize that NOD1 and NOD2 receptors may also play an important role in chronic pain process. NOD2 are responsible by intracellular detection of muramyl dipeptide (MDP) and NOD1 detects meso-diaminopimelic acid (iE-DAP), pathogen-associated molecular patterns (PAMPs) found in the peptidoglycan from bacteria. Upon recognition, NLRs recruit directly RIPK2, an adaptor protein, important in NLRs-mediated NFB activation. In the present study, we aimed to evaluate the participation of NOD1 and NOD2, via RIPK2, in the development of neuropathic mechanical hypersensitivity focusing mainly on spinal mechanisms involved. The results demonstrate that NOD1-/-, NOD2-/-, RIPK2-/- showed a significant reduction in mechanical hypersensitivity when compared to WT mice, after submitted to an experimental model of neuropathic pain Spared Nerve Injury (SNI). Interestingly, CFA-induced chronic inflammatory hypersensitivity was not decreased in these mice. The reduction in neuropathic pain in NOD1-/-, NOD2-/- and RIPK2-/- mice was associated with a decrease in the expression of IBA-1, GFAP, IL-1, TNF- and P2X4 in spinal cord when compared with WT. In vitro, it was observed that primary cultures of microglia did not produce IL-1, TNF-, IL-6 in response to MDP (3g/mL) or iE-DAP (100ng/mL). However, MDP, together with an ineffective concentration of LPS (0.1ng/mL), produced a robust production of these cytokines. Moreover, it was also demonstrated that peripheral cells infiltrating the spinal cord could express NOD1 and NOD2 and thus, be able to induce mechanical hypersensitivity and microglial activation after induction of peripheral neuropathy. The results suggest that NOD1 and NOD2, via RIPK2, contribute to the genesis of neuropathic pain, possibly by mediating the release of pronociceptive cytokines and increased glial cells activation. Moreover, the results indicate potential action of NOD2 with TLR4 in attempt to stimulate glial cells activation. These mechanisms represent a novel approach for elucidating the pathophysiology of chronic pain, and a target for the development of drugs for the treatment of neuropathic pain.
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Receptores da imunidade inata na Leishmaniose visceral canina

Cruz, Meire Karla Miguel 23 February 2017 (has links)
Submitted by Automa??o e Estat?stica (sst@bczm.ufrn.br) on 2017-10-05T19:38:54Z No. of bitstreams: 1 MeireKarlaMiguelCruz_DISSERT.pdf: 2036779 bytes, checksum: 473b18d2efcf87356709325b06611782 (MD5) / Approved for entry into archive by Arlan Eloi Leite Silva (eloihistoriador@yahoo.com.br) on 2017-10-17T22:53:55Z (GMT) No. of bitstreams: 1 MeireKarlaMiguelCruz_DISSERT.pdf: 2036779 bytes, checksum: 473b18d2efcf87356709325b06611782 (MD5) / Made available in DSpace on 2017-10-17T22:53:55Z (GMT). No. of bitstreams: 1 MeireKarlaMiguelCruz_DISSERT.pdf: 2036779 bytes, checksum: 473b18d2efcf87356709325b06611782 (MD5) Previous issue date: 2017-02-23 / C?es s?o os reservat?rios prim?rios dos parasitos do g?nero Leishmania. Receptores da imunidade inata fazem a detec??o precoce do parasito e conduzem a imunidade adaptativa espec?fica na tentativa de controlar a infec??o. Entretanto, poucos estudos tem investigado a correla??o entre a express?o de receptores da imunidade inata e a resist?ncia ou susceptibilidade em c?es infectados por Leishmania infantum. O objetivo deste estudo foi correlacionar os achados cl?nicos em c?es naturalmente infectados por L. infantum ? express?o de receptores da imunidade inata (Toll Like Receptors-TLRs e Nod Like Receptors-NLRs). Inicialmente, o soro de 76 c?es foi coletado no Centro de Controle de Zoonoses de Natal, Rio Grande do Norte, Brasil. A positividade dos c?es para L. infantum foi confirmada pela reatividade nos testes de ELISA e DPP?. Os c?es foram clinicamente avaliados e classificados como sintom?ticos (n=19), oligossintom?ticos (n=19), assintom?ticos (n=19) e n?o infectados (n=19). Os c?es naturalmente infectados por L. infantum e controles n?o infectados foram eutanasiados e fragmentos de f?gado foram coletados para quantifica??o da express?o de RNAm de TLRs (TLR1-9), NLRs (NOD1, NOD2, NLRP1 e NLRP3) citocinas (IL1?, IL-6, IL-12, IL-10, TNF?, IFN-?) e iNOS com auxilio da t?cnica de PCR em tempo real. Os resultados demonstram o aumento na express?o da maioria dos receptores do tipo Toll e do tipo Nod nos c?es naturalmente infectados por L. infantum, comparado a animais n?o infectados. Entretanto, c?es sintom?ticos apresentaram maior express?o de TLR1, TLR2, TLR3, TLR4, TLR5, TLR7, TLR8, NLRP1, NLRP3, NOD1 e IL-1? quando comparado a animais assintom?ticos, mostrando significante aumento na transcri??o destas mol?culas com a progress?o da doen?a. Por outro lado, c?es assintom?ticos apresentaram maior express?o de RNAm de citocinas (IFN-?, IL-12) e iNOS quando comparado a animais oligossintom?ticos e sintom?ticos. Este estudo gerou novos conhecimentos envolvendo receptores da imunidade inata (TLRs, NLRs) na leishmaniose visceral canina (LVC), podendo servir de base para o melhor entendimento dos mecanismos de resist?ncia ou susceptibilidade ? infec??o por L. infantum em c?es, bem como dar subs?dio a estrat?gias profil?ticas para o controle da LVC. / Dogs are the primary reservoirs of parasites of the Leishmania genus. Innate immune receptors perform early detection of the parasite and lead to specific adaptive immune response in attempt to infection control. However, few studies have investigated a correlation between the expression of innate immunity receptors and the resistance or susceptibility pattern in dogs naturally infected with Leishmania infantum. The aim of this study was to correlate the clinical status of dogs naturally infected with L. infantum with the mRNA expression levels of innate imune receptors (Toll like receptors-TLRs and Nod Like Receptors-NLRs). Initially, serum of 76 dogs was collected at the Zoonoses Control Center in Natal, Rio Grande do Norte, Brazil. The L. infantum infection in dogs was confirmed by ELISA and DPP? tests. Subsequently, animals were clinially evaluated and classified as asymptomatic (n=19), oligosymptomatic (n=19), symptomatic (n=19) and uninfected (n=19). Dogs naturally infected by L. infantum and uninfected controls were euthanasied and liver samples were collected to quantify mRNA expression of TLRs (TLR1-9), Nod Like receptors-NLRs (NOD1, NOD2, NLRP1, NLRP3), cytokines (IL1?, IL-6, IL-12, IL-10, TNF?, IFN-?) and iNOS using real-time PCR. The results demonstrate the increased expression of almost all TLRs and NLRs in dogs naturally infected by L. infantum compared with uninfected animals. However, symptomatic dogs showed higher expression of TLR1, TLR2, TLR3, TLR4, TLR5, TLR7, TLR8 NLRP1, NLRP3, NOD1 and IL-1? than asymptomatic animals, revealing significant up regulation of transcription with disease progression. On the other hand, asymptomatic dogs presented greater cytokine mRNA expression (IFN-?, IL-12) and iNOS when compared to oligosymptomatic and asymptomatic animals. This study unveil new knowledge involving innate immunity receptors (TLRs, NLRs) and cytokines in canine visceral leishmaniasis and may be used as a basis for better understanding of resistance or susceptibility mechanisms in dogs infected with L. infantum, as well as prophylactic strategies to control canine visceral leishmaniasis.
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Papel dos receptores intracelulares NOD1 e NOD2 na gênese da dor neuropática / Role of NOD1 and NOD2 intracelular receptors in the genesis of neuropathic pain

Flávia Viana Santa Cecilia 29 July 2015 (has links)
Nos últimos anos, inúmeros avanços têm sido alcançados no que diz respeito aos mecanismos moleculares que participam na indução e manutenção da dor crônica, incluindo ativação glial. Já foi demonstrado que alguns receptores de reconhecimento padrão (PRRs), como os receptores do tipo Toll (TLRs) participam desse processo e, que em modelos de inflamação/infecção do Sistema Nervoso Central, os TLRs e os receptores do tipo NOD (NLRs) cooperam na ativação das células da glia, o que nos levou a hipotetizar que os receptores NOD1 e NOD2 também possam desempenhar um papel importante no processo de dor crônica. O NOD2 é responsável pela detecção intracelular do muramil dipeptídeo (MDP) enquanto que NOD1 reconhece o ácido diaminopimélico (iE-DAP), ambos padrões moleculares associados a patógenos (PAMPs) encontrados no peptideoglicano de bactérias. Após o reconhecimento, NLRs recrutam diretamente RIPK2 (proteína 2 de interação com o receptor RICK), uma serina-treonina quinase importante na ativação do fator nuclear kB (NF-kB). Assim, o objetivo do presente estudo foi avaliar a participação de NOD1 e NOD2, via RIPK2, no desenvolvimento da hipersensibilidade mecânica neuropática focando principalmente nos mecanismos espinais envolvidos. Dessa maneira, foi observado que os animais NOD1-/-, NOD2-/- e RIPK2-/- apresentaram redução significativa da hipersensibilidade nociceptiva mecânica quando comparado aos animais selvagens após indução de neuropatia periférica pelo modelo experimental de lesão limitada do nervo isquiático (SNI, Spared Nerve Injury). Ao contrário, a hipersensibilidade inflamatória induzida pelo adjuvante completo de Freud (CFA) não foi reduzida nesses animais. A redução da dor neuropática em NOD1-/-, NOD2-/- e RIPK2-/- foi associada a uma diminuição da expressão de IBA-1, GFAP, IL-1, TNF- e P2X4 na medula espinal quando comparado ao grupo WT. In vitro, foi observado que culturas primárias de micróglia não induziram liberação de IL-1, TNF-, IL-6 em resposta ao MDP (10g/mL) e iE-DAP (100ng/mL). No entanto, quando o MDP foi administrado juntamente com uma baixa concentração de lipopolissacarídeo (LPS) (0,1ng/mL), apresentou uma forte produção destas citocinas. Além disso, também foi demonstrado que células periféricas que infiltram na medula espinal podem expressar NOD1 e NOD2 e portanto serem capazes de induzir hipersensibilidade mecânica e ativação microglial após a indução de neuropatia. Dessa maneira, os resultados sugerem que NOD1 e NOD2, via RIPK2, contribuem para a gênese da dor neuropática, possivelmente mediando a liberação de citocinas pró-nociceptivas e a ativação de células gliais. Além disso, os resultados apontam ação potencial de NOD2 com TLR4 no intuito de estimular a ativação glial. Estes mecanismos representam uma nova abordagem para elucidar os mecanismos envolvidos na fisiopatologia da dor crônica e um possível alvo para o desenvolvimento de drogas para o tratamento da dor neuropática. / In the last years, many advances have been made related to the molecular mechanisms involved in the induction and maintenance of chronic pain, including glial activation. It has been shown that some pattern recognition receptors (PRRs) such as Toll-like receptors (TLRs) are involved in this process, and that in inflammation/infection models of the CNS, the TLRs and Nod-like receptors (NLRs) cooperate in activation of glial cells, which led us to hypothesize that NOD1 and NOD2 receptors may also play an important role in chronic pain process. NOD2 are responsible by intracellular detection of muramyl dipeptide (MDP) and NOD1 detects meso-diaminopimelic acid (iE-DAP), pathogen-associated molecular patterns (PAMPs) found in the peptidoglycan from bacteria. Upon recognition, NLRs recruit directly RIPK2, an adaptor protein, important in NLRs-mediated NFB activation. In the present study, we aimed to evaluate the participation of NOD1 and NOD2, via RIPK2, in the development of neuropathic mechanical hypersensitivity focusing mainly on spinal mechanisms involved. The results demonstrate that NOD1-/-, NOD2-/-, RIPK2-/- showed a significant reduction in mechanical hypersensitivity when compared to WT mice, after submitted to an experimental model of neuropathic pain Spared Nerve Injury (SNI). Interestingly, CFA-induced chronic inflammatory hypersensitivity was not decreased in these mice. The reduction in neuropathic pain in NOD1-/-, NOD2-/- and RIPK2-/- mice was associated with a decrease in the expression of IBA-1, GFAP, IL-1, TNF- and P2X4 in spinal cord when compared with WT. In vitro, it was observed that primary cultures of microglia did not produce IL-1, TNF-, IL-6 in response to MDP (3g/mL) or iE-DAP (100ng/mL). However, MDP, together with an ineffective concentration of LPS (0.1ng/mL), produced a robust production of these cytokines. Moreover, it was also demonstrated that peripheral cells infiltrating the spinal cord could express NOD1 and NOD2 and thus, be able to induce mechanical hypersensitivity and microglial activation after induction of peripheral neuropathy. The results suggest that NOD1 and NOD2, via RIPK2, contribute to the genesis of neuropathic pain, possibly by mediating the release of pronociceptive cytokines and increased glial cells activation. Moreover, the results indicate potential action of NOD2 with TLR4 in attempt to stimulate glial cells activation. These mechanisms represent a novel approach for elucidating the pathophysiology of chronic pain, and a target for the development of drugs for the treatment of neuropathic pain.

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