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Os corpos enrugados e meus “outros” espelhos etários

Silva, Keila Queiroz e 21 September 2008 (has links)
Submitted by Maria Suzana Diniz (msuzanad@hotmail.com) on 2015-05-26T13:20:35Z No. of bitstreams: 1 arquivototal.pdf: 2216889 bytes, checksum: 35a7fc3f82c89f8e46b62d55f05c7552 (MD5) / Made available in DSpace on 2015-05-26T13:20:35Z (GMT). No. of bitstreams: 1 arquivototal.pdf: 2216889 bytes, checksum: 35a7fc3f82c89f8e46b62d55f05c7552 (MD5) Previous issue date: 2008-09-21 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES / Les récits délinquants autobiographiques et biographiques représentent, pour mon corps de fille/petite-fille très aimeé et soignée par un corps ridé qui a toujours inspire de la confiance, de la loyauté, du courage et de la nutrition affective, um geste d’amour et grande gratitude à ma grand-maman Donzinha, mon grand appui existentiel. Un regret mouvent et affirmateur de ma qualité d’ancestral m’a conduit à la forêt de mes subjectivités d’enfant, de jeune et d’adulte en fortifiant mon individualité et mes relations entre les générations dans le présent. Raconter des histoires e’est une forme de sauver nos corps disseques par le paradigme de la fonctionnnalité, mon désir d’âme est nourri par le contact avec des histoires de vie de personnes qui battent et reinventent avec beaucoup d’artifices son quotidien. Selon souligne le sensible historicien CERTEAU (1994). Ma plus grande indignation comme petite-fille et professionnelle de Sciences Humaines c’est l’état d’invisibilité des persones âgées dans le décor contemporain. Comment se fait qu’une experience et un corps tellement importants sont impraticables par notre culture? Les corps rides emergent dans le décor actuel comme des grands protagonists dans la vie publique et privée et en meme temps sont les disparus de la ville. Je parle dans mon travail de la ville de Campina Grande et de João Pessoa en mettant au point les corps rides ou pás. Ils sont ridés parce qu’ils sont vieux, pauvres et habitent dans lês territoires consideres des cartographies du mal. Comme chercheur de frontiére entre les corps idéalisés et ceux illisibles, entre lês quartiers du bien et les quartiers du mal, je suis allée à la recontre d’enfants, de jeunes, d’adultes et d’âgés pauvres dans les communautés et dans deux écoles publiques où ils étudiaient. Mon parcours métodologique était: la recherche-action et interviews directifs dans les écoles et l’histoire orale chez les grands-parents qui s’occupent des petits-enfants. La recherche dans les écoles publuques renforcent ma perception que cet organisme se presente comme dévoreur de tous les corps et sens qui batent différemment de leurs croyances homogéneisées. Dans l’essai de dénoncer l’invisibilité des corps ridés, j’ai été tellement refusée comme les corps étranges, j’ai été apperçuepar les éducateurs comme une présence menaçante aux masques scolaires. J’ai constante que parmi le milieu chaotique des élèves (enfants et jeunes), la rigidité, l’impuissance et même le désespoir des éducateurs scolaires, Il y avait de la vie dans ce quotidien meurtrier, e’est-à-dire, la présence des corps adultes et âgés et leur enchantement par l’école. Différement de ce qui défend l’éducation majeur, les corps scolarisés aujourd’hui ne sont ni enfants ni jeunes, mais adultes et âgés. Comme ce qui donne sens à ce territoire public ce sont les corps adultes et âgés; dans le territoire domestique des quartiers où j’ai méné la recherche, qui donne sens et fonctionnalité aux configurations familiales pauvres dans la majorité, ce sont les corps ridés. Lá, la direction de la famile et le soin familial sont des attibutions presque du domaine féminin et géront. Dans ce décor-lá, les péres symboliques et les mères soigneuses sont remplacés par des grands-mamans et arrières-grands-mères. Ainsi, le mythe de I’avoternagem réinvente les enfants, en les enfants, em les empêchant de disparaître. / As narrativas delinquentes autobiográficas e biográficas representam para o meu corpo de filha-neta muito amada e bem cuidada por um corpo enrugado que sempre inspirou confiança, lealdade, coragem e nutrição afetiva um gesto de amor e profunda gratidão à minha avó Donzinha, meu grande colo existencial. Uma saudade movente e afirmadora da minha ancestralidade conduziu-me à floresta das minhas subjetividades infante, jovem e adulta fortalecendo a minha individualidade e as minhas relações intergeracionais no presente. Contar histórias é uma foram de salvação de nosso corpos dissecados pelo paradgma da funcionalidade, a minha fome de alma é alienada pelo contato com histórias de vida de pessoas que pulsam e reinventam com muita astúcia o seu cotidiano, conforme salienta o senvível historiador CERTEAU (1994). A minha maior indignação como neta e profissional das ciências humanas, é o estado de invisibilidade das pessoas idosas no cenário contemporâneo. Como é que uma experiência e um corpo tão relevantes são tão inviabilizados pela nossa cultura? Os corpos enrugados têm emergido na cena atual como grandes protagonistas na vida pública e privada e ao mesmo tempo são os desaparecidos da cidade. Falo no meu trabalho, da cidade de Campina Grande e João Pessoa com foco nos corpos enrugados e não nos lisos. São enrugados porque são velhos, pobres e moram em territórios considerados cartografias do mal. Na condição de pesquisadora de fronteira entre os corpos idealizados e os corpos indecifráveis, entre os bairros do “bem” e os bairros do “mal” fui ao encontro de crianças, jovens, adultos e idosos pobres nas comunidades e em duas escolas públicas onde estes estudavam. A minha travessia metodológica foi: a pesquisa-ação e entrevistas diretivas nas escolas e a história oral em domicílios de avós cuidadores e provedores dos netos. A pesquisa nas escolas públicas só veio reforçar minha percepção de que essa instituição tem se apresentado como devoradora de todos os corpos e sentidos que pulsam diferentemente de suas crenças homogeneizantes. Ao tentar denunciar a invisibilidade dos corpos enrugados fui tão rejeitada quanto os corpos estranhos, fui lida pelos educadores, como presença ameaçadora às máscaras escolares. Qual não foi minha surpresa, ao diagnosticar que em meio ao caos dos alunos infantes e jovens, à rigidez, impotência e até desespero dos educadores escolares, havia algo pulsando vida sentido naquele cotidiano mortífero, ou seja, a presença dos corpos adultos e idosos e o seu encantamento pela escola. Diferentemente do que defende a educação maior, os corpos escolarizáveis hoje, não são as crianças e os jovens, mas os adultos e idosos. Assim como quem dá sentido a esse território público são os corpos adultos e idosos; no território doméstico dos bairros onde fiz a pesquisa, quem dá sentido e funcionalidade às configurações familiares pobres, em sua maioria, são os corpos enrugados. Lá a chefia e o cuidado familiar são atributos predominantemente femininos e gerontes. Naquele cenário, os pais simbólicos e as mães cuidadoras estão sendo substituídos por mulheres avós/bisavós. E assim, omito da avoternagem reiventa os filhos n, impedindo-os de desaparecer.

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