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Representações sociais dos alimentos para pessoas com diabetes mellitus tipo 2 / Social representations of food for type 2 diabetes mellitus patients.Ribas, Camila Rezende Pimentel 08 July 2009 (has links)
Este estudo teve como objetivo identificar as representações sociais dos alimentos sob a ótica de pessoas com diabetes mellitus tipo 2. Trata-se de uma pesquisa descritiva, exploratória, de abordagem qualitativa, cujo referencial teórico adotado foi a teoria das representações sociais. Optou-se por esse referencial teórico, em virtude de ser o mais adequado para investigar como as representações sociais dos alimentos são percebidas pelas pessoas com diabetes mellitus tipo 2. O enfoque teórico fundamenta-se na psicologia social, na vertente de Moscovici, aprofundada por Denise Jodelet. Os participantes foram selecionados a partir da lista de espera do Centro de Pesquisa e Extensão Universitária do interior paulista, em 2008. A amostra foi constituída por 14 participantes com diabetes mellitus tipo 2, de ambos os sexos, cuja idade variou de 43 a 83 anos, sendo atendidos os critérios de seleção. Para a coleta de dados, utilizou-se um roteiro de entrevista estruturada e um roteiro de entrevista semi-estruturada construído a partir da literatura, com a seguinte questão norteadora: Gostaria que falasse a respeito do que os alimentos significam para o(a) Sr(a) em seu dia-a-dia. Para a finalização das entrevistas, utilizou-se o critério de saturação dos dados. Os dados foram submetidos à técnica de análise de conteúdo, na modalidade de análise temática, o que possibilitou identificar sete categorias temáticas: -Alimentos para diabetes não sustentam; -Sentimentos em relação aos alimentos; -Descrença na orientação dos profissionais de saúde; -Custo oneroso dos alimentos recomendados para o diabetes; -Prazer regendo a busca pelo alimento; -Diabetes como o diabo; -Alimento como vício. Os resultados mostraram contradições nos depoimentos dos participantes; ora o consumo dos alimentos é regido pela idéia de que os alimentos recomendados pelos profissionais de saúde não sustentam, ora pelo prazer, ora por sentimentos de depressão, inferioridade, ansiedade, entre outros; além de estabelecerem relação entre alimento e vício, e entre o diabetes mellitus tipo 2 e o diabo. Para os participantes, os alimentos constituem algo que desejam e repudiam ao mesmo tempo, conduzindo-os a um sofrimento psíquico, que dificulta o alcance do controle metabólico. Por outro lado, ao desempenhar funções de reativação da memória, além de conforto, segurança, os alimentos podem propiciar interações entre as pessoas. Concluiu-se que os resultados obtidos neste estudo são importantes ao redirecionamento dos programas em educação em diabetes, em particular ao atendimento às pessoas com diabetes mellitus tipo 2 que necessitam de suporte ao seguimento do plano alimentar. Nesse sentido, faz-se necessário o reconhecimento, por parte da equipe multiprofissional de saúde, acerca da subjetividade e dos aspectos simbólicos e culturais que abrangem o planejamento alimentar da pessoa com diabetes mellitus tipo 2. A identificação e valorização desses aspectos permitirão maior vínculo dos profissionais de saúde com as pessoas, e conseqüentemente, o oferecimento da atenção em diabetes, considerando as suas reais necessidades e expectativas. Através da identificação das representações sociais dos alimentos, a partir das pessoas com diabetes mellitus tipo 2, espera-se que um novo olhar dos profissionais de saúde possa emergir em relação à compreensão da atenção em diabetes mellitus tipo 2. / This study aimed to identify social representations of food from the perspective of type 2 diabetes mellitus patients. This is a descriptive, exploratory research with a qualitative approach, in the theoretical framework of social representations theory. This framework was chosen because it is the most adequate to investigate how type 2 diabetes mellitus patients perceive social representations of foods. The theoretical focus is based on Moscovicis social psychology, deepened by Denise Jodelet. Participants were selected based on the waiting list at the Research and University Service Center in the interior of São Paulo, Brazil in 2008. The sample consisted of 14 male and female participants with type 2 diabetes mellitus, whose age ranged from 43 to 83 years, in compliance with selection criteria. For data collection, a structured interview script and a semistructured interview script based on literature were used, with the following guiding question: I would like you to talk about what food means to you in your daily life. The data saturation criterion was used to finish the interviews. Data were submitted to thematic content analysis, which permitted the identification of seven theme categories: -Food for diabetes does not sustain; -Feelings about food; -Disbelief in health professionals orientation; -High cost of food recommended for diabetes; -Pleasure ruling the search for food; -Diabetes as the devil; -Food as an addiction. The results showed contradictions in the participants testimonies; food consumption is sometimes ruled by the Idea that foods recommended by health professionals do not sustain, sometimes by pleasure, sometimes by feelings of depression, inferiority, anxiety, among others; participants also link food with addiction, and type 2 diabetes mellitus with the devil. According to the participants, food represents something they want and reject at the same time, leading to mental suffering, which makes it more difficult to achieve metabolic control. On the other hand, in performing memory reactivation functions, besides comfort and security, food can favor interactions between people. The results obtained in this research are important to redirect diabetes education programs, particularly for care delivery to type 2 diabetes mellitus patients who need support to follow the food plan. In this sense, the multiprofessional health team needs to acknowledge the subjectivity and symbolic and cultural aspects involved in food planning for type 2 diabetes mellitus patients. Identifying and valuing these aspects will permit greater bonding between health professionals and these patients and, consequently, diabetes care delivery that considers their true needs and expectations. By identifying type 2 diabetes patients social representations of food, it is hoped that health professionals can acquire a new look with a view to understanding type 2 diabetes mellitus care.
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Representações sociais dos alimentos para pessoas com diabetes mellitus tipo 2 / Social representations of food for type 2 diabetes mellitus patients.Camila Rezende Pimentel Ribas 08 July 2009 (has links)
Este estudo teve como objetivo identificar as representações sociais dos alimentos sob a ótica de pessoas com diabetes mellitus tipo 2. Trata-se de uma pesquisa descritiva, exploratória, de abordagem qualitativa, cujo referencial teórico adotado foi a teoria das representações sociais. Optou-se por esse referencial teórico, em virtude de ser o mais adequado para investigar como as representações sociais dos alimentos são percebidas pelas pessoas com diabetes mellitus tipo 2. O enfoque teórico fundamenta-se na psicologia social, na vertente de Moscovici, aprofundada por Denise Jodelet. Os participantes foram selecionados a partir da lista de espera do Centro de Pesquisa e Extensão Universitária do interior paulista, em 2008. A amostra foi constituída por 14 participantes com diabetes mellitus tipo 2, de ambos os sexos, cuja idade variou de 43 a 83 anos, sendo atendidos os critérios de seleção. Para a coleta de dados, utilizou-se um roteiro de entrevista estruturada e um roteiro de entrevista semi-estruturada construído a partir da literatura, com a seguinte questão norteadora: Gostaria que falasse a respeito do que os alimentos significam para o(a) Sr(a) em seu dia-a-dia. Para a finalização das entrevistas, utilizou-se o critério de saturação dos dados. Os dados foram submetidos à técnica de análise de conteúdo, na modalidade de análise temática, o que possibilitou identificar sete categorias temáticas: -Alimentos para diabetes não sustentam; -Sentimentos em relação aos alimentos; -Descrença na orientação dos profissionais de saúde; -Custo oneroso dos alimentos recomendados para o diabetes; -Prazer regendo a busca pelo alimento; -Diabetes como o diabo; -Alimento como vício. Os resultados mostraram contradições nos depoimentos dos participantes; ora o consumo dos alimentos é regido pela idéia de que os alimentos recomendados pelos profissionais de saúde não sustentam, ora pelo prazer, ora por sentimentos de depressão, inferioridade, ansiedade, entre outros; além de estabelecerem relação entre alimento e vício, e entre o diabetes mellitus tipo 2 e o diabo. Para os participantes, os alimentos constituem algo que desejam e repudiam ao mesmo tempo, conduzindo-os a um sofrimento psíquico, que dificulta o alcance do controle metabólico. Por outro lado, ao desempenhar funções de reativação da memória, além de conforto, segurança, os alimentos podem propiciar interações entre as pessoas. Concluiu-se que os resultados obtidos neste estudo são importantes ao redirecionamento dos programas em educação em diabetes, em particular ao atendimento às pessoas com diabetes mellitus tipo 2 que necessitam de suporte ao seguimento do plano alimentar. Nesse sentido, faz-se necessário o reconhecimento, por parte da equipe multiprofissional de saúde, acerca da subjetividade e dos aspectos simbólicos e culturais que abrangem o planejamento alimentar da pessoa com diabetes mellitus tipo 2. A identificação e valorização desses aspectos permitirão maior vínculo dos profissionais de saúde com as pessoas, e conseqüentemente, o oferecimento da atenção em diabetes, considerando as suas reais necessidades e expectativas. Através da identificação das representações sociais dos alimentos, a partir das pessoas com diabetes mellitus tipo 2, espera-se que um novo olhar dos profissionais de saúde possa emergir em relação à compreensão da atenção em diabetes mellitus tipo 2. / This study aimed to identify social representations of food from the perspective of type 2 diabetes mellitus patients. This is a descriptive, exploratory research with a qualitative approach, in the theoretical framework of social representations theory. This framework was chosen because it is the most adequate to investigate how type 2 diabetes mellitus patients perceive social representations of foods. The theoretical focus is based on Moscovicis social psychology, deepened by Denise Jodelet. Participants were selected based on the waiting list at the Research and University Service Center in the interior of São Paulo, Brazil in 2008. The sample consisted of 14 male and female participants with type 2 diabetes mellitus, whose age ranged from 43 to 83 years, in compliance with selection criteria. For data collection, a structured interview script and a semistructured interview script based on literature were used, with the following guiding question: I would like you to talk about what food means to you in your daily life. The data saturation criterion was used to finish the interviews. Data were submitted to thematic content analysis, which permitted the identification of seven theme categories: -Food for diabetes does not sustain; -Feelings about food; -Disbelief in health professionals orientation; -High cost of food recommended for diabetes; -Pleasure ruling the search for food; -Diabetes as the devil; -Food as an addiction. The results showed contradictions in the participants testimonies; food consumption is sometimes ruled by the Idea that foods recommended by health professionals do not sustain, sometimes by pleasure, sometimes by feelings of depression, inferiority, anxiety, among others; participants also link food with addiction, and type 2 diabetes mellitus with the devil. According to the participants, food represents something they want and reject at the same time, leading to mental suffering, which makes it more difficult to achieve metabolic control. On the other hand, in performing memory reactivation functions, besides comfort and security, food can favor interactions between people. The results obtained in this research are important to redirect diabetes education programs, particularly for care delivery to type 2 diabetes mellitus patients who need support to follow the food plan. In this sense, the multiprofessional health team needs to acknowledge the subjectivity and symbolic and cultural aspects involved in food planning for type 2 diabetes mellitus patients. Identifying and valuing these aspects will permit greater bonding between health professionals and these patients and, consequently, diabetes care delivery that considers their true needs and expectations. By identifying type 2 diabetes patients social representations of food, it is hoped that health professionals can acquire a new look with a view to understanding type 2 diabetes mellitus care.
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