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Nem burocratas nem cruzados : militares argentinos : memorias castrenses sobre a repressão / Nor burocrats neither crusaders : argentine army officers : military memories on repression

Salvi, Valentina Isolda 27 February 2008 (has links)
Orientador: Omar Ribeiro Thomaz / Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciencias Humanas / Made available in DSpace on 2018-08-10T18:49:49Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Salvi_ValentinaIsolda_D.pdf: 1013976 bytes, checksum: d51bdfacc05fd984a4b65028a8e26300 (MD5) Previous issue date: 2008 / Resumo: Esta tese propõe-se a abordar a memória militar sobre a repressão na Argentina, mais especificamente, a memória do exército, buscando reconhecer as diferenças entre a memória oficial da instituição, as memórias dos oficiais reformados que participaram no Operativo Independencia e a memória dos setores civis/militares, assim como assinalar as posições relativas e conflitos que atravessam e conformam essa comunidade de memória. O objetivo geral é, pois, identificar quais e como são não só os sentidos e representações que tanto o exército quanto os oficiais reformados atualizam e elaboram para evocar e justificar a assim chamada ¿luta contra a subversão¿, mas também as práticas comemorativas que encenam junto às famílias e às organizações cívico/militares para homenagear os oficiais ¿mortos pela subversão¿. A memória castrense sobre a repressão responde tanto à continuidade de uma matriz narrativa sobre o passado recente, que reforça a autovaloração do exército como uma comunidade moral diferenciada da sociedade civil, quanto às transformações e inovações que vão permitindo à instituição e a seus homens posicionar-se frente ao fortalecimento da memória dos desaparecidos e ao discurso dos organismos de Direitos Humanos. Por isso, o interrogante primordial que anima esta tese é como se articulam mudança e continuidade na memória de uma instituição ¿ e dos oficiais que foram contemporâneos dos fatos- para os quais o passado é uma fonte de legitimidade e identidade, mas que, ao mesmo tempo, são energicamente questionados por uma sociedade que lhes exige respostas pelos crimes cometidos. Atender às continuidades e rupturas da memória do exército permitirá, por sua vez, dar conta de sua dimensão de futuro e, assim, determinar as tendências à elaboração (atravessamento) ou à atuação (repetição compulsiva) dos sentidos de um passado autoritário e violento que tem o exército e seus homens como um de seus principais responsáveis. Daí que esta tese propõe-se também, por um lado, a examinar em que medida, para a comunidade militar, lembrar implica também assumir ou evadir as responsabilidades morais, jurídicas e políticas sobre o desaparecimento de pessoas, e, por outro lado, compreender como se articulam os argumentos justificatórios e as estratégias políticas com as quais se busca controlar e vigiar a transmissão de sentidos sobre a ¿luta contra a subversão¿ às novas gerações. Por último, esta tese propõe-se a indagar como a ¿luta contra a subversão¿, enquanto prática e discurso, incide ao mesmo tempo em que se reapropria das significações morais dos oficiais do exército e da doutrina e práticas castrenses, assim como de seus valores, tradições e sentimentos. Para isso, busca investigar as relações entre moralidade, memória e identidade, prestando principal atenção àquilo que une os oficiais; àquilo que os obrigou ou convenceu a atuar de um ou outro modo; aos padrões de normalidade que organizam sua sociabilidade; àquilo que permitem ou proíbem, implícita ou explicitamente, seus códigos comuns; aos critérios de bem e de mal que detentam, enfim, os sentidos e práticas que estimulam e justificam a violência / Abstract: The aims of this thesis is to analyze the memory of military personel regarding illegal repression in Argentina, focusing on army¿s memory. More specifically, it attempts to recognize differences among the official memory of the army as institution, the memory of former staff from Operativo Independencia and the memory of the civil sector close to the army, highlighting their relative positions and the conflicts that underlay and inform this community of memory. The general objective is to identify the meanings and representations that, on the one hand: army and former officials produce and actualize in order to evoke and justify the so-called ¿fight against subversion¿. And on the other hand, the commemorative practices stage on by relatives of army staff, and civil organizations which supported them (such as NGO¿s), in order to pay tribute to the ¿deaths by subversion¿. The memory of repression of the army reproduces a narrative matrix on the recent past which tends to reinforce the self-perception of the army institution as a moral community isolated from civil society. But also, this memory highlights the transformations and innovations that allow the institution of the army and its personnel to take position against the increasingly stronger discourse of human rights's NGOs and the memory of relatives of disappeared people. Therefore, the main question of this thesis is how change and continuity is articulated within the memory of a institution ¿ and in the memory of the officials that have participated in the repression ¿ for whom the past is either a source of legitimacy and identity. But for whom, at the same time, this past history implies a strong criticism from public society and a demand of justice. To notice the continuities and rupture of army's memory will allow us to take account of the dimensions of future, and therefore, to determine the tendencies to elaboration () or acting (compulsive repetition) of the meanings built on a violent and authoritarian past, from which the army is one of the main responsible. In this sense, this thesis also propose on the one hand: to analyze to what extend the act of remembering for the military community implies also to assume or to evade moral, juridical, and political responsibilities over the disappearance of people. And, on the other hand to understand how are articulated different vindicative arguments and political strategies in order to control the transmission of meanings over ¿the fight against subversion¿ towards new generations. Lastly, this thesis argues that ¿the fight against subversion¿ as discourse and practice affects and gains over the moral sense of the army practices and doctrine, but also of it values, traditions and feelings. Therefore, we try to research the relations between morality, memory and identity, identifying and describing: those relations which link the army officials, those which compels or convince then to act in some way or another, the framework of normality that organizes its sociability, the internal codes of behaviour that explicitly of implicitly allow or forbid some actions, their judgement of good and evil, and the meanings and practices that encourage and justify violence / Doutorado / Doutor em Ciências Sociais

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