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Ecologia Política da comida e nutrição em duas comunidades quilombolas do Vale do Ribeira (Estado de São Paulo, Brasil) / Political Ecology of food and nutrition for two Quilombola communities from Ribeira River Valley (São Paulo State, Brazil)

Prado, Vânia Luísa Spressola 07 April 2011 (has links)
Quilombolas são descendentes de escravos africanos. Os quilombolas do Ribeira estão estabelecidos em áreas remotas ao longo da Bacia do Rio Ribeira de Iguape (sul do Brasil), cobertas pela vegetação da Mata Atlântica, um dos hotspots de biodiversidade do mundo. Desde os primórdios da ocupação (século XVIII), os quilombolas tem sido historicamente dependentes do cultivo de arroz, milho, mandioca e feijão pelo sistema de corte-e-queima. No entanto, desde a década de 1970, seus estilos de vida vem sendo profundamente alterados por mudanças da economia-política regional como, por exemplo, a construção de estradas e escolas rurais, o estabelecimento de áreas de conservação na região e pela implementação de programas governamentais de transferência de renda. Assim, algumas tendências locais consistem no aumento da renda e na substituição do cultivo de corte-e-queima pela intensificação agrícola e trabalho assalariado. Para compreendermos como as mudanças nas estratégias produtivas podem estar interagindo com os padrões nutricionais locais, coletamos dados de dieta, antropometria e alocação de tempo dos indivíduos de duas comunidades quilombolas peri-urbanas/rurais. As pessoas da primeira comunidade encontram-se mais voltadas para o plantio de cultívares comerciais, trabalho assalariado e artesanato do que aquelas da segunda, que orientam suas atividades produtivas sobretudo para a agricultura de subsistência e para o extrativismo de produtos florestais não madeireiros. Apesar das diferenças nas estratégias produtivas, encontramos os mesmos padrões de dieta e de atividade física em ambas as comunidades: seus núcleos calórico-proteicos parecem ser constituídos por comidas ricas em calorias, processadas ou provenientes de animais domesticados e em ambas as comunidades parece haver uma tendência de redução quanto à demanda energética associada às atividades produtivas a ocorrência simultânea destas tendências caracterizam a ocorrência de um processo demográfico mais amplo chamado Transição Nutricional (TN) (Popkin e Gordon-Larsen, 2004). Em conclusão, nossos dados sugerem que independentemente da estratégia produtiva adotada, ambas as comunidades passam por de TN e que as mulheres vêm sendo mais impactadas pelo processo do que os homens, em razão destes últimos, provavelmente, ainda se manterem envolvidos, em algum nível, com atividades agrícolas. Os programas governamentais de transferência de renda (bolsa-família) podem ser relevantes na definição das similaridades nos padrões de consumo alimentar encontrados. / Quilombolas are African slave descendants. The Ribeira Valley is one of the most important areas of concentration of Quilombos in Southern Brazil. The Ribeira Quilombolas are settled in remote areas along the Ribeira River system covered by Atlantic rain forest vegetation, one of the worlds biodiversity hotspots. Since the first settlements (18th Century), they have been historically dependent on shifting cultivation of rice, maize, manioc and beans. However, since 1970\'s their life style has been profoundely affected by changes in regional political economy, such as the opening of a roadway, the establishment of conservation areas in the region and the setting-up of rural schools. Some of the local trends consist of replacing shifting cultivation and increasing household income mainly through agricultural intensification, wage labour and government cash transfer programs. In order to grasp the way changes in economic strategies have affected the nutritional patterns, we collected data of diet, anthropometry and time allocation of individuals from two Quilombola peri-urban/rural communities. People from the first community have become more oriented to commercial crops, wage labor and handicrafts than people from the other one, still more tied to subsistence agriculture and the gathering of non-timber forestall products. Despite the differences in productive strategies, we found the same diet and physical activity patterns: the energy-protein core consisted of the same energy rich and processed foodstuff or foods from domesticated animals, and Quilombolas seem to have had their energy demands reduced, probably because of the decrease of agricultural activities. However, only men are still significantly involved in agricultural oriented activities. We concluded that regardless of the economic strategy adopted, both communities are undergone Nutrition Transition process (a global trend that consists of increasing the comsumption of energy rich foodstuff and of decreasing of energy expenditure levels (Popkin e Gordon-Larsen, 2004)) and women might be more impacted by the process than men. Additionally, government cash transfer programs seem to affect the diet and physical activities patterns found.
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Diversidade isoenzimática e morfológica de inhame (Dioscorea spp.) coletados em roças de agricultura tradicional do Vale do Ribeira - SP / Isoenzymatic and morphological diversity of yams (Dioscorea spp.) collected in swiddens of traditional agriculture of the Ribeira River Valley - SP

Bressan, Eduardo de Andrade 30 August 2005 (has links)
Os agricultores tradicionais da região sul do Estado de São Paulo têm se mostrado mantenedores de um grande repositório de diversidade genética e de conhecimento a respeito das peculiaridades de manejo desta diversidade. A cultura do inhame (Dioscorea spp.) é mantida e manejada nesta região em roças que empregam o sistema de coivara. Esta pesquisa teve como objetivos coletar etnovariedades de inhame nas roças/quintais dos agricultores tradicionais do Vale do Ribeira, visando manter um banco de conservação ex situ na Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz" em Piracicaba – SP e estimar a diversidade morfológica e isoenzimática de inhames mantidos em sistemas agrícolas autóctones. Visitou-se 91 agricultores que ainda praticam a agricultura tradicional no Vale do Ribeira dos quais 45 cultivavam o inhame. Desses, 31% o cultivavam em roças itinerantes e 69% em quintais. Quatro espécies de inhame foram encontradas: D. trifida, D. bulbifera, D. alata e D. cayenensis. As etnovariedades foram caracterizadas por meio de marcadores isoenzimáticos, utilizando géis de poliacrilamida (seis sistemas) e amido (um sistema), e por marcadores morfológicos, num total de 24 caracteres. Para ambos os marcadores, foram calculados o índice de similaridade de Jaccard entre pares de indivíduos. Análises de agrupamento foram realizadas para variedades, roças e comunidades, a partir dos índices de similaridade de Jaccard e do critério aglomerativo UPGMA. Outro parâmetro analisado foi a correlação entre as matrizes de distância genética (isoenzimática e morfológica) e geográfica pela correlação de Pearson (r) e teste de Mantel, para verificar se a diversidade genética encontrava-se estruturada no espaço. Além disso, realizou-se a análise de variância molecular (AMOVA) para se verificar a distribuição da variabilidade nos diferentes níveis hierárquicos: entre e dentro das unidades evolutivas biológicas (roças) e culturais (comunidades). Os resultados revelaram que os agricultores tradicionais do Vale do Ribeira manejam grande diversidade genética, tanto isoenzimática como morfológica, em suas roças e que essa diversidade não está estruturada no espaço para todas as espécies cultivadas. A AMOVA indicou que para as espécies D. trifida, D. bulbifera e D. cayenensis a distribuição da variabilidade concentra-se entre roças dentro de comunidades, enquanto que para D. alata concentra-se dentro de roças para os marcadores isoenzimáticos. Para os marcadores morfológicos, a maior parte da variabilidade concentra-se entre roças dentro de comunidades para D. bulbifera e D. cayenensis e dentro de roças para D. alata e D. trifida, ressaltando-se a seleção humana para os aspectos visuais. Conclui-se que os agricultores tradicionais do Vale do Ribeira cultivam grande diversidade de etnovariedades e espécies de Dioscorea, além de possuírem grande conhecimento a respeito das peculiaridades de manejo desta cultura. Contudo, as pressões que esses agricultores estão sofrendo poderá no futuro provocar perda de diversidade genética. Recomenda-se novos estudos na região para verificar os danos causados por essas pressões aos processos evolutivos presentes nas roças dos agricultores tradicionais do Vale do Ribeira. / Traditional agriculturists of the south region of the State of São Paulo have been maintainers of a great repository of genetic diversity and knowledge regarding the management peculiarities of this diversity. The yam (Dioscorea spp.) culture is maintained and cultivated in this region in swiddens that use the system of “coivara". This research had the objective of collecting ethnovarieties of yam in the swiddens/home gardens of the traditional agriculturists of the Ribeira River Valley, aiming at maintaining a germplasm bank for ex situ conservation at the Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" in Piracicaba, SP and estimating the morphological and isoenzymatic diversity of yams kept in authoctone agricultural systems. Ninety-one agriculturists that still practice traditional agriculture were visited in the Ribeira River Valley, of which 45 cultivated yam. Of these, 31% cultivated this crop on itinerant swiddens and 69% in home gardens. Four yam species were found: D. trifida, D. bulbifera, D. cayenensis and D. alata. The ethnovarieties of each species were characterized with isoenzymatic markers, using polyacrilamide gels (six systems) and starch gels (one system), and with morphological markers, in a total of 24 characters. For both markers, the Jaccard similarity indices between pairs of individuals were obtained. Cluster analyses were conducted for varieties, swiddens and communities using the Jaccard similarity indices and the UPGMA method. Another parameter analyzed was the correlation between the genetic distances (isoenzymatic and morphological) and the geographic distance matrices using the Pearson correlation and Mantel test, to verify if the genetic diversity was structured in space. An analysis of molecular variance (AMOVA) was carried out to verify the distribution of the variability in the different hierarchic levels: within and between the biological evolutionary units (swiddens) and cultural units (communities). Results showed that the traditional agriculturists of the Ribeira River Valley maintain a great genetic diversity, both isoenzymatic and morphological, in their swiddens and home gardens, and that this diversity is not structured in space for the four species cultivated. The AMOVA results for D. trifida, D. bulbifera and D. cayenensis showed that the isoenzymatic variability is mainly concentrated among swiddens within communities, and within swiddens for D. alata. For the morphological markers, where visual aspects are an important issue in human selection, most of the variability is concentrated among swiddens within communities for D. bulbifera and D. cayenensis, and within swiddens for D. alata and D. trifida. It is concluded that the traditional agriculturists of the Ribeira River Valley cultivate great diversity of ethnovarieties and species of Dioscorea, also possessing great knowledge concerning the management peculiarities of this crop. However, the pressures that these agriculturists are suffering may cause a loss of genetic diversity in the future. Further studies are recommended in this region to verity the damage caused by these pressures in the evolutionary processes that occur in the swiddens of the Ribeira River Valley traditional agriculturists.
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Diversidade isoenzimática e morfológica de inhame (Dioscorea spp.) coletados em roças de agricultura tradicional do Vale do Ribeira - SP / Isoenzymatic and morphological diversity of yams (Dioscorea spp.) collected in swiddens of traditional agriculture of the Ribeira River Valley - SP

Eduardo de Andrade Bressan 30 August 2005 (has links)
Os agricultores tradicionais da região sul do Estado de São Paulo têm se mostrado mantenedores de um grande repositório de diversidade genética e de conhecimento a respeito das peculiaridades de manejo desta diversidade. A cultura do inhame (Dioscorea spp.) é mantida e manejada nesta região em roças que empregam o sistema de coivara. Esta pesquisa teve como objetivos coletar etnovariedades de inhame nas roças/quintais dos agricultores tradicionais do Vale do Ribeira, visando manter um banco de conservação ex situ na Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” em Piracicaba – SP e estimar a diversidade morfológica e isoenzimática de inhames mantidos em sistemas agrícolas autóctones. Visitou-se 91 agricultores que ainda praticam a agricultura tradicional no Vale do Ribeira dos quais 45 cultivavam o inhame. Desses, 31% o cultivavam em roças itinerantes e 69% em quintais. Quatro espécies de inhame foram encontradas: D. trifida, D. bulbifera, D. alata e D. cayenensis. As etnovariedades foram caracterizadas por meio de marcadores isoenzimáticos, utilizando géis de poliacrilamida (seis sistemas) e amido (um sistema), e por marcadores morfológicos, num total de 24 caracteres. Para ambos os marcadores, foram calculados o índice de similaridade de Jaccard entre pares de indivíduos. Análises de agrupamento foram realizadas para variedades, roças e comunidades, a partir dos índices de similaridade de Jaccard e do critério aglomerativo UPGMA. Outro parâmetro analisado foi a correlação entre as matrizes de distância genética (isoenzimática e morfológica) e geográfica pela correlação de Pearson (r) e teste de Mantel, para verificar se a diversidade genética encontrava-se estruturada no espaço. Além disso, realizou-se a análise de variância molecular (AMOVA) para se verificar a distribuição da variabilidade nos diferentes níveis hierárquicos: entre e dentro das unidades evolutivas biológicas (roças) e culturais (comunidades). Os resultados revelaram que os agricultores tradicionais do Vale do Ribeira manejam grande diversidade genética, tanto isoenzimática como morfológica, em suas roças e que essa diversidade não está estruturada no espaço para todas as espécies cultivadas. A AMOVA indicou que para as espécies D. trifida, D. bulbifera e D. cayenensis a distribuição da variabilidade concentra-se entre roças dentro de comunidades, enquanto que para D. alata concentra-se dentro de roças para os marcadores isoenzimáticos. Para os marcadores morfológicos, a maior parte da variabilidade concentra-se entre roças dentro de comunidades para D. bulbifera e D. cayenensis e dentro de roças para D. alata e D. trifida, ressaltando-se a seleção humana para os aspectos visuais. Conclui-se que os agricultores tradicionais do Vale do Ribeira cultivam grande diversidade de etnovariedades e espécies de Dioscorea, além de possuírem grande conhecimento a respeito das peculiaridades de manejo desta cultura. Contudo, as pressões que esses agricultores estão sofrendo poderá no futuro provocar perda de diversidade genética. Recomenda-se novos estudos na região para verificar os danos causados por essas pressões aos processos evolutivos presentes nas roças dos agricultores tradicionais do Vale do Ribeira. / Traditional agriculturists of the south region of the State of São Paulo have been maintainers of a great repository of genetic diversity and knowledge regarding the management peculiarities of this diversity. The yam (Dioscorea spp.) culture is maintained and cultivated in this region in swiddens that use the system of “coivara”. This research had the objective of collecting ethnovarieties of yam in the swiddens/home gardens of the traditional agriculturists of the Ribeira River Valley, aiming at maintaining a germplasm bank for ex situ conservation at the Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" in Piracicaba, SP and estimating the morphological and isoenzymatic diversity of yams kept in authoctone agricultural systems. Ninety-one agriculturists that still practice traditional agriculture were visited in the Ribeira River Valley, of which 45 cultivated yam. Of these, 31% cultivated this crop on itinerant swiddens and 69% in home gardens. Four yam species were found: D. trifida, D. bulbifera, D. cayenensis and D. alata. The ethnovarieties of each species were characterized with isoenzymatic markers, using polyacrilamide gels (six systems) and starch gels (one system), and with morphological markers, in a total of 24 characters. For both markers, the Jaccard similarity indices between pairs of individuals were obtained. Cluster analyses were conducted for varieties, swiddens and communities using the Jaccard similarity indices and the UPGMA method. Another parameter analyzed was the correlation between the genetic distances (isoenzymatic and morphological) and the geographic distance matrices using the Pearson correlation and Mantel test, to verify if the genetic diversity was structured in space. An analysis of molecular variance (AMOVA) was carried out to verify the distribution of the variability in the different hierarchic levels: within and between the biological evolutionary units (swiddens) and cultural units (communities). Results showed that the traditional agriculturists of the Ribeira River Valley maintain a great genetic diversity, both isoenzymatic and morphological, in their swiddens and home gardens, and that this diversity is not structured in space for the four species cultivated. The AMOVA results for D. trifida, D. bulbifera and D. cayenensis showed that the isoenzymatic variability is mainly concentrated among swiddens within communities, and within swiddens for D. alata. For the morphological markers, where visual aspects are an important issue in human selection, most of the variability is concentrated among swiddens within communities for D. bulbifera and D. cayenensis, and within swiddens for D. alata and D. trifida. It is concluded that the traditional agriculturists of the Ribeira River Valley cultivate great diversity of ethnovarieties and species of Dioscorea, also possessing great knowledge concerning the management peculiarities of this crop. However, the pressures that these agriculturists are suffering may cause a loss of genetic diversity in the future. Further studies are recommended in this region to verity the damage caused by these pressures in the evolutionary processes that occur in the swiddens of the Ribeira River Valley traditional agriculturists.
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Ecologia Política da comida e nutrição em duas comunidades quilombolas do Vale do Ribeira (Estado de São Paulo, Brasil) / Political Ecology of food and nutrition for two Quilombola communities from Ribeira River Valley (São Paulo State, Brazil)

Vânia Luísa Spressola Prado 07 April 2011 (has links)
Quilombolas são descendentes de escravos africanos. Os quilombolas do Ribeira estão estabelecidos em áreas remotas ao longo da Bacia do Rio Ribeira de Iguape (sul do Brasil), cobertas pela vegetação da Mata Atlântica, um dos hotspots de biodiversidade do mundo. Desde os primórdios da ocupação (século XVIII), os quilombolas tem sido historicamente dependentes do cultivo de arroz, milho, mandioca e feijão pelo sistema de corte-e-queima. No entanto, desde a década de 1970, seus estilos de vida vem sendo profundamente alterados por mudanças da economia-política regional como, por exemplo, a construção de estradas e escolas rurais, o estabelecimento de áreas de conservação na região e pela implementação de programas governamentais de transferência de renda. Assim, algumas tendências locais consistem no aumento da renda e na substituição do cultivo de corte-e-queima pela intensificação agrícola e trabalho assalariado. Para compreendermos como as mudanças nas estratégias produtivas podem estar interagindo com os padrões nutricionais locais, coletamos dados de dieta, antropometria e alocação de tempo dos indivíduos de duas comunidades quilombolas peri-urbanas/rurais. As pessoas da primeira comunidade encontram-se mais voltadas para o plantio de cultívares comerciais, trabalho assalariado e artesanato do que aquelas da segunda, que orientam suas atividades produtivas sobretudo para a agricultura de subsistência e para o extrativismo de produtos florestais não madeireiros. Apesar das diferenças nas estratégias produtivas, encontramos os mesmos padrões de dieta e de atividade física em ambas as comunidades: seus núcleos calórico-proteicos parecem ser constituídos por comidas ricas em calorias, processadas ou provenientes de animais domesticados e em ambas as comunidades parece haver uma tendência de redução quanto à demanda energética associada às atividades produtivas a ocorrência simultânea destas tendências caracterizam a ocorrência de um processo demográfico mais amplo chamado Transição Nutricional (TN) (Popkin e Gordon-Larsen, 2004). Em conclusão, nossos dados sugerem que independentemente da estratégia produtiva adotada, ambas as comunidades passam por de TN e que as mulheres vêm sendo mais impactadas pelo processo do que os homens, em razão destes últimos, provavelmente, ainda se manterem envolvidos, em algum nível, com atividades agrícolas. Os programas governamentais de transferência de renda (bolsa-família) podem ser relevantes na definição das similaridades nos padrões de consumo alimentar encontrados. / Quilombolas are African slave descendants. The Ribeira Valley is one of the most important areas of concentration of Quilombos in Southern Brazil. The Ribeira Quilombolas are settled in remote areas along the Ribeira River system covered by Atlantic rain forest vegetation, one of the worlds biodiversity hotspots. Since the first settlements (18th Century), they have been historically dependent on shifting cultivation of rice, maize, manioc and beans. However, since 1970\'s their life style has been profoundely affected by changes in regional political economy, such as the opening of a roadway, the establishment of conservation areas in the region and the setting-up of rural schools. Some of the local trends consist of replacing shifting cultivation and increasing household income mainly through agricultural intensification, wage labour and government cash transfer programs. In order to grasp the way changes in economic strategies have affected the nutritional patterns, we collected data of diet, anthropometry and time allocation of individuals from two Quilombola peri-urban/rural communities. People from the first community have become more oriented to commercial crops, wage labor and handicrafts than people from the other one, still more tied to subsistence agriculture and the gathering of non-timber forestall products. Despite the differences in productive strategies, we found the same diet and physical activity patterns: the energy-protein core consisted of the same energy rich and processed foodstuff or foods from domesticated animals, and Quilombolas seem to have had their energy demands reduced, probably because of the decrease of agricultural activities. However, only men are still significantly involved in agricultural oriented activities. We concluded that regardless of the economic strategy adopted, both communities are undergone Nutrition Transition process (a global trend that consists of increasing the comsumption of energy rich foodstuff and of decreasing of energy expenditure levels (Popkin e Gordon-Larsen, 2004)) and women might be more impacted by the process than men. Additionally, government cash transfer programs seem to affect the diet and physical activities patterns found.

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