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A metaficção e as entrelinhas em "O doente Molière" (2000), de Rubem Fonseca /Caron, Elaine Cristina. January 2008 (has links)
Orientador: Maria Lídia Lichtscheidl Maretti / Banca: Margarida da Silveira Corsi / Banca: Ana Maria Carlos / Resumo: O doente Molière (2000), de Rubem Fonseca (1925 - ), é um romance que narra os acontecimentos que marcaram a vida e que circundaram a morte do dramaturgo francês Molière (1622-1673). A narrativa é feita por seu amigo marquês, que prefere se manter anônimo: ele se sente torturado por sua consciência, por se ter calado durante muito tempo a respeito da possibilidade de envenenamento do autor de Le malade imaginaire (1673), e decide agora esclarecer o pretenso assassinato. Observando os recursos utilizados na escritura deste romance, constatamos vários elementos que nos permitem vê-lo como o que Linda Hutcheon chama de romance histórico pós-moderno (1991), sendo que alguns deles são os seguintes: há presença de hibridismo genérico, já que se trata de um romance que mescla teatro, narrativa policial e histórica; a metaficção - dado que o narrador alude constantemente ao processo de produção da obra e conta um acontecimento baseado na história; a paródia dos gêneros - há uma nítida subversão genérica, assim como a presença do procedimento intertextual, principalmente com as obras do dramaturgo Molière, já que o romance tem como substrato motivador Le malade imaginaire, além de outras peças importantes da carreira do dramaturgo. Além disso, merecem também a nossa atenção as citações provenientes dos Essais de Michel de Montaigne (1580). / Résumé: O doente Molière (2000), de Rubem Fonseca (1925 - ), est un roman racontant les événements qui ont marqué la vie et surtout la mort du dramaturge français Molière (1622-1673). Le récit est fait par son ami le Marquis, qui préfère se maintenir anonyme: il se voit torturé par sa conscience, pour s'être longtemps tu à propos de la possibilité d'empoisonnement de l'auteur de Le malade imaginaire (1673), et décide maintenant d'éclairer le prétendu meurtre. Si l'on observe les recours employés dans l'écriture de ce roman, on constate la présence de plusieurs éléments qui nous permettent de l'envisager comme ce que Linda Hutcheon nomme le roman historique post-moderne (1991), parmi lesqueles on peut citer les suivants: la présence de l'hybridité générique, puisqu'il s'agit d'un roman qui mélange le théâtre, les récits policier et historique; la métafiction - car le narrateur fait constamment allusion au processus de production de l'oeuvre et raconte un événement basé sur l'histoire; la parodie des genres - il y a une subversion générique nette, ainsi que la présence de l'intertextualité avec plusieurs auteurs, notamment avec les oeuvres de Molière, puisque le roman suppose Le malade imaginaire comme sa source de motivation, outre d'autres pièces importantes dans la carrière du dramaturge. Et il y a encore plusieurs citations des Essais de Michel de Montaigne (1580) qui méritent aussi notre attention. / Mestre
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