1 |
Sistema intensivo de criação de suínos ao ar livre no Estado de Minas Gerais - viabilidade técnica e econômica / Outdoor pig production system in the State of Minas Gerais - technical and economic viabilityGarcia, Simone Koprowski 18 July 2001 (has links)
Submitted by Nathália Faria da Silva (nathaliafsilva.ufv@gmail.com) on 2017-07-11T11:59:29Z
No. of bitstreams: 1
texto completo.pdf: 829462 bytes, checksum: 04974df62fc523bc6b3766d467212713 (MD5) / Made available in DSpace on 2017-07-11T11:59:29Z (GMT). No. of bitstreams: 1
texto completo.pdf: 829462 bytes, checksum: 04974df62fc523bc6b3766d467212713 (MD5)
Previous issue date: 2001-07-18 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / A tecnologia de exploração intensiva de suínos em confinamento total foi introduzida no Brasil há 30 anos. Atualmente, observa-se o aumento do tamanho e a diminuição do número dos plantéis, refletindo a tendência mundial à concentração e especialização da atividade, o que requer grande inversão de capital. O Sistema Intensivo de Criação de Suínos ao Ar Livre (SISCAL) representa uma alternativa ao confinamento total, na qual os animais permanecem em piquetes específicos para cada categoria, até a desmama ou até a saída da creche. Com isso, o SISCAL combina uma vantagem econômica, de menor custo de implantação, à idéia de maior bem-estar para os animais explorados. Por estas razões, sua adoção em escala comercial vem crescendo em vários países nos últimos 15 anos. No Brasil, o SISCAL tem sido implantado apenas na região Sul, em pequenas propriedades. Nesse estudo, foram apresentadas uma revisão crítica da literatura mundial sobre o SISCAL e comparações, em termos econômicos, de projetos de grande porte simulados para o SISCAL e para o confinamento no Estado de Minas Gerais. De forma geral, pretendeu-se discutir as peculiaridades dessa tecnologia e estimular a continuidade das pesquisas sobre o SISCAL no país. O objetivo específico foi determinar sob quais condições a implantação do SISCAL seria técnica e economicamente recomendável para o Estado de Minas Gerais. As regiões mineiras do Triângulo, Alto Paranaíba e Centro-Oeste foram consideradas aptas para a adoção do SISCAL, tanto no aspecto edafo-climático quanto pela disponibilidade de grãos. A proximidade com os pólos de bovinocultura de corte e a existência de municípios com altas densidades de suínos nessas regiões são fatores de risco epidemiológico. Outro risco é o da descaracterização do sistema, como foi observado na literatura e em duas criações mineiras, devido à falta de técnicos especializados para orientar a implantação e condução do SISCAL. Foram simulados nove cenários para o confinamento e nove para o SISCAL, com três níveis de produtividade (alto, médio ou baixo) e três tamanhos de plantel (200, 700 ou 1500 matrizes), com confinamento dos leitões após a fase de creche. Considerou-se, dentre outros índices, 25,7 leitões desmamados/porca/ano no confinamento e 23,8 no SISCAL de alta produtividade sendo que, nos cenários de média e de baixa produtividade, estimou-se uma ineficiência zootécnica de 5% e de 10%, respectivamente. Foram comparados os custos de implantação e de produção, as margens líquidas e os indicadores de valor presente líquido (VPL), à taxa de 12% ao ano, taxa interna de retorno (TIR) e período de recuperação (PR) dos projetos simulados, num horizonte de dez anos. Foi previsto o financiamento de 30% do valor dos investimentos, a ser pago em cinco anos, com um ano de carência, à taxa de juros de 17,25% ao ano. Os custos de implantação, por matriz, foram R$ 1.891,80, R$ 1.696,96 e R$ 1.586,06 para o SISCAL com 200, 700 e 1500 matrizes, e R$ 2.280,28, R$ 2.106,36 e R$ 2.044,29 para o confinamento nas mesmas escalas, representando 17%, 19,4% e 22,4% de diferença a favor do SISCAL, respectivamente. As planilhas de custos de produção, baseadas nos preços médios de R$ 1,43/kg de cevado e de R$ 0,21/kg de milho, obtidos em Minas Gerais no ano de 2000, resultaram em custos fixos totais cerca de 14% a 18% menores no SISCAL e custos variáveis totais menores em 3,5% a 6% nos cenários do SISCAL de alta e média produtividade e em cerca de 8,7% a 11,5% no nível mais baixo, o que está de acordo com a literatura. Os custos totais médios (CTM) dos dois sistemas foram semelhantes nos cenários de alta produtividade, especialmente após os anos de pagamento dos financiamentos. Nos cenários menos produtivos, os CTM do confinamento foram inferiores aos do SISCAL. A margem líquida foi maior para o SISCAL apenas nos cenários de alta produtividade com 700 e 1500 matrizes, entre 1,5% e 2,5%, mas essa vantagem não se manteve nos cenários de menor eficiência. Em todos os cenários, foi possível quitar o empréstimo até o 6o ano. O menor PR foi obtido no SISCAL de alto nível com 1500 matrizes (5 anos) e o maior, no confinamento de nível médio com 200 matrizes (8 anos). Os resultados do VPL e da TIR indicaram a viabilidade econômica dos cenários de alta e de média produtividade, exceto do SISCAL de média eficiência com 200 matrizes. Em relação ao confinamento, os SISCAL de alta produtividade com 700 e 1500 matrizes apresentaram os melhores resultados. Na análise de sensibilidade, a diminuição em 10% do preço do cevado inviabilizou todos os cenários. Tanto a diminuição em 5% desse preço quanto o aumento em 20% do preço do milho inviabilizou todos os cenários de média produtividade, bem como os de alta produtividade com 200 matrizes. Os SISCAL com 700 e 1500 matrizes tiveram maior VPL e TIR que o confinamento. Finalmente, o aumento do preço do milho em 10% inviabilizou os projetos de média produtividade e manteve a vantagem dos SISCAL de maior porte. Mesmo apresentando desempenho zootécnico um pouco inferior ao do confinamento, o SISCAL foi a melhor opção de investimento para projetos a partir de 700 matrizes, desde que implantado e conduzido segundo as recomendações técnicas que garantem a sustentabilidade e competitividade desse sistema. / The technology of intensive breeding of pigs in total confinement was introduced in Brazil thirty years ago. At present, the increase in size and the decrease in the number of herds have been observed, reflecting the world-wide tendency on the concentration and specialization of this activity, which requires large capital investment. The Outdoor Pig Production System represents an alternative to total confinement, in that the animals remain in paddocks specific to each category, until they are weaned or removed. In that way, the outdoor system combines an economic advantage of lower implantation cost and the idea of better well-being for the animals that are bred. For these reasons, its adoption on a commercial scale has been increasing in several countries in the last fifteen years. In Brazil, the outdoor system has been implanted only on small properties in the southern region. In this study, a critical revision of the world literature on the outdoor system was made, along with comparisons, in economic terms, of large-scale projects simulated for the outdoor system and for confinement in the State of Minas Gerais. In general, what was intended was to discuss the characteristics of this technology and to stimulate the continuation of research on the outdoor system in this country. The specific aim was to determine under what conditions the implantation of the outdoor system could be technically and economically recommended for the State of Minas Gerais. The state’s regions of Triângulo, Alto Paranaíba and Central-West were considered appropriate for the adoption of the outdoor system, both with respect to soil-climate conditions and availability of grains. The proximity to the centers of cattle raised for slaughter and the existence of municipalities with high densities of pigs in these regions are factors of epidemiological risk. Another risk is the misapplication of the system, as was observed in the literature and in two breeding places in the state, due to the lack of specialized technicians to guide the implantation and management of the outdoor system. Nine scenarios were simulated for confinement and nine for the outdoor system, with three levels of productivity (high, medium, or low) and three herd sizes (200, 700, or 1500 sows), with confinement of the growing and finishing pigs. Within other indices, 25.7 weaned pigs/sow/year in confinement, and 23.8 in the outdoor system, were considered of high productivity, since, in the scenarios of medium and low productivity, a zootechnical inefficiency of 5% and 10%, respectively, was estimated. The implantation and production costs, the net margins and indicators of net present value (NVP) were compared, to a rate of 12% per year, the internal return rate (IRR) and the pay back period (PB) of the simulated projects, over a ten year horizon. The financing of 30% of the value of the investments was foreseen, to be paid in five years, with a hiatus of one year, at an interest rate of 17.25% per year. The implantation costs, per sow, were R$ 1.891,80, R$ 1.696,96 and R$ 1.586,06 for the outdoor system with 200, 700 and 1500 sows, and R$ 2.280,28, R$ 2.106,36 and R$ 2.044,29 for confinement on the same scale, representing difference of 17%, 19.4% e 22.4%, respectively, in favor of the outdoor system (1 R$ = 1.75 US$). The plan for production costs, based on the average prices of R$ 1,43/kg of finished pig and R$ 0,21/kg of corn, obtained in Minas Gerais in the year 2000, resulted in total fixed costs of about 14% and 18% less in the outdoor system of high and medium productivity and about 8.7% and 6% in the scenarios of the outdoor system at the lowest level, which is in agreement with the literature. The total average costs (TAC) of the two systems were similar in the high productivity scenarios, especially after the years of paying off the financing. In the less productive scenarios, the TAC of confinement were lower than those of the outdoor system. The net margin was greater for the outdoor system only in the high productivity scenarios with 700 and 1500 sows, between 1.5 % and 2.5%, but this advantage was not maintained in the scenarios of lower efficiency. In all scenarios, it was possible to pay off the loan by the sixth year. The lowest PB was obtained in the high level outdoor system with 1500 sows (5 years) and the highest PB in the medium level confinement with 200 sows (8 years). The results of the NPV and the IRR indicated the economic viability of the scenarios of high and medium productivity, except for the outdoor system of medium efficiency with 200 sows. In relation to confinement, the high productivity outdoor system with 700 and 1500 sows showed the best results. In the sensibility analysis, the decrease of 10% in the cost of finished pig made all the scenarios unviable. Both the decrease of 5% of this price and the increase of 20% in the price of corn made all the scenarios of medium productivity unviable, as well as those of high productivity with 200 sows. The outdoor system with 700 and 1500 sows had greater NPV and IRR than confinement. Finally, the increase of 10% in the price of corn made the medium productivity projects unviable and maintained the advantage of the largest size outdoor system. Even showing a slightly inferior zootechnical performance to that of confinement, the outdoor system was the best investment option for projects that started from 700 sows, as long as they were implanted and executed according to the technical recommendations that ensure the sustained and competitive nature of this system.
|
Page generated in 0.03 seconds