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Práticas sociais, memórias e vivências no combate à lepra: isolamento compulsório em asilos-colônia e preventórios brasileiros 1935 a 1986Silveira, Bruna Alves 30 July 2013 (has links)
This study represents a discussion about the social practices that are found on
compulsory isolation, in asylums-cologne and preventions, of affected people through leprosy
and healthy children. A practice that was considered the principal measure of fighting the
disease, which was adopted by the Brazilian government from 1930 to 1986, period
understood by the research.
There was a public campaign that propagated the possibility of a unique quality of life,
such as the objective of encouraging the hospitalization of the maximum of the \"sick\"as
possible. As a matter of fact, the asylums-cologne were designed and constructed for that all
of the necessities of the \"lepers\" were answered within the insulation. Those lepers stayed
completely far away from the \"city\" and the \"healthy\" part of society.
The provision of basic services such as housing and food, the performance of various
social events, leisure activities and culture had been properly registered through different
measures and was also confirmed by their own \"internal\" of the season. It was practically a
life without burden for the residents of this area.
Therefore, all of these qualities of life that are properly structured, was not sufficient
to compensate for a life of confinement. Interviews, documentaries, photos and even poems
written by \"ex-internal\" militate against authoritarian practices and hygienists, on behalf of
which many subjects have lost their families, had homes torched, were caught by the police
health as criminals, being thus robbed of their own lives and from the bosom of \"society\".
Such social practices brought irreparable damage, on aspects of the social,
psychological, financial and moral. Produced memories of horror, marked by fear, insecurity,
frustration, pain and various traumas.
Despite the isolation have become officially extinct in mid-1986, the terminology of
the disease have been replaced officially by Hansen\'s disease by force of law, and the
government has granted special pension indemnity of character to the subjects who were
isolated on the basis of the disease, these memories that are still in dispute. It is in the
development and redevelopment of experiences in isolation, in the fight for the right to this
memory, which often manifests itself in patrimonial conservation of the old asylums or until
the creation of museums within these spaces. Acknowledgement and for compensation for the
children who have been deprived of the company of country, a fact that reverberated in the
trajectory of their lives or in the search of new social practices, decoupling the idea of leprosy
and approaching the current concepts about leprosy. / Este estudo apresenta uma discussão acerca das práticas sociais que instituíram o isolamento
compulsório em asilos-colônia e preventórios, das pessoas acometidas pela lepra e seus filhos
indenes. Prática que foi considerada a principal medida de combate a doença, adotada pelo
governo brasileiro de meados de 1930 a 1986, período compreendido pela pesquisa. Nesse
período, havia uma campanha publicitária que propagava a possibilidade de uma qualidade de
vida ímpar, com o objetivo de incentivar a internação do máximo de doentes . De fato, os
asilos-colônia foram projetados e construídos para que todas as necessidades dos leprosos
fossem atendidas no isolamento, ficando os mesmos completamente afastados da cidade e
da parcela sadia da sociedade. Prestação de serviços básicos como moradia e alimentação,
realização de diversos eventos sociais, atividades de lazer e cultura foram devidamente
registradas por diferentes mídias e também confirmada pelos próprios internos da época.
Era praticamente uma vida sem ônus para os moradores desse espaço. Entretanto, toda essa
qualidade de vida, devidamente estruturada, não foi suficiente para compensar uma vida de
confinamento e privações sociais. Entrevistas, documentários, fotografias e até poesias
escritas por ex-interna depõem contra práticas autoritárias e higienistas, em nome das quais
muitos sujeitos perderam suas famílias, tiveram casas incendiadas, foram capturados pela
polícia sanitária como criminosos, sendo assim subtraídos de suas próprias vidas e do seio da
sociedade . Tais práticas sociais trouxeram prejuízos irreparáveis nos aspectos sociais,
psicológicos, financeiros e morais. Produziram memórias de horror, marcadas pelo medo, pela
insegurança, frustração, dor e diversos traumas. Apesar de o isolamento ter se extinguido
oficialmente em meados de 1986, ou seja, a terminologia da doença ter sido substituída
oficialmente por hanseníase, por força de lei, e do governo ter concedido pensão especial de
caráter indenizatório aos sujeitos que foram isolados em função da doença, essas memórias
ainda se encontram em disputa, seja na elaboração e reelaboração das experiências
vivenciadas no isolamento, na luta pelo direito a essa memória, que muitas vezes se
materializa na preservação patrimonial dos antigos asilos ou até na criação de museus dentro
desses espaços. Disputa que também se dá na luta do reconhecimento e por indenização para
os filhos que foram privados da companhia dos pais, fato que repercutiu na trajetória de suas
vidas ou na busca de novas práticas sociais, que, espera-se, se dissociem da ideia da lepra e se
aproximem dos conceitos atuais sobre a hanseníase. / Mestre em História
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