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Concerto e desconcerto: um estudo antropológico sobre a Osesp na inauguração da Sala São Paulo / Disconcerting concerts: an anthropological study of the São Paulo Symphony Orchestra (Osesp) during the inauguration of the Sala São Paulo concert hall

Teperman, Ricardo Indig 04 October 2016 (has links)
Desde seus primeiros concertos em 1953 até finais dos anos 1990, a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp) teve uma atuação marcada por grande volatilidade, patinando em contextos de precariedade. A inauguração em 1999 da Sala São Paulo, sede da Osesp, foi o principal marco da chamada reestruturação da orquestra e contribuiu de maneira definitiva para a conquista de estabilidade e excelência artística em padrões ainda não vistos no país. Nos anos seguintes, a atuação da Osesp veio a ter grande impacto no adensamento da atividade sinfônica no Brasil. Esta tese procura identificar os principais conflitos e impasses que se colocaram durante esse processo, analisando o comportamento dos agentes nele envolvidos. Proponho que a principal força discursiva no lançamento da Sala São Paulo tem origem na dissonância entre um projeto de nível internacional no campo da música clássica e a carga simbólica de degradação do bairro da Luz. A instalação da Osesp na Sala São Paulo foi anunciada como um instrumento de transformação urbana, mas a difícil consolidação de seu projeto de estabilidade e excelência implicou o relativo insulamento da orquestra e o enfraquecimento de uma vocação mais democrática. / Since its first concerts in 1953 until the late 1990s, the activities of the São Paulo State Symphony Orchestra (Osesp) have been characterized by a great deal of volatility, precariously skating on thin ice. The inauguration in 1999 of the Sala São Paulo concert hall, the Osesps headquarters, was the landmark moment in the so-called restructuring of the orchestra, and definitively contributed to the cementing of its permanence and artistic excellence at a level hitherto unseen in Brazil. In the years that followed, the Osesp has had a great impact on the consolidation of the symphonic tradition in Brazil. This thesis seeks to identify the principal conflicts and impasses that have arisen during this process, analysing the behaviour of the parties involved. I propose that the main discursive force during the launch of the Sala São Paulo concert hall stemmed from the dissonance between a project of international standing in the field of classical music and the symbolic burden of the degradation of the Luz district of the city of São Paulo. The announcement that the Osesp would be based in the Sala São Paulo was an urban regeneration strategy but the difficulties of consolidating the orchestras permanence and excellence involved the relative isolation of the orchestra and the undermining of a more democratic project.
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Concerto e desconcerto: um estudo antropológico sobre a Osesp na inauguração da Sala São Paulo / Disconcerting concerts: an anthropological study of the São Paulo Symphony Orchestra (Osesp) during the inauguration of the Sala São Paulo concert hall

Ricardo Indig Teperman 04 October 2016 (has links)
Desde seus primeiros concertos em 1953 até finais dos anos 1990, a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp) teve uma atuação marcada por grande volatilidade, patinando em contextos de precariedade. A inauguração em 1999 da Sala São Paulo, sede da Osesp, foi o principal marco da chamada reestruturação da orquestra e contribuiu de maneira definitiva para a conquista de estabilidade e excelência artística em padrões ainda não vistos no país. Nos anos seguintes, a atuação da Osesp veio a ter grande impacto no adensamento da atividade sinfônica no Brasil. Esta tese procura identificar os principais conflitos e impasses que se colocaram durante esse processo, analisando o comportamento dos agentes nele envolvidos. Proponho que a principal força discursiva no lançamento da Sala São Paulo tem origem na dissonância entre um projeto de nível internacional no campo da música clássica e a carga simbólica de degradação do bairro da Luz. A instalação da Osesp na Sala São Paulo foi anunciada como um instrumento de transformação urbana, mas a difícil consolidação de seu projeto de estabilidade e excelência implicou o relativo insulamento da orquestra e o enfraquecimento de uma vocação mais democrática. / Since its first concerts in 1953 until the late 1990s, the activities of the São Paulo State Symphony Orchestra (Osesp) have been characterized by a great deal of volatility, precariously skating on thin ice. The inauguration in 1999 of the Sala São Paulo concert hall, the Osesps headquarters, was the landmark moment in the so-called restructuring of the orchestra, and definitively contributed to the cementing of its permanence and artistic excellence at a level hitherto unseen in Brazil. In the years that followed, the Osesp has had a great impact on the consolidation of the symphonic tradition in Brazil. This thesis seeks to identify the principal conflicts and impasses that have arisen during this process, analysing the behaviour of the parties involved. I propose that the main discursive force during the launch of the Sala São Paulo concert hall stemmed from the dissonance between a project of international standing in the field of classical music and the symbolic burden of the degradation of the Luz district of the city of São Paulo. The announcement that the Osesp would be based in the Sala São Paulo was an urban regeneration strategy but the difficulties of consolidating the orchestras permanence and excellence involved the relative isolation of the orchestra and the undermining of a more democratic project.

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