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Mē Ixujarēnh - ausência, presença e busca: o ensino de História na Escola Índígena Tekator do povo Panhĩ - Apinajé

Gomes, Dhiogo Rezende 23 September 2016 (has links)
Os povos indígenas foram tratados como a-históricos na construção da História disciplina ou ciência, como objetos (humanos) de estudo, transitaram entre a ausência e presença, contexto implicado na condição indígena equivocada e excludente no interior das sociedades que se formaram no contato com estes povos. No Brasil, a dominância colonial sobre as terras e seus povos originários, se fez também pela escolarização de cunho ocidental, cristã e civilizacional, inicialmente pelos trabalhos de catequese jesuítica e continuado pelo estado nacional, seja no império ou na república, as políticas indigenistas tinham no horizonte, a convenção nacional das populações indígenas e neste contexto, a educação escolar indígena foi pensada e aplicada. O movimento indígena político e organizado, cooperado com organizações e pesquisadores pró-índios, iniciaram um processo de mudança de paradigma da questão indígena no Brasil na década de 1970, culminando com o estabelecimento de direitos como terra e uma educação escolar respeitosa e valorizadora das culturas indígenas na Constituição Federal de 1988. A escola passou a ser reivindicada e está presente nas realidades de centenas de povos em suas Terras Indígenas em todas as regiões do Brasil, um destes povos é o Panhĩ – Apinajé, que teve sua escolarização iniciada na década de 1960, por missionários religiosos e nas últimas décadas, vem empreendendo um processo de busca e construção de uma educação indígena diferenciada, em uma escola ideal para a prática política que passa por uma soberania étnica e cultural. A história ensinada e aprendida, entrecruzada por formas e concepções diferentes no campo do conhecimento histórico, se apresenta na Escola Indígena Tekator da aldeia Mariazinha, como estratégica e instrumental nessa busca. Esta dissertação, por meio de pesquisa de campo e metodologia histórico-etnográfica, contribui com questões da escolarização indígena e o ensino de história nas aldeias, refletindo sobre as relações: educação tradicional e formal, escola e currículos, estado, comunidade indígena e sociedade envolvente. Trazemos apontamentos sobre os Apinajé como sujeitos históricos na busca de uma escola convergente com seus interesses e expectativas de escola diferenciada / Indigenous peoples were treated as a-historical in the construction of History discipline or science, as (human) objects of study, transited between absence and presence, context implied in the misguided and exclusionary indigenous condition within the societies that formed in contact with These people. In Brazil, colonial domination over the lands and their native peoples was also due to Western, Christian and civilizational schooling, initially by Jesuit catechesis and continued by the national state, whether in the empire or in the republic, indigenous policies had On the horizon, the national convention of the indigenous populations and in this context, indigenous school education was thought and applied. The organized and political indigenous movement, cooperating with pro-Indian organizations and researchers, began a process of paradigm shifting of the indigenous issue in Brazil in the 1970s, culminating in the establishment of rights such as land and a respectful and cultural school education Indigenous peoples in the Federal Constitution of 1988. The school has been reclaimed and is present in the realities of hundreds of peoples in its Indigenous Lands in all regions of Brazil, one of these peoples being the Panhĩ-Apinajé, whose schooling began in the 1960, by religious missionaries and in the last decades, has been undertaking a process of search and construction of a differentiated indigenous education, in an ideal school for the political practice that passes through an ethnic and cultural sovereignty. The history taught and learned, intersected by different forms and conceptions in the field of historical knowledge, presents itself in the Tekator Indigenous School of the village Mariazinha, as strategic and instrumental in this search. This dissertation, through field research and historical-ethnographic methodology, contributes with issues of indigenous schooling and history teaching in the villages, reflecting on the relationships: traditional and formal education, school and curricula, state, indigenous community and surrounding society. We bring notes about the Apinajé as historical subjects in the search for a convergent school with their interests and expectations of a differentiated school.

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