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Contribuição à petrologia de pegmatitos mineralizados em elementos raros e elbaítas gemológicas da província pegmatítica da Borborema, nordeste do BrasilSOARES, Dwight Rodrigues January 2004 (has links)
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Previous issue date: 2004 / A Província Pegmatítica da Borborema (PPB) é mundialmente conhecida desde a II Guerra
Mundial por seus pegmatitos mineralizados principalmente em Ta-Nb, Be, Sn, Li e mineraisgemas
(elbaíta, água marinha, morganita, espessartita, etc.). Esses pegmatitos graníticos,
de idade Brasiliana (Neoproterozóico), estão encaixados principalmente em biotita-xistos da
Formação Seridó e em quartzitos e metaconglomerados da Formação Equador. A geologia,
estrutura interna e mineralogia destes pegmatitos graníticos vêm sendo estudadas há mais
de meio século, mas novas espécies minerais continuam a ser descritas, até os dias atuais.
Os primeiros estudos de litogeoquímica, química mineral e de inclusões fluidas, foram
publicados durante a última década e são ainda muito escassos. Desenvolveram-se estudos
de inclusões fluidas, litogeoquímica e química mineral em micas, feldspatos, turmalina,
granada, gahnita e nióbio-tantalatos. Os pegmatitos Boqueirão, Capoeira 1, 2 e 3, e
Quintos, situados no município de Parelhas, Estado do Rio Grande do Norte foram
selecionados para este estudo devido a sua perfeita zonação, no primeiro caso e por causa
de trabalhos mineiros ativos nos outros casos, possibilitando a obtenção sistemática de
amostras frescas e bem localizadas. São pegmatitos heterogêneos típicos, encaixados
discordantemente em quartzitos e metaconglomerados da Formação Equador,
mineralizados em elementos raros, conhecidos classicamente pela produção de tantalatos,
berilo e espodumênio. Os pegmatitos Capoeira e Quintos foram reativados recentemente
para a extração da elbaíta mundialmente conhecida como turmalina Paraíba , de cor azul
turquesa e brilho excepcional. São registrados rosetas de elbaíta crescendo a partir de uma
massa de albita em direção a bolsões de quartzo da parte central dos pegmatito Quintos e
Capoeira 2. Estas feicões sugerem uma origem primária para os agregados elbaíta-albita
em vez de formarem corpos de substituição, como se supunha. A ocorrência de nióbiotantalatos
exóticos na zona II do pegmatito Quintos, sugere um alto grau de fracionamento.
A ocorrência de apófises de quartzo-albita-turmalina, conectado por meio de veios albíticos
à zona de albita do pegmatito Capoeira 2, indica a possibilidade de que os pegmatitos
Capoeira 2 e 3, pequenos e mais fracionados, tenham se formado a partir de apófises do
pegmatito Capoeira 1, maior e menos fracionado. Análises de microssonda eletrônica em
turmalinas negras da zona de borda dos pegmatitos Quintos e Capoeira revelaram tratar-se
de dravitas e não schorlitas como se supunha, baseados em razões Fe/(Fe+Mg) variando
entre 0,30 a 0,48. As elbaítas gemológicas dos pegmatitos Quintos e Capoeira se
distinguem de elbaítas usuais pelos altos teores de CuO, atingindo 1,73% em peso, excesso
de Al na posição estrutural Y e grande vacância (até 0,49apfu) na posição X, confirmando
dados de outros autores. Estes dados indicam que elas se cristalizaram em temperaturas
mais baixas que as elbaítas do pegmatito Boqueirão. As granadas têm de 56% a 88 mol%
de espessartita, onde os maiores teores de Mn foram encontrados nas granadas do
pegmatito Quintos. Não se observam variações químicas consideráveis ao longo de perfis
borda-núcleo em um mesmo cristal de granada. Altas relações Zn/Fe (13,27 a 14,2) e 83,3 a
92,1mol% de gahnita em espinélio verde dos pegmatitos Capoeira 2 e Quintos corroboram
com alto grau de fracionamento destes pegmatitos. Análises de elementos maiores e traços
em muscovitas, por fluorescência de raios-X e por ICP-MS revelam conteúdos de Rb de até
10200 ppm e relações K/Rb variando entre 8 e 69. A interpretação de relações gráficas K/Rb
versus Rb, K/Rb versus Ba, K/Rb versus Zn, K/Rb versus Ga e Al/Ga versus Ga, permitem
classificar, ainda preliminarmente, esses pegmatitos como tipo complexo , subtipo
lepidolita . A química mineral de granada e turmalina são coerentes com esta classificação.
O pegmatito Quintos, de acordo com estes dados, é o que alcançou o maior grau de
fracionamento, seguido por Capoeira 2 e 3, sendo Capoeira 1 e Boqueirão, os menos
fracionados. Dois principais grupos de inclusões fluidas (IF), respectivamente aquosas e
aquocarbônicas, podem ser observadas. As IF aquocarbônicas de baixa salinidade (2-4%
NaCleq., em peso) e 40 a 50 vol. %CO2 líquido, são formadas já durante a cristalização da
zona de contato dos pegmatitos, coexistindo com o magma pegmatítico até o final da
cristalização da zona de blocos de feldspato (III). A fase carbônica dessas IF é
dominantemente CO2, com 0,3 a 1,2mol% de N2 e outros voláteis abaixo dos limites de
detecção da microespectrometria Raman. As IF aquosas, com moderada salinidade (10 a
25% NaCleq., em peso), se individualizaram durante a formação dos núcleos de quartzo e
corpos de substituição, seguidas por inclusões aquosas de baixa salinidade em estágio
tardio da formação do quartzo. Dados microtermométricos de inclusões fluidas, em
combinação com dados petrológicos experimentais existentes sobre as condições de
estabilidade de espodumênio e euclásio, permitem estimar as condições de cristalização
dos pegmatitos entre 580-400ºC e 3,8kbar, em condições isobáricas. A saturação precoce
em H2O e CO2 seguida por saturação em água contrasta com observações em muitas
outras províncias pegmatíticas no mundo, onde dados de IF estão disponíveis. A saturação
precoce em voláteis está também em desacordo com resultados experimentais de saturação
em água, com vidro macusani simulando a cristalização de pegmatitos, mas outros
exemplos de saturação precoce são conhecidos na literatura. Observações de campo,
dados de química mineral e de inclusões fluidas indicam diferenças nos graus de
fracionamento entre os pegmatitos estudados. Os pegmatitos Capoeira 2 e Quintos,
portadores das elbaítas do tipo turmalina Paraíba , são os mais evoluídos. Os dados de
química mineral sugerem um alto grau de fracionamento dos pegmatitos estudados em
comparação com dados de outros pegmatitos da Província. Finalmente, as diferenças no
grau de fracionamento e observações de campo sugerem a possibilidade de diferentes
estágios de formação de pegmatitos na Província
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