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Um estudo do argumento do milagre na defesa do realismo científico / A study of the miracle argument in defense of scientific realismSouza, Edna Alves de 11 December 2014 (has links)
O objetivo principal desta tese é argumentar a favor da intuição básica do realismo científico, com o apoio de uma versão fortalecida e articulada do argumento do milagre. O realismo científico é uma concepção filosófica da ciência que assume uma atitude epistêmica otimista frente aos resultados da investigação científica que abrangem aspectos do mundo tanto observáveis como inobserváveis. Segundo o realismo científico, as entidades inobserváveis postuladas pelas teorias científicas bem-sucedidas têm existência real e essas teorias são verdadeiras ou aproximadamente verdadeiras. Essa atitude positiva é contestada por diversas perspectivas filosóficas conhecidas coletivamente como formas de antirrealismo científico (positivismo lógico, instrumentalismo, empirismo construtivo, historicismo, construtivismo social etc.). Procuramos analisar e rebater três importantes modalidades de argumentação antirrealista: a subdeterminação empírica das teorias, a indução pessimista e a circularidade viciosa da inferência da melhor explicação. Argumentamos que não obstante as diferenças que se mantêm entre as concepções realistas da ciência, o chamado argumento do milagre constitui uma peça central na defesa do realismo científico. Esse argumento se expressa na célebre formulação de Putnam (1975, p. 73), [...] o realismo científico é a única filosofia que não faz do sucesso da ciência um milagre. Para o realista científico, a ciência é bem-sucedida em explicar e prever fenômenos, inclusive novos, porque suas melhores teorias (maduras, não ad hoc, bem-sucedidas empírica e instrumentalmente, provedora de previsões novas, fecundas etc.) são (parcial ou aproximadamente) verdadeiras e as entidades inobserváveis postuladas por essas teorias realmente existem. Argumentamos também que outros esquemas de explicação para o êxito científico baseados em visões antirrealistas ou não-realistas da ciência são insatisfatórios. Examinamos diversas formas de fortalecer o argumento do milagre mediante as qualificações de novidade preditiva e fecundidade teórica, e concluímos que esse argumento continua sendo basilar e estratégico na defesa do realismo científico. / The main objective of this thesis is to argue in favor of the basic intuition of scientific realism, with the support of a strengthened and articulated version of the miracle argument. Scientific realism is a philosophical conception of science that takes an optimistic epistemic attitude towards the results of scientific research concerning both observable and unobservable aspects of the world. According to scientific realism, the unobservable entities postulated by successful scientific theories actually exist, and these theories are true or approximately true. This positive attitude is challenged by various philosophical perspectives known collectively as forms of scientific antirealism (logical positivism, instrumentalism, constructive empiricism, historicism, social constructivism, etc.). We analyze and rebut three important modalities of the antirealist argument: empirical underdetermination of theories, pessimistic induction, and the vicious circularity of inference to the best explanation. We argue that despite the differences that remain between the realist conceptions of science, the so-called miracle argument is a centerpiece in the defense of scientific realism. This argument is expressed in Putnams famous formulation (1975a, p. 73): [...] realism is the only philosophy that doesnt make the success of the science a miracle. For the scientific realist, science is successful in explaining and predicting phenomena, including new ones, because its best theories (mature, not ad hoc, successful empirically and instrumentally, providing new forecasts, fruitful, etc.) are (partially or approximately) true and the unobservable entities postulated by these theories really exist. We also argue that other schemes of explanation of scientific success, based on antirealist or non-realist views of science, are unsatisfactory. We examine various ways of strengthening the miracle argument based on the notions of predictive novelty and theoretical fruitfulness, and we conclude that this argument remains fundamental and strategic in the defense of scientific realism.
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Um estudo do argumento do milagre na defesa do realismo científico / A study of the miracle argument in defense of scientific realismEdna Alves de Souza 11 December 2014 (has links)
O objetivo principal desta tese é argumentar a favor da intuição básica do realismo científico, com o apoio de uma versão fortalecida e articulada do argumento do milagre. O realismo científico é uma concepção filosófica da ciência que assume uma atitude epistêmica otimista frente aos resultados da investigação científica que abrangem aspectos do mundo tanto observáveis como inobserváveis. Segundo o realismo científico, as entidades inobserváveis postuladas pelas teorias científicas bem-sucedidas têm existência real e essas teorias são verdadeiras ou aproximadamente verdadeiras. Essa atitude positiva é contestada por diversas perspectivas filosóficas conhecidas coletivamente como formas de antirrealismo científico (positivismo lógico, instrumentalismo, empirismo construtivo, historicismo, construtivismo social etc.). Procuramos analisar e rebater três importantes modalidades de argumentação antirrealista: a subdeterminação empírica das teorias, a indução pessimista e a circularidade viciosa da inferência da melhor explicação. Argumentamos que não obstante as diferenças que se mantêm entre as concepções realistas da ciência, o chamado argumento do milagre constitui uma peça central na defesa do realismo científico. Esse argumento se expressa na célebre formulação de Putnam (1975, p. 73), [...] o realismo científico é a única filosofia que não faz do sucesso da ciência um milagre. Para o realista científico, a ciência é bem-sucedida em explicar e prever fenômenos, inclusive novos, porque suas melhores teorias (maduras, não ad hoc, bem-sucedidas empírica e instrumentalmente, provedora de previsões novas, fecundas etc.) são (parcial ou aproximadamente) verdadeiras e as entidades inobserváveis postuladas por essas teorias realmente existem. Argumentamos também que outros esquemas de explicação para o êxito científico baseados em visões antirrealistas ou não-realistas da ciência são insatisfatórios. Examinamos diversas formas de fortalecer o argumento do milagre mediante as qualificações de novidade preditiva e fecundidade teórica, e concluímos que esse argumento continua sendo basilar e estratégico na defesa do realismo científico. / The main objective of this thesis is to argue in favor of the basic intuition of scientific realism, with the support of a strengthened and articulated version of the miracle argument. Scientific realism is a philosophical conception of science that takes an optimistic epistemic attitude towards the results of scientific research concerning both observable and unobservable aspects of the world. According to scientific realism, the unobservable entities postulated by successful scientific theories actually exist, and these theories are true or approximately true. This positive attitude is challenged by various philosophical perspectives known collectively as forms of scientific antirealism (logical positivism, instrumentalism, constructive empiricism, historicism, social constructivism, etc.). We analyze and rebut three important modalities of the antirealist argument: empirical underdetermination of theories, pessimistic induction, and the vicious circularity of inference to the best explanation. We argue that despite the differences that remain between the realist conceptions of science, the so-called miracle argument is a centerpiece in the defense of scientific realism. This argument is expressed in Putnams famous formulation (1975a, p. 73): [...] realism is the only philosophy that doesnt make the success of the science a miracle. For the scientific realist, science is successful in explaining and predicting phenomena, including new ones, because its best theories (mature, not ad hoc, successful empirically and instrumentally, providing new forecasts, fruitful, etc.) are (partially or approximately) true and the unobservable entities postulated by these theories really exist. We also argue that other schemes of explanation of scientific success, based on antirealist or non-realist views of science, are unsatisfactory. We examine various ways of strengthening the miracle argument based on the notions of predictive novelty and theoretical fruitfulness, and we conclude that this argument remains fundamental and strategic in the defense of scientific realism.
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