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Sociedade carioca dezenovesca - o negro-cativo, o negro-alforriado e o negro-abandonado no realismo machadiano (1881-1908) / Carioca society in the nineteenth century: slaved african, freed african, abandoned african in the realism of Machado de Assis (1881-1908)Vilarinho, Murilo Chaves 22 June 2015 (has links)
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Previous issue date: 2015-06-22 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES / This thesis seeks to study about African slave in Rio social context in the Second Empire (1840-1889),
and during the first decade of the Old Republic. This chronology seeks to think the African descendant
through three specific social moments: firstly, when slave was the workforce that moved the Brazilian
agricultural export system. Furthermore, he was considered an object by master, who punished it daily. In
this way, slave, who experienced that context, was part of the first social moment, which, according to
this thesis, ended in 1888, when there was Abolition. Secondly, since the slaves were freed by imperial
state, became Africans solely. In fact, these were freed from their shackles and whip. However, they
continued under the auspices of the imperial system until the advent of the Republic Proclamation in
1889. Free slaves experienced this second social moment, which was called the interregnum by this
thesis. Finally, the former slave, now experiencing the condition of African descendant emancipated, was
not inserted inside modern class society that was structured after the Proclamation in 1889. This
individual was left alone. Indeed, the Old Republic not caught him, who continued being a "captive"
person in a society where the slavery essence remained in terms of mentality of the population. African
descendant who were part in context formed the third social moment. With regard to the life of the
captive African, the freed African, and the African abandoned in the imperial society and Republican of
Rio de Janeiro, it is believed that Literature contributes to understanding of social types, given that the
hermeneutic understanding of Ricoeur claims that fiction can reveal essential aspects of reality. This
sociological perspective, rooted in literature, confirms that the writings that were produced in some time
ago can be important memory sources for understanding the social relations that were supported by past
context. In this sense, it is believed that the realist literature in Machado de Assis, one of the canons of
national literature, is able to reveal significant insights about the social context of imperial and republican
Brazil. The realist literature in Machado de Assis, comprising novels, chronic, tales, shows us the social,
political, cultural contexts in nineteenth-century imperial Brazil and during the first republican decade. In
this sense, it is observed that literature can support the understanding about social life in its various
aspects, yesterday and contemporarily. Taking this understanding into account, this thesis seeks to
analyze the representation of social types represented through captive, freed, and abandoned Africans,
which are part in realistic writes by Machado de Assis (1881 -1908). / A presente tese propõe-se a estudar sobre o negro no contexto social carioca do Segundo Reinado (1840-
1889), bem como no da primeira década da República Velha. Essa cronologia possibilita pensar o negro
por meio de três momentos sociais específicos: em primeiro lugar, o negro era a força de trabalho que
conformava o sistema agroexportador brasileiro e objeto de que se dispunha o senhor branco o qual o
oprimia cotidianamente. Desse modo, os cativos, dessa ordem, conformam o primeiro momento social o
qual, segundo essa tese, finaliza-se em 1888, quando a escravidão foi abolida. Em segundo lugar, uma vez
que os escravos foram alforriados pelo Estado imperial, eles tornaram-se negros apenas. Esses
evidentemente se libertaram dos grilhões e da chibata, no entanto continuaram sob os auspícios do
sistema imperial até o advento da Proclamação da República em 1889. Os negros- alforriados, nessa
ordem, conformam o segundo momento social, chamado de interregno por essa tese. Em último lugar, o
antigo escravo, agora experienciando a condição de alforriado, não foi inserido na sociedade moderna de
classes que se estruturava, após a Proclamação de 1889. Esse foi abandonado à própria sorte.
Evidentemente, a República Velha não o amparou, o qual continuou “cativo” de uma sociedade cujas
estruturas arcaicas da escravidão permaneceram irremovíveis da mentalidade e do cotidiano da
população. Os negros dessa ordem consubstanciam o terceiro momento social. No que concerne à vida
do negro- cativo, do negro- alforriado e do negro- abandonado na sociedade carioca imperial e na
republicana, verifica-se que a literatura importantemente contribui para o conhecimento desses tipos
sociais, haja vista que a compreensão hermenêutica de Ricoeur considera que o texto literário pode
revelar aspectos essenciais da realidade, do ter-sido. Essa perspectiva da Sociologia da Literatura
confirma que os escritos de uma época podem ser fontes de memória importantes para o entendimento de
relações sociais que foram respaldadas por contextos passados. Nesse sentido, constata-se que a literatura
realista de Machado de Assis, um dos cânones da literatura nacional, pode revelar perspectivas
significantes sobre o contexto social do Brasil imperial e do republicano. Essa produção, composta por
romances, por crônicas, por contos, evidencia os contextos da sociedade, da política, da cultura, do Brasil
dezenovesco imperial e do da primeira década republicana. Nesse sentido, observa-se que a literatura
pode subsidiar a compreensão sobre a vida em sociedade, considerando-se seus vários aspectos, ontem e
hodiernamente. Em face desse entendimento, essa tese busca analisar a representação dos tipos sociais
negro-cativo, negro-alforriado e negro-abandonado, os quais fizeram parte tanto da sociedade imperial
quanto da republicana, por intermédio de escritos realistas de Machado de Assis (1881 -1908).
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