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O currÃculo e a cultura escolar como espaÃo de poder: praticando estudos culturais numa escola pÃblica / Curriculum and school culture as a place of power: practicing cultural studies in a public schoolFrancisco Josà Rodrigues 20 August 2007 (has links)
nÃo hà / Nosso estudo aborda o currÃculo na perspectiva da cultura escolar, tendo como objeto de investigaÃÃo a problemÃtica das relaÃÃes contenciosas vivenciadas no espaÃo curricular pelos sujeitos envolvidos no processo educativo. O propÃsito do trabalho à investigar, à luz das teorias curriculares contemporÃneas, no territÃrio curricular de uma escola pÃblica, as prÃticas cotidianas dos grupos juvenis dominados, suas relaÃÃes com a cultura oficial dominante e as relaÃÃes de poder que se estabelecem neste encontro de natureza pedagÃgica. Assim sendo, fundamentados na anÃlise cultural, buscamos analisar e esclarecer os processos de construÃÃo e reconstruÃÃo incessante do currÃculo real, conhecendo suas prÃticas e significados. Nesse sentido, optamos por uma abordagem metodolÃgica qualitativa, definindo-a como um estudo de caso, de natureza etnogrÃfica. Utilizamos como instrumentos de recolha de dados a observaÃÃo participante, o diÃrio de campo, entrevistas semi-estruturadas e grupo focal. Os sujeitos se constituÃram de alunos, professores e dirigentes de uma escola pÃblica de Fortaleza-CearÃ, com Ãnfase nos primeiros. A pesquisa revela que a escola estatal se mantÃm como uma agÃncia formadora e socializadora que concede primazia em seu currÃculo à cultura dominante e ao seu desejo de colonizaÃÃo da cultura popular, evidenciando seus vÃnculos com o Estado burguÃs capitalista. O contexto observado desvela um movimento de controle e de disciplinamento dos discentes, enredado pela cultura oficial da escola em busca de assegurar o status quo vigente e as formas de dominaÃÃo prÃprias da sociedade moderna. Para tanto, elabora-se um aparato disciplinar que colima a produÃÃo de mentes e corpos dÃceis entre os estudantes. A escola, enquanto tratado moderno, utiliza a farda, junto do sistema de padronizaÃÃo de aulas, horÃrios, nota mÃdia, entre outras estratÃgias, como uma tecnologia moderna de uniformizaÃÃo e estandardizaÃÃo de comportamentos, prÃticas e visÃes de mundo. Revelam-se, ainda, outros significados e valores associados à farda. A investigaÃÃo esclarece que, nÃo obstante o esforÃo da escola de homogeneizar os estudantes, a dinÃmica cultural do espaÃo curricular e escolar explicita um cenÃrio marcado pela diversidade e pela diferenÃa, tÃpico da sociedade globalizada contemporÃnea. Desvela-se uma trama de mapeamento e ocupaÃÃo desigual dos espaÃos fÃsicos escolares, onde os grupos, de acordo com sua aproximaÃÃo ou distanciamento da cultura oficial dominante no currÃculo, vÃo ocupando os espaÃos mais centrais ou afastando-se para os perifÃricos. Alguns grupos do cenÃrio cultural da escola, passam mesmo a defender os interesses e as necessidades da cultura oficial dominante, em funÃÃo dos ganhos simbÃlicos que sÃo atribuÃdos aos seus aderentes. Nossa investigaÃÃo revela, de outro lado, que o currÃculo e a cultura da escola pesquisada nÃo estÃo caracterizados apenas pelo jogo da dominaÃÃo e da submissÃo; o cotidiano escolar mostra-se marcado por uma sÃrie de acontecimentos contenciosos e dÃspares, que podem ser lidos como tendo um sentido fortemente voltado para o desejo de enfrentamento da perspectiva oficial dominante na escola e no currÃculo e que, portanto, tÃm uma intencionalidade marcada pelo Ãmpeto de resistÃncia e de enfrentamento da ordem oficial. Dessa forma, a resistÃncia e a insubmissÃo tornam-se, tambÃm, marcas da cultura escolar, caracterÃsticas predominantes em alguns grupos do cenÃrio cultural da escola e do currÃculo, colaborando, assim, para o desenvolvimento e manutenÃÃo de um capital contestatÃrio, que passa a integrar as relaÃÃes intersubjetivas dos diversos grupos que compÃem o terreno curricular. A compreensÃo dos fenÃmenos estudados suscita a necessidade de empreendermos novos projetos polÃticos culturais e educacionais mais comprometidos com a autonomia e a liberdade, ensejando vivÃncias inclusivas e marcadas pelo horizonte da diversidade, felicidade e realizaÃÃo plena das pessoas / Our study approaches the curriculum in the perspective of the school culture. Its objective was the quarrelsome relations experienced in the curricular space by the subjects involved in the educational process. Its purpose was to investigate, under the light of the contemporary curricular theories, in the curricular territory of a public school, the routine practices of the dominated youthful groups, its relations with the dominant official culture and the power relations that are established in the encounter of pedagogical nature. Therefore, substantiated in the cultural analysis, we seek to analyze and clearify the incessant construction and reconstruction of the real curriculum and to know its practices and meanings. In that sense, we opted for a qualitative methodological approach, defyning it as a case study of ethnographic nature. We used participant observation as an instrument of data collection, a field journal, semi-structured interviews and focal groups. The subjects were constituted of students, professors and managers of a public school in the city of Fortaleza, Brasil, with emphasis in the students. The research reveals that the state-owned school is a creating and socializing agency that grants primacy to the curriculum of the dominant culture and to its desire of colonization of the popular culture, showing its toes with the bourgeois capitalist State. The context observed uncovers a movement of control and of discipline of the student body, entangled by the official culture of the school seeking to assure the status quo and the forms of domination of the modern society. For such, it elaborates a discipline apparatus that cultivates the production of docile minds and bodies among the students. The school, as a modern treaty, utilizes the uniform, a stardandization system of classes, schedules, average grade, among other strategies, as a modern technology of uniformization and standardization of behaviors, practices and world views. Others meanings and values associated to the uniform are revealed. The research poits out that, despite the effort of the school to homogenize the students, the cultural dynamic of the curricular space sets out a setting marked by diversity and difference, typical of the globalized contemporary society. It shows a story line of mapping and uneven occupation of the school physical spaces, where the groups, according to their closeness or separation of the dominant official culture in the curriculum, occupy the more central spaces or move away to the periphery. Some groups of the cultural setting of the school, even start to defend the interests and the needs of the dominant official culture, in function of the symbolic profits that are attributed to the their adherents. The research shows, on the other hand, that the curriculum and the culture of the school researched are not characterized only by the game of domination and submission; the school routine is marked by a series of disparate and quarrelsome events, that can be read as having a strong sense directed to the desire to clash with the dominant official perspective in the school and in the curriculum Thus, it has the intension marked by the impetus of resistance and of clashing of the official order. For this reason, resistance and non-submission, also, marks of the school culture, predominant characteristics in some groups of the cultural setting of the school and of the curriculum, collaborating, thus, for the development and maintenance of a contentious capital, that starts to integrate the intersubjective relations of the diverse groups that compose the curricular territory. The comprehension of the phenomena studied stirs up the need for new political, cultural, and educational projects that are more committed with autonomy and freedom, offering inclusive experiences and marked by the horizon of diversity, happiness and full achievement of the people
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