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Páginas recolhidas: cultura impressa, modernismo e protocolos de leitura em São Paulo (1922-1928)

Passiani, Enio 10 September 2007 (has links)
Sabe-se que o processo de construção da hegemonia do modernismo paulista deveu muito ao trabalho de consagração de toda uma geração de historiadores, teóricos e críticos da literatura posteriores à Semana de 1922, que atuaram como uma espécie de herdeiros e porta-vozes do repertório modernista de São Paulo. No entanto, durante os anos heróicos, de 1922 a 1928, o grupo paulista já tratava de oficializar sua posição como a mais legítima representante do modernismo nacional. O exercício da auto-consagração se tornou necessário devido às fraturas e tensões que revelavam a existência de muitos modernismos no Brasil, todos eles envolvidos na disputa por um certo certificado de autenticidade, importante para instituir uma das vertentes como a mais genuína. Em meio às dissidências e conflitos, parte do grupo modernista paulista adotou como estratégia de combate a formulação e a divulgação de protocolos de leitura que se revelaram extremamente eficazes no estabelecimento de certas convenções literárias que se impuseram sobre as demais. Os protocolos, publicados sob a forma de revistas, crônicas e manifestos, estabeleceram um modo de ler modernista que, durante as contendas e depois, foi se constituindo como a versão oficial de nossa literatura e cristalizando um tipo de leitura e interpretação do conjunto da história literária brasileira. / Não tem resumo
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Páginas recolhidas: cultura impressa, modernismo e protocolos de leitura em São Paulo (1922-1928)

Enio Passiani 10 September 2007 (has links)
Sabe-se que o processo de construção da hegemonia do modernismo paulista deveu muito ao trabalho de consagração de toda uma geração de historiadores, teóricos e críticos da literatura posteriores à Semana de 1922, que atuaram como uma espécie de herdeiros e porta-vozes do repertório modernista de São Paulo. No entanto, durante os anos heróicos, de 1922 a 1928, o grupo paulista já tratava de oficializar sua posição como a mais legítima representante do modernismo nacional. O exercício da auto-consagração se tornou necessário devido às fraturas e tensões que revelavam a existência de muitos modernismos no Brasil, todos eles envolvidos na disputa por um certo certificado de autenticidade, importante para instituir uma das vertentes como a mais genuína. Em meio às dissidências e conflitos, parte do grupo modernista paulista adotou como estratégia de combate a formulação e a divulgação de protocolos de leitura que se revelaram extremamente eficazes no estabelecimento de certas convenções literárias que se impuseram sobre as demais. Os protocolos, publicados sob a forma de revistas, crônicas e manifestos, estabeleceram um modo de ler modernista que, durante as contendas e depois, foi se constituindo como a versão oficial de nossa literatura e cristalizando um tipo de leitura e interpretação do conjunto da história literária brasileira. / Não tem resumo
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História e Sociologia das Práticas de Leitura: a trajetória de seis leitores oriundos do meio rural

Manke, Lisiane Sias 09 April 2012 (has links)
Made available in DSpace on 2014-08-20T13:47:56Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Lisiane Sias Manke_Tese.pdf: 37056350 bytes, checksum: 16981f8ac8ab45d83f6cf1a24e740f2c (MD5) Previous issue date: 2012-04-09 / The theme of this thesis is the study of the trajectories of readers who come from the rural area; its main objective is to understand the development of reading practices through the analysis of individual structures, by investigating: a) the social circumstances of the past which contributed in the process of incorporating reading inclination.; b) the means and the modes of reading and the reading appropriation of six rural actors. The theoretical tenets which guided the analysis are related to the history of reading studies, regarding the proposals of Roger Chartier, and the sociology of reading and the culture concepts discussed by Bernard Lahire. The investigation was performed with individuals living in the southern region of Rio Grande do Sul State, known in their locale as assiduous readers. They are six readers, four men and two women born and raised in the rural area, over 70 years old, with poor schooling and daily reading in a non-professional way. The methodological approach is related to the proposal of sociology on an individual scale, in which the individual must be deeply investigated, to apprehend the inner plurality of unique individuals. Thus, from four to six interviews were taken profoundly with each one of the readers investigated. The analysis of these readers trajectories made possible the outline of an image of reading practices in the social world, evincing the reader as unique individual in the social field, pervaded by sociability relations which constitute him. In doing so, this research results demonstrated that different instances of socialization contribute to the process of incorporating reading inclination, and that the readers experience different relations with reading during their life trajectory, by being subordinated to internal forces (inclinations) and to external forces (contexts) which interfere in action. Considering the modes of reading, the analysis evinced silent and extensive reading practices, i.e., lonely and silent readings of a significant number of texts, except the reading practice of a Bible reader . Referring to the modes of appropriation of texts, it was possible to notice some ethic-pratical inclinations, in which one may assume participation, identification with the read text, related to a sociohistorical identity of the readers. / Esta tese tem como tema o estudo da trajetória de leitores oriundos do meio rural, com o objetivo principal de compreender o desenvolvimento das práticas de leitura através da análise das estruturas individuais, ao investigar: a) as circunstâncias sociais do passado que contribuíram no processo de incorporação da disposição à leitura; b) os meios e os modos de ler e a apropriação da leitura de seis atores rurais. Os pressupostos teóricos que nortearam a análise estão vinculados aos estudos da história da leitura, a partir do que propõe o historiador Roger Chartier, e aos conceitos da sociologia da leitura e da cultura, discutidos por Bernard Lahire. A investigação foi realizada com indivíduos moradores na região sul do Estado do Rio Grande do Sul, reconhecidos na localidade onde residem como leitores assíduos. Trata-se de seis leitores, quatro homens e duas mulheres, que nasceram e cresceram no meio rural, possuem pouca escolarização, têm mais de 70 anos de idade, e leem cotidianamente, de forma não profissional. O aporte metodológico esteve vinculado à proposta da sociologia à escala individual, na qual o indivíduo deve ser investigado profundamente, de modo a apreender a pluralidade interna dos indivíduos singulares. Sendo assim, foram realizadas de quatro a seis entrevistas em profundidade com cada um dos leitores investigados. Ao analisar a trajetória destes leitores foi possível esboçar uma imagem das práticas de leitura no mundo social, evidenciando o leitor como indivíduo singular no campo social, permeado por relações de sociabilidade que o constituem. Neste sentido, os resultados desta pesquisa demonstraram que diferentes instâncias de socialização contribuem no processo de incorporação da disposição leitora, e que os leitores vivenciam diferentes relações com a leitura durante a trajetória de vida, por estarem submetidos a forças interna (disposições) e a forças externas (contextos) que interferem na ação. Em relação às maneiras de ler, a análise evidenciou práticas de leitura silenciosas e extensivas, ou seja, leituras solitárias e em silêncio, de um significativo número de textos, com exceção da prática de leitura de uma leitora da Bíblia . Ao que se refere aos modos de apropriação dos textos, foi possível perceber disposições ético-práticas, nas quais se pressupõe uma participação, uma identificação com o texto lido, vinculada a identidade sócio-histórica dos leitores.

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