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O sofrimento ps??quico da mulher no p??s-parto: uma express??o de resist??ncia ao modelo tradicional de maternidadeRamos, Fl??via Regina Agra da Silva 08 December 2006 (has links)
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Previous issue date: 2006-12-08 / This study had the aim to reflect on the by the modern woman after giving birth, particularly the one interpreted by the current biomedical paradigm as postnatal depression . On the contrary of the majority of researches about the issue which associate the phenomenon to physiological alterations related to birth and a supposed emotional fragility characteristic of women we prefer to understand this psychic postnatal suffering as one amongst other possible dimensions of the maternity experience. Our approach is based on the ideas of authors who have studied the social and economical aspects which influenced, during the last three centuries, the construction of the notion of bourgeois family, as well as how the model of the good mother (according to Rousseau) was created in history and then, imposed to the modern woman. To complement this bibliographic survey, we conducted a brief field research with Xavante Indians, in order to get to know how women in this tribe experience maternity, given that their cultural context is completely different from the urban one. The parallel between these two cultures allowed us to elaborate a critical discussion of the modern urban values that guide the experience of the contemporary maternity / Esta disserta????o teve como objetivo refletir sobre o sofrimento ps??quico vivenciado por muitas mulheres burguesas modernas no per??odo p??s-parto, nomeado pelo modelo biom??dico por depress??o p??s-parto . Ao contr??rio da maioria das pesquisas realizadas sobre o tema - que associa o fen??meno ??s altera????es fisiol??gicas relacionadas ao parto, a uma suposta fragilidade emocional comum ??s mulheres e a hist??ria familiar e subjetiva da pu??rpera buscamos compreender o sofrimento ps??quico da mulher neste per??odo sob uma perspectiva diferenciada, propondo que tal sofrimento ?? apenas uma das muitas dimens??es poss??veis da viv??ncia da maternidade. Para tanto, investigamos como foi criado o modelo de boa m??e imposto ?? mulher burguesa moderna, a partir de autores que se dedicaram a estudar os aspectos socioculturais e econ??micos que influenciaram, nos ??ltimos tr??s s??culos, a constru????o da fam??lia burguesa. Entramos em contato com a cultura Xavante, na qual as mulheres vivenciam a maternidade em contexto pol??tico, econ??mico, social e cultural bastante distinto daquelas burguesas dos grandes centros urbanos, com a inten????o de relativizar os conceitos da sociedade moderna que tende a universalizar os valores que norteiam a viv??ncia da gesta????o-parto e puerp??rio na sociedade de produ????o. Por fim, propomos que este fen??meno seja compreendido como uma forma da mulher expressar sentimentos banidos pela sociedade simulacral, nos termos que Baudrillard a define, e de resistir ao modelo tradicional de maternidade
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