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Mecanização e intensificação do trabalho no corte de cana do CAI canavieiro do estado de São PauloReis, Leonardo Ferreira 14 November 2012 (has links)
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Previous issue date: 2012-11-14 / Financiadora de Estudos e Projetos / Assuming that the work is the central category in the production process, the relationship between the recent modernization, in special in the harvesting activities, and the manual harvesting work intensification were studied in the Sugarcane Agroindustrial Complex of São Paulo State. The work intensification, which involves high energy expenditure by the workers, is produced by a strong degradation of their life and work quality, in special as a result of the meritocracy system adopted for their payment, once it takes into account the sugar cane harvesting production per worker. The modernization of the Brazilian agriculture, that started in the 60`s, heavily influenced the manual work intensification. At that time, the Brazilian organization model encouraged an aggressive concentration of land and capital, and tried to suppress most of the social workers movements in rural areas. In the 90 s, the sugar and alcohol sectors presented a sharp increase, mainly due to the broad plan for implementing the use of biofuels, specially produced from sugarcane. A new process of modernization started in 2007, when an agri-environment protocol was signed up between sugar cane mills owners and the State of Sao Paulo government. Seeking to reduce the environmental and social liabilities of this sector, this protocol prescribes the end, by 2014, of the pre-harvesting sugarcane burning in areas where harvesting could be mechanized. The present study includes information from three sugarcane mills and from interviews with actors of the Agroindustrial Sugarcane Complex of São Paulo State to evaluate the consequences of sugarcane harvesting mechanization on manual harvesting labor intensification. Taking into account the harvesting costs, it was obtained a value of R$6.24/ton by using manual harvesting and R$3.41/ton to R$5.33/ton when harvesting was mechanized, taking into account 860 and 550 ton/day of harvested sugarcane. ..These results indicate a great economic advantage of the mechanized over the manual harvesting. Therefore, it was observed that mechanization did not attain the goals proposed by the agri-environment protocol. The sugarcane manual harvesting is still widely used to support the mechanization harvesting , which include areas of high slope and low machine accessability. Higher productivity areas are mechanized to obtain higher benefit/cost, leaving those of low productivity for manual harvesting. The comparison of the historical series data of the manual harvesting productivity between 2007/2008 and 2011/2012 indicates that sugarcane harvesting mechanization is responsible for the increase of labor work intensification, This increase in work intensification 10 is a consequence of the effort to attain about the same wage as before harvesting mechanization was implemented. / Partindo do princípio de que o trabalho é a categoria central do processo produtivo, esta pesquisa teve como objetivo entender as relações entre o processo de modernização recente no Complexo Agroindustrial Canavieiro do Estado de São Paulo, destacando-se a mecanização da colheita, e a intensificação do trabalho no corte manual de cana. O processo de intensificação do trabalho no corte manual de cana é motivado pelas condições de trabalho e vida desses homens e mulheres e, principalmente, pela meritocracia da remuneração nessa atividade, feita através do pagamento por produção. Essas condições são fruto de fatos históricos, tendo sido fortemente influenciadas pelo processo de modernização da agricultura brasileira que se deu a partir da década de 60, quando o modelo de desenvolvimento implantado no Brasil incentivou uma agressiva concentração de terras e capitais e reprimiu movimentos de resistência dos trabalhadores rurais. Após a abertura comercial e política do Brasil na década de 90, o setor sucroalcooleiro paulista passou por um novo processo de crescimento, alavancando a mecanização da produção de cana-de-açúcar como uma forma de resposta às pressões da sociedade pela diminuição dos passivos sócio-ambientais do setor. Esse processo culminou na assinatura, em 2007, do protocolo agroambiental entre usineiros e o governo do Estado de São Paulo, que estipulou o fim da queima dos canaviais em áreas mecanizáveis, até 2014. A partir da análise histórica do setor canavieiro em São Paulo, de estudos de caso de três usinas, cinco alojamentos duas cidades de origem, procurou-se avaliar as consequências da mecanização do corte de cana para os trabalhadores manuais. Primeiramente, verificou-se que o custo de operação de uma frente de corte manual (R$ 6,24/tonelada) é maior que o de uma frente mecanizada, com custo de operação entre R$3,14/tonelada e R$5,33/tonelada de cana colhida, respectivamente, para uma produção 860 e 550 toneladas de cana colhidas por dia por máquina. Denota-se, assim, certa vantagem econômica do corte mecanizado sobre o manual, principalmente em canaviais com elevada produtividade. Porém, a implementação da atividade mecanizada exige grande concentração de capital e apresenta diversas restrições técnicas, de forma que, como se constatou nas pesquisas de campo, o trabalho manual no corte de cana é ainda amplamente utilizado para complementar o corte mecanizado, sendo utilizado em terrenos pantanosos, pedregosos e de alta declividade. Para se obter maior relação custo/benefício, geralmente, apenas as áreas planas e que proporcionam maior produtividade são mecanizadas, deixando os talhões de menor produção de cana para o corte manual. Portanto, a relação entre o sistema de corte 8 manual e mecanizado acarreta em intensificação do trabalho manual, pois, o aumento do dispêndio de energia pelo trabalhador é necessário para que ele consiga pagamento similar ao obtido antes da mecanização. Por fim, para respaldar essa conclusão, a comparação dos dados da série histórica de produtividade do corte manual entre as safras 2007/08 e 2011/12, mostra que, mesmo com a diminuição do número de postos de trabalho manuais no setor devido à mecanização do corte de cana, há um aumento da produtividade, em toneladas de cana colhidas por trabalhador.
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