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Efeito da correção cirúrgica nas variáveis do teste cardiopulmonar de exercício em pacientes com insuficiência mitral crônica. / Effect of surgical correction on cardiopulmonary exercise testing in patients with organic mitral regurgitation.

Togna, Dorival Júlio Della 09 May 2012 (has links)
Introdução: A Insuficiência Mitral (IM) crônica orgânica tem fisiopatologia complexa. Os sintomas de insuficiência cardíaca e piora da capacidade funcional, podem aparecer apenas tardiamente, quando já existe disfunção contrátil do ventrículo esquerdo (VE). O teste cardiopulmonar de exercício (TCPE) pode avaliar objetivamente a capacidade funcional e auxiliar a conduta médica nos pacientes com IM, mas, pouco se conhece sobre o efeito da cirurgia em suas variáveis. Objetivos: Avaliar os efeitos da correção cirúrgica da IM nas variáveis do TCPE realizados em bicicleta e em esteira rolante. Métodos: Foram selecionados 72 pacientes com IM grave e submetidos à cirurgia corretiva da valvopatia, sendo nestes realizados ecocardiograma (ECO) e TCPE ± 30 dias antes da cirurgia, e de seis a 12 meses após a cirurgia. Resultados: A média das idades foi de 49,9 ± 16,9 anos. Houve predominância do sexo masculino, da etiologia degenerativa e da classe funcional I ou II pela NYHA em 41 pacientes (56,9%), 50 pacientes (69,4%) e 51 pacientes (70,8%), respectivamente. O reparo mitral foi realizado em 47 pacientes (65,3%) e a troca valvar em 25 pacientes. Após a cirurgia houve redução do volume atrial esquerdo (VAE), de 124,4 ± 58,9 ml para 76,4 ± 34,0 ml (p<0,001), do volume diastólico final do VE (VDFVE), de 151,7 ± 35,7ml para 109,6 ± 42,8 ml (p<0,001), do volume sistólico final do VE (VSFVE), de 47,6 ± 18,0 para 43,9 ± 27,1ml (p<0,001), da fração de ejeção (FE), de 69,1 ± 6,3 para 61,30 ± 8,2% (p<0,001) e da pressão sistólica em artéria pulmonar (PSAP), de 46,7 ± 15,9 para 35,4 ± 12,5 mm Hg (p<0,001). Também foi observado uma diminuição do consumo de oxigênio (VO2) pico em ambas as modalidades de exercício após a cirurgia (bicicleta: de 1356 ± 506 para 1269 ± 408 mL.min-1, p=0,015; esteira: de 1618 ± 579 para 1536 ± 447 mL.min-1, p=0,06), assim como a variável OUES (bicicleta: de 1530 ± 516 para 1414 ± 415, p=0,001; esteira: de 1761 ± 585 para 1691 ± 508, p=0,050). O pulso de oxigênio (O2) aumentou após a cirurgia apenas no TCPE realizado em esteira, de 10,7 ± 4,0 para 11,5 ± 3,2 mL.bat-1 (p=0,023). No TCPE realizado em esteira, a diferença percentual do OUES apresentou significativa correlação negativa com a diferença percentual do VDFVE (r=-0,277; p=0,034), do VAE (r=-0,275; p=0,035) e da PSAP (r=-0,282; p=0,041), respectivamente. No TCPE realizado na bicicleta, a diferença percentual do OUES revelou correlação negativa apenas com a diferença percentual da PSAP (r=-0,359; p=0,010). Conclusão: A cirurgia valvar mitral, não determinou aumento do VO2 pico e do OUES apesar da melhora sintomática avaliada pela classe funcional (NYHA). Entretanto, a variável OUES apresentou correlação negativa com parâmetros ecocardiográficos de remodelação cardíaca. O TCPE é uma ferramenta útil e promissora, podendo auxiliar na conduta médica em pacientes com IM. / Introduction: Chronic organic Mitral Regurgitation (MR) has a complex physiopathology. The symptoms of heart failure and functional capacity worsening may appear too late, when a left ventricle (LV) contractile dysfunction already exists. The cardiopulmonary exercise testing (CPET) may objectively assess the functional capacity and helps in the medical conduct concerning patients with MR, but little is known about the surgery effect on its variables. Objectives: To evaluate the effects of the MR surgical correction on the variables related to the CPET performed on stationary bicycle and treadmill. Methods: A total of 72 patients with severe MR were selected and underwent a surgery for valvulopathy correction and an echocardiogram (ECHO) and CPET were performed around 30 days before the surgery and then from six to 12 months after the surgery. Results: The patients were aged an average 49.9 ± 16.9 years. There was a predominance of male patients [41 patients (56.9%)], degenerative etiology [50 patients (69.4%)] and NYHA I or II functional class [51 patients (70.8%)]. Forty-seven (47) patients (65.3%) had their mitral valves repaired and 25 patients had them replaced. After the surgery, there was a reduction in the left atrial volume (LAV) from 124.4 ± 58.9 ml to 76.4 ± 34.0 ml (p<0.001), in the LV end-diastolic volume (LVEDV) from 151.7 ± 35.7ml to 109.6 ± 42.8 ml (p<0.001), in the LV end-systolic volume (LVESV) from 47.6 ± 18.0 to 43.9 ± 27.1ml (p<0.001), in the ejection fraction (EF) from 69.1 ± 6.3 to 61.30 ± 8.2% (p<0.001) and in the pulmonary artery systolic pressure (PASP) from 46.7 ± 15.9 to 35.4 ± 12.5 mm Hg (p<0.001). A reduction in the peak consumption of oxygen (VO2) was also observed in both types of exercise testing after the surgery (stationary bicycle: from 1356 ± 506 to 1269 ± 408 mL.min-1, p=0.015; treadmill: from 1618 ± 579 to 1536 ± 447 mL.min-1, p=0.06), as well as in the variable Oxygen Uptake Efficiency Slope (OUES) (stationary bicycle: from 1530 ± 516 to 1414 ± 415, p=0.001; treadmill: from 1761 ± 585 to 1691 ± 508, p=0.050). Pulse oxymetry readings (O2) increased after the surgery only for the CPET performed on the treadmill from 10.7 ± 4.0 to 11.5 ± 3.2 mL. heartbeat -1 (p=0.023). For the CPET performed on the treadmill, the OUES percent difference showed significant negative correlation with the percent difference of LVEDV (r=-0.277; p=0.034), LAV (r=-0.275; p=0.035) and PASP (r=-0.282; p=0.041), respectively. For the CPET performed on the stationary bicycle, the percent difference of the OUES showed a negative correlation only with the percent difference of PSAP (r=-0.359; p=0.010). Conclusion: The mitral valve surgery caused no increase in the peak VO2 or OUES despite the symptomatic improvement as assessed through the functional class (NYHA). However, the variable OUES showed negative correlation with the echocardiographic parameters of cardiac remodeling. The CPET is a useful and promising tool, and may help in the medical conduct concerning patients with MR.
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Efeito da correção cirúrgica nas variáveis do teste cardiopulmonar de exercício em pacientes com insuficiência mitral crônica. / Effect of surgical correction on cardiopulmonary exercise testing in patients with organic mitral regurgitation.

Dorival Júlio Della Togna 09 May 2012 (has links)
Introdução: A Insuficiência Mitral (IM) crônica orgânica tem fisiopatologia complexa. Os sintomas de insuficiência cardíaca e piora da capacidade funcional, podem aparecer apenas tardiamente, quando já existe disfunção contrátil do ventrículo esquerdo (VE). O teste cardiopulmonar de exercício (TCPE) pode avaliar objetivamente a capacidade funcional e auxiliar a conduta médica nos pacientes com IM, mas, pouco se conhece sobre o efeito da cirurgia em suas variáveis. Objetivos: Avaliar os efeitos da correção cirúrgica da IM nas variáveis do TCPE realizados em bicicleta e em esteira rolante. Métodos: Foram selecionados 72 pacientes com IM grave e submetidos à cirurgia corretiva da valvopatia, sendo nestes realizados ecocardiograma (ECO) e TCPE ± 30 dias antes da cirurgia, e de seis a 12 meses após a cirurgia. Resultados: A média das idades foi de 49,9 ± 16,9 anos. Houve predominância do sexo masculino, da etiologia degenerativa e da classe funcional I ou II pela NYHA em 41 pacientes (56,9%), 50 pacientes (69,4%) e 51 pacientes (70,8%), respectivamente. O reparo mitral foi realizado em 47 pacientes (65,3%) e a troca valvar em 25 pacientes. Após a cirurgia houve redução do volume atrial esquerdo (VAE), de 124,4 ± 58,9 ml para 76,4 ± 34,0 ml (p<0,001), do volume diastólico final do VE (VDFVE), de 151,7 ± 35,7ml para 109,6 ± 42,8 ml (p<0,001), do volume sistólico final do VE (VSFVE), de 47,6 ± 18,0 para 43,9 ± 27,1ml (p<0,001), da fração de ejeção (FE), de 69,1 ± 6,3 para 61,30 ± 8,2% (p<0,001) e da pressão sistólica em artéria pulmonar (PSAP), de 46,7 ± 15,9 para 35,4 ± 12,5 mm Hg (p<0,001). Também foi observado uma diminuição do consumo de oxigênio (VO2) pico em ambas as modalidades de exercício após a cirurgia (bicicleta: de 1356 ± 506 para 1269 ± 408 mL.min-1, p=0,015; esteira: de 1618 ± 579 para 1536 ± 447 mL.min-1, p=0,06), assim como a variável OUES (bicicleta: de 1530 ± 516 para 1414 ± 415, p=0,001; esteira: de 1761 ± 585 para 1691 ± 508, p=0,050). O pulso de oxigênio (O2) aumentou após a cirurgia apenas no TCPE realizado em esteira, de 10,7 ± 4,0 para 11,5 ± 3,2 mL.bat-1 (p=0,023). No TCPE realizado em esteira, a diferença percentual do OUES apresentou significativa correlação negativa com a diferença percentual do VDFVE (r=-0,277; p=0,034), do VAE (r=-0,275; p=0,035) e da PSAP (r=-0,282; p=0,041), respectivamente. No TCPE realizado na bicicleta, a diferença percentual do OUES revelou correlação negativa apenas com a diferença percentual da PSAP (r=-0,359; p=0,010). Conclusão: A cirurgia valvar mitral, não determinou aumento do VO2 pico e do OUES apesar da melhora sintomática avaliada pela classe funcional (NYHA). Entretanto, a variável OUES apresentou correlação negativa com parâmetros ecocardiográficos de remodelação cardíaca. O TCPE é uma ferramenta útil e promissora, podendo auxiliar na conduta médica em pacientes com IM. / Introduction: Chronic organic Mitral Regurgitation (MR) has a complex physiopathology. The symptoms of heart failure and functional capacity worsening may appear too late, when a left ventricle (LV) contractile dysfunction already exists. The cardiopulmonary exercise testing (CPET) may objectively assess the functional capacity and helps in the medical conduct concerning patients with MR, but little is known about the surgery effect on its variables. Objectives: To evaluate the effects of the MR surgical correction on the variables related to the CPET performed on stationary bicycle and treadmill. Methods: A total of 72 patients with severe MR were selected and underwent a surgery for valvulopathy correction and an echocardiogram (ECHO) and CPET were performed around 30 days before the surgery and then from six to 12 months after the surgery. Results: The patients were aged an average 49.9 ± 16.9 years. There was a predominance of male patients [41 patients (56.9%)], degenerative etiology [50 patients (69.4%)] and NYHA I or II functional class [51 patients (70.8%)]. Forty-seven (47) patients (65.3%) had their mitral valves repaired and 25 patients had them replaced. After the surgery, there was a reduction in the left atrial volume (LAV) from 124.4 ± 58.9 ml to 76.4 ± 34.0 ml (p<0.001), in the LV end-diastolic volume (LVEDV) from 151.7 ± 35.7ml to 109.6 ± 42.8 ml (p<0.001), in the LV end-systolic volume (LVESV) from 47.6 ± 18.0 to 43.9 ± 27.1ml (p<0.001), in the ejection fraction (EF) from 69.1 ± 6.3 to 61.30 ± 8.2% (p<0.001) and in the pulmonary artery systolic pressure (PASP) from 46.7 ± 15.9 to 35.4 ± 12.5 mm Hg (p<0.001). A reduction in the peak consumption of oxygen (VO2) was also observed in both types of exercise testing after the surgery (stationary bicycle: from 1356 ± 506 to 1269 ± 408 mL.min-1, p=0.015; treadmill: from 1618 ± 579 to 1536 ± 447 mL.min-1, p=0.06), as well as in the variable Oxygen Uptake Efficiency Slope (OUES) (stationary bicycle: from 1530 ± 516 to 1414 ± 415, p=0.001; treadmill: from 1761 ± 585 to 1691 ± 508, p=0.050). Pulse oxymetry readings (O2) increased after the surgery only for the CPET performed on the treadmill from 10.7 ± 4.0 to 11.5 ± 3.2 mL. heartbeat -1 (p=0.023). For the CPET performed on the treadmill, the OUES percent difference showed significant negative correlation with the percent difference of LVEDV (r=-0.277; p=0.034), LAV (r=-0.275; p=0.035) and PASP (r=-0.282; p=0.041), respectively. For the CPET performed on the stationary bicycle, the percent difference of the OUES showed a negative correlation only with the percent difference of PSAP (r=-0.359; p=0.010). Conclusion: The mitral valve surgery caused no increase in the peak VO2 or OUES despite the symptomatic improvement as assessed through the functional class (NYHA). However, the variable OUES showed negative correlation with the echocardiographic parameters of cardiac remodeling. The CPET is a useful and promising tool, and may help in the medical conduct concerning patients with MR.

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