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O rito (fúnebre) individual do neurótico em tempos de dessocialização da morte e do luto: uma leitura psicanalítica das tatuagens in memoriam / The neurotic s individual (funeral) rite in times of desocialization of death and mourning: a psychoanalytic reading of in loving memory tattoosPinho, Miriam Ximenes 20 August 2015 (has links)
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Previous issue date: 2015-08-20 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / For centuries, the death was treated as a social and public event taking place accompanied by
sacred rites. Right after the World War I, a precipitation of the dismantling of the traditional
models of care for the dying and the bereaved just occurred. Death has become taboo and that
same ban hit everything that it refers, including the mourning that has become an intimate and
lonely experience. The desecration of death led to unritualized mourning, however, this did
not imply neglect or abandonment of the Dead. Instead, we observe the emergence of new
forms of relationship with the Dead in which the rites appear reconfigured, the manner of a
bricolage. In order to study these new configurations we have chosen to investigate one of
them that is called "in loving memory tattoos" produced due to a bereavement. This research
suggests that in loving memory tattoos constitute an neurotic s individual (funeral) rite , that
is, a private way of ritualizing mourning and paying funeral tribute in times of suppression of
the death of social spaces and unritualized mourning. As we consider the making of a
memorial tattoo a private rite, it was important to investigate the function of this rite that can
both serve as a possible treatment of the real by the symbolic order in a kind of mourning
written on the skin, as a rite that it aims to prolong the relationship with the departed one,
producing an endless mourning in which the writing of the mourning never ends / Durante séculos, a morte foi tratada como um fato social e público que ocorria acompanhado
por ritos sagrados. Logo após a Primeira Guerra, observou-se a precipitação do
desmantelamento dos modelos tradicionais de cuidados aos agonizantes e amparo aos
enlutados. A morte tornou-se tabu e essa mesma interdição atingiu tudo o que a ela se refere,
incluindo o luto que se tornou uma experiência íntima e solitária. A dessacralização da morte
levou à desritualização do luto, porém isso não implicou em abandono ou esquecimento dos
mortos. Ao contrário, observamos a emergência de novas modalidades de relação com os
mortos em que os ritos aparecem reconfigurados, ao modo de um bricolage. Com o intuito de
estudar essas novas configurações, optamos por investigar uma delas, as chamadas tatuagens
in memoriam produzidas em decorrência de um luto. Essa pesquisa sugere que as tatuagens
in memoriam se constituem em um rito fúnebre individual do neurótico , isto é, um modo
privado de ritualizar o luto e prestar tributo fúnebre em tempos de dessocialização da morte e
desritualização do luto. Ao considerarmos a produção das tatuagens in memoriam um rito
privado coube-nos investigar a função desse rito que pode tanto servir como tratamento
possível do real pelo simbólico em forma de uma escrita do luto grafada no corpo, quanto um
rito que visa prolongar a relação com o ser perdido, produzindo um luto interminável em que
a escrita do luto não se conclui
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