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Transições paradigmáticas: do combate à seca à convivência com o semiárido nordestino, o caso do programa um milhão de cisternas no município de Afogados da Ingazeira PEPONTES, Emilio Tarlis Mendes 31 January 2010 (has links)
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Previous issue date: 2010 / Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico / O semiárido brasileiro é, historicamente, marcado pelo discurso do combate à seca, o qual,
por séculos, se manteve hegemônico. Nessa região, caracterizada pelas chuvas mal
distribuídas e concentradas em poucos meses do ano, as secas periódicas foram apontadas
como o principal vetor que impedia o desenvolvimento. Desse modo, as políticas
implementadas não tinham por finalidade a resolução do problema central; pelo contrário,
queriam acabar com a seca para, assim, melhorar a situação de vida de sua população. Por
outro lado, nas últimas três décadas, entendeu-se que as secas não representam um entrave,
os sertanejos devem ter a compreensão, portanto, de que é possível conviver com o
semiárido: é o momento da convivência. Neste trabalho, observa-se que esse novo discurso
evidencia a viabilidade econômico-social do semiárido, oferecendo material teórico e prático
que desenvolva uma vida produtiva eficiente. Para isso, são necessários projetos nascidos
dos saberes e práticas locais. Além disso, deve-se buscar, pela mobilização social, a
implementação de políticas públicas que beneficiem sua população. Nesse contexto, nasceu
o Programa de Formação e Mobilização Social para a Convivência com o Semiárido - Um
Milhão de Cisternas Rurais (P1MC). Nessa perspectiva, buscou-se fazer um estudo de caso
no município de Afogados da Ingazeira, no vale do Pajeú (PE), um dos primeiros a receber o
P1MC, para compreender essas transições paradigmáticas a partir da atuação de um
programa que se propõe a solucionar a questão do acesso descentralizado à água para beber e
cozinhar nas famílias rurais do sertão. Assim, foram identificados os avanços trazidos pelo
programa para o cotidiano de seus habitantes, a compreensão da importância da participação
comunitária, a relevância do processo educativo para a convivência com o semiárido e
também os obstáculos a serem superados. Com isso, o estudo almeja provocar reflexões que
aprimorem o programa e, ainda mais, o discurso da convivência
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