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Evidências moleculares da transmissão horizontal do vírus da hepatite C (VHC) entre cônjuges / Molecular evidences for horizontal transmission of HCV inside couples

Mello, Isabel Maria Vicente Guedes de Carvalho 09 November 2006 (has links)
A transmissão do VHC vem diminuindo após a implementação de diretrizes de triagem de doadores de sangue e adoção de políticas sociais para reduzir o risco de infecção em UDI, entretanto o VHC ainda constitui um grave problema de saúde pública mundial. Em torno de 10% dos pacientes infectados com VHC não referem exposição a nenhum fator de risco conhecido. Alguns estudos demonstraram a presença de RNA em diferentes secreções, sugerindo a existência de outras rotas de transmissão do VHC. Este estudo teve como objetivo analisar as relações filogenéticas de diferentes regiões genômicas do VHC de cônjuges portadores crônicos e correlacioná-las com seqüências de portadores crônicos não relacionados atendidos no mesmo ambulatório. Foram selecionados 18 pacientes (9 casais) com genótipo concordante entre eles e 42 controles (14 de cada genótipo encontrados nos casais). Foram amplificadas e seqüenciadas as regiões NS3 (~620nt) e NS5B (~360nt). As seqüências foram alinhadas usando o programa Clustal X e Bioedit 6.0.7. A presença do sinal filogenético, nas regiões estudadas, foi analisado através do mapeamento da verossimilhança pelo programa Tree-Puzzle. Os modelos evolucionários foram estimados pelo teste de razão de verossimilhança com o auxílio do programa Modeltest e utilizados para as análises das seqüências NS3, NS3+NS5B (TrN+I+G) e NS5B(TrNef+I+G). Foram empregados os métodos de distância com algoritmo de agrupamento de vizinhos e máxima verossimilhança com o algoritmo de rearranjo dos braços, seccionando a árvore em dois pedaços e ligando em outras partes, para a construção das árvores, pelo programa PAUP*4b10. Foram calculados os valores de bootstrap, com 1000 réplicas, para a verificação da sustentação de ramos nas topologias. Nas análises foram incluídas seqüências referencia do Genbank de diferentes genótipos. Todos os casais tiveram a região NS5B amplificada e seqüenciada, entretanto, não foi possível amplificar e seqüênciar a região NS3 de amostras de 2 casais. Considerando-se as três análises o sinal filogenético foi de 90.5% (NS5B - 199 nt), 92.9% (NS5B - 344 nt), 94.8% (NS3 - 619 nt ) e 96.1% (NS5B + NS3). Como esperado, o melhor sinal filogenético foi obtido com as seqüências das duas regiões concatenadas NS3+NS5B. As análises filogenéticas sugerem fortemente que os vírus dos casais 3, 4, 6, 7, e 8 têm a mesma origem. Na maioria das análises as seqüências dos vírus destes casais formaram um grupo monofilético com valores de bootstrap acima de 70. As seqüências dos outros casais, em algumas situações, apresentaram grupos monofiléticos, contudo os valores de bootstrap não foram significativos. A utilização de seqüências de duas regiões genômicas diferentes suportam a hipótese de que os vírus dos casais 3, 4, 6, 7 e 8 têm a mesma origem. A inclusão de seqüências controle, dos mesmos subtipos encontrados nas amostras dos casais, foram fundamentais para a confirmação dos resultados. Estes resultados indicam fortemente a possibilidade de transmissão entre casais. / HCV transmission has decreased with the adoption of universal blood donors screening and social policies to reduce risk of infection in IVDU, but HCV is still a worldwide health problem. The epidemiological route of infection cannot be identified in a significant proportion of patients. Some studies demonstrated the presence of viral RNA in different secretions, suggesting the existence of other routes for HCV transmission. The aim of this study was to evaluate the phylogenetical relationships among sequences from different HCV genomic regions from sexual partners of chronic infected patients when analyzed among themselves and when analyzed conjointly with sequences from virus found in non related chronic infected patients attended in the same clinic. Eighteen individuals (9 couples with stable relationship without other risk factors for HCV infection) and forty-two control patients (fourteen from each genotype found in the couples) were selected. NS3 (~620 nts) and NS5B (~360 nts) regions were amplified and sequenced. Sequences were aligned using clustal X 1.81 and Bioedit 6.0.7. Phylogenetic signal/noise ratio in the data set was investigated with a likelihood mapping analysis with the program TREE-PUZZLE. Evolutionary models were chosen by Hierarchical Likelihood Ratio Test (hLRTs) using Modeltest 3.06 and used for analyze NS3, NS3+NS5B (TrN+I+G) and NS5B (TrNef+I+G) sequences. Distance and maximum-likelihood (ML) phylogenetical analyses were performed with PAUP*4b10 and the trees were constructed with NJ and heuristic search. Tree bisection and reconnection (TBR) algorithm respectively.Robustness of trees was evaluated by analyzing 1000 bootstrap replicates. Genbank reference sequences from different genotypes were included in data analysis. Sequences from NS5B region were obtained for all samples while it was not possible to get NS3 sequences from only 2 couples. Considering the three analysis, phylogenetical signals were 90.5% (NS5B - 199 nt), 92.9% (NS5B - 344 nt), 94.8% (NS3 - 619 nt ) and 96.1% (NS5B + NS3). As expected, the best phylogenetical signal was obtained with concatened NS3+NS5B sequences. Phylogenetical analysis strongly suggested that virus from couples 3, 4, 6, 7 and 8 had a common origin. In the majority of the analysis, sequences inside these couples clustered in the same monophyletical group with bootstrap values higher than 70. For the other couples, monophyletical groups were observed but these results were not supported by the bootstrap analysis. In conclusion, using sequencing from two different viral genomic regions, we have strongly supported a common source of infection for the two members of five couples. Control sequences from the same subtypes than the couples were crucial to confirm the results. These data strongly support HCV transmission inside couples.
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Evidências moleculares da transmissão horizontal do vírus da hepatite C (VHC) entre cônjuges / Molecular evidences for horizontal transmission of HCV inside couples

Isabel Maria Vicente Guedes de Carvalho Mello 09 November 2006 (has links)
A transmissão do VHC vem diminuindo após a implementação de diretrizes de triagem de doadores de sangue e adoção de políticas sociais para reduzir o risco de infecção em UDI, entretanto o VHC ainda constitui um grave problema de saúde pública mundial. Em torno de 10% dos pacientes infectados com VHC não referem exposição a nenhum fator de risco conhecido. Alguns estudos demonstraram a presença de RNA em diferentes secreções, sugerindo a existência de outras rotas de transmissão do VHC. Este estudo teve como objetivo analisar as relações filogenéticas de diferentes regiões genômicas do VHC de cônjuges portadores crônicos e correlacioná-las com seqüências de portadores crônicos não relacionados atendidos no mesmo ambulatório. Foram selecionados 18 pacientes (9 casais) com genótipo concordante entre eles e 42 controles (14 de cada genótipo encontrados nos casais). Foram amplificadas e seqüenciadas as regiões NS3 (~620nt) e NS5B (~360nt). As seqüências foram alinhadas usando o programa Clustal X e Bioedit 6.0.7. A presença do sinal filogenético, nas regiões estudadas, foi analisado através do mapeamento da verossimilhança pelo programa Tree-Puzzle. Os modelos evolucionários foram estimados pelo teste de razão de verossimilhança com o auxílio do programa Modeltest e utilizados para as análises das seqüências NS3, NS3+NS5B (TrN+I+G) e NS5B(TrNef+I+G). Foram empregados os métodos de distância com algoritmo de agrupamento de vizinhos e máxima verossimilhança com o algoritmo de rearranjo dos braços, seccionando a árvore em dois pedaços e ligando em outras partes, para a construção das árvores, pelo programa PAUP*4b10. Foram calculados os valores de bootstrap, com 1000 réplicas, para a verificação da sustentação de ramos nas topologias. Nas análises foram incluídas seqüências referencia do Genbank de diferentes genótipos. Todos os casais tiveram a região NS5B amplificada e seqüenciada, entretanto, não foi possível amplificar e seqüênciar a região NS3 de amostras de 2 casais. Considerando-se as três análises o sinal filogenético foi de 90.5% (NS5B - 199 nt), 92.9% (NS5B - 344 nt), 94.8% (NS3 - 619 nt ) e 96.1% (NS5B + NS3). Como esperado, o melhor sinal filogenético foi obtido com as seqüências das duas regiões concatenadas NS3+NS5B. As análises filogenéticas sugerem fortemente que os vírus dos casais 3, 4, 6, 7, e 8 têm a mesma origem. Na maioria das análises as seqüências dos vírus destes casais formaram um grupo monofilético com valores de bootstrap acima de 70. As seqüências dos outros casais, em algumas situações, apresentaram grupos monofiléticos, contudo os valores de bootstrap não foram significativos. A utilização de seqüências de duas regiões genômicas diferentes suportam a hipótese de que os vírus dos casais 3, 4, 6, 7 e 8 têm a mesma origem. A inclusão de seqüências controle, dos mesmos subtipos encontrados nas amostras dos casais, foram fundamentais para a confirmação dos resultados. Estes resultados indicam fortemente a possibilidade de transmissão entre casais. / HCV transmission has decreased with the adoption of universal blood donors screening and social policies to reduce risk of infection in IVDU, but HCV is still a worldwide health problem. The epidemiological route of infection cannot be identified in a significant proportion of patients. Some studies demonstrated the presence of viral RNA in different secretions, suggesting the existence of other routes for HCV transmission. The aim of this study was to evaluate the phylogenetical relationships among sequences from different HCV genomic regions from sexual partners of chronic infected patients when analyzed among themselves and when analyzed conjointly with sequences from virus found in non related chronic infected patients attended in the same clinic. Eighteen individuals (9 couples with stable relationship without other risk factors for HCV infection) and forty-two control patients (fourteen from each genotype found in the couples) were selected. NS3 (~620 nts) and NS5B (~360 nts) regions were amplified and sequenced. Sequences were aligned using clustal X 1.81 and Bioedit 6.0.7. Phylogenetic signal/noise ratio in the data set was investigated with a likelihood mapping analysis with the program TREE-PUZZLE. Evolutionary models were chosen by Hierarchical Likelihood Ratio Test (hLRTs) using Modeltest 3.06 and used for analyze NS3, NS3+NS5B (TrN+I+G) and NS5B (TrNef+I+G) sequences. Distance and maximum-likelihood (ML) phylogenetical analyses were performed with PAUP*4b10 and the trees were constructed with NJ and heuristic search. Tree bisection and reconnection (TBR) algorithm respectively.Robustness of trees was evaluated by analyzing 1000 bootstrap replicates. Genbank reference sequences from different genotypes were included in data analysis. Sequences from NS5B region were obtained for all samples while it was not possible to get NS3 sequences from only 2 couples. Considering the three analysis, phylogenetical signals were 90.5% (NS5B - 199 nt), 92.9% (NS5B - 344 nt), 94.8% (NS3 - 619 nt ) and 96.1% (NS5B + NS3). As expected, the best phylogenetical signal was obtained with concatened NS3+NS5B sequences. Phylogenetical analysis strongly suggested that virus from couples 3, 4, 6, 7 and 8 had a common origin. In the majority of the analysis, sequences inside these couples clustered in the same monophyletical group with bootstrap values higher than 70. For the other couples, monophyletical groups were observed but these results were not supported by the bootstrap analysis. In conclusion, using sequencing from two different viral genomic regions, we have strongly supported a common source of infection for the two members of five couples. Control sequences from the same subtypes than the couples were crucial to confirm the results. These data strongly support HCV transmission inside couples.
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Infecção pelo herpesvírus 8 humano (HHV-8) em populações indígenas e não indígenas da Amazônia brasileira / Human herpesvirus-8 infection in amerindian and non-amerindian populations in the brazilian Amazon region

Sumita, Laura Masami 15 October 2009 (has links)
O Hespesvírus 8 humano (HHV-8) é hiperendêmico na população indígena, mas os seus mecanismos de transmissão ainda são desconhecidos. Método: Os anticorpos contra o antígeno LANA e lítico do HHV-8 foram detectados por imunofluorescência, em 339 indígenas e 181 não-indígenas da Amazônia brasileira. Marcadores sorológicos de transmissão oro-fecal (hepatite A), parenteral (hepatites B e C) e sexual (herpes simples 2 e sífilis) foram detectados por Elisa específicos. O DNA do HHV-8, extraído da saliva, foi detectado por nested-PCR e sequenciado. Resultados: Os anticorpos contra o antígeno LANA ou lítico foram detectados em 79,1% nos indígenas e 6,1% nos não-indígenas. A soroprevalência do HHV-8 aumentou com a idade entre os indígenas sendo que as crianças já apresentavam alta prevalência, mas não houve diferença com relação ao sexo em nenhuma das populações. As populações indígenas e nãoindígenas não apresentaram diferenças na soroprevalência para os marcadores de transmissão oro-fecal e parenteral, entretanto a soroprevalência de marcadores de transmissão sexual foi menor entre os indígenas. O DNA do HHV-8 na saliva foi detectado em 23 % dos indígenas soropositivos. A detecção de DNA do HHV-8 diminuiu com a idade e foi mais comum em homens. As amostras positivas foram sequenciadas e agrupadas como subtipo E. Conclusão: Os dados sugerem a hipótese de transmissão horizontal e precoce, via saliva, do subtipo E do HHV- 8 na população indígena. / Human herpes virus type 8 (HHV-8) is hyperendemic in Amerindian populations, but its modes of transmission are unknown. Objectives: 1. Study the Human Herpesvirus-8 Infection and Oral Shedding in Amerindian and Non-Amerindian Populations in the Brazilian Amazon Region. 2. Methods: Antibodies against either HHV-8 latency-associated nuclear antigen (LANA) or HHV-8 lytic antigen were detected, by immunofluorescence assays, in 339 Amerindians and 181 non-Amerindians from the Brazilian Amazon. Serological markers of oro-fecal (hepatitis A), parenteral (hepatitis B and C), and sexual (herpes simplex virus type 2 and syphilis) transmission were measured by specific ELISA. Salivary HHV-8 DNA was detected by use of a nested polymerase chain reaction assay and was sequenced. Results: Antibodies against either LANA antigen or lytic were detected in 79.1% of Amerindians and in 6.1% of non-Amerindians. HHV-8 seroprevalence increased with age among Amerindians and already had high prevalence in childhood but was not sex specific in either population. The 2 populations did not differ in seroprevalence of oro-fecal or parenteral markers, but seroprevalence of markers of sexual transmission was lower among Amerindians. HHV-8 DNA in saliva was detected in 23 % of HHV-8 seropositive Amerindians. Detection of HHV-8 decreased with age and was more common in men. HHV-8 DNA samples were sequenced, and all clustered as subtype E. Conclusion: The data support the hypothesis of early acquisition and horizontal transmission, via saliva, of HHV-8 subtype E in Amerindian populations.
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Infecção pelo herpesvírus 8 humano (HHV-8) em populações indígenas e não indígenas da Amazônia brasileira / Human herpesvirus-8 infection in amerindian and non-amerindian populations in the brazilian Amazon region

Laura Masami Sumita 15 October 2009 (has links)
O Hespesvírus 8 humano (HHV-8) é hiperendêmico na população indígena, mas os seus mecanismos de transmissão ainda são desconhecidos. Método: Os anticorpos contra o antígeno LANA e lítico do HHV-8 foram detectados por imunofluorescência, em 339 indígenas e 181 não-indígenas da Amazônia brasileira. Marcadores sorológicos de transmissão oro-fecal (hepatite A), parenteral (hepatites B e C) e sexual (herpes simples 2 e sífilis) foram detectados por Elisa específicos. O DNA do HHV-8, extraído da saliva, foi detectado por nested-PCR e sequenciado. Resultados: Os anticorpos contra o antígeno LANA ou lítico foram detectados em 79,1% nos indígenas e 6,1% nos não-indígenas. A soroprevalência do HHV-8 aumentou com a idade entre os indígenas sendo que as crianças já apresentavam alta prevalência, mas não houve diferença com relação ao sexo em nenhuma das populações. As populações indígenas e nãoindígenas não apresentaram diferenças na soroprevalência para os marcadores de transmissão oro-fecal e parenteral, entretanto a soroprevalência de marcadores de transmissão sexual foi menor entre os indígenas. O DNA do HHV-8 na saliva foi detectado em 23 % dos indígenas soropositivos. A detecção de DNA do HHV-8 diminuiu com a idade e foi mais comum em homens. As amostras positivas foram sequenciadas e agrupadas como subtipo E. Conclusão: Os dados sugerem a hipótese de transmissão horizontal e precoce, via saliva, do subtipo E do HHV- 8 na população indígena. / Human herpes virus type 8 (HHV-8) is hyperendemic in Amerindian populations, but its modes of transmission are unknown. Objectives: 1. Study the Human Herpesvirus-8 Infection and Oral Shedding in Amerindian and Non-Amerindian Populations in the Brazilian Amazon Region. 2. Methods: Antibodies against either HHV-8 latency-associated nuclear antigen (LANA) or HHV-8 lytic antigen were detected, by immunofluorescence assays, in 339 Amerindians and 181 non-Amerindians from the Brazilian Amazon. Serological markers of oro-fecal (hepatitis A), parenteral (hepatitis B and C), and sexual (herpes simplex virus type 2 and syphilis) transmission were measured by specific ELISA. Salivary HHV-8 DNA was detected by use of a nested polymerase chain reaction assay and was sequenced. Results: Antibodies against either LANA antigen or lytic were detected in 79.1% of Amerindians and in 6.1% of non-Amerindians. HHV-8 seroprevalence increased with age among Amerindians and already had high prevalence in childhood but was not sex specific in either population. The 2 populations did not differ in seroprevalence of oro-fecal or parenteral markers, but seroprevalence of markers of sexual transmission was lower among Amerindians. HHV-8 DNA in saliva was detected in 23 % of HHV-8 seropositive Amerindians. Detection of HHV-8 decreased with age and was more common in men. HHV-8 DNA samples were sequenced, and all clustered as subtype E. Conclusion: The data support the hypothesis of early acquisition and horizontal transmission, via saliva, of HHV-8 subtype E in Amerindian populations.

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