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Fatores de risco e epidemiologia dos distúrbios da comunicação em crianças de cinco anos de idade da coorte de nascimento de 2005 em Aracaju-SE / Communication disorders risk factor and epidemiology in children belonging to live births cohort in 2005 in Aracaju-SESales, Neuza Josina 02 August 2013 (has links)
Children Communication Disorders (CCD) are correlated to multifactorial causes, which interfere on the children´s interaction with the environment. Objectives: To study the relationship between biological, socio demographic and economic, interactional-affective and functional factors with the CCD: speech, voice, orofacial motricity and stomatognathic functions; to determine the prevalence and identify CCD risk and protection factors at five years of age. Method: a cross-sectional study with children belonging to the 2005 live birth cohort from Aracaju-SE. Data collection was done at 141 public and private institutions within Aracaju districts, after taking written authorization from relatives responsible for the children. Validated protocols were used to speech analysis (TERDAF) and orofacial motricity and stomatognathic functions (AMIOFE). The visual-analogical scale (CAPE-V) scores measured voice deviant general level (GGDVDM). Expert speech-language pathologist interviewed the responsible for the children and evaluated them. Univariated and multivariated data analysis were used. Results: 371 children were studied, from both sex and age average of 5.12 years old. Regarding biological factors, 108 (29%) children were born by cesarean sections. Anthropometric measures were taken at birth and 17 (4%) children were low weight. Regarding socio-demographic-economic factors, 126 (34.5%) lived on north area receiving up to three minimum wages as familiar income. Concerning interactional-affective factors, only 23 (6%) mothers take direct care of their children, 338 (91%) children were breast fed, being 244 (66%) longer than three months and 207 (56%) children were cared by employed caregivers. Regarding functional factors, 173 (48%) children said their first words before one year old and 197 (52%) between one and two years of age; 229 (62%) were restless; 110 (30%) presented attention difficulties and 46 (12%) depended on their caregivers to their everyday activities. During sleeping 124 (34%) children were restless, 135 (37%) presented sialorrhea and 114 (31%) snored. The prevalence of CCD was 76.5%, being 65.8% presenting phonological disorder (PD), 26.4% presenting discreet to moderate voice deviant general level (GGDVDM) and 15.4% with mild orofacial motricity dysfunction (DMO). Sixteen phonological processes (PP) of moderated severity were identified and were not expected for this age. The DMO average score was lower on subjects born by cesarean section, presenting inappropriate weight and with relation to the marital situation. The GGDVDM was higher in 47 (34%) children with preponderant quiet temper. The DMO and the GGDVDM showed some difference regarding familiar income. On the multivariated analysis, the protective factor of children´s communication was normal childbirth. The risk factor was preponderant quiet temper and more than four dwellings at residence. Conclusion: there was high prevalence of CCD related to speech, voice and orofacial motricity, with multifactorial etiology. Normal delivery (biological variable) was a protective factor, and the socio-demographic-economic factors such as more than four persons per house and preponderant quiet temper represent greater risk. Surveillance multidisciplinary intervention actions directed to the children and their families may minimize social educational difficulties and promote well-being and quality life in different life periods. / Os distúrbios da comunicação infantil (DCI) estão correlacionados a fatores multifatoriais de origem diversa, os quais interferem na interação da criança com o ambiente em que se insere. Objetivos: avaliar a relação dos fatores biológicos, sociodemográfico-econômicos, interacional-afetivos e funcionais com os DCI: fala, voz, motricidade orofacial e funções estomatognáticas; determinar a prevalência e identificar fatores de risco e de proteção dos DCI aos cinco anos de idade. Método: estudo transversal, realizado com crianças pertencentes à Coorte de nascidos vivos no ano de 2005, de Aracaju-SE. Após assinatura de autorização pelos responsáveis, a coleta dos dados ocorreu em 141 instituições públicas e privadas distribuídas pelos bairros de Aracaju. Utilizaram-se protocolos validados para a análise da fala (TERDAF) e da motricidade orofacial e funções estomatognáticas (AMIOFE). A escala analógico-visual (CAPE-V) com escores mensurou o grau geral do desvio da voz. Após entrevista com os responsáveis, fonoaudiólogas treinadas realizaram as avaliações. Foi utilizada análise uni e multivariada na análise dos dados. Resultados: foram estudadas 371 crianças, de ambos os gêneros e média de 5,12 anos de idade. Assim, 108 (29%) crianças nasceram de parto cesárea e 94 (25%) peso inadequado. Como fatores sociodemográfico-econômicos, 126 (34,5%) residiam na zona norte e 323 (87%) tinham renda familiar de até três salários mínimos. Quanto aos fatores interacional-afetivos, apenas 23 (6%) das mães cuidavam diretamente dos filhos, 348 (94%) crianças eram cuidadas por outras pessoas que não os pais e 338 (91%) crianças recebiam amamentação materna, sendo 244 (66%) por mais de três meses. Quanto aos fatores funcionais, as primeiras palavras foram emitidas antes de um ano por 173 (48%) crianças e por 197 (52%) entre 1-2 anos de idade, 229 (62%) tinham temperamento agitado, 110 (30%) possuíam dificuldade de atenção e 46 (12%) eram dependentes do cuidador em atividades diárias. Durante o sono, 124 (34%) eram agitadas, 135 (37%) apresentavam sialorreia e 114 (31%) roncavam. A prevalência dos DCI ocorreu em 76,5% das crianças, 65,8% com transtorno fonológico, 26,4% com grau geral do desvio da voz discreto-moderado e 15,4% com disfunção da motricidade orofacial grau leve (DMO). Foram identificados dezesseis processos fonológicos de gravidade moderada e não mais esperados para esta idade. A média do escore da DMO foi menor nos nascidos de parto cesárea, peso inadequado e em função da situação conjugal. O grau geral do desvio da voz foi maior em 47 (34%) das crianças com temperamento calmo preponderante. A DMO e o grau geral do desvio de voz mostraram diferença quanto à renda familiar. Na análise multivariada, o fator protetor da comunicação infantil foi o parto normal (p=0,05). O fator de risco identificado foi o temperamento calmo preponderante (p=0,033) e mais de quatro moradores na residência (p=0,012). Conclusão: houve alta prevalência de DCI relacionado à fala, à voz, à motricidade orofacial e funções estomatognáticas correlacionada a fatores multifatoriais. O parto normal foi o fator protetor e ter mais de quatro moradores na residência e temperamento calmo preponderante foram fatores de risco para distúrbios da comunicação. Ações de vigilância com intervenção transdisciplinar com as crianças e suas famílias podem minimizar dificuldades socioeducacionais e promover bem-estar e qualidade de vida nos seus diversos ciclos.
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