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A narrativa histÃrica de TucÃdides e a Guerra do Peloponeso: verdade e ficÃÃo / The historical narrative of Thucydides and the Peloponnesian War: Truth and Fiction.Rafael Ferreira Monteiro 31 March 2014 (has links)
nÃo hà / O historiador grego TucÃdides escreveu a Guerra do Peloponeso porque percebeu que esta guerra seria grande, a maior guerra jà acontecida. A obra marca uma transiÃÃo de tÃcnica narrativa: se, em HerÃdoto, o pai da HistÃria, segundo o orador latino CÃcero, persiste a fÃbula, em TucÃdides hà o rompimento com o mythos, ou seja, a narrativa se constrÃi em termos concretos, pesquisados e analisados previamente (logos). Esse afastamento, contudo, à aparente. De fato, o historiador faz uso da razÃo ao compor sua narrativa, assim como utiliza uma linguagem por vezes âsecaâ e âÃsperaâ e afirma manter-se fiel apenas aos fatos. Como relacionÃ-lo, entÃo, com o mundo da literatura? Devemos analisar a figura do historiador a partir de outro viÃs. Segundo afirma White (1994), o viÃs do modo como uma situaÃÃo histÃrica depende da sutileza e da harmonia entre a estrutura do enredo e o conjunto dos acontecimentos, formando, por meio desse processo, uma operaÃÃo literÃria, criadora de ficÃÃo. O autor pesquisa, compila, analisa, interpreta e, por fim, recria os acontecimentos, reorganiza-os e reconfigura-os, com o intuito de produzir algo concreto, imparcial. A narrativa histÃrica, no entanto, està longe de ser tÃo simplÃria: hà muitas interpretaÃÃes possÃveis, hà muitas intersecÃÃes com outros gÃneros (tais como o Ãpico, o trÃgico e o cÃmico), e com outras Ãreas do conhecimento (a filosofia, a polÃtica, a economia). Assim, o objetivo deste trabalho à justamente apontar tais caracterÃsticas no texto, evidenciando o labor artÃstico, o trabalho com a lÃngua grega e a imaginaÃÃo construtiva do historiador grego ao escrever sua obra. / The Greek historian Thucydides wrote his History of the Peloponnesian War because he realized that war would be big, the biggest one ever happened. His work marks a transition of narrative technique: if in Herodotus, the father of History, according to the Latin orator Cicero, the fable persists, in Thucydides there is a break with the mythos, that is, the narrative is constructed by concrete, researched and previously analyzed terms (logos). This removal is, however, seeming. In fact, the historian makes use of reason to make his narrative, as well as he sometimes uses a language âdryâ and âroughâ and he asserts to keep himself stick only to facts. Then how can we relate him to a literary world? We should analyze the picture of the historian from another perspective. Like asserts White (1994), the perspective of how an historical situation depends on the subtlety harmony between the structure of the plot and the group of actions that build, by way of this process, a literary operation, which creates the fiction. The author researches, gathers, analyzes, interprets and, finally, recreates the facts, rearranges and reconfigures them, in order to produce something concrete, impartial. However, the historical is not that simple: there are many possible interpretations, and there are many intersections with other genres (like epic, tragedy and comedy), and with other areas of knowledge (philosophy, politics, economy). Thus, the aim of this work is precisely to point out these characteristic of the text, proving the artistic value, the work with the Greek language and the constructive imagination of the Greek historian when he writes his work.
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