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O Jejum que Iahweh quer: análise exegética de Isaías 58.1-14Maria Rosa Sosa Iglesias 19 September 2012 (has links)
Uma análise exegética do texto de Isaías 58.1-14 que tem como tema central
o jejum, buscando conhecer quem é Iahweh para este profeta. A primeira
parte aborda a origem do jejum e a sua prática até os dias contemporâneos
no judaísmo. Compreende-se que a prática do jejum está presente no povo
de Israel, desde antes da entrada na terra de Canaã e tem sua origem nos
cultos funerários cananeus, onde se jejuava para evitar que o espírito dos
mortos entrasse nos alimentos. Visam-se diferentes releituras em cada tempo
histórico. O termo hebraico "tsôm" (jejum) abrange um conjunto de ritos, como
por exemplo: colocar cinza na cabeça; deitar sobre pano de saco e cinza;
sacrifícios de animais e orações de lamentação. Na época do primeiro e
segundo templo, o jejum era realizado pelo povo no dia das expiações, isto é,
o dia em que o sumo sacerdote entrava no santo dos santos para pedir a
expiação de seus pecados e os do povo. O significado do jejum é um ato de
auto-humilhação da pessoa ou da comunidade que reconhece suas próprias
culpas e quer obter de Iahweh alguma concessão. No judaísmo atual, este dia
das expiações é o Yom Kippur, dia de expiação dos pecados, dia de jejum por
excelência. Na segunda parte, a tradução do hebraico mostra que o profeta
coloca na boca do povo uma queixa: por que jejuamos e não vês? (Is
58.3a). O verdadeiro jejum é um dia agradável a Iahweh e não um dia de
autossatisfação como estava acontecendo entre este povo. Esse povo era
muito religioso e buscava aparentemente a justiça de Iahweh, mas praticava o
rito do jejum vazio de compromisso com os desvalidos e com a transformação
da sociedade. O verdadeiro jejum que Iahweh quer e aceita é desamarrar as
algemas da maldade, soltar os laços da canga, despedir os esmagados livres,
e toda canga despedaçar. No nível de relações interpessoais é partir o pão;
fazer entrar em casa os desterrados; vestir o nu e não esconder-se daquele
que é tua carne. Essas práticas são as prescrições do ano do jubileu, as quais
são motivo de abundantes bênçãos de Iahweh para quem as pratica. Estas
bênçãos são apresentadas com abundante e rica simbologia: a luz, a água e
o alimento. O texto termina com a prescrição sobre o sábado, dia também de
jejum. No texto emergem assuntos relevantes como o da salvação tão
esperada ao retorno do exílio e que tarda a chegar; as pautas da nova
comunidade proposta que ultrapassam a história e a inclusão universal ou
cosmovisão cósmica. A última parte indica alguns apontamentos para nossa
prática de fé atual como a renovação do compromisso social com os mais
pobres e com a transformação das estruturas injustas da sociedade; uma
revisão dos ritos e gestos litúrgicos; uma pregação que recorda a dimensão
escatológica e a visão cósmica da salvação. / An exegetical analysis of Isaiah 58.1 to 14 which has as central theme the fasting, seeking to know who is Iahweh to this prophet. The first part discusses the origin of the fasting and practice to this day in Judaism. It is thought that the practice of fasting is present in the people of Israel, since before the entrance into the land of Canaan and has its origin in the Canaan funeral services, where the fasting were practiced in order to prevent the spirit of the dead to enter into the food. Different readings were made in each historical time. The Hebrew term "tsom" (fasting) comprises a set of rituals, for example, putting ashes on their heads, lying on sackcloth and ashes, animal sacrifices and prayers of lamentation. At the time of the conclusion of the first and second temple, fasting was done by people on the Day of Atonement, this is, the day the high priest entered the Holy of Holies to seek atonement for their sins and of the people. The significance of fasting is an act of self-humiliation of the person or community that recognizes its own guilt and wants to get some concession from Iahweh. Today this Day of Atonement is Yom Kippur, a day of atonement for sin in Judaism today, and day of fasting for excellence. The second part of the Hebrew translation tells us that the prophet puts in peoples mouth a complaint: Why do we fast and you dont see? (Is 58. 3a). True fasting is a nice day to Iahweh and not a day of self-satisfaction like was happening among people who were very religious and they apparently sought the righteousness of Iahweh, but they practiced the rite of fasting void of commitment to the underprivileged and the transformation of society. True fasting that Iahweh wants and accepts is to untie the bonds of wickedness, to lose the cords of the yoke, to dismiss the crushed free, and to waste all yoke. At the level of interpersonal relationships is the breaking of bread; to come home the exiles, clothe the naked and not hide themselves from their own flesh. These practices are the requirements of the jubilee, which are the reasons of Iahweh's abundant blessings to those who practice. These blessings are presented with rich and abundant symbols: light, water and food. The text ends with a prescription on Saturday, a day for fasting as well. In the text, relevant issues emerge as the salvation of the long-awaited return from exile and so long to arrive, the guidelines of the proposed new community beyond the story and the inclusion of universal or cosmic worldview. In the last part some notes for our current practice of faith as the renewal of the social commitment with the poor and the transformation of unjust structures of society, a revision of the rites and liturgical gestures, preaching that recalls the eschatological and cosmic vision of the salvation.
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