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"A questão da neutralidade: um debate necessário no ensino de ciências" / The neutrality question: a necessary debate at sciences education.Santos, Paulo Roberto dos 02 April 2004 (has links)
O presente estudo é resultado de uma pesquisa teórica, de natureza filosófico-educacional em torno da tese da neutralidade da ciência negada explicitamente pelos Parâmetros Curriculares Nacionais nos volumes que tratam do ensino de Ciências Naturais. O documento reitera insistentemente que o ensino de ciência deve favorecer a reflexão sobre o caráter não-neutro da ciência e suas implicações políticas e sociais, porém não oferece uma definição clara do conceito de neutralidade. Nosso objetivo foi o de identificar os elementos que devem compor uma noção adequada de neutralidade, sendo um dos requisitos o de que a negação da neutralidade da ciência não implique alguma forma de relativismo. Um autor que tem se dedicado a essa questão é Hugh Lacey, cujos trabalhos foram tomados como referencial básico em todas as nossas reflexões. O aspecto fundamental da filosofia da ciência de Lacey é sua abordagem da racionalidade científica em termos de valores (valores cognitivos e valores sociais), não em termos de regras, como acontece na tradição positivista. Ao processo epistemológico de seleção de teorias em termos de compromisso com um conjunto de valores exclusivamente cognitivos, Lacey atribui o atributo da imparcialidade. A defesa da imparcialidade não impede que os valores não-cognitivos (sociais) tenham também um papel essencial na prática científica. A presença de valores sociais no interior da ciência pode dar-se no nível das escolhas tecnológicas concretas neutralidade aplicada , e num nível mais abstrato denominado por Lacey de nível das estratégias neutralidade cognitiva. Em última análise, é a estratégia que vai restringir os tipos de teorias que podem ser desenvolvidas e investigadas pela ciência moderna que, por conseguinte, carece de neutralidade cognitiva. Tal ciência é ensinada nas escolas como modelo único e fechado de racionalidade científica. Nossa conclusão é que uma maneira de se trabalhar o tema da neutralidade de forma construtiva é apresentá-la indiretamente aos alunos, ou seja, mostrando e discutindo outros possíveis sistemas explicativos da natureza. Numa sociedade realmente democrática, é importante que se valorizem os conhecimentos adquiridos por meio de abordagens alternativas. / This present study is the result from a theoric research, of philosophical and educational nature, around the thesis of sciences neutrality explicitly denied by the National Curriculum Parameters, on the books regarding the Natural Sciences teaching. The document says insistently that the teaching of science must aid the reflection about the non-neutral character of science and its political and social implications, however it does not offer a clear position of the concept of neutrality. Our goal was identify the elements that must be part of a proper notion of neutrality, being one of the requested items that the denial of sciences neutrality does not imply any shape of relativism. One author that has been dedicating himself to this question is Hugh Lacey, whose works have been taken as basic references at all our reflections. The fundamental aspect of Laceys sciences philosophy is his approach of sciences rationality on values terms (cognitive values and social values), not in terms of rules, as it happens at the positivist tradition. To the epistemological process of selection of theories in terms with compromise of a key of exclusively cognitive values, Lacey sets the attribution of impartiality. The defense of impartiality does not stop the non-cognitive values (social) from having an essential role at the scientific practice. The presence of social values at sciences core can happen at the technological choices level applied neutrality and, in a more abstract way, named by Lacey strategy level cognitive neutrality. In the end, it is the strategy that will restrict the kind of theories that can be developed and investigated by modern science that, as a consequence, lacks cognitive neutrality. Such science is taught in schools as a single model, away from scientific rationality. Our conclusion is that a way to work with the theme of neutrality in a constructive way is to present it indirectly to the students, that is, showing and discussing other possible systems that explain Nature. In a really democratic society, it is important to praise the knowledge acquired by other alternative approaches.
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"A questão da neutralidade: um debate necessário no ensino de ciências" / The neutrality question: a necessary debate at sciences education.Paulo Roberto dos Santos 02 April 2004 (has links)
O presente estudo é resultado de uma pesquisa teórica, de natureza filosófico-educacional em torno da tese da neutralidade da ciência negada explicitamente pelos Parâmetros Curriculares Nacionais nos volumes que tratam do ensino de Ciências Naturais. O documento reitera insistentemente que o ensino de ciência deve favorecer a reflexão sobre o caráter não-neutro da ciência e suas implicações políticas e sociais, porém não oferece uma definição clara do conceito de neutralidade. Nosso objetivo foi o de identificar os elementos que devem compor uma noção adequada de neutralidade, sendo um dos requisitos o de que a negação da neutralidade da ciência não implique alguma forma de relativismo. Um autor que tem se dedicado a essa questão é Hugh Lacey, cujos trabalhos foram tomados como referencial básico em todas as nossas reflexões. O aspecto fundamental da filosofia da ciência de Lacey é sua abordagem da racionalidade científica em termos de valores (valores cognitivos e valores sociais), não em termos de regras, como acontece na tradição positivista. Ao processo epistemológico de seleção de teorias em termos de compromisso com um conjunto de valores exclusivamente cognitivos, Lacey atribui o atributo da imparcialidade. A defesa da imparcialidade não impede que os valores não-cognitivos (sociais) tenham também um papel essencial na prática científica. A presença de valores sociais no interior da ciência pode dar-se no nível das escolhas tecnológicas concretas neutralidade aplicada , e num nível mais abstrato denominado por Lacey de nível das estratégias neutralidade cognitiva. Em última análise, é a estratégia que vai restringir os tipos de teorias que podem ser desenvolvidas e investigadas pela ciência moderna que, por conseguinte, carece de neutralidade cognitiva. Tal ciência é ensinada nas escolas como modelo único e fechado de racionalidade científica. Nossa conclusão é que uma maneira de se trabalhar o tema da neutralidade de forma construtiva é apresentá-la indiretamente aos alunos, ou seja, mostrando e discutindo outros possíveis sistemas explicativos da natureza. Numa sociedade realmente democrática, é importante que se valorizem os conhecimentos adquiridos por meio de abordagens alternativas. / This present study is the result from a theoric research, of philosophical and educational nature, around the thesis of sciences neutrality explicitly denied by the National Curriculum Parameters, on the books regarding the Natural Sciences teaching. The document says insistently that the teaching of science must aid the reflection about the non-neutral character of science and its political and social implications, however it does not offer a clear position of the concept of neutrality. Our goal was identify the elements that must be part of a proper notion of neutrality, being one of the requested items that the denial of sciences neutrality does not imply any shape of relativism. One author that has been dedicating himself to this question is Hugh Lacey, whose works have been taken as basic references at all our reflections. The fundamental aspect of Laceys sciences philosophy is his approach of sciences rationality on values terms (cognitive values and social values), not in terms of rules, as it happens at the positivist tradition. To the epistemological process of selection of theories in terms with compromise of a key of exclusively cognitive values, Lacey sets the attribution of impartiality. The defense of impartiality does not stop the non-cognitive values (social) from having an essential role at the scientific practice. The presence of social values at sciences core can happen at the technological choices level applied neutrality and, in a more abstract way, named by Lacey strategy level cognitive neutrality. In the end, it is the strategy that will restrict the kind of theories that can be developed and investigated by modern science that, as a consequence, lacks cognitive neutrality. Such science is taught in schools as a single model, away from scientific rationality. Our conclusion is that a way to work with the theme of neutrality in a constructive way is to present it indirectly to the students, that is, showing and discussing other possible systems that explain Nature. In a really democratic society, it is important to praise the knowledge acquired by other alternative approaches.
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O papel dos valores cognitivos e não-cognitivos na atividade científica: o modelo reticulado de Larry Laudan e as estratégias de Hugh Lacey / The role of cognitive and non-cognitive values in scientific practices: the reticulated model by Larry Laudan and the research strategies by Hugh LaceyKoide, Kelly Ichitani 10 June 2011 (has links)
A investigação aqui realizada examina o papel que os valores cognitivos e nãocognitivos desempenham nas práticas científicas. Essa análise fundamenta-se em uma comparação entre os modelos propostos por Hugh Lacey e por Larry Laudan para explicar a dinâmica da atividade científica. Veremos que, no modelo desenvolvido por Lacey, cuja idéia central reside nas estratégias de pesquisa, ambos os tipos de valor possuem papéis legítimos na atividade científica. Já no modelo reticulado, proposto por Laudan, o autor admite apenas os valores cognitivos como constituintes da racionalidade científica. A partir de uma comparação entre ambos os modelos, pretendemos mostrar que o modelo de Lacey parece ser mais abrangente do que o modelo reticulado, na medida em que este último poderia ser considerado como uma parte do primeiro. / The present investigation examines the role of cognitive and non-cognitive values in scientific practices. This analysis is based on a comparison between the models proposed by Hugh Lacey and Larry Laudan to explain the dynamics of scientific activity. We will see that in Laceys model, whose main idea are the strategies of investigation, both kinds of values have legitimate roles in scientific activity. In the reticulated model, proposed by Laudan, the author admits only cognitive values as constitutive of scientific rationality. Based on a comparison between both models, we will try to show that Laceys model seems broader than the reticulated model, in the sense that the reticulated one could be considered as a part of Laceys model.
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O papel dos valores cognitivos e não-cognitivos na atividade científica: o modelo reticulado de Larry Laudan e as estratégias de Hugh Lacey / The role of cognitive and non-cognitive values in scientific practices: the reticulated model by Larry Laudan and the research strategies by Hugh LaceyKelly Ichitani Koide 10 June 2011 (has links)
A investigação aqui realizada examina o papel que os valores cognitivos e nãocognitivos desempenham nas práticas científicas. Essa análise fundamenta-se em uma comparação entre os modelos propostos por Hugh Lacey e por Larry Laudan para explicar a dinâmica da atividade científica. Veremos que, no modelo desenvolvido por Lacey, cuja idéia central reside nas estratégias de pesquisa, ambos os tipos de valor possuem papéis legítimos na atividade científica. Já no modelo reticulado, proposto por Laudan, o autor admite apenas os valores cognitivos como constituintes da racionalidade científica. A partir de uma comparação entre ambos os modelos, pretendemos mostrar que o modelo de Lacey parece ser mais abrangente do que o modelo reticulado, na medida em que este último poderia ser considerado como uma parte do primeiro. / The present investigation examines the role of cognitive and non-cognitive values in scientific practices. This analysis is based on a comparison between the models proposed by Hugh Lacey and Larry Laudan to explain the dynamics of scientific activity. We will see that in Laceys model, whose main idea are the strategies of investigation, both kinds of values have legitimate roles in scientific activity. In the reticulated model, proposed by Laudan, the author admits only cognitive values as constitutive of scientific rationality. Based on a comparison between both models, we will try to show that Laceys model seems broader than the reticulated model, in the sense that the reticulated one could be considered as a part of Laceys model.
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