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A luta pela terra no sul e sudeste do Pará: migrações, conflitos e violência no campoPereira, Airton dos Reis 24 May 2013 (has links)
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Previous issue date: 2013-05-24 / Este trabalho analisa a luta pela terra, no sul e sudeste do Pará, entre a segunda metade
da década de 1970 e meados dos anos 2000, tendo como foco central os conflitos e as
violências que aconteceram em virtude: da expulsão de posseiros por empresas, do
Centro-Sul do País, que instalaram nessa parte do território amazônico estimuladas e
apoiadas financeiramente pelo Governo Federal; das disputas, simultâneas, entre
trabalhadores rurais e fazendeiros, comerciantes e empresários por uma mesma área de
terras devolutas; e, sobretudo, em razão das ocupações de grandes propriedades com
títulos definitivos ou de aforamentos por trabalhadores rurais, principalmente, migrantes
do Nordeste, do Sudeste e do Centro-Oeste que chegaram atraídos pela propaganda e
pelas politicas de desenvolvimento que os sucessivos governos da ditadura civil-militar
haviam planejados para a Amazônia. Esses ocupantes de terra, no processo da luta pelo
acesso à terra, apropriaram e recriaram com outros significados o conceito posseiro
transformando-se em uma “nova” categoria. Mas a partir da segunda metade da década
de 1990, com a influência do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terras (MST),
passaram a ser chamados de sem terras porque as suas estratégias e táticas pelo acesso à
terra mudaram. Contudo, essa luta não se restringiu aos confrontos e às disputas que
ocorreram entre trabalhadores rurais e fazendeiros, empresários e comerciantes, mas
contou com o envolvimento efetivo de pistoleiros, parlamentares e membros dos
aparelhos de Estado, da Igreja Católica, de entidades de direitos humanos e de
Sindicatos dos Trabalhadores Rurais, fazendo da questão agrária, no sul e sudeste
paraense, um espaço poliédrico onde diversos grupos, interesses e temporalidades
operaram.
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