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A voz da professora não pode calar : sentidos, ações e interpretações no contexto da integralidade em saúdeBrasil, Christina Cesar Praça 16 January 2015 (has links)
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Previous issue date: 2015-01-16 / Women are more likely to develop vocal problems than men, by their anatomical, physiological and psychological characteristics. Thus, we decided to study the voice from the perspective of women's health, verifying the need of women to be cared, especially voice professionals. The teachers consist of a large group among voice professionals, who makes intense use of this function in personal, social and professional life; suffering influence of external environment, not adopting preventive or vocal health promotion measures systematically, resulting in low resoluteness of the problem. This study aimed at understanding the meanings of the voice for teachers of elementary school, based on their interpretations and actions in face of the occurrence of vocal symptoms and the impacts on personal, professional and social life. Qualitative methodology was used, since it is able to incorporate the meaning and intentionality as inherent to the acts, relations and structures. The study also presents analytic and cross sectional quantitative data, which complements the qualitative indicators. To collect the quantitative data, we applied a semi-structured questionnaire to 351 primary school teachers from the six education districts in Fortaleza, aged from 24 to 66 years old. In the second stage, three focus groups were conducted, including a total of 26 teachers from 19 schools. Data were collected from December 2013 to June 2014. Quantitative analysis was performed by using SPSS program, version 20.0, applying descriptive statistics and association tests. Qualitative analysis was based on content analysis, from which the thematic analysis and the units of meaning were identified, and, then, the interpretation was based on the Symbolic Interactionism. The socio-demographic and professional characterization showed that the majority of teachers (75.8%) are over 40 years old; 65.3% develop work in the classroom for more than ten years; 71.8% work 40 hours or more in the classroom, per week, and most of them (70.9%) work full time (two terms). The health conditions of the participants revealed that 54.1% have been licensed from work due to health problems; being vocal problems associated or not to other problems (36%) and psychological problems the main reasons for the licenses. Among the participants, 53.8% have more than six vocal symptoms; 45.9% considered themselves exposed to more than six vocal risk factors; 55% have between one and three chronic health problems; 89.7% never joined in vocal health program sponsored by Fortaleza´s Municipal Education Secretary. Among the most commonly reported chronic problems, reflux / gastritis (43.6%), sinusitis / rhinitis (30.5%), stress (29.1%) and anxiety / nervousness (26.2 %) were the most mentioned. The most frequent vocal symptoms are sore throat (77.8%), hoarseness (76.4%), tension in the neck (63.5%) and vocal fatigue (62.4%). Considering the risk factors, the indiscipline of the students (76.9%), vocal abuse (72.9%), stress (58.1%), uncomfortable temperature (57.5%) and environmental noise (56.7%) constitute the most frequent referred. The speech-pathologist is visited annually by only 17.9% of the participants; however, 98.9% considered important to include this professional in the Municipal Health and Education Secretaries to carry out prevention and vocal health promotion among the teachers. Regarding perceptions about the voice, 97.4% consider it very important; however, only 51.3% said they take care of the voice every day, which they primarily do through continuous hydration (40.7%). The associations found among the quantitative data showed that vocal problems are not caused by isolated events, but due to the interactions of different factors on the health of teachers. Among them, the female's anatomical and physiological conditions, the interference of the environment and the general conditions of physical and mental health. The content analysis of focus groups favored the definition of three themes, which match with the three premises of Symbolic Interactionism ("knowledge and the meanings of the voice for teachers", "action" and "interpretations and their influence on behavior change related to vocal health ") and ten units of meaning. These data are correlated with each other and show the overview of the teachers on vocal health. In this analysis, it was possible to verify little knowledge, actions based on popular culture, and interpretations, which can lead to strategies to face the problem. The ideas of prevention and promotion of vocal health were always linked to the possibilities of treatment or getting sick. We conclude that the teachers have limited knowledge and meanings attributed to the voice and that they consider it as an important working and social interaction tool; however, they are not aware of the aspects related to vocal anatomy and physiology, which compromise its use. This view brings risks to vocal health, since many of them consider the disease as a "normal" process in the teaching profession. The behavior and actions of the teachers related to the voice come from personal interpretations and relationships with the environment and the school community. Therefore, we consider necessary to create strategies that strengthen the actions focused on teachers' vocal health, taking into account their womanhood, their views and their subjectivity, to make these approaches meaningful and may be incorporated into their daily life. We also noticed that the relationship between the three premises of Symbolic Interactionism (thematic) happens cyclically, influencing the actions related to vocal health to be based on interpersonal relationships, personal reflections and the influences of the environment. This cycle allowed us to conclude that the meaning that teachers attribute to the voice, the way they act in relation to their health and how they redirect their behavior should be improved by the mediation of professionals trained in vocal health. / As mulheres denotam maior predisposição ao desenvolvimento de alterações vocais do que os homens, por suas características anatômicas, fisiológicas e psicológicas. Pensou-se, pois, em estudar a voz, na perspectiva da saúde da mulher, observando-se a necessidade de as mulheres, especialmente as profissionais da voz, serem cuidadas. As professoras constituem um grupo numeroso entre as profissionais da voz, que faz uso intenso dessa função na vida pessoal, social e profissional; recebe influências do ambiente externo e não adota medidas de prevenção e promoção da saúde vocal de forma sistemática, fazendo com que o problema tenha baixa resolubilidade. Este trabalho objetivou compreender os sentidos da voz para as professoras do Ensino Fundamental, com base nas suas interpretações e ações ante a ocorrência de alterações vocais e os impactos na vida pessoal, profissional e social. Utilizou-se a metodologia qualitativa, por esta ser capaz de incorporar o significado e a intencionalidade como inerentes aos atos, às relações e às estruturas. O estudo também exprime dados quantitativos, de natureza analítica e transversal, que se unem aos qualitativos, em razão da possibilidade de complementação que as abordagens proporcionam. Para a coleta de dados quantitativos, aplicou-se um questionário semiestruturado, com 351 professoras do Ensino Fundamental de Fortaleza, dos seis distritos de educação, com idades de 24 a 66 anos. Na segunda etapa, foram realizados três grupos focais, incluindo um total de 26 professoras, de 19 escolas. Os dados foram coletados de dezembro de 2013 a junho de 2014. A análise quantitativa realizou-se por meio do programa SPSS versão 20.0, empregando-se a Estatística Descritiva e testes de associação. A análise qualitativa foi feita à luz da Análise de Conteúdo, identificando-se as temáticas de análise e os núcleos de sentido, cuja interpretação fundou-se no Interacionismo Simbólico. A caracterização sociodemográfica e profissional mostrou que a maior parte das professoras (75,8%) tem idade igual ou superior a 40 anos; 65,3% atuam em sala de aula há mais de dez anos; 71,8% têm carga horária semanal de trabalho em sala de aula começando com 40 horas, atuando principalmente (70,9%) em dois turnos. As condições de saúde das participantes revelaram que 54,1% já se afastaram de sala de aula por problemas de saúde; sendo os problemas vocais associados ou não a outros (36%) e os problemas psicológicos, os principais motivos de afastamento. Dentre as participantes, 53,8% têm mais de seis sintomas vocais; 45,9% consideraram-se expostas a mais de seis fatores de risco vocal; 55% denotam de um a três problemas crônicos de saúde; 89,7% nunca participaram de programa de saúde vocal promovido pela Secretaria de Educação de Fortaleza. Entre os problemas crônicos mais referidos, o refluxo/gastrite (43,6%), os quadros de sinusite/ rinite (30,5%), o estresse (29,1%) e os quadros de ansiedade/ nervosismo (26,2%) foram os mais evidentes. Quanto aos sintomas vocais mais frequentes, encontram-se garganta seca (77,8%), rouquidão (76,4%), aperto/ tensão na garganta (63,5%) e cansaço ao falar (62,4%). Considerando-se os fatores de risco, a indisciplina dos alunos (76,9%), o abuso vocal (72,9%), o estresse (58,1%), a temperatura desconfortável (57,5%) e o ruído ambiental (56,7%) configuram entre os mais apontados. O fonoaudiólogo é visitado anualmente por apenas 17,9% das participantes; porém, 98,9% consideram importante a inclusão deste profissional nas Secretarias Municipais de Saúde e de Educação de Fortaleza para a realização de ações de prevenção e promoção da saúde vocal. Quanto às percepções sobre a voz, 97,4% a consideram muito importante; porém, apenas 51,3 % relataram cuidar da voz no dia a dia, o que é realizado, principalmente, por meio da hidratação contínua (40,7%). As associações encontradas nos cruzamentos dos dados quantitativos mostraram que a manifestação dos problemas vocais não ocorre por causas isoladas, mas em razão da interferência conjunta de vários fatores sobre a saúde das professoras - dentre elas, as condições anatômicas e fisiológicas femininas, as interferências do ambiente e das condições gerais de saúde física e mental. A Análise de Conteúdo dos grupos focais favoreceu a definição de três temáticas, as quais coincidem com as três premissas do Interacionismo Simbólico ("conhecimentos e sentidos da voz para as professoras", "ação" e "interpretações e suas influências na mudança de comportamentos relativos à saúde vocal") e dez núcleos de sentido. Estes dados correlacionam-se entre si e mostram a visão das professoras sobre a saúde vocal. Nessa análise, verificaram-se fragilidades no conhecimento, ações baseadas na cultura popular, além de interpretações que podem conduzir a soluções a serem aplicadas para o enfrentamento do problema. Não foi observada a ideia de prevenção e promoção da saúde vocal sem algum vínculo ideológico com o tratamento ou os riscos de alteração. Conclui-se que o olhar das professoras revelou que o conhecimento e os sentidos atribuídos à voz são limitados e que elas
consideram a voz como importante instrumento de trabalho e de interação social; porém, desconhecem aspectos relacionados à anatomia e fisiologia vocais, o que compromete a sua utilização. Essa visão oferece riscos à saúde vocal, uma vez que muitas delas consideram o adoecimento como um processo "normal" no exercício da docência. O comportamento e as ações das professoras em relação à voz advêm das interpretações pessoais e das relações com o ambiente e a comunidade escolar. Por isso, considera-se necessária a criação de estratégias que fortaleçam as ações voltadas à saúde vocal das professoras, levando-se em conta a sua condição feminina, seu ponto de vista e sua subjetividade, no sentido de fazer com que essas abordagens sejam significativas e possam ser incorporadas à vida diária. Verificamos, ainda, que a relação entre as três premissas do Interacionismo Simbólico (temáticas) acontece de forma cíclica, influenciando que as condutas relacionadas à saúde vocal sejam baseadas nas relações interpessoais, nas reflexões pessoais e nas influências do ambiente. Esse ciclo nos permitiu concluir que o sentido que as professoras atribuem à voz, a forma como agem em relação à sua saúde e como redirecionam seus comportamentos devem ser aprimorados por meio da mediação de profissionais capacitados em saúde vocal.
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