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Gênero e erotismo: etnografia de um clube de mulheres no Rio de Janeiro.Marion Arent 14 December 2007 (has links)
Esta tese baseia-se em trabalho etnográfico que investiga performances de gênero em um Clube de Mulheres no Rio de Janeiro, onde, após um show de strip-tease masculino para uma platéia exclusivamente feminina, tem início uma festa dançante com a presença de público masculino. No espetáculo são encenados atos (hetero)sexuais em duplas ou em grupo, envolvendo os strippers e as mulheres que voluntariamente sobem ao palco. A trilha sonora, marcada pelo estilo pornofunk, traz elementos alusivos à infidelidade conjugal masculina e feminina, à orgia e à prostituição masculina e feminina. Como em rituais de inversão, há, durante o show, tanto uma suspensão controlada das convenções de gênero tradicionais, quanto sua paradoxal reafirmação. Para o deleite de um público feminino, os strippers mantêm no palco a representação do papel ativo na cópula, e tanto sua hexis corporal quanto suas performances realçam a prontidão para o ato sexual, a virilidade e o controle sobre a conduta feminina. As mulheres, por sua vez, encenam uma parcial submissão ao controle masculino. Elas manifestam alguma reatividade e heteronomia em relação aos homens na festa que acontece depois, quando pares heterossexuais relativamente anônimos interagem através de aproximações sucessivas que englobam carícias e beijos na boca. Neste contexto, como sujeitos ou objetos, tanto os strippers quanto as mulheres desempenham posições conflitantes com as tradicionais expectativas de gênero, que permanecem, entretanto, preservadas em grande medida pela idéia de que elas dependem de estímulos especiais para, no campo do erotismo e da sexualidade, desejar ou fazer coisas para as quais os homens estariam supostamente sempre prontos. A tese procura mostrar que, como espécie de preço a pagar pelas inversões que ocorrem nesse espaço, tanto a imagem das mulheres quanto a dos strippers é desvalorizada, recaindo sobre eles os estigmas que ainda cercam as rupturas relativas às convenções de gênero. / This dissertation is based on an ethnographic study about gender performances in a Womens Club in Rio de Janeiro. After a male strip-tease show exclusively for a womens audience, starts a dancing party and the presence of men is allowed in the club. During the show, heterosexual activities between the women from the audience and the strippers are simulated on the stage. Most of the songs played during the show in the so called pornofunk style - bring several references to sexuality and gender roles, such as male and female marital infidelity, sexual orgy and male and female prostitution. As a kind of ritual of inversion, during the show, there are both a suspension and a reiteration of traditional gender rules and conventions. As objects for the erotic fruition of the women in the audience, the male strippers sustain nonetheless an active role through the simulated sexual practices, and both their body presentation and their performance demonstrate sexual promptness, virility and control over female behavior. Despite the fact that they are paying for the show, and in this way occupying a position traditionally reserved to men in Brazilian society, the women brought to the stage show a partial submission to male control. After the show, when the male audience is allowed inside the club, anonymous heterosexual couples interact by successive approaches that include kissing, petting, or cuddling. Women then show a more conventional gender performance, even though they are more sexually open and receptive. Sexual and gender conventions are largely maintained by the idea that women depend on special stimulus to do or desire to do things that men are supposed to be always ready to in the field of eroticism and sexuality. These conventions are also reinforced by the social stigma that is attached both to the male strippers always suspect of being gays or prostitutes - and to the female audience, seen by many as sexually and morally dishonest.
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Gênero e erotismo: etnografia de um clube de mulheres no Rio de Janeiro.Marion Arent 14 December 2007 (has links)
Esta tese baseia-se em trabalho etnográfico que investiga performances de gênero em um Clube de Mulheres no Rio de Janeiro, onde, após um show de strip-tease masculino para uma platéia exclusivamente feminina, tem início uma festa dançante com a presença de público masculino. No espetáculo são encenados atos (hetero)sexuais em duplas ou em grupo, envolvendo os strippers e as mulheres que voluntariamente sobem ao palco. A trilha sonora, marcada pelo estilo pornofunk, traz elementos alusivos à infidelidade conjugal masculina e feminina, à orgia e à prostituição masculina e feminina. Como em rituais de inversão, há, durante o show, tanto uma suspensão controlada das convenções de gênero tradicionais, quanto sua paradoxal reafirmação. Para o deleite de um público feminino, os strippers mantêm no palco a representação do papel ativo na cópula, e tanto sua hexis corporal quanto suas performances realçam a prontidão para o ato sexual, a virilidade e o controle sobre a conduta feminina. As mulheres, por sua vez, encenam uma parcial submissão ao controle masculino. Elas manifestam alguma reatividade e heteronomia em relação aos homens na festa que acontece depois, quando pares heterossexuais relativamente anônimos interagem através de aproximações sucessivas que englobam carícias e beijos na boca. Neste contexto, como sujeitos ou objetos, tanto os strippers quanto as mulheres desempenham posições conflitantes com as tradicionais expectativas de gênero, que permanecem, entretanto, preservadas em grande medida pela idéia de que elas dependem de estímulos especiais para, no campo do erotismo e da sexualidade, desejar ou fazer coisas para as quais os homens estariam supostamente sempre prontos. A tese procura mostrar que, como espécie de preço a pagar pelas inversões que ocorrem nesse espaço, tanto a imagem das mulheres quanto a dos strippers é desvalorizada, recaindo sobre eles os estigmas que ainda cercam as rupturas relativas às convenções de gênero. / This dissertation is based on an ethnographic study about gender performances in a Womens Club in Rio de Janeiro. After a male strip-tease show exclusively for a womens audience, starts a dancing party and the presence of men is allowed in the club. During the show, heterosexual activities between the women from the audience and the strippers are simulated on the stage. Most of the songs played during the show in the so called pornofunk style - bring several references to sexuality and gender roles, such as male and female marital infidelity, sexual orgy and male and female prostitution. As a kind of ritual of inversion, during the show, there are both a suspension and a reiteration of traditional gender rules and conventions. As objects for the erotic fruition of the women in the audience, the male strippers sustain nonetheless an active role through the simulated sexual practices, and both their body presentation and their performance demonstrate sexual promptness, virility and control over female behavior. Despite the fact that they are paying for the show, and in this way occupying a position traditionally reserved to men in Brazilian society, the women brought to the stage show a partial submission to male control. After the show, when the male audience is allowed inside the club, anonymous heterosexual couples interact by successive approaches that include kissing, petting, or cuddling. Women then show a more conventional gender performance, even though they are more sexually open and receptive. Sexual and gender conventions are largely maintained by the idea that women depend on special stimulus to do or desire to do things that men are supposed to be always ready to in the field of eroticism and sexuality. These conventions are also reinforced by the social stigma that is attached both to the male strippers always suspect of being gays or prostitutes - and to the female audience, seen by many as sexually and morally dishonest.
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