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Por um inglês menor : a desterritorialização da grande língua / For a minor English : the deterritorialization of the major language

Zaidan, Junia Claudia Santana de Mattos, 1972- 06 March 2013 (has links)
Orientador: Kanavillil Rajagopalan / Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem / Made available in DSpace on 2018-08-23T01:33:12Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Zaidan_JuniaClaudiaSantanadeMattos_D.pdf: 1280397 bytes, checksum: b31cb87dd36efd7f2cfe5be493a149b6 (MD5) Previous issue date: 2013 / Resumo: Nesta tese, discute-se a difusão mundial do inglês, apresenta-se uma crítica da base conceitual sobre a qual se constitui o discurso a respeito deste fenômeno, bem como uma proposta de conceituação articulada entre a Nova Pragmática (RAJAGOPALAN, 2010) e a filosofia da linguagem. O objeto deste estudo é o World English (WE, RAJAGOPALAN, 2004), utilizado por falantes de línguas nativas diversas. Com o objetivo de apontar a insuficiência da base epistemológica para o WE, volta-se primeiramente para a sociolinguística (JENKINS, 2003, SCHNEIDER, 2007) que, embora reconheça a inerente variabilidade da língua, produz discursos comprometidos com o universalismo ao insistir na busca de padrões constantes no uso e ao furtar-se a tratar a língua como categoria política e não ontológica. Na Linguística, o falante nativo idealizado e a língua como estrutura (BLOOMFIELD, 1933; CHOMSKY, 1965) também produzem um WE que fortalece o fundacionismo, mantendo as práticas linguageiras (uso, descrição e ensino) atreladas aos padrões anglo-americanos. Na Linguística Aplicada, apesar das contribuições de Kachru (1985), com a proposição dos Círculos Concêntricos; de Phillipson (1992), com a crítica ao 'imperialismo linguístico', e de Jenkins (2003), com o estudo da variação do WE, mantém-se o centramento, privilegiando supostas essências. Valorações de desempenho linguístico, segregação de profissionais, políticas de publicação restritivas - todas referendadas pelo eurocentrismo - são discutidas como efeitos materiais das invenções naturalizadas por este regime metadiscursivo (MAKONI & PENNYCOOK, 2007) criticado nesta investigação em face da demografia do inglês, que hoje inclui apenas um falante nativo entre quatro não nativos. Ilustra-se este estudo com dados do International Corpus of English, e com as regularidades detectadas por Seidlhofer (2004) no Vienna-Oxford International Corpus of English e aquelas propostas por Jenkins (op.cit.) através do Common Core. A partir do conceito de literatura menor (DELEUZE & GUATTARI, 1977), ancoramos a tese de um inglês menor no postulado da Nova Pragmática, segundo o qual a linguagem e a ação humana pressupõem-se reciprocamente (AUSTIN, 1962), o que expõe i- a indissociabilidade entre a linguagem e a metalinguagem e, portanto, a intervenção da teorização na ontologia que a tradição platônica fez crer como existente a priori; e ii- a natureza ético-política da teorização, uma vez que este exame do WE assume sua inscrição no social. Tem-se, pois, que o inglês menor, ao invés de apontar para um quantitativo reduzido de usuários, indica um uso não amparado pelo poder das instituições, um uso que se detecta como potência de variação e não como poder das constantes; um uso que não opera como raiz de árvore, mas por rizoma, a desterritorializar-se em seu devir, escapando à palavra de ordem ratificadora de fundacionismos e universais. Como micropolítica linguística, propõem-se os seguintes princípios para uma pedagogia menor do WE: privilegiar o híbrido, o repertório de línguas - incluída a língua mãe - e de estratégias; rejeitar toda sorte de prescrição metodológica; fomentar a consciência metalinguística, a noção de opacidade do texto e de gramática como epifenômeno, o pertencimento provisório a comunidades de prática, o uso da língua como ação política e a negociação interacional / Abstract: This thesis discusses the spread of English worldwide and presents both, a critique of the conceptual framework on which the discourse about this phenomenon rests, and an alternative theoretical proposal grounded on New Pragmatics (RAJAGOPALAN, 2010) and on the philosophy of language. Our object of study is, thus, the English used by speakers of distinct native languages, i.e., World English (WE, RAJAGOPALAN, 2004). Sociolinguistic accounts of WE are revised (JENKINS, 200, SCHNEIDER, 2007) and presented as evidence of a resilient universalist orientation reflected on the insistent quest for and reification of patterns of use. Both, the idealized native speaker and the construct 'language', as defined by Linguistics (BLOOMFIELD, 1933; CHOMSKY, 1965) are examined as part and parcel of the foundationism which keeps language practices (use, description and pedagogy) still attached to angloamerican standards. As for Applied Linguistics, even though contributions from several studies (KACHRU, 1985; PHILLIPSON, 1992; and JENKINS, 2003) have shed light on the phenomenon, thus providing a more pluralistic view of the spread and an increasing political awareness in its study, centralization and the pervasive essentialism in the field are still strong, as the analysis shows. Value judgments of linguistic performance, restrictive publishing policies and the segregation of professionals are, it is argued, the material effects of the naturalized inventions perpetrated by the metadiscursive regimes (MAKONI & PENNYCOOK, 2007) criticized in this research. This enterprise is undertaken mainly in view of the demography of English in the contemporary scenario, which displays native speakers and nonnative speakers in a ratio of 1 to 4, respectively. Data from The International Corpus of English, as well as from the patterns identified by Seidlhofer (2004) in the Vienna-Oxford International Corpus of English, and by Jenkins (op.cit.) in the Common Core are used as a resource for the investigation we set out to pursue. The precept of New Pragmatics (Cf. AUSTIN, 1962), namely that language and human action are mutually inclusive, is understood as implying that i- since language and metalanguage cannot be set apart, theory-building is but neutral in affecting ontology, which contradicts the platonic tradition; ii- theory-building is ethical-political by nature, thus compelling us to acknowledge the study of WE as inscribed in social reality. Our proposal of minor English is based on the concept of minor literature, as put forward by Deleuze and Guattari (1977). Minor does not refer to the quantity of users, but to the use they make of language. In other words, by distancing itself from the rigid standards of institutionalized power, a minor English escapes from the constraints of supposedly permanent regularities and induces an imbalance in its components, taking advantage of its rhizomatic design to deterritorialize the major uses of language through its ongoing process of becoming. Not subject to an arborescent structure, a minor English is rid of the order word that ractifies universalism and purism, thus calling for a minor pedagogy for WE, which involves: privileging hybridity and the repertoire of strategies/languages - including the mother tongue; rejecting methodological prescriptivism; raising metalinguistic awareness; fostering interactional negotiation, an understanding of texts as opaque, of grammar as epiphenomenal, of language use as political action, and of communities as practice / Doutorado / Linguistica / Doutora em Linguística

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