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Polinização por morcegos Glossophaginae versus Phyllostominae em floresta de terra firme na Amazonia Central

Fischer, Erich Arnold 22 November 2000 (has links)
Orientador: Marlies Sazima / Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Biologia / Made available in DSpace on 2018-07-26T23:33:48Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Fischer_ErichArnold_D.pdf: 9781684 bytes, checksum: efb9cca4a82181c71320309be8f0d330 (MD5) Previous issue date: 2000 / Resumo: O objetivo deste estudo é comparar atributos entre plantas polinizadas por morcegos Glossophaginae e Phyllostominae, em floresta de "terra-firme" na Amazônia Central; em três habitat: floresta de baixio (BAl), floresta de platô (PLA) e floresta de vertente (VER). Trinta e quatro indivíduos de plantas quiropterófilas, pertencentes a nove espécies arbóreas, foram registradas em flor ao longo de um ano em 14,8 ha, sendo que metade delas foi polinizada por Glossophaginae e metade por Phyllostominae. Cinco espécies de dois gêneros, Caryocar e Parida, foram polinizadas principalmente por Phyllostominae. As demais quatro espécies, dos gêneros Caryocar, Lecythis, Eperua e Couepia, utilizaram principalmente morcegos Glossophaginae como polinizadores. Árvores polinizadas por Phyllostominae ocorreram em maior densidade no PLA e não foram registradas no BAl, ao passo que árvores polinizadas por Glossophaginae tiveram maior densidade no BAl e ocorreram em baixa densidade no PLA. Em VER, a densidade de árvores polinizadas por Glossophaginae foi a mesma que a de polinizadas por Phyllostominae. As espécies polinizadas por morcegos Glossophaginae foram mais baixas e apresentaram menor diâmetro de copa e do tronco, que as espécies polinizadas por Phyllostominae. As espécies deste último grupo ocuparam posições mais altas no estrato vertical da floresta de platô, que as espécies polinizadas por Glossophaginae. Por outro lado, relações alométricas mostraram que espécies polinizadas por um ou outro tipo de morcego não diferem quanto às proporções entre diâmetro da copa, diâmetro do tronco e altura. Estratégias fenológicas do tipo cornucópia foi uma tendência para espécies polinizadas por Phyllostominae e também para espécies polinizadas por Glossophaginae no PLA. Florações do tipo "estado constante" caracterizaram as espécies polinizadas por Glossophaginae no BAl. As flores e capítulos visitados por Phyllostominae têm simetria radial e as flores polinizadas por Glossophaginae foram principalmente zigomorfas. As espécies polinizadas por Glossophaginae apresentaram volume de néctar muito mais baixo que as espécies polinizadas por Phyllostominae. A concentração de açúcares no néctar foi pouco maior para espécies polinizadas por Glossophaginae que para as polinizadas por Phyllostominae. A quantidade de flores e a de néctar produzidos por árvores quiropterófilas variaram em função do tamanho dos indivíduos e das unidades de visita. O diâmetro da copa e a biomassa média das flores/capítulos afetaram direta e/ou indiretamente o número de inflorescências por árvore, o número médio de flores/capítulos produzidos por inflorescência, o total de flores/capítulos produzidos por árvore, o número de flores/capítulos funcionais por noite e o volume médio de néctar por flor/capítulo. Lonchophylla thomasi (Glossophaginae) e Phyllostomus discolor (phyllostominae) foram os polinizadores das espécies de plantas estudadas. Os Glossophaginae forragearam solitariamente ou em duplas visitando as flores em vôo pairado. As visitas de Ph. discolor foram feitas em grupos de 5-30 indivíduos. Durante as visitas, estes morcegos agarraram-se às inflorescências ou ramos. Foram também registradas visitas de Potos flavus (procyonidae) e Caluromys philander (Didelphidae) a flores polinizadas por Phyllostominae. As diferenças encontradas entre espécies polinizadas por Glossophaginae e Phyllostominae, no local de estudo, indicam a ocorrência de duas categorias de plantas neotropicais que utilizam morcegos como vetores de pólen / Abstract: The aim of this study is to contrast attributes between plants pollinated by Glossophaginae and Phyllostominae bats in the "terra-fmne" Amazonian forest. The study was conducted in three habitats: "floresta de baixio" (BAl), "floresta de platô" (PLA) and "floresta de vertente" (VER). Thirty four individuaIs of bat-pollinated plants belonging to nine tree species were recorded throughout one year in 14.8 ha, half of them being pollinated by Glossophaginae and half by Phyllostominae. Five species in two genera, Caryocar and Parida, were mainly pollinated by Phyllostominae. Glossophaginae were pollen vectors of the other four species, in the genera Caryocar, Lecythis, Eperua and Couepia. Density of Phyllostominae-pollinated species was higher in PLA but density of Glossophaginae-pollinated species was higher in BAl and lower in PLA. In VER the density was similar between the two groups of bat-pollinated plants. Trees pollinated by Glossophaginae were smaller and presented smaller canopies and trunk diameters than those pollinated by Phyllostominae bats. Phyllostominae-pollinated trees occupied the upper canopy profile than the Glossophaginae-pollinated ones. However, allometric relationships for canopy diameter, trunk diameter and height did not indicate differences in shape between trees pollinated by Glossophaginae and Phyllostominae bats. The "cornucopia" phenological strategy was found among the Phyllostominae-pollinated species, as well as among the Glossophaginae-pollinated ones in PLA. The "steady state" flowering pattern was recorded for plants pollinated by Glossophaginae in BAl. Blossoms visited by Phyllostominae have radial symmetry, whereas flowers pollinated by Glossophaginae are mainly zygomorphic. Total nectar volume per blossom was much lower for Glossophaginaepollinated flowers than for those pollinated by Phyllostominae. However, nectar sugar concentration was slightly higher for species pollinated by Glossophaginae than for species pollinated by other group. The quantities of blossoms and nectar produced by the bat-pollinated trees at the study site varied as a function of the tree and the blossom sizes. Canopy diameter and mean blossom biomass directly and/or indirectly affected the number of inflorescences per tree, the mean number of blossoms per inflorescence, the total number of blossoms produced per tree, the mean number of open blossoms per night and the mean nectar volume per blossom. Lonchophylla thomasi (Glossophaginae) and Phyllostomus disc%r (phyllostominae) were the pollinators for the studied bat-pollinated plants. The Glossophaginae foraged alone or in pairs, and hovered while approaching flowers and drinking nectar. In contrast, visits by Ph. disc%r were typically in flocks of 5-30 individuaIs. These latter bats clung on the inflorescences and/or branches while visiting flowers. Visits of Potos flavus (procyonidae) and Ca/uromys philander (Didelphidae) were also recorded to Phyllostominae-pollinated blossoms. Differences found between species pollinated by Phyllostominae and those pollinated by Glossophaginae, at the study site, support the occurrence of two categories of neotropical plants which use bats as pollen vectors / Doutorado / Doutor em Ecologia

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