• Refine Query
  • Source
  • Publication year
  • to
  • Language
  • 1
  • Tagged with
  • 1
  • 1
  • 1
  • About
  • The Global ETD Search service is a free service for researchers to find electronic theses and dissertations. This service is provided by the Networked Digital Library of Theses and Dissertations.
    Our metadata is collected from universities around the world. If you manage a university/consortium/country archive and want to be added, details can be found on the NDLTD website.
1

Repente : do canto árabe aos sertões nordestinos

do Socorro de Assis Monteiro, Maria January 2004 (has links)
Made available in DSpace on 2014-06-12T18:37:38Z (GMT). No. of bitstreams: 2 arquivo8322_1.pdf: 941214 bytes, checksum: a1ed21cade9ab875af3468e4c89786f0 (MD5) license.txt: 1748 bytes, checksum: 8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33 (MD5) Previous issue date: 2004 / O Repente é o que se pode chamar, com exatidão, de arte democrática, fruto que é do espaço que ocupa, da característica de seus produtores, dos motivos da terra e das suas gentes. Seu nascedouro são aglomerados humanos, rurais, de igual padrão social; seus feitores são artistas nitidamente populares, cantadores do lugar; seus temas são estimulados pela conjuntura da terra e do homem, e envolvem, numa espécie de lirismo, o sentimento amoroso, os problemas sociais, a natureza, a religião e Deus, além de um escárnio com ar de desdém aos políticos e às políticas atuais, entre muitos outros motivos. Essa modalidade artística ainda enfrenta muitos desafios, e o principal deles diz respeito à forma preconceituosa com que é visto por aqueles ditos apreciadores da arte superior. Isso restringe (em parte) o espaço do movência do Repente, como se toda arte devesse seguir os padrões artísticos internacionais, tradicionamente arraigados nos meios escolares da Europa e disseminados pelos demais continentes. Os olhares postos no Repente, buscaram, na maioria das vezes, examinar as raízes da cultura brasileira, seu vínculo com o universo europeu, sua pertinência com o mundo árabe (cogitada a pouco tempo), seu lado pitoresco, anônimo, folclórico, e isso distanciaria esta arte de toda erudição. Essa distância estaria, na verdade, cada vez mais tênue, e isto é comprovável na simples observação das chamadas obras literárias clássicas, a exemplo da Ilíada, de Homero, de Os Lusíadas, de Luis de Camões, entre outras. A fusão de linguagens, organizadas em níveis mesclados de erudição e popular, bem como a provável autoria desses cantos atribuída por muitos estudiosos, a cantores populares, contribuiriam para o fortalecimento da conexão entre o popular e o erudito. O cultivo da oralidade, característica impar da arte repentista, aponta para os primórdios da existência poética do Repente, posto que a voz é anterior a qualquer expressão comunicativa do homem, e essa voz estaria vinculada ao ritmo, primeira descoberta anterior a linguagem, segundo Otávio Paz. O ritmo havia de ser o poético da vida e foi percebido a partir do compasso do coração, dos movimentos da respiração, da marcha dos pés, do movimento dos astros, da luz e das trevas, das marés: enfim, o ritmo preexiste a qualquer linguagem verbal. O Repente não tem valor meramente sociológico, antropológico, não está no lugar do passado, como muitos preferem ver, mas é vivo, está a nossa volta, visível, audível, comunicando ao homem, sensibilizando-o, pelo canal mais precioso, direto e real: a voz dos cantadores repentistas

Page generated in 0.0619 seconds