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Da ausência do olhar do outro à ausência do limite corporal: sobre a fragmentação corpórea no autismoNatália Laporte Correia 25 February 2016 (has links)
O presente trabalho tem como propósito problematizar, com base na literatura psicanalítica de matriz lacaniana, a ausência do olhar do Outro como um dos fatores que dificultam a construção de uma imagem corporal unificada nos autistas. O olhar tem uma dimensão relacional, constituindo-se como um importante objeto para a concepção da totalidade corporal. Com efeito, na etapa inicial do desenvolvimento, o recém-nascido percebe o corpo como fragmentado. Não há sequer, da parte dele, o sentimento de integração orgânica e a percepção da distinção entre o interior e o exterior. Embora dependa também da maturação fisiológica, é a partir da relação com o adulto, o qual faz a maternagem, que pode se dar, para o pequeno ser, a aquisição do sentimento de unidade corporal. No entanto, no caso de crianças autistas, é comum a existência de uma intricada comunicação entre o cuidador e o bebê, a qual aparece representada, sobretudo, no desencontro dos olhares. Para o entendimento desse fenômeno, a metodologia adotada foi uma revisão bibliográfica na literatura psicanalítica. Nela, tomamos a teoria lacaniana do Estádio do Espelho e seus desdobramentos como base fundamental, articulando-os com os seguintes construtos metapsicológicos contemporâneos: as concepções psicanalíticas de olhar, da relação da mãe com o bebê, do autismo e do corpo. Para isso, serão utilizadas as produções textuais dos autores, que possuem como matriz a psicanálise de inspiração lacaniana, especialmente as da psicanalista Marie-Christine Laznik (1991, 2004).
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Da ausência do olhar do outro à ausência do limite corporal: sobre a fragmentação corpórea no autismoCorreia, Natália Laporte 25 February 2016 (has links)
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Previous issue date: 2016-02-25 / This paper aims to discuss, based on Lacanian psychoanalytic literature matrix, the absence of the gaze of the Other as one of the factors that hinder the construction of a unified body image in autistic. The look has a relational dimension, becoming an important object to the design of the entire body. Indeed, in the initial development stage, the infant perceives the body as fragmented. There is not, from him, the sense of organic integration and the perception of the distinction between the inside and the outside. Although it also depends on physiological maturity, it is from the relationship with the adult who does the mothering that can happen to the little being, acquiring the sense of bodily unity. However, in the case of autistic children, it is common to find an intricate communication between the caregiver and the baby, which appears represented, above all, the mismatch looks. To understand this phenomenon, the methodology adopted was a literature review in the psychoanalytic literature. In it, we take the Lacanian theory of the mirror Stadium and its development as a fundamental basis, linking them with the following contemporary metapsychological constructs: the psychoanalytic concepts of looking, the mother's relationship with the baby, autism and body. For this, textual productions of the authors will be used, which have as a matrix of Lacanian psychoanalysis inspiration, especially the psychoanalyst Marie-Christine Laznik (1991, 2004). / O presente trabalho tem como propósito problematizar, com base na literatura psicanalítica de matriz lacaniana, a ausência do olhar do Outro como um dos fatores que dificultam a construção de uma imagem corporal unificada nos autistas. O olhar tem uma dimensão relacional, constituindo-se como um importante objeto para a concepção da totalidade corporal. Com efeito, na etapa inicial do desenvolvimento, o recém-nascido percebe o corpo como fragmentado. Não há sequer, da parte dele, o sentimento de integração orgânica e a percepção da distinção entre o interior e o exterior. Embora dependa também da maturação fisiológica, é a partir da relação com o adulto, o qual faz a maternagem, que pode se dar, para o pequeno ser, a aquisição do sentimento de unidade corporal. No entanto, no caso de crianças autistas, é comum a existência de uma intricada comunicação entre o cuidador e o bebê, a qual aparece representada, sobretudo, no desencontro dos olhares. Para o entendimento desse fenômeno, a metodologia adotada foi uma revisão bibliográfica na literatura psicanalítica. Nela, tomamos a teoria lacaniana do Estádio do Espelho e seus desdobramentos como base fundamental, articulando-os com os seguintes construtos metapsicológicos contemporâneos: as concepções psicanalíticas de olhar, da relação da mãe com o bebê, do autismo e do corpo. Para isso, serão utilizadas as produções textuais dos autores, que possuem como matriz a psicanálise de inspiração lacaniana, especialmente as da psicanalista Marie-Christine Laznik (1991, 2004).
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