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O processo de construção dos vínculos afetivos em crianças abrigadas: um aspecto da educação não formalDechandt, Vilmara Sabim 09 May 2006 (has links)
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Previous issue date: 2006-05-09 / Esta pesquisa trata da construção do vínculo afetivo como fator de resiliência em
crianças abrigadas. A investigação foi orientada pelos seguintes objetivos:
caracterizar os vínculos afetivos construídos pelas crianças durante o período que
residem no abrigo; identificar as reações afetivas das crianças diante do fato de
estarem em situação de abrigagem; e obter configuração pictórica sobre os
sentimentos da criança em relação aos vínculos afetivos com o abrigo e a família. A
pesquisa teve a duração de um ano, durante o período de 2004 a 2005. A
fundamentação teórica foi obtida em Bowlby, Freud e Wallon. Contribuíram para a
análise a teoria ecológica do desenvolvimento humano, de Bronfenbrenner, e a
teoria psicanalítica. Os sujeitos participantes do estudo constituíram se por uma
professora e treze meninos de 6 a 9 anos que freqüentavam a classe de contraturno
escolar no abrigo Instituto João XXIII, na cidade de Ponta Grossa, PR. Foram
utilizados como procedimentos de coleta de indicadores: observação participante,
entrevistas semi-estruturadas, sessões coletivas, registros fotográficos e expressão
pictórica. Como instrumentos, utilizaram-se: diário de campo, roteiro de entrevistas,
fragmentos das histórias de vida, fotografias e desenhos das crianças. A análise dos
indicadores revelou que as crianças abrigadas estabelecem, gradativamente e em
rede, novos vínculos com figuras substitutas: padre, cuidador, natureza, animais,
meninos e professora. As reações emocionais referentes à situação de abrigagem
mudam conforme a fase de adaptação: choro e agressividade, na fase de protesto;
isolamento e indiferença, na fase da depressão; cooperação e alegria, na fase do
desligamento. Sintomas psicossomáticos, dor de barriga, são freqüentes. Por outro
lado, os abrigados demonstram sentimentos de segurança e proteção em relação ao
vínculo com o abrigo e sentimentos de tristeza e saudade em relação ao vínculo com
a família. Concluiu-se que a professora configura-se como importante figura de
apego, substituta da mãe. Na conjuntura de fatores de risco que levaram à situação
de abrigagem, ela é elemento de proteção e resiliência.
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