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Delineamento experimental de caso único: a psicoterapia analítica funcional aplicada ao transtorno por uso de substâncias / Single-case experimental design: Functional Analytic Psychotherapy applied to Substance Use Disorders

Aranha, Álan Souza 13 June 2017 (has links)
A Psicoterapia Analítica Funcional (FAP) é uma terapia comportamental que tem a finalidade de alterar os comportamentos-problema interpessoais que levaram o cliente ao tratamento, intervindo imediatamente sobre estes comportamentos quando eles ocorrem na sessão terapêutica. A FAP foi aplicada com sucesso a diversos quadros clínicos, porém pouca evidência foi produzida no que diz respeito ao Transtorno por Uso de Substâncias (TUS). Nas poucas pesquisas encontradas, a FAP foi manejada em conjunto com outras psicoterapias comportamentais, o que não permitiu a avaliação isolada do seu impacto nessa população. O objetivo do presente estudo foi investigar os efeitos da FAP sobre comportamentos clinicamente relevantes (CCRs) e mudanças extrassessão (medidas com registros de sintomatologia psiquiátrica e abuso de substâncias) de indivíduos institucionalizados que tinham preenchido os critérios para TUS. Participaram deste estudo o pesquisador-terapeuta e dois clientes. Foi utilizado um delineamento experimental de caso único no formato A/A+B, onde A era a etapa de Análise de Contingências Externas e B o uso sistemático da FAP. Inicialmente o terapeuta realizou a conceituação dos casos e atendeu os clientes com estratégias da Terapia Analítico-Comportamental (TAC) e posteriormente foi introduzida a FAP. Três meses após o encerramento dos atendimentos foi conduzida uma sessão de acompanhamento para averiguar a manutenção das mudanças. Todas as sessões foram gravadas e cinco sessões de cada fase experimental, para cada díade, foram categorizadas com o instrumento Functional Analytic Psychoterapy Rating Scale (FAPRS) para medir as mudanças dentro da sessão. As mudanças nos sintomas foram avaliadas semanalmente com o Outcome Questionnaire (OQ-45.2) e a frequência de uso de drogas três meses antes e três meses depois com o Timeline Followback (TLFB). Os dados foram comparados intrasujeitos. Os resultados apontaram que a diminuição na frequência de comportamentos-problema (CCRs1) e aumento de comportamentos de melhora (CCRs2) em sessão acompanharam a introdução da FAP para os dois participantes, especificamente a manipulação da Regra 2 (evocação) e Regra 3-2 (reforçamento positivo contingente do terapeuta a CCRs2). Na sessão de follow up apenas o cliente que se manteve mais tempo em atendimento apresentou conservação na frequência de CCRs2. Em relação as mudanças extrassessão, o instrumento OQ-45.2 não foi sensível a mudança de fase experimental para nenhum dos participantes. O instrumento TLFB quantitativamente apontou melhora do consumo de substâncias para ambos os clientes, porém levando em consideração a frequência de CCRs e o conteúdo da verbalização dos pacientes na sessão de acompanhamento, apenas o participante que recebeu mais tempo de tratamento apresentou melhora, enquanto o segundo participante indicou retorno progressivo ao quadro de dependência. Os resultados apóiam a hipótese de que a FAP proporciona alterações terapêuticas para indivíduos que preenchem os critérios diagnósticos para TUS e que seu mecanismo de mudança clínico é o responder contingente do terapeuta, porém ao menos neste estudo, apenas o cliente exposto por um período maior a terapia apresentou manutenção dos ganhos na sessão de follow up e mudança na frequência de abuso de substâncias / Functional Analytic Psychotherapy (FAP) is a behavior therapy aimed at changing interpersonal problem behaviors which led the client to treatment, immediately intervening on these behaviors when occurred during the therapeutic session. FAP has been successfully applied to clinical diagnosis, though little evidence has been shown when it comes to Substance Use Disorder (SUD). In the few researched found, FAP has been applied along with other behavioral psychotherapies, making it difficult to evaluate its isolated impact upon this population. This study focused on investigating the effects of FAP on clinically relevant behaviors (CRB) and out of session changes (assessed with collected data on psychiatric symptoms and substance abuse) of institutionalized individuals who fit the SUD diagnosis criteria. The therapist-researcher and two clients took part in this study. A single-case experimental design in an A/A+B format has been used, in which A was the stage of External Contingencies Analysis, and B the systematic use of FAP. Firstly, the therapist performed the conception of the cases and assisted the clients with Behavior-Analytic Psychotherapy (BAP) strategies, introducing FAP afterwards. Three months after the therapeutic sessions were over, a follow-up session was carried out in order to verify the maintenance of the changes. All sessions were recorded and five sessions from each experimental phase, for each dyad, were categorized according to the Functional Analytic Psychotherapy Rating Scale (FAPRS) to measure the changes within the session. The changes in the symptoms were assessed on a weekly basis with the Outcome Questionnaire (OQ-45.2), while the drug use frequency was assessed three months before and after using the Timeline Followback (TLFB). The data was compared inter-subject. The results indicated that the decrease in the frequency of problem-behaviors (CRBs1) and the increase in the improvement behaviors (CRBs2) during the sessions followed the introduction of FAP for both participants, specifically the manipulation of Rule 2 (evocation) and Rule 3-2 (contingent positve reinforcement from therapist to CRB2). During the follow-up session, the client who had been assisted longer was the only to maintain the CRBs2 frequency. As for the out of session changes, instrument OQ-45.2 was not sensitive to change in experimental phase to none of the participants. Instrument TLFB has shown quantitatively improvement in substance abuse for both clients. However, taking into account the CRBs frequency and the clients verbalization content during the follow-up session, the client assisted longer was the only to show improvement, while the second patient indicated a progressive revert to the dependency condition. The results support the hypothesis that FAP provides therapeutic changes to individuals who fit the SUD diagnostic criteria and that its mechanism of clinical changes is the therapist contingent response. Yet, at least within this study, only the client exposed to therapy for a longer period proved to maintain the progress achieved in the follow up session and change the frequency in the substance abuse
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Delineamento experimental de caso único: a psicoterapia analítica funcional aplicada ao transtorno por uso de substâncias / Single-case experimental design: Functional Analytic Psychotherapy applied to Substance Use Disorders

Álan Souza Aranha 13 June 2017 (has links)
A Psicoterapia Analítica Funcional (FAP) é uma terapia comportamental que tem a finalidade de alterar os comportamentos-problema interpessoais que levaram o cliente ao tratamento, intervindo imediatamente sobre estes comportamentos quando eles ocorrem na sessão terapêutica. A FAP foi aplicada com sucesso a diversos quadros clínicos, porém pouca evidência foi produzida no que diz respeito ao Transtorno por Uso de Substâncias (TUS). Nas poucas pesquisas encontradas, a FAP foi manejada em conjunto com outras psicoterapias comportamentais, o que não permitiu a avaliação isolada do seu impacto nessa população. O objetivo do presente estudo foi investigar os efeitos da FAP sobre comportamentos clinicamente relevantes (CCRs) e mudanças extrassessão (medidas com registros de sintomatologia psiquiátrica e abuso de substâncias) de indivíduos institucionalizados que tinham preenchido os critérios para TUS. Participaram deste estudo o pesquisador-terapeuta e dois clientes. Foi utilizado um delineamento experimental de caso único no formato A/A+B, onde A era a etapa de Análise de Contingências Externas e B o uso sistemático da FAP. Inicialmente o terapeuta realizou a conceituação dos casos e atendeu os clientes com estratégias da Terapia Analítico-Comportamental (TAC) e posteriormente foi introduzida a FAP. Três meses após o encerramento dos atendimentos foi conduzida uma sessão de acompanhamento para averiguar a manutenção das mudanças. Todas as sessões foram gravadas e cinco sessões de cada fase experimental, para cada díade, foram categorizadas com o instrumento Functional Analytic Psychoterapy Rating Scale (FAPRS) para medir as mudanças dentro da sessão. As mudanças nos sintomas foram avaliadas semanalmente com o Outcome Questionnaire (OQ-45.2) e a frequência de uso de drogas três meses antes e três meses depois com o Timeline Followback (TLFB). Os dados foram comparados intrasujeitos. Os resultados apontaram que a diminuição na frequência de comportamentos-problema (CCRs1) e aumento de comportamentos de melhora (CCRs2) em sessão acompanharam a introdução da FAP para os dois participantes, especificamente a manipulação da Regra 2 (evocação) e Regra 3-2 (reforçamento positivo contingente do terapeuta a CCRs2). Na sessão de follow up apenas o cliente que se manteve mais tempo em atendimento apresentou conservação na frequência de CCRs2. Em relação as mudanças extrassessão, o instrumento OQ-45.2 não foi sensível a mudança de fase experimental para nenhum dos participantes. O instrumento TLFB quantitativamente apontou melhora do consumo de substâncias para ambos os clientes, porém levando em consideração a frequência de CCRs e o conteúdo da verbalização dos pacientes na sessão de acompanhamento, apenas o participante que recebeu mais tempo de tratamento apresentou melhora, enquanto o segundo participante indicou retorno progressivo ao quadro de dependência. Os resultados apóiam a hipótese de que a FAP proporciona alterações terapêuticas para indivíduos que preenchem os critérios diagnósticos para TUS e que seu mecanismo de mudança clínico é o responder contingente do terapeuta, porém ao menos neste estudo, apenas o cliente exposto por um período maior a terapia apresentou manutenção dos ganhos na sessão de follow up e mudança na frequência de abuso de substâncias / Functional Analytic Psychotherapy (FAP) is a behavior therapy aimed at changing interpersonal problem behaviors which led the client to treatment, immediately intervening on these behaviors when occurred during the therapeutic session. FAP has been successfully applied to clinical diagnosis, though little evidence has been shown when it comes to Substance Use Disorder (SUD). In the few researched found, FAP has been applied along with other behavioral psychotherapies, making it difficult to evaluate its isolated impact upon this population. This study focused on investigating the effects of FAP on clinically relevant behaviors (CRB) and out of session changes (assessed with collected data on psychiatric symptoms and substance abuse) of institutionalized individuals who fit the SUD diagnosis criteria. The therapist-researcher and two clients took part in this study. A single-case experimental design in an A/A+B format has been used, in which A was the stage of External Contingencies Analysis, and B the systematic use of FAP. Firstly, the therapist performed the conception of the cases and assisted the clients with Behavior-Analytic Psychotherapy (BAP) strategies, introducing FAP afterwards. Three months after the therapeutic sessions were over, a follow-up session was carried out in order to verify the maintenance of the changes. All sessions were recorded and five sessions from each experimental phase, for each dyad, were categorized according to the Functional Analytic Psychotherapy Rating Scale (FAPRS) to measure the changes within the session. The changes in the symptoms were assessed on a weekly basis with the Outcome Questionnaire (OQ-45.2), while the drug use frequency was assessed three months before and after using the Timeline Followback (TLFB). The data was compared inter-subject. The results indicated that the decrease in the frequency of problem-behaviors (CRBs1) and the increase in the improvement behaviors (CRBs2) during the sessions followed the introduction of FAP for both participants, specifically the manipulation of Rule 2 (evocation) and Rule 3-2 (contingent positve reinforcement from therapist to CRB2). During the follow-up session, the client who had been assisted longer was the only to maintain the CRBs2 frequency. As for the out of session changes, instrument OQ-45.2 was not sensitive to change in experimental phase to none of the participants. Instrument TLFB has shown quantitatively improvement in substance abuse for both clients. However, taking into account the CRBs frequency and the clients verbalization content during the follow-up session, the client assisted longer was the only to show improvement, while the second patient indicated a progressive revert to the dependency condition. The results support the hypothesis that FAP provides therapeutic changes to individuals who fit the SUD diagnostic criteria and that its mechanism of clinical changes is the therapist contingent response. Yet, at least within this study, only the client exposed to therapy for a longer period proved to maintain the progress achieved in the follow up session and change the frequency in the substance abuse

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