Spelling suggestions: "subject:"figurativization"" "subject:"causativity""
1 |
A estrutura argumental da língua karitiana: desafios descritivos e teóricos / Argument structure in Karitiana: theoretical and descriptive challengesSilva, Ivan Rocha da 13 September 2011 (has links)
Esta dissertação tem por objetivo descrever a estrutura argumental da língua Karitiana (grupo Tupi, família Arikém, aproximadamente 400 falantes) em uma perspectiva descritiva e teórica. Nesse trabalho, buscou-se o desafio de descrever as classes verbais da língua com base em uma teoria formal: a teoria de estrutura argumental de Hale e Keyser (2002). O trabalho encontra-se dividido em duas partes. Na parte I, descreve-se a morfossintaxe das classes verbais. Na parte II, foram analisadas, em termos de estrutura argumental, as evidências morfossintáticas notadas no padrão verbal. A segunda parte, ainda, oferece uma análise preliminar para a estrutura passiva impessoal em Karitiana, dentro da teoria Gerativa. A transitivização, a passivização, a construção de cópula e o padrão de concordância funcionam como evidências morfossintáticas para descrever classes verbais na língua. Todos os verbos intransitivos podem ser afetados pela causativização sintética (transitivização) através de um morfema causativo que permite a adição de um argumento externo (o sujeito agente ou causa) a uma sentença intransitiva, tornando-a transitiva. Através do morfema de passiva impessoal em Karitiana, é possível transformar um verbo biargumental em monoargumental, apagando o sujeito original da sentença transitiva. O morfema de passiva é adicionado apenas a um verbo minimamente biargumental ou a um verbo intransitivo que tenha sido antes transitivizado via . A construção de cópula nesta língua apresenta uma estrutura bioracional (S Copula minioração) em que a cópula toma como complemento uma minioração. No núcleo desta minioração, pode entrar apenas um verbo intransitivo, um adjetivo ou um nome. O padrão de concordância ergativo-absolutiva é o último diagnóstico utilizado como evidência de valência na língua. Com base nestas evidências, foram descritas três classes verbais: uma classe de verbos intransitivos (formada por 3 subclasses: composta de intransitivos comuns, de intransitivos com objeto oblíquo e sujeito experienciador e, por último, a subclasse de intransitivos locativos), uma classe de verbos transitivos e uma terceira classe composta por verbos bitransitivos. Esta última tem um objeto direto com papel semântico ALVO e um objeto indireto, marcado obliquamente (com a posposição ty) com papel TEMA. Os verbos intransitivos com objeto oblíquo apresentam um comportamento especial, comportando-se, morfossintaticamente e em termos de alternância, como os demais intransitivos, mas projetando em sua estrutura um complemento oblíquo, o que leva a considerar que eles são sintaticamente intransitivos e semanticamente transitivos. Concluimos que todos os verbos intransitivos nesta língua têm o comportamento de verbos inacusativos do tipo alternante. Na proposta de Hale e Keyser, os verbos são formados, estrutural e hierarquicamente, a partir de duas estruturas básicas (monádica e diádica) nucleadas pelos núcleos verbais (V1 e V2). Deste modo, os verbos do Karitiana descritos como intransitivos são analisados como verbos diádicos compostos, em conformidade com suas propriedades alternantes. Os verbos intransitivos com objeto oblíquo e aqueles verbos intransitivos locativos foram analisados como verbos diádicos compostos com complemento oblíquo (P-complemento). Os verbos bitransitivos são analisados como diádicos básicos. Apenas os verbos transitivos em Karitiana podem ser analisados como verbos monádicos. / This masters thesis aims to describe the argument structure in Karitiana (Tupi branch, Arikém family, about 400 speakers) both in a theoretical and in a descriptive perspective. In this work, the challenge is to describe the verb classes identified in Karitiana in the formal theory of argument structure proposed by Hale and Keyser (2002). The work is divided in two parts. In Part I, the morphosyntax of the verb classes is described. In Part II, the verb patterns were analyzed in terms of their argument structure. Still in this part, a preliminary analysis of the structure of the impersonal passive is presented, inside the Generativist framework. All instransitive verbs may be affected by the synthetic causativization (transitivization) in which a causative morpheme allows the addition of an external argument (the subject) to an intransitive sentence, transitivizing it. By the use of the impersonal passive in Karitiana it is possible to turn a bi-argumental verb into a mono-argumental one, causing the demotion of the initial subject and the promotion of the initial object to subject of the passive. The passive morpheme is added only to a transitive verb or to an intransitive verb which has been first transitivized via . The copular construction in Karitiana presents a biclausal structure (Subject + copular verb + small clause) in which the copular verb selects a small clause as its complement. Copular verbs can only select complements headed by nouns, adjectives or intransitive verbs. If a transitive verb is added to the head of the small clause, the sentence is ungrammatical. However, if a transitive verb has undergone a passivization process via , that verb may be the head of the small clause. The ergative-absolutive agreement pattern is also used as evidence of valency in Karitiana. Based on this evidence, three verbal classes were described: a large class of intransitive verbs (with three subclasses, one of common intransitive verbs, another of intransitive verbs with oblique objects and experiencer subjects, and one of intransitive locatives), a class of transitive verbs, and a third class of ditransitive verbs. The latter presents a direct object with the semantic role GOAL, whereas the indirect object is a THEME, marked as oblique (with the postposition ty). These intransitive verbs with an oblique object are part of a special subclass of intransitives because they behave, in terms of morphosyntax and valency, as other intransitive verbs, but they also project in their structure an oblique complement; it seems to be the case that they are syntactically intransitive and semantically transitive. We conclude that all intransitive verbs in Karitiana have the behavior of unaccusative verbs that may alternate. In Hale and Keysers proposal, verbs are formed, in structural and hierachical terms, from two basic structures (monadic and dyadic) headed by the verbal heads (V1 and V2). Thus, the Karitiana verbs described as common intransitives are analyzed as dyadic because of their alternation properties. The intransitives with oblique objects and the locative intransitives were analyzed as composite dyadic with oblique complements (P-complements). The ditransitive verbs are analyzed as basic dyadic, and only the transitive verbs in Karitiana may be analyzed as projecting monadic argument structures.
|
2 |
A estrutura argumental da língua karitiana: desafios descritivos e teóricos / Argument structure in Karitiana: theoretical and descriptive challengesIvan Rocha da Silva 13 September 2011 (has links)
Esta dissertação tem por objetivo descrever a estrutura argumental da língua Karitiana (grupo Tupi, família Arikém, aproximadamente 400 falantes) em uma perspectiva descritiva e teórica. Nesse trabalho, buscou-se o desafio de descrever as classes verbais da língua com base em uma teoria formal: a teoria de estrutura argumental de Hale e Keyser (2002). O trabalho encontra-se dividido em duas partes. Na parte I, descreve-se a morfossintaxe das classes verbais. Na parte II, foram analisadas, em termos de estrutura argumental, as evidências morfossintáticas notadas no padrão verbal. A segunda parte, ainda, oferece uma análise preliminar para a estrutura passiva impessoal em Karitiana, dentro da teoria Gerativa. A transitivização, a passivização, a construção de cópula e o padrão de concordância funcionam como evidências morfossintáticas para descrever classes verbais na língua. Todos os verbos intransitivos podem ser afetados pela causativização sintética (transitivização) através de um morfema causativo que permite a adição de um argumento externo (o sujeito agente ou causa) a uma sentença intransitiva, tornando-a transitiva. Através do morfema de passiva impessoal em Karitiana, é possível transformar um verbo biargumental em monoargumental, apagando o sujeito original da sentença transitiva. O morfema de passiva é adicionado apenas a um verbo minimamente biargumental ou a um verbo intransitivo que tenha sido antes transitivizado via . A construção de cópula nesta língua apresenta uma estrutura bioracional (S Copula minioração) em que a cópula toma como complemento uma minioração. No núcleo desta minioração, pode entrar apenas um verbo intransitivo, um adjetivo ou um nome. O padrão de concordância ergativo-absolutiva é o último diagnóstico utilizado como evidência de valência na língua. Com base nestas evidências, foram descritas três classes verbais: uma classe de verbos intransitivos (formada por 3 subclasses: composta de intransitivos comuns, de intransitivos com objeto oblíquo e sujeito experienciador e, por último, a subclasse de intransitivos locativos), uma classe de verbos transitivos e uma terceira classe composta por verbos bitransitivos. Esta última tem um objeto direto com papel semântico ALVO e um objeto indireto, marcado obliquamente (com a posposição ty) com papel TEMA. Os verbos intransitivos com objeto oblíquo apresentam um comportamento especial, comportando-se, morfossintaticamente e em termos de alternância, como os demais intransitivos, mas projetando em sua estrutura um complemento oblíquo, o que leva a considerar que eles são sintaticamente intransitivos e semanticamente transitivos. Concluimos que todos os verbos intransitivos nesta língua têm o comportamento de verbos inacusativos do tipo alternante. Na proposta de Hale e Keyser, os verbos são formados, estrutural e hierarquicamente, a partir de duas estruturas básicas (monádica e diádica) nucleadas pelos núcleos verbais (V1 e V2). Deste modo, os verbos do Karitiana descritos como intransitivos são analisados como verbos diádicos compostos, em conformidade com suas propriedades alternantes. Os verbos intransitivos com objeto oblíquo e aqueles verbos intransitivos locativos foram analisados como verbos diádicos compostos com complemento oblíquo (P-complemento). Os verbos bitransitivos são analisados como diádicos básicos. Apenas os verbos transitivos em Karitiana podem ser analisados como verbos monádicos. / This masters thesis aims to describe the argument structure in Karitiana (Tupi branch, Arikém family, about 400 speakers) both in a theoretical and in a descriptive perspective. In this work, the challenge is to describe the verb classes identified in Karitiana in the formal theory of argument structure proposed by Hale and Keyser (2002). The work is divided in two parts. In Part I, the morphosyntax of the verb classes is described. In Part II, the verb patterns were analyzed in terms of their argument structure. Still in this part, a preliminary analysis of the structure of the impersonal passive is presented, inside the Generativist framework. All instransitive verbs may be affected by the synthetic causativization (transitivization) in which a causative morpheme allows the addition of an external argument (the subject) to an intransitive sentence, transitivizing it. By the use of the impersonal passive in Karitiana it is possible to turn a bi-argumental verb into a mono-argumental one, causing the demotion of the initial subject and the promotion of the initial object to subject of the passive. The passive morpheme is added only to a transitive verb or to an intransitive verb which has been first transitivized via . The copular construction in Karitiana presents a biclausal structure (Subject + copular verb + small clause) in which the copular verb selects a small clause as its complement. Copular verbs can only select complements headed by nouns, adjectives or intransitive verbs. If a transitive verb is added to the head of the small clause, the sentence is ungrammatical. However, if a transitive verb has undergone a passivization process via , that verb may be the head of the small clause. The ergative-absolutive agreement pattern is also used as evidence of valency in Karitiana. Based on this evidence, three verbal classes were described: a large class of intransitive verbs (with three subclasses, one of common intransitive verbs, another of intransitive verbs with oblique objects and experiencer subjects, and one of intransitive locatives), a class of transitive verbs, and a third class of ditransitive verbs. The latter presents a direct object with the semantic role GOAL, whereas the indirect object is a THEME, marked as oblique (with the postposition ty). These intransitive verbs with an oblique object are part of a special subclass of intransitives because they behave, in terms of morphosyntax and valency, as other intransitive verbs, but they also project in their structure an oblique complement; it seems to be the case that they are syntactically intransitive and semantically transitive. We conclude that all intransitive verbs in Karitiana have the behavior of unaccusative verbs that may alternate. In Hale and Keysers proposal, verbs are formed, in structural and hierachical terms, from two basic structures (monadic and dyadic) headed by the verbal heads (V1 and V2). Thus, the Karitiana verbs described as common intransitives are analyzed as dyadic because of their alternation properties. The intransitives with oblique objects and the locative intransitives were analyzed as composite dyadic with oblique complements (P-complements). The ditransitive verbs are analyzed as basic dyadic, and only the transitive verbs in Karitiana may be analyzed as projecting monadic argument structures.
|
3 |
Causativization as antireflexivization : a study of middle and ingestive verbsKrejci, Bonnie Jean 16 August 2012 (has links)
This report investigates the causativization patterns of verbs of eating and drinking from a typological perspective, arguing that ingestive verbs may be grouped together with middle verbs with respect to causativization. It is argued that both ingestive verbs and middle verbs are lexically reflexive and, in some languages, their causative variants are derived from their non-causative variants by an antireflexivization operation that delinks the verbs' coidentified arguments. Evidence from English and Marathi shows that such an operation is plausible as a causativization strategy on both semantic and morphological grounds. / text
|
4 |
O Processo de causativização de inergativos e inacusativos no português brasileiro : por uma abordagem nanossintáticaFerreira, Thayse Letícia 22 February 2017 (has links)
Submitted by Alison Vanceto (alison-vanceto@hotmail.com) on 2017-06-08T17:50:25Z
No. of bitstreams: 1
DissTLF.pdf: 1609618 bytes, checksum: 6d556d5f96c86d3bb3f1b5c0803a77f0 (MD5) / Approved for entry into archive by Ronildo Prado (ronisp@ufscar.br) on 2017-06-14T13:32:38Z (GMT) No. of bitstreams: 1
DissTLF.pdf: 1609618 bytes, checksum: 6d556d5f96c86d3bb3f1b5c0803a77f0 (MD5) / Approved for entry into archive by Ronildo Prado (ronisp@ufscar.br) on 2017-06-14T13:32:44Z (GMT) No. of bitstreams: 1
DissTLF.pdf: 1609618 bytes, checksum: 6d556d5f96c86d3bb3f1b5c0803a77f0 (MD5) / Made available in DSpace on 2017-06-14T13:37:27Z (GMT). No. of bitstreams: 1
DissTLF.pdf: 1609618 bytes, checksum: 6d556d5f96c86d3bb3f1b5c0803a77f0 (MD5)
Previous issue date: 2017-02-22 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) / The causative relation has been, for centuries, an interesting source of research in the most
di erent areas of knowledge. In this dissertation, we investigated the possibility of certain
unergative and unaccusative verbs to express causality, although not being causatives in
their base, such as the children sat on the oor Ð→ the mom sat the children on the
oor . Our proposal is that the causativization phenomenon is a syntactic mechanism by
which the events can receive a (direct) causative interpretation in the situational domain
([ cause P]). The analysis is developed on the basis of Nanosyntax assumptions (Starke,
2009) and demonstrates the role of the terminals of the event domain, the Spell-out rules
and the lexical-encyclopedic knowledge in the license of the causativization process in
Brazilian Portuguese. / A relação de causalidade tem sido há séculos uma fonte interessante de pesquisa nas
mais diferentes áreas do conhecimento. Nesta dissertação, investigamos a possibilidade
de certos predicados inergativos e inacusativos expressarem uma relação de causalidade,
embora não sejam causativos em sua base, tal como as crianças sentaram no chão Ð→ a
mãe sentou as crianças no chão . Nossa proposta é que o fenômeno da causativização seja
um mecanismo sintático por meio do qual os eventos podem receber uma interpretação
causativa (direta) no domínio das situações ([ cause P]). A análise é desenvolvida com base
em pressupostos da Nanossintaxe (Starke, 2009) e demonstra o papel dos terminais que
compõem o domínio acional, das regras de Spell-out e do conteúdo léxico-enciclopédico
no licenciamento da causativização no Português Brasileiro.
|
Page generated in 0.1152 seconds