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Questões de linguagem na obra Robinson Crusoé: a dialogia da palavra na vida solitária / Questions of language in Robinson Crusoe: the dialogics of words in a lonely lifeBattaglia, Stela Maris Fazio 05 October 2009 (has links)
Esta tese apresenta um estudo sobre a criação literária de Daniel Defoe, Robinson Crusoé, escrita em 1719. Seu estatuto de obra clássica com inúmeras adaptações inserea numa cadeia discursiva de porte extraordinário, na qual o personagem revela-se um mito. O presente estudo, alicerçado no conceito de compreensão criadora de Mikhail Bakhtin, buscou uma ampliação de sentidos na análise do objeto empírico, com os seguintes objetivos: questionar um possível uso de obras clássicas como fetiches, o esvaziamento de seus sentidos e averiguar a hipótese de Robinson Crusoé ser um protótipo do homem como ser de linguagem, metalinguístico. O levantamento de tal hipótese foi possível pela concepção da dialogia da linguagem, entendida no conceito do Círculo de Bakhtin. A metodologia utilizada constou de sucessivas leituras da obra em questão, seleção de atos de linguagem expressos pelo personagem e sua categorização. A partir daí foram buscadas as representações do Outro nos enunciados de Robinson durante o período de seu total isolamento na ilha em que naufragou; a procura foi norteada pelo conceito da constituição dialógica da palavra, dado que no contexto de enunciação não havia presença real de interlocutores. Como forma de enfatizar o caráter dialógico da linguagem, realizou-se, também, uma seleção de marcas do Outro no relato autobiográfico do personagem (a obra em seu todo), algumas delas explicitamente visualizadas. As reflexões de diferentes autores acham-se presentes neste estudo: Roland Barthes, Michel de Certeau, Jeanne Marie Gagnebin, Ivonne Bordelois, Zygmunt Bauman, Dominique Maingueneau, Fernando Savater, David Olson, George Steiner. Os resultados do trabalho atestam a propriedade da hipótese formulada e demonstram a força da linguagem na vida humana, confirmando a necessidade de valorização da palavra em meio à crise cultural presente na modernidade líquida. / The following thesis presents a study on Daniel Defoes literary creation Robinson Crusoe, written in 1719. Its status as a literary classic that has been the subject of endless adaptations gives Robinson Crusoe an extraordinary position in the discursive chain, revealing the character as a myth. The present study, based on Mikhail Bakhtins concept of creative understanding, sought to amplify the meanings in the analysis of its empirical object, with the following aims: to question the possible use of classic works as fetishes, to empty its meanings and to investigate the hypothesis of Robinson Crusoe being a prototype of man as a being of language, a metalinguistic being. This hypothesis was enabled by the concept of the dialogism of language, understood within the concept of Bakhtins Circle. The methodology employed consisted of successive readings of the work, the selection of acts of language expressed by the character, and their classification into categories. From this basis, the representations of the Other in Robinsons enunciations during his period of total isolation on the island where he was shipwrecked were sought; the search was guided by the concept of the dialogic constitution of speech, since within the context of the enunciation there were no actual conversational partners present. To stress the dialogic character of language, a selection was also made of the signs of the Other in the characters autobiographical account (the work as a whole), some of which were explicitly visualized. The reflections of different authors are present in this study: Roland Barthes, Michel de Certeau, Jeanne Marie Gagnebin, Ivonne Bordelois, Zygmunt Bauman, Dominique Maingueneau, Fernando Savater, David Olson, and George Steiner. The results of this study confirm the correctness of the hypothesis proposed and demonstrate the strength of language in human life, supporting the need to value speech in the midst of the cultural crisis of liquid modernity.
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Questões de linguagem na obra Robinson Crusoé: a dialogia da palavra na vida solitária / Questions of language in Robinson Crusoe: the dialogics of words in a lonely lifeStela Maris Fazio Battaglia 05 October 2009 (has links)
Esta tese apresenta um estudo sobre a criação literária de Daniel Defoe, Robinson Crusoé, escrita em 1719. Seu estatuto de obra clássica com inúmeras adaptações inserea numa cadeia discursiva de porte extraordinário, na qual o personagem revela-se um mito. O presente estudo, alicerçado no conceito de compreensão criadora de Mikhail Bakhtin, buscou uma ampliação de sentidos na análise do objeto empírico, com os seguintes objetivos: questionar um possível uso de obras clássicas como fetiches, o esvaziamento de seus sentidos e averiguar a hipótese de Robinson Crusoé ser um protótipo do homem como ser de linguagem, metalinguístico. O levantamento de tal hipótese foi possível pela concepção da dialogia da linguagem, entendida no conceito do Círculo de Bakhtin. A metodologia utilizada constou de sucessivas leituras da obra em questão, seleção de atos de linguagem expressos pelo personagem e sua categorização. A partir daí foram buscadas as representações do Outro nos enunciados de Robinson durante o período de seu total isolamento na ilha em que naufragou; a procura foi norteada pelo conceito da constituição dialógica da palavra, dado que no contexto de enunciação não havia presença real de interlocutores. Como forma de enfatizar o caráter dialógico da linguagem, realizou-se, também, uma seleção de marcas do Outro no relato autobiográfico do personagem (a obra em seu todo), algumas delas explicitamente visualizadas. As reflexões de diferentes autores acham-se presentes neste estudo: Roland Barthes, Michel de Certeau, Jeanne Marie Gagnebin, Ivonne Bordelois, Zygmunt Bauman, Dominique Maingueneau, Fernando Savater, David Olson, George Steiner. Os resultados do trabalho atestam a propriedade da hipótese formulada e demonstram a força da linguagem na vida humana, confirmando a necessidade de valorização da palavra em meio à crise cultural presente na modernidade líquida. / The following thesis presents a study on Daniel Defoes literary creation Robinson Crusoe, written in 1719. Its status as a literary classic that has been the subject of endless adaptations gives Robinson Crusoe an extraordinary position in the discursive chain, revealing the character as a myth. The present study, based on Mikhail Bakhtins concept of creative understanding, sought to amplify the meanings in the analysis of its empirical object, with the following aims: to question the possible use of classic works as fetishes, to empty its meanings and to investigate the hypothesis of Robinson Crusoe being a prototype of man as a being of language, a metalinguistic being. This hypothesis was enabled by the concept of the dialogism of language, understood within the concept of Bakhtins Circle. The methodology employed consisted of successive readings of the work, the selection of acts of language expressed by the character, and their classification into categories. From this basis, the representations of the Other in Robinsons enunciations during his period of total isolation on the island where he was shipwrecked were sought; the search was guided by the concept of the dialogic constitution of speech, since within the context of the enunciation there were no actual conversational partners present. To stress the dialogic character of language, a selection was also made of the signs of the Other in the characters autobiographical account (the work as a whole), some of which were explicitly visualized. The reflections of different authors are present in this study: Roland Barthes, Michel de Certeau, Jeanne Marie Gagnebin, Ivonne Bordelois, Zygmunt Bauman, Dominique Maingueneau, Fernando Savater, David Olson, and George Steiner. The results of this study confirm the correctness of the hypothesis proposed and demonstrate the strength of language in human life, supporting the need to value speech in the midst of the cultural crisis of liquid modernity.
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