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Diz sensu: contra-império e diferença desde a ação lingüística.Silvestri, Kátia Vanessa Tarantini 02 June 2006 (has links)
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Previous issue date: 2006-06-02 / O discurso político ao ser estudado desde a perspectiva do controle lingüístico - cuja
estruturação advém da lógica capitalista e a difusão é promovida desde o sistema sem
fronteiras das mídias e da criação verbal (contrapalavra/ideologia do cotidiano) leva-nos ao
âmago da relação entre linguagem e política. Ao constatar-se o sistema político atual
império duas alternativas emergem diante do olhar do analista: ou uma sensação de
nostalgia, crendo que sistemas anteriores eram melhores, ou, como defendem Negri & Hardt
(2005), indo-se além dele. Ir além não significa dizer que a ordem da conjuntura atual
império - seja ruim em si, mas que ela é um obstáculo à democracia que se quer constituir, e,
portanto, não um limite. Como tal, o império é o espaço mais propício para se forjar relações
menos capitalistas, porém mais humanas. É nesse contexto, que os discursos que despontam
aparentemente desconexos das indústrias de propaganda - difundidos pelas mídias, são
analisados, fazendo emergir mitos e paradoxos que tentam inibir a potencialidade (conatus)
humana. Esses discursos são entendidos como ideologia oficial ou super estrutura. Cartas e
pequenos artigos enviados ao caderno Opinião <<seção opinião pública>> do Jornal de
Piracicaba dos finais de semana (sábado e domingo) são analisadas e, desta análise emerge o
que em termos bakhtinianos define-se como ideologia do cotidiano ou ainda criação verbal
(contrapalavras). Todo o corpus circunscreve-se entre maio de 2005 a setembro de 2006.
Numa incursão pela tensão entre os discursos que despontam e os que são produzidos desde
uma ideologia do cotidiano sinalizar-se-á (memória de futuro) para a possibilidade de
construção do contra-império no sentido de uma política da diferença, cuja possibilidade
advém da conjunção de uma comunicação molecular e uma política da comunicação. A
construção de uma política da diferença delineia-se desde as brechas existentes na própria
nervura do sistema imperial. É no e pelo uso de ferramentas conhecidas ao sistema que o
contra-império pode ser forjado. A principal dessas ferramentas é a linguagem e, é desde seu
estudo político, que defende-se a fomentação de novas Terras. Busca-se, enfim, responder a
uma questão crucial: quem será o sujeito da mudança e como a fará? Para tal empreendimento
é que um horizonte comum se estabelece (Negri, Bakhtin, Lévy, Ranciére, Deleuze, Foucault)
a fim de apontar para novas formas de batalhas entre as quais o controle da produção
lingüística, as possibilidades de comunicação, o trabalho imaterial, a reelaboração de espaços
enunciativos e a autopoiese é cada vez mais o objetivo da luta política.
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