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Corpo, consumo e biopolítica: diferentes idênticas convocações midiáticas para um estilo de vida feminino e idealHermann, Renata Presa 22 March 2016 (has links)
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Previous issue date: 2016-03-22 / In the group of interdisciplinary studies that characterize the field of Communication, this research analyzed the enunciation present on the covers of women s magazines CLAUDIA and TPM, starting from the following question: how are the communication and consumption strategies mobilized in the biopolitical calling discourse of the aforementioned magazines? We assume the following premises to develop an observation on the production dynamics of the biopolitical calling discourse and their relations with consumption practices: 1) the devices of control that were, originally, present in State institutions, are in contemporaneity inserted also in media discourses; and 2) the productions of sense created by media discourse of biopolitical calling in the analyzed magazines, reflect discourses of truth that are inserted in a logic proper to a discursive formation with specific conditions for production. The notion of biopolitics permeates our observation, dialoguing with paradigms of communication and consumption to map the biopolitical callings of the corpora, to identify the lifestyle that is promoted in the context of consumption, and to problematize the social production of senses created through the discourses of biopolitical calling in the articulation between communication and consumption. This is a transdisciplinary research that works with theoretical paradigms of communication, consumption, philosophy, discourse analysis and studies of the body. Authors like Prado, Hoff, Sibilia, Bruno and Silverstone serve as grounds for our observation on media callings; Canclini, Douglas&Isherwood and Rocha aid us in notions about consumption; Brandão and Orlandi guide us in the concepts of understanding about discourse in the ADF, from Pêcheux, and theory of discourse, from Foucault; finally, Foucault also serves as base for our research with his studies on production of power and knowledge about the bodies of individuals and populations, applying the concept of biopolitics. With the mapping of verbal and non-verbal texts, the identification of biopolitical callings that are present in the corpora and the categorization of these (imperative of happiness; need for continual improvement; a beautiful and healthy body; questioning of the status quo), we use the following analysis keys to problematize the social production of senses promoted by the analyses magazines: said and unsaid, conditions of production and positivity. We identify that CLAUDIA and TPM mobilize strategies of communication and consumption to produce discourses of biopolitical calling, yet the formats and strategies used are different in each one, as are the contracts of communication and the way of questioning their readers. The callings of CLAUDIA emphasize self-caring on an individual context, the contract of communication paints a woman that requires guidance, and the textual strategies use mainly the conative function of language. In turn, the callings by TPM go beyond selfcaring and question its readers for the management of life on a social context. Both ways of calling, besides their differences, press on the subject responsibility over their body, both in what refers to beauty care as well as health and productivity, which, in the dynamic of contemporary capitalism, is identified as a way, even if controlled, of power of the subject over their own body. / No conjunto dos estudos interdisciplinares que caracterizam o campo da Comunicação, esta pesquisa analisou os enunciados presentes nas capas das revistas femininas CLAUDIA e TPM, a partir da seguinte questão-problema: como são mobilizadas as estratégias de comunicação e consumo nos discursos de convocação biopolítica das revistas mencionadas? Partimos das seguintes premissas para desenvolver uma reflexão sobre as dinâmicas de produção dos discursos de convocação biopolítica e suas relações com as práticas de consumo: 1) os dispositivos de controle que, originalmente, estavam presentes nas instituições de Estado, na contemporaneidade encontram-se inseridos também nos discursos midiáticos; e 2) as produções de sentido geradas pelos discursos midiáticos de convocação biopolítica das revistas estudadas refletem discursos de verdade que se inserem em lógicas próprias de uma formação discursiva com condições de produção específicas. A noção de biopolítica permeará nossa reflexão, dialogando com paradigmas da comunicação e do consumo para mapear as convocações biopolíticas dos corpora, identificar o estilo de vida promovido no âmbito do consumo e problematizar a produção social de sentidos gerada por meio dos discursos de convocação biopolítica na articulação comunicação e consumo. Trata-se de uma pesquisa transdisciplinar, que trabalha com paradigmas teóricos da comunicação, do consumo, da filosofia, da análise do discurso e dos estudos do corpo. Autores como Prado, Hoff, Sibilia, Bruno e Silverstone fundamentam nossa reflexão sobre as convocações midiáticas; Canclini, Douglas & Isherwood e Rocha nos auxiliam nas noções sobre consumo; Brandão e Orlandi nos guiam nos conceitos acerca do entendimento sobre discurso na ADF, de Pêcheux, e teoria do discurso, de Foucault; por fim, Foucault também embasa nossa pesquisa com seus estudos acerca da produção de poder e saber sobre o corpo de indivíduos e populações, a partir do conceito de biopolítica. Com o mapeamento dos textos verbais e não verbais, a identificação das convocações biopolíticas presentes nos corpora e a categorização destas (imperativo da felicidade; necessidade de melhoria contínua; corpo belo e saudável; questionamento do status quo), utilizamos as seguintes chaves de análise para problematizar a produção social de sentidos promovida pelas publicações: dito e não dito, condições de produção e positividade. Identificamos que CLAUDIA e TPM mobilizam estratégias de comunicação e consumo para produzir discursos de convocação biopolítica, porém os formatos e estratégias utilizadas são diferentes em cada publicação, assim como os contratos de comunicação e as formas de interpelar suas leitoras. As convocações da revista CLAUDIA enfatizam o cuidado de si no âmbito individual, o contrato de comunicação concebe uma mulher que precisa ser guiada, e as estratégias textuais utilizam predominantemente a função conativa da linguagem. Por sua vez, as convocações da TPM vão além do cuidado de si e interpelam a leitora para a gestão da vida no âmbito social. Os dois modos de convocação, apesar das diferenças, imputam ao sujeito a responsabilidade sobre seu corpo, tanto no que se refere aos cuidados acerca da beleza quanto da saúde e da produtividade, o que, na dinâmica do capitalismo contemporâneo, identificamos como uma forma, mesmo que controlada, de poder do sujeito sobre o próprio corpo.
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