Made available in DSpace on 2016-06-02T19:44:17Z (GMT). No. of bitstreams: 1 6384.pdf: 1778788 bytes, checksum: 65d1696b1b1d067d38389b35e4f6044f (MD5) Previous issue date: 2014-11-17 / Financiadora de Estudos e Projetos / The history of our country has shown conflicts over land distribution within a context of social inequality and neglect of the public policies. The production in the area of special education that treats people with disabilities living in the countryside is scanty; although legislation guarantees this legitimate right and the official data indicate the existence of such population. Furthermore, the illiteracy rate is high in our country. If we associate the condition of the disabled youngsters and adults living in rural areas, the situation becomes more alarming. Historically, social movements have played significant actions in our country, such as the claim for public policies to eliminate or reduce illiteracy for those who had no access and permanence during school age. It was created in the countryside the National Education Program in Agrarian Reform (PRONERA) which presents for Adolescents and Adults (EJA) a project developed in partnership with higher education institutions and the National Institute of Colonization and Agrarian Reform (INCRA). Recently, the state of São Paulo, PRONERA has set a partnership with the Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP), the INCRA and the Organization of Women Settled and Quilombolas of the State of São Paulo (OMAQUESP) in order to develop the EJA project. Thus, the aim of this study was to analyze the educational status of the young adults with disabilities in the countryside. The specific objectives were: analyze the interfaces, Special Education, EJA and the Countryside education, social indicators, within legislation and in academic research; analyze the history of special education, adult education and the Countryside Education to understand the difficulties encountered in the process of education of the disabled, illiterate population who live in rural areas; analyze the history and structure of PRONERA, with particular reference to the EJA; analyze under the focus of special education the organization of an EJA school project from PRONERA developed in two settlements in São Paulo. The study was based on critical pedagogy and its principles. The methodological procedures were guided in: 1) collection and analysis of social indicators, especially the school census, the academic literature and legislation; 2) historical analysis of special need education, adult education, the Countryside Education; 3) document analysis of PRONERA, the initial design and the EJA project report conducted in the state of Sao Paulo; 4) interviews with members of the settlements and people who participated in the project of the EJA from PRONERA. The results showed that despite the legislation and social indicators reveal the interface, there is no academic research on young and disabled adults who live and study in the countryside. Once the story of these three themes is marked by the social exclusion organized into targeted policies such as PRONERA, that intending to correct the process of exclusion of the rural population, makes a mistake in silencing over the educational issues involving students with special educational needs. Thus, relating the settlements, the EJA is developed in precarious conditions; therefore, it does not provide specialized educational services to young people and disabled adults who are getting this type of education in the settlements. It is hoped that this study may support the debate over the right to education for all students and promote the knowledge production about the actual living conditions of people with disabilities living in the countryside. / Os conflitos sobre a distribuição das terras fazem parte da história de nosso país, com um contexto de desigualdade social e abandono de políticas públicas. É escassa a produção na área da educação especial que trate das pessoas com deficiência que vivem no campo, embora a legislação garanta esse direito e os dados oficiais apontem a existência desta população. Além disso, em nosso país o índice de analfabetismo é elevado. Ao associar a condição de deficiência a jovens e adultos que vivem no campo, a situação do analfabetismo é ainda mais alarmante. Historicamente, os movimentos sociais desempenharam ações relevantes em nosso país, dentre elas, a luta por políticas públicas para eliminar ou diminuir o analfabetismo para aqueles que não tiveram acesso e permanência em idade escolar. No campo, foi criado o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (PRONERA) que apresenta projeto de Educação de Jovens e Adultos (EJA) desenvolvido em parceria com instituições de ensino superior e Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA). Recentemente, no estado de São Paulo, o PRONERA estabeleceu parceria com a Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP), INCRA e a Organização de Mulheres Assentadas e Quilombolas do Estado de São Paulo (OMAQUESP) para desenvolver o projeto de EJA. Deste modo, o objetivo geral deste estudo foi analisar a situação educacional da pessoa jovem e adulta com deficiência no campo. Os objetivos específicos foram: analisar as interfaces, Educação Especial, EJA e Educação do Campo, nos indicadores sociais, na legislação e na produção acadêmica; analisar a história da Educação Especial, EJA e Educação do Campo para compreender as dificuldades encontradas no processo de escolarização dos sujeitos com deficiência, analfabetos e que vivem em áreas rurais; analisar a história e estrutura do PRONERA, com destaque no projeto de EJA; analisar sob o enfoque da educação especial a organização escolar de um projeto de EJA do PRONERA desenvolvido em dois assentamentos paulistas. O estudou se baseou na pedagogia crítica e seus fundamentos. Os procedimentos metodológicos pautaram-se em: 1-) levantamento e análise dos indicadores sociais, sobretudo, o censo escolar, da produção acadêmica e da legislação; 2-) análise histórica da educação especial, EJA, Educação do Campo; 3-) análise documental do PRONERA e do projeto inicial e relatório do projeto de EJA realizado no estado de São Paulo; 4-) entrevistas com membros do assentamentos e pessoas que participaram do projeto de EJA do PRONERA. Os resultados apontaram que apesar dos indicadores sociais e a legislação revelarem a interface, não há produção acadêmica sobre jovens e adultos com deficiência que vivem e estudam no campo. Uma vez que a história dessas três temáticas é marcada pela exclusão social, organizadas em políticas focalizadas, como o PRONERA, que pretendendo corrigir o processo de exclusão da população do campo, comete outro equívoco, de silenciar sobre as questões educacionais que envolvem os alunos com necessidades educacionais especiais. Deste modo, a EJA em assentamentos se desenvolve em condições precárias, por conseguinte, não oferece um atendimento educacional especializado para jovens e adultos deficientes, que estão chegando nesta modalidade de ensino em assentamentos. Espera-se que esse estudo possa subsidiar o debate sobre o direito a educação para todos os alunos e fomentar a produção do conhecimento sobre as concretas condições de vida das pessoas com deficiência que vivem no campo.