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Problematizando sentidos de língua em uma sala de aula de língua inglesaFerreira, Fernanda Caiado da Costa 27 March 2018 (has links)
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Previous issue date: 2018-03-27 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES / In this study, I aim to discuss the language meanings constructed by the students in an English
language classroom, of an undergraduate English teacher education course (Letras: Inglês), as well
as to problematize the pedagogical practice developed by the teacher based on the perception of
the participants. To do so, I did an interpretative research, in which the construction of knowledge
is understood as a process that occurs through interpretive processes in the encounter with other
subjects. This understanding brings, as a consequence, to the researchers, the understanding that
human actions are permeated by contextual social meanings. The data generation in the classroom
began on October 20 and ended on December 22, 2016, while individual interviews with the
students were extended until May 2017. Five female students and two male students, the teacher
and I, as a researcher, participated in this study. The problematization in this way starts from the
perspective that languages are social constructions linked to the colonialist and nationalist projects,
established from a policy of exploration and control of the individuals (IRVINE; GAL, 2000;
MAKONI; PENNYCOOK, 2007; MIGNOLO, 2005. Thus, from the empirical material, I try to
problematize hegemonic presuppositions of modernity (CASTRO-GÓMEZ, 2005; DUSSEL,
1994, 2005; MIGNOLO, 2003) by confronting the autonomy and homogeneity of the language and
reflecting not only about the relations between language and power but also about the ideologies
present in the practices implemented in the classroom. With regard to the language meanings
constructed by the students in the classroom, the reflections made in this dissertation, point to the
reproduction of a colonial epistemology. In their reports and positionings, the students established
relations between language and subalternity, considering that all of them expressed feelings of
oppression in the process of learning both Portuguese and English. In addition, it was also possible
to perceive hierarchical relations between languages really connected to the colonial ideology, and
the enhancement of this or that linguistic identity was shown to be linked to the belonging to a
certain race and territory that have prestige or not, depending on the role of colonizer or colonized,
as well as its categorization of the First or Third World. With regard to the problematization of thepedagogical practice developed by the teacher, it was possible to perceive that the debates were
fruitful in the process of language disinvention and resulted in the formation of the teachers
participating in this research, bringing reflections on the role of language in the construction of
unequal and subaltern realities. In the same way, they motivated changes with respect to their
professional identity, that is, in relation to their conception of Language teaching, which came to
be understood in its social aspects. Therefore, I believe that the practices discussed fostered spaces
of resistance to naturalized subordination relations, and, thus, processes of unlearning took place,
considering that discourses were questioned and reconstructed. / Neste estudo, objetivo discutir os sentidos de língua construídos por discentes em uma sala de aula
de língua inglesa, de um curso de Licenciatura em Letras: Inglês, bem como problematizar a prática
pedagógica desenvolvida pela professora com base na percepção das/os participantes da pesquisa.
Para tanto, realizei uma pesquisa interpretativista, em que se compreende a construção do
conhecimento como um processo que acontece por meio de processos interpretativos no encontro
com outros sujeitos. Essa compreensão traz como consequência, para as/os pesquisadoras/es, o
entendimento de que as ações humanas são transpassadas por significados sociais contextuais. A
geração do material empírico em sala de aula se iniciou no dia 20 de outubro e terminou no dia 22de dezembro de 2016, e as entrevistas realizadas individualmente com as/os alunas/os se
estenderam até maio de 2017. Participaram desta pesquisa cinco alunas e dois alunos, a docente da
turma e eu como pesquisadora. A problematização realizada no estudo parte da perspectiva de que
as línguas são construções sociais vinculadas aos projetos colonialistas e nacionalistas,
estabelecidos a partir de uma política de exploração e controle dos indivíduos (IRVINE; GAL,
2000; MAKONI; PENNYCOOK, 2007; MIGNOLO, 2005; SEVERO, 2016). Assim, a partir do
material empírico, busco problematizar pressupostos hegemônicos da modernidade (CASTRO-
GÓMEZ, 2005; DUSSEL, 1994, 2005; MIGNOLO, 2003) ao confrontar a autonomia e
homogeneidade da língua e refletir tanto sobre as relações estabelecidas entre língua e poder quanto
sobre as ideologias presentes nas práticas implementadas em sala de aula. No que diz respeito aos
sentidos de língua construídos pelas/os discentes em sala de aula, as reflexões feitas nesta
dissertação apontam para a reprodução de uma epistemologia colonial. Em seus relatos e
posicionamentos, as/os discentes estabeleceram relações entre língua e subalternidade,
considerando que todos manifestaram sentimentos de opressão com relação ao aprendizado tanto
da língua portuguesa como da inglesa. Ademais, também foi possível perceber relações de
hierarquização entre línguas bastante conectadas à ideologia colonial, e o enaltecimento dessa ou
daquela identidade linguística se mostrou vinculado ao pertencimento a uma determinada raça e
território que detêm prestígio ou não, a depender do papel de colonizador ou colonizado, bem como
de sua categorização de Primeiro ou Terceiro Mundo. No que diz respeito à problematização da
prática pedagógica desenvolvida pela professora, foi possível perceber que os debates se mostraram
frutíferos no processo de desinvenção da língua e tiveram desdobramentos na formação das/os
professoras/es participantes desta pesquisa ao trazer reflexões sobre o papel da língua na construção
de realidades desiguais e subalternas. Da mesma forma, estimularam mudanças com relação à sua
identidade profissional, ou seja, com relação às suas concepções de ensinar a língua, que passou a
ser compreendida em seus aspectos sociais. Sendo assim, entendo que as práticas debatidas
fomentaram espaços de resistência a relações de subordinação naturalizadas, e, por conseguinte,
aconteceram processos de desaprendizagem, considerando que discursos foram questionados e
reconstruídos.
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