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Natureza peregrina: a fauna e a flora das índias ocidentais nas crônicas oficiais hispânicas (1570-1620) / Pilgrim nature: the new worlds fauna and flora in the Hispanic Official Chronicles (1570-1620)

Oliveira, Flavia Preto de Godoy 11 March 2016 (has links)
Esta tese apresenta uma reflexão acerca dos conhecimentos sobre a fauna e a flora do Novo Mundo produzidos pelas instituições vinculadas à Coroa espanhola entre os anos de 1570 e 1620. Para tanto, optou-se pela análise das crônicas oficiais e dos documentos expedidos pelo Consejo de Indias que demandavam informações sobre o mundo natural americano. As configurações e as funções que assumiam os saberes sobre os animais e as plantas nas estruturas burocráticas e no espaço discursivo das crônicas oficiais são elementos analisados ao longo dos quatro capítulos que compõem a tese. No primeiro apartado, além de discussões teóricas e historiográficas sobre as relações entre império, conhecimento e ciência, foram examinadas algumas das cédulas e instruções enviadas pelo Consejo de Indias a diferentes partes do continente no período anterior a 1570. O segundo capítulo foi dedicado à análise da reforma empreendida por Juan de Ovando no Consejo de Indias, sobretudo, em relação às leis e demandas relativas à coleta de dados e construção de conhecimentos sobre o continente americano, também foram discutidos aspectos relacionados à criação do cargo de cosmógrafo o cronista maior das Índias. O terceiro capítulo está dedicado ao exame das obras do primeiro cosmógrafo e cronista maior das Índias, Juan López de Velasco. O último capítulo está centrado no estudo dos dois cronistas oficiais das Índias que atuaram durante o reinado de Felipe III: Antonio de Herrera y Tordesillas e Pedro de Valencia. Com a análise desse conjunto documental, pretendemos evidenciar a configuração de uma cultura epistêmica no seio das instituições oficiais, a qual estava em diálogo com tradições letradas e científicas do período, bem como com os anseios de constituição de uma ideia de império para a Monarquia Hispânica. / This thesis presents a reflection about the knowledge of the New Worlds fauna and flora, generated by the institutions linked to the Spanish Crown between the years of 1570 and 1620. For this, it was opted for the analysis of the official chronicles and documents issued by Consejo de Indias that demanded information about the American natural world. The configurations and the functions that took on the knowledge about animals and plants in the bureaucratic structures and in the discursive space of the official chronicles are analyzed elements during the four chapters that compound the thesis. In the first part, beyond the theoretical and historiographical discussions about the relationships among the empire, knowledge and science, were examined some of the documents and instructions sent by Consejo de Indias to different parts of the continent in the period before 1570. The second chapter was dedicated to the analysis of the reform made by Juan de Ovando in Consejo de Indias, mainly with regard to laws and demands linked to data gathering and knowledge building about the American continent and also were discussed aspects related to the creation of the cosmographer-chronicler major of Indies position. The third chapter is dedicated to the examination of the first cosmographer-chronicler major of Indies Juan Lopez de Velascos work. The last chapter is focused on the analysis of two Indies official chroniclers that acted during Felipe IIIs reign: Antonio de Herrera y Tordesillas and Pedro de Valencia. With the analysis of this documentation, it is intended to emphasize the configuration of an epistemic culture within the official institutions, culture related to literate and scientific traditions of that period as well as to the desire to establish an idea of empire for the Hispanic monarchy.
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Natureza peregrina: a fauna e a flora das índias ocidentais nas crônicas oficiais hispânicas (1570-1620) / Pilgrim nature: the new worlds fauna and flora in the Hispanic Official Chronicles (1570-1620)

Flavia Preto de Godoy Oliveira 11 March 2016 (has links)
Esta tese apresenta uma reflexão acerca dos conhecimentos sobre a fauna e a flora do Novo Mundo produzidos pelas instituições vinculadas à Coroa espanhola entre os anos de 1570 e 1620. Para tanto, optou-se pela análise das crônicas oficiais e dos documentos expedidos pelo Consejo de Indias que demandavam informações sobre o mundo natural americano. As configurações e as funções que assumiam os saberes sobre os animais e as plantas nas estruturas burocráticas e no espaço discursivo das crônicas oficiais são elementos analisados ao longo dos quatro capítulos que compõem a tese. No primeiro apartado, além de discussões teóricas e historiográficas sobre as relações entre império, conhecimento e ciência, foram examinadas algumas das cédulas e instruções enviadas pelo Consejo de Indias a diferentes partes do continente no período anterior a 1570. O segundo capítulo foi dedicado à análise da reforma empreendida por Juan de Ovando no Consejo de Indias, sobretudo, em relação às leis e demandas relativas à coleta de dados e construção de conhecimentos sobre o continente americano, também foram discutidos aspectos relacionados à criação do cargo de cosmógrafo o cronista maior das Índias. O terceiro capítulo está dedicado ao exame das obras do primeiro cosmógrafo e cronista maior das Índias, Juan López de Velasco. O último capítulo está centrado no estudo dos dois cronistas oficiais das Índias que atuaram durante o reinado de Felipe III: Antonio de Herrera y Tordesillas e Pedro de Valencia. Com a análise desse conjunto documental, pretendemos evidenciar a configuração de uma cultura epistêmica no seio das instituições oficiais, a qual estava em diálogo com tradições letradas e científicas do período, bem como com os anseios de constituição de uma ideia de império para a Monarquia Hispânica. / This thesis presents a reflection about the knowledge of the New Worlds fauna and flora, generated by the institutions linked to the Spanish Crown between the years of 1570 and 1620. For this, it was opted for the analysis of the official chronicles and documents issued by Consejo de Indias that demanded information about the American natural world. The configurations and the functions that took on the knowledge about animals and plants in the bureaucratic structures and in the discursive space of the official chronicles are analyzed elements during the four chapters that compound the thesis. In the first part, beyond the theoretical and historiographical discussions about the relationships among the empire, knowledge and science, were examined some of the documents and instructions sent by Consejo de Indias to different parts of the continent in the period before 1570. The second chapter was dedicated to the analysis of the reform made by Juan de Ovando in Consejo de Indias, mainly with regard to laws and demands linked to data gathering and knowledge building about the American continent and also were discussed aspects related to the creation of the cosmographer-chronicler major of Indies position. The third chapter is dedicated to the examination of the first cosmographer-chronicler major of Indies Juan Lopez de Velascos work. The last chapter is focused on the analysis of two Indies official chroniclers that acted during Felipe IIIs reign: Antonio de Herrera y Tordesillas and Pedro de Valencia. With the analysis of this documentation, it is intended to emphasize the configuration of an epistemic culture within the official institutions, culture related to literate and scientific traditions of that period as well as to the desire to establish an idea of empire for the Hispanic monarchy.
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Novos cadernos de laboratório e novas culturas epistêmicas: entre a política do experimento e o experimento da política

Santos, Anne Danielle Soares Clinio dos 04 August 2016 (has links)
Submitted by Priscilla Araujo (priscilla@ibict.br) on 2017-08-08T19:22:05Z No. of bitstreams: 2 license_rdf: 0 bytes, checksum: d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e (MD5) anne_clinio_doutorado_final_14-06-17.pdf: 3610602 bytes, checksum: 90154e1d6df62ef68c8c3119f52f7b84 (MD5) / Made available in DSpace on 2017-08-08T19:22:05Z (GMT). No. of bitstreams: 2 license_rdf: 0 bytes, checksum: d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e (MD5) anne_clinio_doutorado_final_14-06-17.pdf: 3610602 bytes, checksum: 90154e1d6df62ef68c8c3119f52f7b84 (MD5) Previous issue date: 2016-08-04 / Descrevemos e analisamos novas culturas epistêmicas (KNORR-CETINA, 1999) que estão sendo engendradas por dois modos de ciência emergentes – a Ciência Aberta e a Ciência Comum – e que, apesar de inúmeras diferenças, convergem na crítica à noção de fato científico e na estratégia de transformar o caderno de laboratório em sua principal tecnologia literária. Adotamos a noção de cultura epistêmica para operacionalizar nossa análise sobre estratégias para configuração de objetos, tecnologias e sujeitos epistêmicos por sistemas de produção de conhecimento que, por sua vez, criam efeitos de verdade. Para tal, nos inspiramos nas etnografias de laboratório e na abordagem das “três tecnologias” de Shapin e Shaffer (1985) para explicar como os filósofos naturais do século XVII construíram a noção de fato científico (matter of fact) como uma “variedade de conhecimento” tão sólida que se tornou sinônimo de ciência. De modo análogo, procuramos compreender como os modos de ciência emergentes pretendem legitimar novas maneiras de produzir conhecimento e disputar a própria noção de ciência. No movimento contemporâneo da Ciência Aberta, abordamos o open notebook science, tal como proposto em 2006 pelo professor e pesquisador em Química Jean-Claude Bradley como “uma maneira de fazer ciência na qual – da melhor maneira possível – você torna toda a sua pesquisa livre e acessível ao público em tempo real” (BRADLEY, set 2010). Adentramos seu “laboratório aberto” através de uma pesquisa documental que identificou o caderno aberto como principal elemento de um complexo ecossistema de colaboração aberta. Articulada com tecnologias sociais e materiais, esta tecnologia literária pretende substituir uma ciência baseada na confiança por outra fundamentada na transparência e na proveniência dos dados. Sua cultura epistêmica não impõe a obtenção de um fato científico como condição sine qua non para a comunicação de conhecimento novo, mas valoriza, sobretudo, o registro adequado da prática experimental seja qual for seu resultado – o que chamamos de matter of proof pela ênfase na documentação. Já na Ciência Comum (LAFUENTE, ESTALELLA, 2015), abordamos o caderno aberto de laboratório cidadão (CALC) prototipado por Antonio Lafuente e práticas de documentação de pesquisadoras-mediadoras do Medialab Prado, instituição pública madrilenha se autodenomina “laboratório cidadão”. Aqui, a crítica à noção de fato científico dialoga com o composicionismo latouriano ao compreendê-lo como um (importante) subconjunto da realidade que, no entanto, não deve se sobrepor aos debates políticos, mas conectar-se às “questões de interesse” (matter of concern). Nesta perspectiva, a modernização epistêmica fomentaria um “terceiro setor do conhecimento” que disputaria a governança antecipatória de assuntos tecnocientíficos (LAFUENTE, 2007). Nossa observação participante identificou que as práticas atuais de documentação tendem a reproduzir a lógica do campo da produção cultural que fomenta novos imaginários políticos, mas não inicia o ciclo de acumulação de conhecimento que o transformaria os laboratórios cidadãos em centros de cálculo (LATOUR, 2000). Os promotores de atividades tendem a reduzir a comunicação à divulgação de atividades para atrair participantes em potencial ou a prestação de contas, comprovando a realização de atividades. / We describe and analyze new epistemic cultures (KNORR-CETINA, 1999) that are being engendered by two emerging modes of science - Open Science and Common Science - that, despite numerous differences, converge on two aspects: the critique of scientific fact and their strategy of transforming laboratory notebooks into their main literary technology. We have adopted the notion of epistemic culture to operationalise our analysis of knowledge production systems strategies to configurate technologies, epistemic objects and subjects that, in turn, create effects of truth. To do so, we are inspired by laboratory ethnographies and Shapin and Shaffer's (1985) "three technologies" approach elaborated to explain how natural philosophers of the seventeenth century constructed the notion of scientific fact (matter of fact) so solid that it became synonym of science. Similarly, we aimed to understand how emerging modes of science seek to legitimize new ways of producing knowledge and disputing the very notion of science. In the contemporary Open Science movement, we approach open notebook science, proposed in 2006 by professor and researcher in Chemistry Jean-Claude Bradley as "a way of doing science in which - in the best possible way - you make all your research free and accessible to the public in real time" (BRADLEY, Sep 2010). We entered his "open laboratory" through documentary research that identified the open notebook as the main element of a complex ecosystem of open collaboration. Articulated with new social and material technologies, this literary technology aims to replace a science based on trust with one based on transparency and data provenance. Its epistemic culture does not impose a scientific fact as a sine qua non condition for knowledge communication, but values, above all, the adequate record of experimental practice whatever its outcome is - an epistemic culture that we have named a "matter of proof", given its emphasis on documentation. In Common Science (LAFUENTE, ESTALELLA, 2015), we investigated the open notebook of citizens' laboratory (CALC in spanish) prototyped by Antonio Lafuente and documentation practices of mediator- researchers at Medialab Prado, a public institution in Madrid that calls itself a "citizen's laboratory". Here, the critique of scientific fact dialogues with Latour´s compositionism since it is understood as an (important) subset of reality, which, however, should not supersede political debates, but rather relate to “matters of concern". In this perspective, the epistemic modernization process would foster a "third sector of knowledge" that would dispute the anticipatory governance of technoscientific subjects (LAFUENTE, 2007). Our participant observation has observed that current documentation practices tend to reproduce the logic of a cultural production field that fosters new political imaginaries, but does not initiate the knowledge accumulation cycle that would transform citizen laboratories into centre of calculation (LATOUR, 2000). Promoters tend to reduce communication to publicity of activities, attracting potential participants; or accountability, to prove that they carried out the projects.

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