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Uma nova (des) ordem nas cidades: o movimento dos sujeitos não desejados na ocupação dos espaços urbanos das capitais do cerrado - Goiânia, Brasília e Palmas / A new (dis) order in the cities: the movement of not welcomed subject occupation of urban spaces in the capital of the cerrado - Goiânia, Brasília and PalmasPelá, Márcia Cristina Hizim 28 August 2014 (has links)
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Previous issue date: 2014-08-28 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES / The main objective of this thesis is to analyze the spatialization process of not welcomed
subjects in the planned capitals of Brazilian Cerrado. Goiânia, Brasília and Palmas. The
proposition is that the dialectical relationship between the norm and the life, through work and
social-cultural practices, promotes landslidings of meaning both in form and content of the
urban spaces, thus, provoking a new (Dis)order in these cities. The term “not welcomed
subjects” was coined by the author of this paper on her master’s degree dis sertation as a way
of referring to the capital Goiânia builders, once that, despite these workers represented a
bigger contingent on the city building process, there wasn’t even a reserved space for them on
the original planning. This fact allowed the relationship assessment of what was once imputed
to the workers, the time elapsed on the city building wasn’t counted as well as the right to live
over the edifications they crafted. This phenomenon, that has also happened in the city
building of Brasília and Palmas, goes on until today, revealing that the not welcomed subjects
on cities planned spaces are not only the builders. Another huge contingent of workers is
added to the “not welcomed” group forced out of their homes for numerous reasons like,
expelling from the countryside, lack of work, housing and better life perspective, etc., these
individuals migrated to Goiânia, Palmas and Brasília hoping to find better living conditions.
Another important assessment is that these cities were built and managed wit hin the bounds of
capitalist development. They are cities initially planned, as claimed by some authors and
researchers, by and for the capital. However, despite agreeing with the socio -spatial analysis
that come from these precepts and also understanding the hegemonic financier and market
driven logic through the capital-cities urban spaces configuration, we believe that they are
insufficient to comprehend the development of these cities urban areas, once that, the final
product of the capital-work relationship is privileged, while the not welcomed subjects’
struggles for surviving and fixing themselves in the new city is ignored. Therefore, we add to
the relationships studied here the symbolic, political and social meanings. There is a spatial
living that cannot be ignored; it’s within it that the not welcomed subjects’ movement against
the logic of hegemonic capital is acknowledged. It’s over this space that the dialectical
contradictions are revealed: the dialectic between the conceived and perceived spac e and the
lived one; between the historical time and the social one; between alienation and creation;
between frustration and possibility; between domination and insurgency; demonstrating that
human beings cannot be totally alienated, through struggles, creations, changes, they resist
and (re) exist. When doing it, they break the established order and portray a new ( Dis)order,
which, in one way or another, will be materialized in the urban areas and alter its form and
contend. And it’s exactly within this movement that a transforming praxis can be glimpsed. / O objetivo principal dessa tese é analisar o processo de espacialização dos sujeitos não
desejados nas cidades-capitais planejadas do Cerrado: Goiânia, Brasília e Palmas. A
proposição é que a relação dialética entre a norma e vida, por meio do trabalho e das práticas
socioculturais, promove deslizamentos de sentidos nas formas e nos conteúdos dos espaços
urbanos provocando, assim, uma nova (Des)ordem nestas cidades. O termo 'sujeitos não
desejados' foi cunhado pela autora em sua dissertação de mestrado para referir -se aos
trabalhadores construtores da cidade de Goiânia, uma vez que, apesar de estes trabalhadores
representarem o maior contingente envolvido no processo de construção de Goiânia, não
havia sequer um espaço a eles reservados no plano original. Tal fato levou à constatação sobre
a relação que se tentou imputar entre a temporalidade da construção destas cidades e o direito
destes operários de nelas residirem, ou melhor, o direito de usufruírem de suas obras nas/das
cidades que contribuíram para edificar. Este fenômeno, que também aconteceu no processo de
construção de Brasília e Palmas, perdura até os dias de hoje, revelando, assim, que os sujeitos
não desejados nos espaços planejados destas cidades hoje não são apenas os trabalhadores
construtores. Acrescenta-se a este grupo um enorme contingente de trabalhadores que
impulsionados por diversos fatores, como a expulsão do campo, a falta de trabalho, de
moradia e de perspectiva de vida digna em suas cidades etc., migram para Goiânia, Palmas e
Brasília na “esperança” da possibilidade da perspectiva de trabalho e de melhores condições
de vida. Outra constatação importante é que estas cidades foram construídas e são geridas
dentro da lógica do modo de produção capitalista. São cidades inicialmente planejadas, como
anunciam alguns autores e pesquisadores, pelo e para o capital. Todavia, apesar de comungar
com as análises socioespaciais que partem destes preceitos e compreender a hegemonia desta
lógica financista e mercadológica no processo de configuração dos espaços urbanos,
entendemos que eles são insuficientes para compreender a formação dos espaços urbanos
dessas cidades-capitais, uma vez que ao privilegiar o produto final da relação capital-trabalho,
ignoram a luta dos sujeitos não desejados para se fixarem nesta cidade. Deste modo é que
acrescentamos as relações e os seus significados simbólicos, políticos e sociais. Há um espaço
vivido que não pode ser desconsiderado. É nele que se percebe o movimento dos sujeitos não
desejados contra a lógica hegemônica do capital. É nele que as contradições,
consequentemente, a dialética, entre o espaço concebido, o espaço percebido e o espaço
vivido; entre o tempo histórico e o tempo social, econômico; entre alienação e criação; entre
frustração e possibilidade; entre dominação e insurgência irão revelar -se e demonstrar que o
ser humano não é passível de alienação total. Ele, o ser humano, luta, cria, modifica, enfim,
resiste e (Re)Existe. Ao fazer isso, rompe a ordem estabelecida e cria uma nova ( Des)ordem,
(des)ordem esta que, de uma forma ou de outra, irá materializar -se nos espaços urbanos e
alterar a sua forma e o seu conteúdo. É exatamente neste movimento que se pode vis lumbrar a
possibilidade da práxis transformadora.
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