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Uma nova (des) ordem nas cidades: o movimento dos sujeitos não desejados na ocupação dos espaços urbanos das capitais do cerrado - Goiânia, Brasília e Palmas / A new (dis) order in the cities: the movement of not welcomed subject occupation of urban spaces in the capital of the cerrado - Goiânia, Brasília and Palmas

Pelá, Márcia Cristina Hizim 28 August 2014 (has links)
Submitted by Cássia Santos (cassia.bcufg@gmail.com) on 2015-01-28T10:59:40Z No. of bitstreams: 1 Dissertação - Marcia Cristina Hizim Pela - 2014.pdf: 6663482 bytes, checksum: ec68f8c38b38b8a77d4e06a19077295c (MD5) / Approved for entry into archive by Luciana Ferreira (lucgeral@gmail.com) on 2015-01-30T14:43:00Z (GMT) No. of bitstreams: 1 Dissertação - Marcia Cristina Hizim Pela - 2014.pdf: 6663482 bytes, checksum: ec68f8c38b38b8a77d4e06a19077295c (MD5) / Made available in DSpace on 2015-01-30T14:43:00Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Dissertação - Marcia Cristina Hizim Pela - 2014.pdf: 6663482 bytes, checksum: ec68f8c38b38b8a77d4e06a19077295c (MD5) Previous issue date: 2014-08-28 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES / The main objective of this thesis is to analyze the spatialization process of not welcomed subjects in the planned capitals of Brazilian Cerrado. Goiânia, Brasília and Palmas. The proposition is that the dialectical relationship between the norm and the life, through work and social-cultural practices, promotes landslidings of meaning both in form and content of the urban spaces, thus, provoking a new (Dis)order in these cities. The term “not welcomed subjects” was coined by the author of this paper on her master’s degree dis sertation as a way of referring to the capital Goiânia builders, once that, despite these workers represented a bigger contingent on the city building process, there wasn’t even a reserved space for them on the original planning. This fact allowed the relationship assessment of what was once imputed to the workers, the time elapsed on the city building wasn’t counted as well as the right to live over the edifications they crafted. This phenomenon, that has also happened in the city building of Brasília and Palmas, goes on until today, revealing that the not welcomed subjects on cities planned spaces are not only the builders. Another huge contingent of workers is added to the “not welcomed” group forced out of their homes for numerous reasons like, expelling from the countryside, lack of work, housing and better life perspective, etc., these individuals migrated to Goiânia, Palmas and Brasília hoping to find better living conditions. Another important assessment is that these cities were built and managed wit hin the bounds of capitalist development. They are cities initially planned, as claimed by some authors and researchers, by and for the capital. However, despite agreeing with the socio -spatial analysis that come from these precepts and also understanding the hegemonic financier and market driven logic through the capital-cities urban spaces configuration, we believe that they are insufficient to comprehend the development of these cities urban areas, once that, the final product of the capital-work relationship is privileged, while the not welcomed subjects’ struggles for surviving and fixing themselves in the new city is ignored. Therefore, we add to the relationships studied here the symbolic, political and social meanings. There is a spatial living that cannot be ignored; it’s within it that the not welcomed subjects’ movement against the logic of hegemonic capital is acknowledged. It’s over this space that the dialectical contradictions are revealed: the dialectic between the conceived and perceived spac e and the lived one; between the historical time and the social one; between alienation and creation; between frustration and possibility; between domination and insurgency; demonstrating that human beings cannot be totally alienated, through struggles, creations, changes, they resist and (re) exist. When doing it, they break the established order and portray a new ( Dis)order, which, in one way or another, will be materialized in the urban areas and alter its form and contend. And it’s exactly within this movement that a transforming praxis can be glimpsed. / O objetivo principal dessa tese é analisar o processo de espacialização dos sujeitos não desejados nas cidades-capitais planejadas do Cerrado: Goiânia, Brasília e Palmas. A proposição é que a relação dialética entre a norma e vida, por meio do trabalho e das práticas socioculturais, promove deslizamentos de sentidos nas formas e nos conteúdos dos espaços urbanos provocando, assim, uma nova (Des)ordem nestas cidades. O termo 'sujeitos não desejados' foi cunhado pela autora em sua dissertação de mestrado para referir -se aos trabalhadores construtores da cidade de Goiânia, uma vez que, apesar de estes trabalhadores representarem o maior contingente envolvido no processo de construção de Goiânia, não havia sequer um espaço a eles reservados no plano original. Tal fato levou à constatação sobre a relação que se tentou imputar entre a temporalidade da construção destas cidades e o direito destes operários de nelas residirem, ou melhor, o direito de usufruírem de suas obras nas/das cidades que contribuíram para edificar. Este fenômeno, que também aconteceu no processo de construção de Brasília e Palmas, perdura até os dias de hoje, revelando, assim, que os sujeitos não desejados nos espaços planejados destas cidades hoje não são apenas os trabalhadores construtores. Acrescenta-se a este grupo um enorme contingente de trabalhadores que impulsionados por diversos fatores, como a expulsão do campo, a falta de trabalho, de moradia e de perspectiva de vida digna em suas cidades etc., migram para Goiânia, Palmas e Brasília na “esperança” da possibilidade da perspectiva de trabalho e de melhores condições de vida. Outra constatação importante é que estas cidades foram construídas e são geridas dentro da lógica do modo de produção capitalista. São cidades inicialmente planejadas, como anunciam alguns autores e pesquisadores, pelo e para o capital. Todavia, apesar de comungar com as análises socioespaciais que partem destes preceitos e compreender a hegemonia desta lógica financista e mercadológica no processo de configuração dos espaços urbanos, entendemos que eles são insuficientes para compreender a formação dos espaços urbanos dessas cidades-capitais, uma vez que ao privilegiar o produto final da relação capital-trabalho, ignoram a luta dos sujeitos não desejados para se fixarem nesta cidade. Deste modo é que acrescentamos as relações e os seus significados simbólicos, políticos e sociais. Há um espaço vivido que não pode ser desconsiderado. É nele que se percebe o movimento dos sujeitos não desejados contra a lógica hegemônica do capital. É nele que as contradições, consequentemente, a dialética, entre o espaço concebido, o espaço percebido e o espaço vivido; entre o tempo histórico e o tempo social, econômico; entre alienação e criação; entre frustração e possibilidade; entre dominação e insurgência irão revelar -se e demonstrar que o ser humano não é passível de alienação total. Ele, o ser humano, luta, cria, modifica, enfim, resiste e (Re)Existe. Ao fazer isso, rompe a ordem estabelecida e cria uma nova ( Des)ordem, (des)ordem esta que, de uma forma ou de outra, irá materializar -se nos espaços urbanos e alterar a sua forma e o seu conteúdo. É exatamente neste movimento que se pode vis lumbrar a possibilidade da práxis transformadora.

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