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CRÍTICA E TRADUÇÃO: do discurso ao interdiscurso. A tradução do conto Children of the Sea , de Edwidge Danticat

Soares, Daniel Aldo 26 September 2009 (has links)
Made available in DSpace on 2016-08-10T11:07:31Z (GMT). No. of bitstreams: 1 DANIEL ALDO SOARES.pdf: 991913 bytes, checksum: 3fe5e9fdbc8eb2990dabcaffc10e6db2 (MD5) Previous issue date: 2009-09-26 / The purpose of this text is to present Edwigde Danticat's Children of the Sea translation as a critic movement. Thus, the theorical discussion of translation as discourse and translation as interdiscourse becomes relevant. The theorical discussion here started in the translation practices that demanded a discussion about it. To achieve this debate, it also discusses the role of violent politic actions which promoted an exile condition in countries where dictatorship models were in charge. This is the condition that not only Danticat s narrators were in, and it is what led me to investigate what makes this feeling of belonging ambiguous the exile is torn in two: in one side it leads the one to the feeling of non-belonging neither to oneself nor the other world. In Danticat s Children of the Sea, this double feeling is represented by its narrators: one, the young girl who remains in Haiti as the representation of feeling of exile even belonging to the mother land; meanwhile the other, a young man who leaves Haiti and becomes the representation of the feeling of exile but as the one who cannot belong entirely to the new land, and thus, is always lost in the sea, disoriented between its past and present. This study starts by presenting the main translation theories since the Romans up to the contemporary years and it extends to the comparative reception analysis of these translations from English into French, by Nicole Tisserand (1996) and from English into Spanish, by Marcelo Cohen (1999). Finally, this text opens space to discuss about the practice of translating, as I said above, the translation of Children of the Sea from English into Portuguese that I bring in the end of this study, allowed me to reflect about literature translation practices, which is a generator of tension between language and culture; this practice demands the translator to take decisions between to keep the author s linguistic choices or to avoid them. It allowed the reflection about the one who fights between cultures and tries to design and create a new and balanced space. / Este texto se propõe a apresentar a tradução, como crítica, do conto Children of the Sea , de Edwidge Danticat. Assim, torna-se indispensável discutir questões teóricas como a questão da tradução como discurso ou como interdiscurso . A discussão teórica da presente pesquisa foi levantada a partir da prática tradutória que, em contrapartida, uma vez suscitada a teoria, exigiu uma discussão sobre a prática tradutória. Para chegar a esse debate, faz-se necessário um estudo sobre a autora do conto que, tal como as personagens de sua história, vive uma situação de ambiguidade quanto ao sentimento de pertencer a dois mundos e não sentir ser totalmente de um ou de outro. Em Children of the Sea , esse sentimento bifurcado se realiza nas pessoas dos narradores: a jovem que permanece no Haiti, como a representação, no exilado, do sentimento de se pertencer à terra de origem; enquanto o outro, o jovem que deixa o Haiti, torna-se, no exilado, a representação do sentimento de não conseguir pertencer completamente à terra de chegada, ficando sempre perdido no mar, num caminho desorientador entre o passado (terra natal) e o presente (nova terra). Esse estudo inicia-se com a apresentação das principais teorias da tradução, desde os romanos até a contemporaneidade, e prossegue com a análise comparativa das traduções do conto do inglês para o francês, feita por Nicole Tisserand (1996) e do inglês para o espanhol, feita por Marcelo Cohen (1999). Numa última instância, as discussões sobre a prática de traduzir se realizam; a tradução do conto do inglês para a língua portuguesa apresentada nesse estudo permitiu fazer uma reflexão a respeito do exercício tradutório de literatura, gerador de uma tensão entre língua e cultura, ao exigir do tradutor que decida entre manter as escolhas linguísticas do autor ou desconsiderá-las, o que levou à reflexão sobre a condição daquele que luta entre culturas e procura definir um novo espaço para si, respeitando a língua do outro ao mesmo tempo em que procura a não-anulação da sua.

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