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Estromatólitos e estruturas associadas na Capa Carbonática da Formação Mirassol D\'Oeste, Grupo Araras, Faixa Paraguai (Neoproterozoico, MT) / Stromatolites and associated structures in the cap carbonate from Mirassol D\'Oeste Formation, Araras Group, Paraguay Belt (Neoproterozoic, MT)

Romero, Guilherme Raffaeli 22 September 2010 (has links)
As capas carbonáticas neoproterozóicas revestem-se de grande importância, uma vez que se formaram no meio a mudanças paleoclimáticas e evolutivas singulares, cujas origens e influências na história subsequente do planeta e da vida ainda não foram devidamente esclarecidas. Este trabalho procurou compreender parte desta história através do estudo da sedimentação estromatolítica associada à capa carbonática representada pela Formação Mirassol DOeste (base do Grupo Araras), que se formou há cerca de 635 Ma, imediatemente após a glaciação Marinoana, representada pela Formação Puga. A pesquisa foi realizada na região de Mirassol DOeste, Mato Grosso, na borda sudoeste do Cráton Amazônico junto a Faixa Paraguai. Foram estudadas características meso e microscópicas dos estromatólitos, bem como das feições sedimentológicas associadas (estruturas tubulares, megamarcas onduladas, megapeloides), em afloramento, amostras cortadas e lâminas petrográficas. A dois metros da base da formação, inicia-se uma sucessão de 10 metros de espessura de boundstones microbianos, caracterizados, petrograficamente, por lâminas alternadamente delgadas e espessas, compostas de peloides (restos micritizados de colônias microbianas) com micrita subordinada e fenestras. Constituem estromatólitos lateralmente contínuos e de morfologia simples. Estromatólitos estratiformes ocorrem ao longo de toda a sucessão, com formas dômicas, de dimensões métricas irregularmente espalhadas lateral e verticalmente, até dois ou três metros do topo da sucessão. Estromatólitos muito irregularmente ondulados, comumente assimétricos, com dimensões decímetros predominam a parte superior e estes estão recobertos por grainstones-packstones peloidais dolomíticos, com megapeloides milimétricos, em estratos marcados por megamarcas onduladas formadas por ondas. A sedimentação microbiana cessou na Formação Mirassol DOeste quando o ambiente de plataforma de baixa energia onde se desenvolvia começou a ser assolado pela ação de ondas de hipertempestades, que penetraram a região com o aumento do nível do mar. Estruturas tubulares verticais, de comprimento até decimétrico e diâmetro estreito (<3 cm), preenchidos, via de regra, por doloesparito maciço, perpassam a laminação estromatolítica principalmente das porções mais altas dos domos. Sugere-se que gênese dessas estruturas tenha sido pela percolação de gases e/ou líquidos derivados da decomposição de matéria orgânica nas esteiras microbianas. / Neoproterozoic cap carbonates are of great importance because they formed during a period of singular paleoclimatic and evolutionary changes, whose origin and influences upon subsequent geological and evolutionary history have yet to be unraveled. This dissertation sought to comprehend part of this story through the study of stromatolitic sedimentation associated with the cap carbonate represented by the Mirassol DOeste Formation (base of the Araras Group), deposited about 635 Ma ago, immediately following the Marinoan glaciation, represented by the Puga Formation. This research was carried out at Mirassol DOeste, Mato Grosso, on the southwest border of the Amazon craton next to the Paraguai fold belt. Meso and macroscopic characteristics of stromatolites and associated sedimentological features (tubular structures, megaripples, megapeloids) were studied in outcrop, cut specimens and petrographic thin sections. Two meters above the base of the formation a 10 m-thick succession of dolomitic microbial boundstones begins, characterized throughout by alternating thin and thick laminae made up of peloids (interpreted as the micritized remains of colonial microorganisms), subordinate dolomicrite, and fenestrae. They make up laterally continuous and morphologically simple stromatolites. Stratiform stromatolites occur throughout the succession, with irregularly scattered meter-sized domes till about two to three meters from the top. Above this point, very irregularly undulated, commonly asymmetric, decimeter-sized stromatolites predominate, and these, in turn, are covered by megaripple-marked dolomitic peloidal grainstones-packstones with millimetric megapeloids. Stromatolitic sedimentation ceased in the previously calm platform environment of the Mirassol DOeste Formation when wave action began to rework bottom sediments as extremely intense storms reached the locale with the rise in sea level. Narrow (<3 cm), vertical tubular structures of decimetric length and filled by massive dolosparite cut stromatolitic sediments, principally in the central portions of domal forms. These structures appear to have formed by the percolation of gas and/or liquids derived from the decomposition of organic material in the microbial mats.
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Fáceis Carbonáticas da formação Teresina na borba centro-leste da Bacia do Paraná / not available

Mendez Duque, Johanna 01 June 2012 (has links)
A Formação Teresina, Neopermiano da Bacia do Paraná, é uma unidade estratigráfica principalmente terrígena, com algumas ocorrências de fácies carbonáticas, sendo depositada durante a última fase regressiva do mar epicontinental da bacia. O ambiente deposicional da Formação Teresina, especialmente no que se refere às suas fácies carbonáticas, ainda é alvo de debate. As fácies carbonáticas da Formação Teresina e fácies evaporíticas associadas ocorrem em toda a formação, mas são mais frequentes no norte do Estado do Paraná e no sul do Estado de São Paulo, na porção superior da unidade. Esta região constitui a área de estudo desta dissertação, que visou interpretar os processos sedimentares básicos, assim como fatores tectônicos e climáticos que influenciaram a formação destes depósitos carbonáticos e evaporíticos. Para isto, foram utilizadas informações de poços e realizados levantamentos detalhados de seções colunares, com coleta de amostras para análises petrográfìcas por microscopia óptica e microscopia eletrônica de varredura (MEV). Foram identificadas e descritas oito fácies carbonáticas e/ou evaporíticas: mudstone com conchas de ostracodes, mudstone peloidal, packstone bioclástico, wackstone bioclástico, boundstone tabular, packstone-grainstone oolítico, brecha de mudstone-chert e chert enterolítico-nodular. O sistema deposicional foi interpretado como uma rampa carbonática com zona interna alta protegida por barreiras arenosas influenciadas por ondas e correntes associadas. Nas partes mais rasas, os períodos áridos e de intensa evaporação e baixo aporte terrígeno provocariam aumento da salinidade e induziria a deposição das fácies evaporíticas de chert enterolítico-nodular e brecha de mudstone-chert. A porção intermediária corresponderia à zona protegida da ação das ondas, com águas rasas e baixa energia. Isto permitiria a deposição de sedimentos finos por decantação, que constituem as fácies mudstone com conchas de ostracodes e wackstone bioclástico. Nesta mesma porção, as condições geoquímicas da água teriam incentivado atividade microbiana, gerando as fácies mudstone peloidal e boundstone tabular. Bandas ricas em dolomita identificadas em fácies de boundstone tabular no norte do Estado do Paraná estariam relacionadas com precipitação mineral induzida por atividade microbiana. Filamentos e nanoestruturas orgânicas observadas podem corresponder a remanescentes fossilizados de extracellular polymeric substance (EPS), usados por bactérias redutoras de sulfato nos processos de precipitação da dolomita-calcita. A ação das ondas causava agitação constante da água, o que originaria a sedimentação das fácies packstone-grainstone oolítico em baixios e das fácies heterolíticas terrígenas em zona distal entre o nível de base das ondas de tempo bom e o nível de base das ondas de tempestade. Mapas de isópacas e de frequência de ocorrência de calcários elaborados a partir da integração dos dados de poços e seções colunares demonstraram aumento da concentração de calcários no flanco norte do Arco de Ponta Grossa (APG). A espessura da formação aumenta em direção ao APG. Em algumas regiões próximas ao APG, as isópacas tornam-se paralelas ao eixo desta estrutura tectônica. Os resultados obtidos sugerem que o Arco de Ponta Grossa atuou como barreira geográfica que restringiu a entrada de águas do oceano vindas do sul e influenciou a deposição das fácies carbonáticas e evaporíticas. A restrição da circulação das águas promoveu o aumento da salinidade na área imediatamente ao norte do arco. Além disso, uma provável zona de convergência de ventos paralela ao Arco de Ponta Grossa e situada ao sul da área de estudo teria dificultado a entrada de massas de ar úmido provenientes do Oceano Panthalassa vindas de sul. Isto favoreceu a instalação de condições áridas na área de estudo. O significado tectônico e climático das fácies carbonáticas e evaporíticas da Formação Teresina podem auxiliar as correlações entre a Bacia do Paraná e bacias na África, tais como as bacias do Huab e Karoo, além de contribuir para reconstruções paleogeográficas do Gondwana no final do Permiano. / The Teresina Formation, Late Permian of the Paraná Basin, is mainly composed of terrigenous sediments, with some occurrences of carbonate and evaporite facies. It corresponds to the upper portion of the last regressive phase of the Paraná Basin epicontinental sea. The depositional system responsible for the carbonate and evaporite facies of the Teresina Formation is still target of discussion. These facies occur in a huge area of the basin, but they have a greater thickness and are more frequent in the north of the Paraná State and in the southern of the São Paulo State, in the upper portion of the formation. This region constitutes the study area of this dissertation in order to interpret the depositional processes as well as the tectonic and climatic factors acting during the formation of these deposits. The study included the interpretation of data from wells, detailed description of columnar sections, with sampling for petrographical analysis under the optical and scanning electron microscopes (SEM). Eight carbonate and/or evaporite facies were identified: mudstone with ostracod shells, peloidal mudstone, bioclastic wackstone, bioclastic packestone, tabular boundstone, oolitic packstone-grainstone, nodular and enterolithic chert and mudstone-chert breccia. The depositional system was interpreted as a carbonate ramp with a protected zone by growth of oolitic sand bars and sediment transport dominated by wave action and associated currents. In the inner regions, arid periods of intense evaporation and low terrigenous input would increase the salinity, causing the deposition of enterolithic and nodular chert and mudstone-chert breccia facies. The intermediate portion corresponds to a lagoon with shallow and low energy waters, allowing the deposition of fine grained sediments recorded in the mudstone with ostracod shells and bioclastic wackstone facies. In the same portion, the hypersaline conditions of the water would have stimulated microbial activity, promoting the deposition of peloidal mudstone and tabular boundstone facies. Dolomite bands identified in the tabular boundstone facies in the north of the Paraná State are enriched in organic matter and they would be associated to mineral precipitation induced by microbial activity. Organic filaments and nanostructures may correspond to fossilized remains of extracellular polymeric substance (EPS), which are used by sulfate-reducing bacteria in the precipitation of dolomite-calcite. The wave action remobilized bottom sediments, causing constant waters agitation. This induced sedimentation of oolitic packstone-grainstone facies in shoals and the terrigenous heterolithic facies between the fair-weather and storm wave bases. Maps of isopachs and frequency of occurrences of limestones show concentration of limestones in the north flank of the Ponta Grossa Arch (PGA). The thickness of the formation increases from south to north towards the PGA. In some regions near the PGA, isopachs are parallel to the axis of this tectonic structure. The obtained results suggest that the Ponta Grossa Arch influenced the deposition of the carbonate and evaporite facies of the Teresina Formation, acting as a geographical barrier that restricted the entry of ocean waters from south. This promoted reduced terrigenous input, low water circulation and the increase of salinity in the northern flank of the PGA. Furthermore, a possible winds convergence zone, parallel to the Ponta Grossa Arch, would affected the climatic conditions in the study region during the Late Permian, difficulting the northward migration of wet air masses coming from the Panthalassa Ocean. This favored arid conditions in the study area. The tectonic and climatic significance of the carbonate and evaporite facies of the Teresina Formation have important implications for correlations between the Paraná Basin and basins from Africa, such as the Karoo and Huab basins, as well as for paleogeographic reconstructions of the Gondwana in the Permian.
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Estromatólitos e estruturas associadas na Capa Carbonática da Formação Mirassol D\'Oeste, Grupo Araras, Faixa Paraguai (Neoproterozoico, MT) / Stromatolites and associated structures in the cap carbonate from Mirassol D\'Oeste Formation, Araras Group, Paraguay Belt (Neoproterozoic, MT)

Guilherme Raffaeli Romero 22 September 2010 (has links)
As capas carbonáticas neoproterozóicas revestem-se de grande importância, uma vez que se formaram no meio a mudanças paleoclimáticas e evolutivas singulares, cujas origens e influências na história subsequente do planeta e da vida ainda não foram devidamente esclarecidas. Este trabalho procurou compreender parte desta história através do estudo da sedimentação estromatolítica associada à capa carbonática representada pela Formação Mirassol DOeste (base do Grupo Araras), que se formou há cerca de 635 Ma, imediatemente após a glaciação Marinoana, representada pela Formação Puga. A pesquisa foi realizada na região de Mirassol DOeste, Mato Grosso, na borda sudoeste do Cráton Amazônico junto a Faixa Paraguai. Foram estudadas características meso e microscópicas dos estromatólitos, bem como das feições sedimentológicas associadas (estruturas tubulares, megamarcas onduladas, megapeloides), em afloramento, amostras cortadas e lâminas petrográficas. A dois metros da base da formação, inicia-se uma sucessão de 10 metros de espessura de boundstones microbianos, caracterizados, petrograficamente, por lâminas alternadamente delgadas e espessas, compostas de peloides (restos micritizados de colônias microbianas) com micrita subordinada e fenestras. Constituem estromatólitos lateralmente contínuos e de morfologia simples. Estromatólitos estratiformes ocorrem ao longo de toda a sucessão, com formas dômicas, de dimensões métricas irregularmente espalhadas lateral e verticalmente, até dois ou três metros do topo da sucessão. Estromatólitos muito irregularmente ondulados, comumente assimétricos, com dimensões decímetros predominam a parte superior e estes estão recobertos por grainstones-packstones peloidais dolomíticos, com megapeloides milimétricos, em estratos marcados por megamarcas onduladas formadas por ondas. A sedimentação microbiana cessou na Formação Mirassol DOeste quando o ambiente de plataforma de baixa energia onde se desenvolvia começou a ser assolado pela ação de ondas de hipertempestades, que penetraram a região com o aumento do nível do mar. Estruturas tubulares verticais, de comprimento até decimétrico e diâmetro estreito (<3 cm), preenchidos, via de regra, por doloesparito maciço, perpassam a laminação estromatolítica principalmente das porções mais altas dos domos. Sugere-se que gênese dessas estruturas tenha sido pela percolação de gases e/ou líquidos derivados da decomposição de matéria orgânica nas esteiras microbianas. / Neoproterozoic cap carbonates are of great importance because they formed during a period of singular paleoclimatic and evolutionary changes, whose origin and influences upon subsequent geological and evolutionary history have yet to be unraveled. This dissertation sought to comprehend part of this story through the study of stromatolitic sedimentation associated with the cap carbonate represented by the Mirassol DOeste Formation (base of the Araras Group), deposited about 635 Ma ago, immediately following the Marinoan glaciation, represented by the Puga Formation. This research was carried out at Mirassol DOeste, Mato Grosso, on the southwest border of the Amazon craton next to the Paraguai fold belt. Meso and macroscopic characteristics of stromatolites and associated sedimentological features (tubular structures, megaripples, megapeloids) were studied in outcrop, cut specimens and petrographic thin sections. Two meters above the base of the formation a 10 m-thick succession of dolomitic microbial boundstones begins, characterized throughout by alternating thin and thick laminae made up of peloids (interpreted as the micritized remains of colonial microorganisms), subordinate dolomicrite, and fenestrae. They make up laterally continuous and morphologically simple stromatolites. Stratiform stromatolites occur throughout the succession, with irregularly scattered meter-sized domes till about two to three meters from the top. Above this point, very irregularly undulated, commonly asymmetric, decimeter-sized stromatolites predominate, and these, in turn, are covered by megaripple-marked dolomitic peloidal grainstones-packstones with millimetric megapeloids. Stromatolitic sedimentation ceased in the previously calm platform environment of the Mirassol DOeste Formation when wave action began to rework bottom sediments as extremely intense storms reached the locale with the rise in sea level. Narrow (<3 cm), vertical tubular structures of decimetric length and filled by massive dolosparite cut stromatolitic sediments, principally in the central portions of domal forms. These structures appear to have formed by the percolation of gas and/or liquids derived from the decomposition of organic material in the microbial mats.
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Fáceis Carbonáticas da formação Teresina na borba centro-leste da Bacia do Paraná / not available

Johanna Mendez Duque 01 June 2012 (has links)
A Formação Teresina, Neopermiano da Bacia do Paraná, é uma unidade estratigráfica principalmente terrígena, com algumas ocorrências de fácies carbonáticas, sendo depositada durante a última fase regressiva do mar epicontinental da bacia. O ambiente deposicional da Formação Teresina, especialmente no que se refere às suas fácies carbonáticas, ainda é alvo de debate. As fácies carbonáticas da Formação Teresina e fácies evaporíticas associadas ocorrem em toda a formação, mas são mais frequentes no norte do Estado do Paraná e no sul do Estado de São Paulo, na porção superior da unidade. Esta região constitui a área de estudo desta dissertação, que visou interpretar os processos sedimentares básicos, assim como fatores tectônicos e climáticos que influenciaram a formação destes depósitos carbonáticos e evaporíticos. Para isto, foram utilizadas informações de poços e realizados levantamentos detalhados de seções colunares, com coleta de amostras para análises petrográfìcas por microscopia óptica e microscopia eletrônica de varredura (MEV). Foram identificadas e descritas oito fácies carbonáticas e/ou evaporíticas: mudstone com conchas de ostracodes, mudstone peloidal, packstone bioclástico, wackstone bioclástico, boundstone tabular, packstone-grainstone oolítico, brecha de mudstone-chert e chert enterolítico-nodular. O sistema deposicional foi interpretado como uma rampa carbonática com zona interna alta protegida por barreiras arenosas influenciadas por ondas e correntes associadas. Nas partes mais rasas, os períodos áridos e de intensa evaporação e baixo aporte terrígeno provocariam aumento da salinidade e induziria a deposição das fácies evaporíticas de chert enterolítico-nodular e brecha de mudstone-chert. A porção intermediária corresponderia à zona protegida da ação das ondas, com águas rasas e baixa energia. Isto permitiria a deposição de sedimentos finos por decantação, que constituem as fácies mudstone com conchas de ostracodes e wackstone bioclástico. Nesta mesma porção, as condições geoquímicas da água teriam incentivado atividade microbiana, gerando as fácies mudstone peloidal e boundstone tabular. Bandas ricas em dolomita identificadas em fácies de boundstone tabular no norte do Estado do Paraná estariam relacionadas com precipitação mineral induzida por atividade microbiana. Filamentos e nanoestruturas orgânicas observadas podem corresponder a remanescentes fossilizados de extracellular polymeric substance (EPS), usados por bactérias redutoras de sulfato nos processos de precipitação da dolomita-calcita. A ação das ondas causava agitação constante da água, o que originaria a sedimentação das fácies packstone-grainstone oolítico em baixios e das fácies heterolíticas terrígenas em zona distal entre o nível de base das ondas de tempo bom e o nível de base das ondas de tempestade. Mapas de isópacas e de frequência de ocorrência de calcários elaborados a partir da integração dos dados de poços e seções colunares demonstraram aumento da concentração de calcários no flanco norte do Arco de Ponta Grossa (APG). A espessura da formação aumenta em direção ao APG. Em algumas regiões próximas ao APG, as isópacas tornam-se paralelas ao eixo desta estrutura tectônica. Os resultados obtidos sugerem que o Arco de Ponta Grossa atuou como barreira geográfica que restringiu a entrada de águas do oceano vindas do sul e influenciou a deposição das fácies carbonáticas e evaporíticas. A restrição da circulação das águas promoveu o aumento da salinidade na área imediatamente ao norte do arco. Além disso, uma provável zona de convergência de ventos paralela ao Arco de Ponta Grossa e situada ao sul da área de estudo teria dificultado a entrada de massas de ar úmido provenientes do Oceano Panthalassa vindas de sul. Isto favoreceu a instalação de condições áridas na área de estudo. O significado tectônico e climático das fácies carbonáticas e evaporíticas da Formação Teresina podem auxiliar as correlações entre a Bacia do Paraná e bacias na África, tais como as bacias do Huab e Karoo, além de contribuir para reconstruções paleogeográficas do Gondwana no final do Permiano. / The Teresina Formation, Late Permian of the Paraná Basin, is mainly composed of terrigenous sediments, with some occurrences of carbonate and evaporite facies. It corresponds to the upper portion of the last regressive phase of the Paraná Basin epicontinental sea. The depositional system responsible for the carbonate and evaporite facies of the Teresina Formation is still target of discussion. These facies occur in a huge area of the basin, but they have a greater thickness and are more frequent in the north of the Paraná State and in the southern of the São Paulo State, in the upper portion of the formation. This region constitutes the study area of this dissertation in order to interpret the depositional processes as well as the tectonic and climatic factors acting during the formation of these deposits. The study included the interpretation of data from wells, detailed description of columnar sections, with sampling for petrographical analysis under the optical and scanning electron microscopes (SEM). Eight carbonate and/or evaporite facies were identified: mudstone with ostracod shells, peloidal mudstone, bioclastic wackstone, bioclastic packestone, tabular boundstone, oolitic packstone-grainstone, nodular and enterolithic chert and mudstone-chert breccia. The depositional system was interpreted as a carbonate ramp with a protected zone by growth of oolitic sand bars and sediment transport dominated by wave action and associated currents. In the inner regions, arid periods of intense evaporation and low terrigenous input would increase the salinity, causing the deposition of enterolithic and nodular chert and mudstone-chert breccia facies. The intermediate portion corresponds to a lagoon with shallow and low energy waters, allowing the deposition of fine grained sediments recorded in the mudstone with ostracod shells and bioclastic wackstone facies. In the same portion, the hypersaline conditions of the water would have stimulated microbial activity, promoting the deposition of peloidal mudstone and tabular boundstone facies. Dolomite bands identified in the tabular boundstone facies in the north of the Paraná State are enriched in organic matter and they would be associated to mineral precipitation induced by microbial activity. Organic filaments and nanostructures may correspond to fossilized remains of extracellular polymeric substance (EPS), which are used by sulfate-reducing bacteria in the precipitation of dolomite-calcite. The wave action remobilized bottom sediments, causing constant waters agitation. This induced sedimentation of oolitic packstone-grainstone facies in shoals and the terrigenous heterolithic facies between the fair-weather and storm wave bases. Maps of isopachs and frequency of occurrences of limestones show concentration of limestones in the north flank of the Ponta Grossa Arch (PGA). The thickness of the formation increases from south to north towards the PGA. In some regions near the PGA, isopachs are parallel to the axis of this tectonic structure. The obtained results suggest that the Ponta Grossa Arch influenced the deposition of the carbonate and evaporite facies of the Teresina Formation, acting as a geographical barrier that restricted the entry of ocean waters from south. This promoted reduced terrigenous input, low water circulation and the increase of salinity in the northern flank of the PGA. Furthermore, a possible winds convergence zone, parallel to the Ponta Grossa Arch, would affected the climatic conditions in the study region during the Late Permian, difficulting the northward migration of wet air masses coming from the Panthalassa Ocean. This favored arid conditions in the study area. The tectonic and climatic significance of the carbonate and evaporite facies of the Teresina Formation have important implications for correlations between the Paraná Basin and basins from Africa, such as the Karoo and Huab basins, as well as for paleogeographic reconstructions of the Gondwana in the Permian.
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Geobiologia de microbialitos do Ediacarano da Faixa Paraguai e do sul do Cráton Amazônico (MS e MT): implicações paleoambientais, paleoecológicas e estratigráficas / not available

Romero, Guilherme Raffaeli 16 November 2015 (has links)
A Faixa Paraguai é uma faixa de dobramentos neoproterozoicos ao sul do Cráton Amazônico. No Brasil, está, localizada nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Esta faixa tem sido alvo de constantes discussões sobre questões paleoambientais, paleoecológicas e evolutivas globais, uma vez que, em suas unidades ocorrem depósitos pós-glaciais marinoanos, as chamadas capas carbonáticas, típicas do inicio do Ediacarano, além de Cloudina lucianoi, fóssil índice do Ediacarano final, associado a outros metazoários. Nesta tese, foram estudados oito afloramentos: três pertencentes à Faixa Paraguai Sul- Formação Bocaina (FB) - Grupo Corumbá e cinco, à Faixa Paraguai Norte- Grupo Araras, sendo dois afloramentos na Formação Mirassol D\'Oeste (FMO), base do grupo e três afloramentos na Formação Nobres (FN), última formação do Grupo Araras. No total foram analisadas 73 amostras representativas de estromatólitos e 37 lâminas petrográficas de estromatólitos e rocha encaixante. Em três afloramentos, definidos como capas carbonáticas, a análise e a comparação entre a associação de estruturas tubulares e estromatólitos indicou que estas estruturas sedimentares são um importante marcador estratigráfico dos depósitos de capas carbonáticas Marinoanas. No entanto, as estruturas previamente descritas como tubulares no afloramento de Porto Morrinhos (FB), são interpretados aqui como estromatólitos colunares sem associação com os eventos do início do Ediacarano. Com a caracterização das associações de estromatólitos e estruturas tubulares nos afloramentos de Morraria do Sul e Forte de Coimbra, foi proposto, neste trabalho, que estes afloramentos não fazem parte da Formação Bocaina, e sim cronocorrelatos à Formação Mirassol D\'Oeste, no inicio do Ediacarano. O escape de fluidos foi considerado a explicação mais adequada para a origem das estruturas tubulares, corroborando alguns estudos originais. Neste sentido, é provável que o fluido tenha se originado do acúmulo de matéria orgânica nos estromatólitos. A comparação entre diferentes ocorrências de estruturas tubulares indicaram que estas possuem uma origem comum, porém, diferem em relação a sua história sedimentar. Em alguns ambientes, as estruturas tubulares eram espaços abertos na interface água-sedimento, enquanto que em outros eram espaços sem esse tipo de contato. A textura dos microbialitos de capas carbonáticas é composta por peloides amalgamados em grumos arredondados interpretados como restos micritizados de colônias cocooidais de cianobactérias. A alternância laminar observada na Pedreira Terconi pode ser relacionada a mudanças sazonais das comunidades dominantes. Os laminitos microbianos de capa carbonática formaram-se em plataformas bem iluminadas, calmas, abaixo do nível de ondas de tempestade, sem contribuição de siliciclásticos, concordante com o ambiente transgressivo proposto para o pós-glacial. A Formação Mirassol D\'Oeste, base do Grupo Araras, apresenta aproximadamente 10 metros de laminitos microbianos seguidos de camadas de megamarcas onduladas com lentes de megapelóides gerados pela ação de ondas de \"hypercanes\" que ocorreram durante a deposição das capas carbonáticasMarinoanas. Estes furações e a ação de ondas foram o motivo para o fim da deposição microbiana na Formação Mirassol D\'Oeste. Na Formação Nobres, última formação do Grupo Araras, foram identificados 15 níveis de estromatólitos, silicificados. A silicificação ocorreu durante a diagênese, obliterando em muitos níveis a laminação estromatolítica. Os estromatólitos da Formação Nobres foram divididos em quatro associações de morfotipos. A distribuição, desenvolvimento e abundância dos morfotipos foi regida por fatores sedimentológicos, devido a variações do nível do mar. O fim dos estromatóltios da Formação Nobres é concomitante com o fim da sedimentação carbonática do Grupo Araras. A evolução dos estromatólitos do Grupo Araras revelou uma variação nas formas e participação dos estromatólitos na composição litofaciológica desta plataforma carbonática. Na Formação Mirassol D\'Oeste, os estromatólitos são abundantes e considerados um dos principais componentes arquiteturais da plataforma carbonática, enquanto na Formação Nobres, apesar da alta frequência e variação de morfotipos dos estromatólitos, a contribuição na composição litofaciológica da plataforma carbonática é mínima. As variações de formas e abundância dos estromatólitos ao longo do Grupo Araras sugerem mudanças em relação importância dos microbialitos na composição das unidades estratigráficas, bem como a alteração nas condições de sedimentação do sistema deposicional -variação do nível do mar e influxo de siliciclásticos- do Grupo Araras. / The Paraguay Belt is a Neoproterozoic fold belt at the south of the Amazon Craton. In Brazil, the Paraguay belt is located in the states of Mato Grosso and Mato Grosso do Sul, central Brazil. The Paraguay Belt has been the subject of constant discussion of paleoenvironmental, paleoecological and evolutionary questions, since, in their units occur the Marinoan post-glacial deposits, the so called \"cap carbonates\", typical of the beginning of the Ediacaran, and Cloudina lucianoi, index fossil of the late Ediacaran, associated with other metazoans. In this thesis, eight outcrops were studied: three belonging to the Southern Paraguay Belt -Bocaina Formation (FB)-Corumbá Group and five outcrops belonging to the Northern Paraguay Belt- Araras Group, two outcrops in Mirassol D\'Oeste Formaton (FMO), the group\'s base and three outcrops in the Nobres Formation (FN), the last unit of the Araras Group. In total 73 representative samples of stromatolites and 37 thin sections of stromatolites and host rock were analyzed. In three outcrops, defined as cap carbonates, analysis and comparison of the tubestone structures and microbial laminites association indicated that these sedimentary structures are an important stratigraphic marker for the deposits of Marinoan cap carbonates. However, the tubular structures previously assigned as tubestone structures in Porto Morrinhos outcrop (FB) are interpreted here as columnar stromatolites unassociated with the events of the early Ediacaran.With the characterization of the tubestone-stromatolite association in the outcrops of Morraria do Sul and Forte de Coimbra, it was proposed in this study that these outcrops are not part of Bocaina Formation but are cronocorrelated to MirassolD\'Oeste Formation, at the beggining of the Ediacaran. The fluid escape was considered the most suitable explanation for the origin of tubestone structures, corroborating some original studies. Therefore, it is likely that the fluids had originated from the accumulation of organic matter in the stromatolites within the cap carbonates. The comparison between different occurrences of tubular structures indicated that they have a common origin, however, differ in their sedimentary history. In some environments, the tubular structures were open spaces in the water-sediment interface, while others were in areas the structures were without such contact. The texture of cap carbonate microbialites comprises peloids amalgamated into rounded microclots interpreted as micritization remains of cocooidal colonies of cyanobacteria. The laminar alternation observed in the quarry Terconi (Mirassol D\'Oeste Formation) may be related to seasonal changes of the dominant communities. The microbial laminites of the Marinoan cap carbonates formed in well-lit platforms, calm, below the level of storm waves, without contribution of siliciclastic, concordant with the transgressive environment proposed for the post-glacial. At the Mirassol D\'Oeste Formation, base of the Araras Group, approximately 10 meters of microbial laminites where described, covered by a packstone deposit of megaripple marks with megapeloid lenses generated by the action of wave \"hypercanes\" that occurred during the deposition of the Marinoan Cap Carbonates. These hypercanes and the wave action were the reason for the waning of microbial deposition in Mirassol D\'Oeste Formation. In the Nobres Formation, at the upper part of the Araras Group, 15 levels of silicified stromatolites were identified. The silicification occurred during late diagenesis, obliterating many portions of stromatolitic lamination. Stromatolites of Nobres Formation were divided into four morphotypes associations. The distribution, development and abundance of morphotypes was governed by sedimentological factors, due to sea level variations. The end of stromatolites in the Nobres Formation is concomitant with the end of carbonate sedimentation of the Araras Group. In Mirassol D\'Oeste Formation, stromatolites are plentiful and considered one of the major architectural components of the carbonate platform, while the Nobres Formation, despite the high frequency and morphotypes variation of stromatolites, the contribution in the litofaciological composition of carbonate platform is minimal. The variations of forms and the abundance of stromatolites along the Araras Group suggest changes regarding importance of microbialites in the composition of stratigraphic units as well as the change in the depositional system - variation in sedimentation conditions of the sea level and the influx of terrigenous in the Araras Group.
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Geobiologia de microbialitos do Ediacarano da Faixa Paraguai e do sul do Cráton Amazônico (MS e MT): implicações paleoambientais, paleoecológicas e estratigráficas / not available

Guilherme Raffaeli Romero 16 November 2015 (has links)
A Faixa Paraguai é uma faixa de dobramentos neoproterozoicos ao sul do Cráton Amazônico. No Brasil, está, localizada nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Esta faixa tem sido alvo de constantes discussões sobre questões paleoambientais, paleoecológicas e evolutivas globais, uma vez que, em suas unidades ocorrem depósitos pós-glaciais marinoanos, as chamadas capas carbonáticas, típicas do inicio do Ediacarano, além de Cloudina lucianoi, fóssil índice do Ediacarano final, associado a outros metazoários. Nesta tese, foram estudados oito afloramentos: três pertencentes à Faixa Paraguai Sul- Formação Bocaina (FB) - Grupo Corumbá e cinco, à Faixa Paraguai Norte- Grupo Araras, sendo dois afloramentos na Formação Mirassol D\'Oeste (FMO), base do grupo e três afloramentos na Formação Nobres (FN), última formação do Grupo Araras. No total foram analisadas 73 amostras representativas de estromatólitos e 37 lâminas petrográficas de estromatólitos e rocha encaixante. Em três afloramentos, definidos como capas carbonáticas, a análise e a comparação entre a associação de estruturas tubulares e estromatólitos indicou que estas estruturas sedimentares são um importante marcador estratigráfico dos depósitos de capas carbonáticas Marinoanas. No entanto, as estruturas previamente descritas como tubulares no afloramento de Porto Morrinhos (FB), são interpretados aqui como estromatólitos colunares sem associação com os eventos do início do Ediacarano. Com a caracterização das associações de estromatólitos e estruturas tubulares nos afloramentos de Morraria do Sul e Forte de Coimbra, foi proposto, neste trabalho, que estes afloramentos não fazem parte da Formação Bocaina, e sim cronocorrelatos à Formação Mirassol D\'Oeste, no inicio do Ediacarano. O escape de fluidos foi considerado a explicação mais adequada para a origem das estruturas tubulares, corroborando alguns estudos originais. Neste sentido, é provável que o fluido tenha se originado do acúmulo de matéria orgânica nos estromatólitos. A comparação entre diferentes ocorrências de estruturas tubulares indicaram que estas possuem uma origem comum, porém, diferem em relação a sua história sedimentar. Em alguns ambientes, as estruturas tubulares eram espaços abertos na interface água-sedimento, enquanto que em outros eram espaços sem esse tipo de contato. A textura dos microbialitos de capas carbonáticas é composta por peloides amalgamados em grumos arredondados interpretados como restos micritizados de colônias cocooidais de cianobactérias. A alternância laminar observada na Pedreira Terconi pode ser relacionada a mudanças sazonais das comunidades dominantes. Os laminitos microbianos de capa carbonática formaram-se em plataformas bem iluminadas, calmas, abaixo do nível de ondas de tempestade, sem contribuição de siliciclásticos, concordante com o ambiente transgressivo proposto para o pós-glacial. A Formação Mirassol D\'Oeste, base do Grupo Araras, apresenta aproximadamente 10 metros de laminitos microbianos seguidos de camadas de megamarcas onduladas com lentes de megapelóides gerados pela ação de ondas de \"hypercanes\" que ocorreram durante a deposição das capas carbonáticasMarinoanas. Estes furações e a ação de ondas foram o motivo para o fim da deposição microbiana na Formação Mirassol D\'Oeste. Na Formação Nobres, última formação do Grupo Araras, foram identificados 15 níveis de estromatólitos, silicificados. A silicificação ocorreu durante a diagênese, obliterando em muitos níveis a laminação estromatolítica. Os estromatólitos da Formação Nobres foram divididos em quatro associações de morfotipos. A distribuição, desenvolvimento e abundância dos morfotipos foi regida por fatores sedimentológicos, devido a variações do nível do mar. O fim dos estromatóltios da Formação Nobres é concomitante com o fim da sedimentação carbonática do Grupo Araras. A evolução dos estromatólitos do Grupo Araras revelou uma variação nas formas e participação dos estromatólitos na composição litofaciológica desta plataforma carbonática. Na Formação Mirassol D\'Oeste, os estromatólitos são abundantes e considerados um dos principais componentes arquiteturais da plataforma carbonática, enquanto na Formação Nobres, apesar da alta frequência e variação de morfotipos dos estromatólitos, a contribuição na composição litofaciológica da plataforma carbonática é mínima. As variações de formas e abundância dos estromatólitos ao longo do Grupo Araras sugerem mudanças em relação importância dos microbialitos na composição das unidades estratigráficas, bem como a alteração nas condições de sedimentação do sistema deposicional -variação do nível do mar e influxo de siliciclásticos- do Grupo Araras. / The Paraguay Belt is a Neoproterozoic fold belt at the south of the Amazon Craton. In Brazil, the Paraguay belt is located in the states of Mato Grosso and Mato Grosso do Sul, central Brazil. The Paraguay Belt has been the subject of constant discussion of paleoenvironmental, paleoecological and evolutionary questions, since, in their units occur the Marinoan post-glacial deposits, the so called \"cap carbonates\", typical of the beginning of the Ediacaran, and Cloudina lucianoi, index fossil of the late Ediacaran, associated with other metazoans. In this thesis, eight outcrops were studied: three belonging to the Southern Paraguay Belt -Bocaina Formation (FB)-Corumbá Group and five outcrops belonging to the Northern Paraguay Belt- Araras Group, two outcrops in Mirassol D\'Oeste Formaton (FMO), the group\'s base and three outcrops in the Nobres Formation (FN), the last unit of the Araras Group. In total 73 representative samples of stromatolites and 37 thin sections of stromatolites and host rock were analyzed. In three outcrops, defined as cap carbonates, analysis and comparison of the tubestone structures and microbial laminites association indicated that these sedimentary structures are an important stratigraphic marker for the deposits of Marinoan cap carbonates. However, the tubular structures previously assigned as tubestone structures in Porto Morrinhos outcrop (FB) are interpreted here as columnar stromatolites unassociated with the events of the early Ediacaran.With the characterization of the tubestone-stromatolite association in the outcrops of Morraria do Sul and Forte de Coimbra, it was proposed in this study that these outcrops are not part of Bocaina Formation but are cronocorrelated to MirassolD\'Oeste Formation, at the beggining of the Ediacaran. The fluid escape was considered the most suitable explanation for the origin of tubestone structures, corroborating some original studies. Therefore, it is likely that the fluids had originated from the accumulation of organic matter in the stromatolites within the cap carbonates. The comparison between different occurrences of tubular structures indicated that they have a common origin, however, differ in their sedimentary history. In some environments, the tubular structures were open spaces in the water-sediment interface, while others were in areas the structures were without such contact. The texture of cap carbonate microbialites comprises peloids amalgamated into rounded microclots interpreted as micritization remains of cocooidal colonies of cyanobacteria. The laminar alternation observed in the quarry Terconi (Mirassol D\'Oeste Formation) may be related to seasonal changes of the dominant communities. The microbial laminites of the Marinoan cap carbonates formed in well-lit platforms, calm, below the level of storm waves, without contribution of siliciclastic, concordant with the transgressive environment proposed for the post-glacial. At the Mirassol D\'Oeste Formation, base of the Araras Group, approximately 10 meters of microbial laminites where described, covered by a packstone deposit of megaripple marks with megapeloid lenses generated by the action of wave \"hypercanes\" that occurred during the deposition of the Marinoan Cap Carbonates. These hypercanes and the wave action were the reason for the waning of microbial deposition in Mirassol D\'Oeste Formation. In the Nobres Formation, at the upper part of the Araras Group, 15 levels of silicified stromatolites were identified. The silicification occurred during late diagenesis, obliterating many portions of stromatolitic lamination. Stromatolites of Nobres Formation were divided into four morphotypes associations. The distribution, development and abundance of morphotypes was governed by sedimentological factors, due to sea level variations. The end of stromatolites in the Nobres Formation is concomitant with the end of carbonate sedimentation of the Araras Group. In Mirassol D\'Oeste Formation, stromatolites are plentiful and considered one of the major architectural components of the carbonate platform, while the Nobres Formation, despite the high frequency and morphotypes variation of stromatolites, the contribution in the litofaciological composition of carbonate platform is minimal. The variations of forms and the abundance of stromatolites along the Araras Group suggest changes regarding importance of microbialites in the composition of stratigraphic units as well as the change in the depositional system - variation in sedimentation conditions of the sea level and the influx of terrigenous in the Araras Group.
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Processos organo-sedimentares da Lagoa Salgada (RJ, Brasil) durante os últimos 7000 anos A.P. : implicações paleoambientais

Blanco, Angélica Maria 22 March 2016 (has links)
Submitted by Biblioteca de Pós-Graduação em Geoquímica BGQ (bgq@ndc.uff.br) on 2016-03-22T19:15:25Z No. of bitstreams: 1 Dissertação Mestrado_ Angélica Blanco_FINALCORRIGIDA.pdf: 3674860 bytes, checksum: 71cb912a535da66b5045cc37b27095b1 (MD5) / Made available in DSpace on 2016-03-22T19:15:25Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Dissertação Mestrado_ Angélica Blanco_FINALCORRIGIDA.pdf: 3674860 bytes, checksum: 71cb912a535da66b5045cc37b27095b1 (MD5) / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Universidade Federal Fluminense. Instituto de Química. Programa de Pós-Graduação em Geociências-Geoquímica. Niterói, RJ / O desenvolvimento de planícies costeiras e a evolução de ambientes deposicionais Fúlviolagunares e depósitos praias deu origem a diversas lagoas ao longo da costa do Estado do Rio de Janeiro. Os sistemas lagunares estiveram influenciados pelas variações do nível do mar com sedimentos oriundos de diversas fontes. Como consequência das flutuações do nível do mar, os sistemas lagunares formados apresentaram características especiais como mistura de águas continentais e marinhas, geralmente com alta salinidade. Este trabalho caracteriza a sedimentação do paleoambiente da lagoa Salgada com uso de isótopos 13C, 15N, do 14C e C:N na matéria orgânica (MO) do testemunho S15. Foi construído um modelo cronológico, através de regressão linear resultando em um período compreendido entre 6.300 e 1.300 anos cal. AP. Devido à complexidade nas interpretações paleoambientais e sedimentológicas de ambientes de planícies deltáicas, assim como a identificação das fontes de MO, os processos de sedimentação foram analisados através da litologia e história evolutiva do lago. O testemunho S-15 foi dividido em três unidades (I, II e III) e nove sub-unidades litológicas (A, B, C, D, E, F, G, H e I) de modo a correlacionar os sedimentos e a MO e assim compreender os processos de sedimentação na lagoa nos últimos 7.000 anos. Os sedimentos são siliciclásticos com fases intercaladas de lama arenosa e lama síltico-argilosa, isto sugere uma sedimentação lacustre num sistema com variações de energia. A geoquímica isotópica do testemunho S-15 mostrou pouca variação ao longo da sucessão sedimentar. A variabilidade dos valores do 13C e do 15N ao longo do testemunho sugere três fases de sedimentação orgânica (fluvial, estuarina e lagunar) devido à transição do ambiente marinho a lagunar, influenciado pela evolução deltáica. Os valores C:N sugerem mistura de fontes de MO alóctone e autóctone (plantas terrestres C3, bactérias e fitoplâncton). O clima semiárido na região, em consequência da ressurgência costeira e fechamento do sistema lagunar, favoreceu a precipitação de sais e carbonatos uma vez que a lagoa ficou isolada na planície costeira. Assim, a geoquímica e os processos de sedimentação mudaram gerando condições específicas para o desenvolvimento de tapetes microbiais e, posteriormente para o topo da sucessão, os estromatólitos. / The development of coastal plains and the evolution of fluvial-lagoonal depositional environments and beach deposits gave rise to several lakes along the Rio de Janeiro State coast. The lagoonal systems were influenced by the sea level variations with sediments from different sources. As a consequence of the fluctuations in sea levels, the lagoonal systems presented special features as a mixture of continental and marine waters, usually with high salinity. This study characterizes the sedimentation of the paleo-environment of Salgada lake, using 13C, 15N isotopes, 14C and C:N in the organic matter (OM ) of the core S-15. It was constructed a chronological model based on linear regression resulting in a period between 6.300 and 1.300 yrs cal. BP. Due to the complexity on paleoenvironmental and sedimentological interpretations in delta plain environment as well the identification of OM sources, the sedimentation processes were analyzed trough the lithology and evolutionary history of the lake. The S-15 core was divided into three units (I , II, and III) and nine lithological sub-units (A, B, C , D, E , F, G , H and I) in order to correlate the sediments and the OM and therefore to understand the lake sedimentation processes in the last 7.000 years. The sediments are siliciclastic with intercalated phases of sandy mud- and clay silt mud -. This suggests a lacustrine system with variations in energy. The isotopic geochemistry of S- 15 core showed little variation throughout the sedimentary succession. The variability of 13C and 15N values along the core suggests three phases of organic sedimentation (fluvial, estuarine and lagoonal) due to the transition from the marine to lagoonal environment, influenced by the deltaic evolution. The C:N values suggests mixing sources of allochthonous and autochthonous OM (C3 terrestrial plants, bacteria and phytoplankton). The semiarid weather in the region, as a consequence of coastal upwelling, and closure of the lake system favored the precipitation of salts and carbonates, since the lagoon was isolated in the coastal plain. Therefore the geochemistry and the sedimentation processes changed generating specific conditions for the development of microbial mats and further, to the top of the succession, the stromatolites.

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