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Mineralogia, inclusões fluidas e aspectos genéticos do topázio imperial da Região de Ouro Preto, Minas Gerais

Gandini, Antonio Luciano 16 December 1994 (has links)
O topázio imperial da região Ouro Preto, Minas Gerais, ocorre sob a forma de cristais prismáticos, sendo raros os exemplares biterminados. Apesar de normalmente ocorrerem sob a forma de agregados e fragmentos, predominam os tipos idiomórficos constituídos de dois prismas rômbicos verticais terminados por uma bipirâmide rômbica. As dimensões variam desde alguns milímetros até 20 cm aproximadamente, predominando a faixa em torno de 1 a 4cm. As análises dos parâmetros de cela unitária mostraram que a0 varia de 4,615 a 4,656A, b0 de 8,747 a 8,815A, c0 de 8,375 a 8,412A e o volume (V) da cela unitária de 340,639 a 343,823A³. A cor, uma das propriedades mais notáveis desse mineral-gema, varia de amarelo-dourado a vermelho-conhaque, apresentando matizes transicionais entre esses dois tipos. Análises químicas de topázios coloridos obtidas a partir de microssonda eletrônica indicaram ser o Cr³+, V³+ e Fe³+ os possíveis cromóforos deste mineral-gema. Para os topázios da região Ouro Preto, o teor médio de SiO2 é de 32,50%, o de Al2O3 54,90% e o de F- 16,00%. Com relação aos índices de regração, nX varia de 1,615 a 1,628, nY de 1,618 a 1,631 e nZ de 1,625 a 1,639; a birrefringência , por sua vez, varia de 0,008 a 0,015. O valor do ângulo 2Vz varia de 62 a 67º. A densidade relativa está compreendida no intervalo de 3,40 a 3,59. As inclusões cristalinas foram estudadas principalmente por difração de raios X e pelo microscópio eletrônico de varredura, sendo representadas por carbonatos, topázio, hematita, ilmenita, mica, rutilo, quartzo, tremolita, euclásio, cloritóide e apatita. Estas ocorrem em número bem menor em relação às inclusões fluidas, que são bem mais frequentes e abundantes. As inclusões fluidas são predominantemente bifásicas à 25ºC, sendo constituídas essencialmente por soluções aquosas salinas, CO2, N2 e CH4. Elas foram estudadas por vários métodos (platina de aquecimento/resfriamento, espectroscopia de infravermelho e espectroscopia micro Raman), que permitiram a identificação de suas composições, densidades, salinidades e condições de T e P de aprisionamento. A temperatura mínima média de formação dessas inclusões é de 300ºC, com a pressão média variando entre 2.000 a 3.000bar. As ocorrências primárias de topázio imperial da região de Ouro Preto estão relacionadas à rochas carbonáticas do Supergrupo Minas, pertencente ao Quadrilátero Ferrífero. Entre os litotipos principais, podem ser citados os filitos carbonáticos que transicionam para mármores impuros, tanto lateralmente como verticalmente. As mineralizações de topázio imperial ocorrem em veios centimétricos e descontínuos nessas rochas, e estão associadas a uma zona de falhas normais em bloco, resultante de um processo de distensão, apresentando direção predominante N60ºW. Essas falhas foram, provavelmente, reativadas durante um evento tectônico no final do Cretáceo ou início do Terciário, dando origem a vários focos de vulcanismo, que produziram soluções saturadas em sílica. Não se observa nenhuma feição de metamorfismo nessas rochas vulcânicas. As rochas metamórficas encaixantes e os veios mineralizados encontram-se intensamente decompostos. Contudo, nessas litologias podem ser observadas algumas de suas estruturas antigas e a presença de certos minerais primários como quartzo, hematita, topázio, rutilo, euclásio e sericita. O topázio normalmente é encontrado em massas de caulim e nos produtos de decomposição de níveis carbonáticos, denominados pelos garimpeiros de \"borra de café\". Os dados microtermométricos indicam que a gênese do topázio imperial da região de Ouro Preto está relacionada a processos hidrotermais. Temperaturas da homogeneização total por volta de 300ºC e isócoras construídas a partir das composições das inclusões fluidas, revelaram pressões da ordem de 2,5kbar sugerindo portanto um ambiente hidrotermal de pouca profundidade. / The imperial topaz of the Ouro Preto area, in the state of Minas Gerais, occurs in the form of prismatic crystals. Doubly terminated samples are rare. Although these topazes usually occur as agregates and fragments, idiomorphic types predominate. They consist of two vertical rhombic prisms terminated by a rhombic dipyramid. The size varies from a few milimeters to approximately 20cm, with a predominance of the range 1 to 4cm. Analyses of the parameters of the unit-cell presented then following value variations: a0 = 4,615 to 4.656A, b0 = 8.747 to 8.815A, c0 = 8.375 to 8.412A and V = 340.639 to 343.823A³. The color, one of the most spectacular properties of this gem-mineral, varies from golden yellow to dark reddish sherry, showing transitional hues between these two types. Chemical analyses of colored topazes obtained by electron micro probe techniques indicated that Cr³+, V³+ and Fe³+ are the possible cromophores of this gem-mineral. The average rate of SiO2 was 32.50%, Al2O3 was 54,90% and F- was 16,00%. The refractive index presented a certain range of variation, in which nX = 1.615 to 1.628, nY = 1.618 to 1.631, nZ = 1,625 to 1.639 and B = 0,008 to 0,015. The value of the angle 2Vz varied from 62 to 67º. The density varied from 3,40 to 3,59. Crystalline inclusions indentified mainly by X-ray difraction methods as well as by scanning electron microscopy are carbonates, topaz, hematite, ilmenite, mica, rutile, quartz, tremolite, euclase and apatite. Fluid inclusions were identified as predominantly two-phase (saline aqueous solution + CO2) at 25ºC, with a larger percentage of the liquid phase. Various methods such as cooling/heating, infrared spectroscopy and micro-Raman spectroscopy were used in the study of fluid inclusions. Fluid compositions were identified as water, carbonic gas, nitrogen and hydrocarbonates (CH4). The minimum average temperature of formation of the deposits is 300ºC with an average medium pressure varying from 2.000 to 3.000 bar. The primary occurrences of imperial topaz in the Ouro Preto area are associated with carbonate rocks of the Piracicaba Group of the Minas Supergroup. These unit vary laterally and vertically with regard to lithology and internal structure. Topaz mineralization occurs in centimeter-scale discontinuous veins and are associated with an extensional fault zone. This fault zone was later reactivated. It predominantly trends N60ºW and crosses the metamorphic rocks of the Minas Supergroup. This fault was probably related to Cretaceous or Tertiary tectonis in related to silica-saturated volcanism that occurred in various parts of the region. The mineralized veins and the host metamorphic rocks are intensely decomposed and only a few original structures and primary minerals such as quartz, hematite, topaz, rutile, euclase and sericite are found. Topaz usually occurs in masses of kaolin and in carbonate weathering products called \"borra de café\" (brown terrena) by garimpeiros. The topaz is interpreted to have been generated by hydrothermal processes related to the final phase of Late Cretaceous or Early Tertiary volcanism that affected the area.
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Mineralogia, inclusões fluidas e aspectos genéticos do topázio imperial da Região de Ouro Preto, Minas Gerais

Antonio Luciano Gandini 16 December 1994 (has links)
O topázio imperial da região Ouro Preto, Minas Gerais, ocorre sob a forma de cristais prismáticos, sendo raros os exemplares biterminados. Apesar de normalmente ocorrerem sob a forma de agregados e fragmentos, predominam os tipos idiomórficos constituídos de dois prismas rômbicos verticais terminados por uma bipirâmide rômbica. As dimensões variam desde alguns milímetros até 20 cm aproximadamente, predominando a faixa em torno de 1 a 4cm. As análises dos parâmetros de cela unitária mostraram que a0 varia de 4,615 a 4,656A, b0 de 8,747 a 8,815A, c0 de 8,375 a 8,412A e o volume (V) da cela unitária de 340,639 a 343,823A³. A cor, uma das propriedades mais notáveis desse mineral-gema, varia de amarelo-dourado a vermelho-conhaque, apresentando matizes transicionais entre esses dois tipos. Análises químicas de topázios coloridos obtidas a partir de microssonda eletrônica indicaram ser o Cr³+, V³+ e Fe³+ os possíveis cromóforos deste mineral-gema. Para os topázios da região Ouro Preto, o teor médio de SiO2 é de 32,50%, o de Al2O3 54,90% e o de F- 16,00%. Com relação aos índices de regração, nX varia de 1,615 a 1,628, nY de 1,618 a 1,631 e nZ de 1,625 a 1,639; a birrefringência , por sua vez, varia de 0,008 a 0,015. O valor do ângulo 2Vz varia de 62 a 67º. A densidade relativa está compreendida no intervalo de 3,40 a 3,59. As inclusões cristalinas foram estudadas principalmente por difração de raios X e pelo microscópio eletrônico de varredura, sendo representadas por carbonatos, topázio, hematita, ilmenita, mica, rutilo, quartzo, tremolita, euclásio, cloritóide e apatita. Estas ocorrem em número bem menor em relação às inclusões fluidas, que são bem mais frequentes e abundantes. As inclusões fluidas são predominantemente bifásicas à 25ºC, sendo constituídas essencialmente por soluções aquosas salinas, CO2, N2 e CH4. Elas foram estudadas por vários métodos (platina de aquecimento/resfriamento, espectroscopia de infravermelho e espectroscopia micro Raman), que permitiram a identificação de suas composições, densidades, salinidades e condições de T e P de aprisionamento. A temperatura mínima média de formação dessas inclusões é de 300ºC, com a pressão média variando entre 2.000 a 3.000bar. As ocorrências primárias de topázio imperial da região de Ouro Preto estão relacionadas à rochas carbonáticas do Supergrupo Minas, pertencente ao Quadrilátero Ferrífero. Entre os litotipos principais, podem ser citados os filitos carbonáticos que transicionam para mármores impuros, tanto lateralmente como verticalmente. As mineralizações de topázio imperial ocorrem em veios centimétricos e descontínuos nessas rochas, e estão associadas a uma zona de falhas normais em bloco, resultante de um processo de distensão, apresentando direção predominante N60ºW. Essas falhas foram, provavelmente, reativadas durante um evento tectônico no final do Cretáceo ou início do Terciário, dando origem a vários focos de vulcanismo, que produziram soluções saturadas em sílica. Não se observa nenhuma feição de metamorfismo nessas rochas vulcânicas. As rochas metamórficas encaixantes e os veios mineralizados encontram-se intensamente decompostos. Contudo, nessas litologias podem ser observadas algumas de suas estruturas antigas e a presença de certos minerais primários como quartzo, hematita, topázio, rutilo, euclásio e sericita. O topázio normalmente é encontrado em massas de caulim e nos produtos de decomposição de níveis carbonáticos, denominados pelos garimpeiros de \"borra de café\". Os dados microtermométricos indicam que a gênese do topázio imperial da região de Ouro Preto está relacionada a processos hidrotermais. Temperaturas da homogeneização total por volta de 300ºC e isócoras construídas a partir das composições das inclusões fluidas, revelaram pressões da ordem de 2,5kbar sugerindo portanto um ambiente hidrotermal de pouca profundidade. / The imperial topaz of the Ouro Preto area, in the state of Minas Gerais, occurs in the form of prismatic crystals. Doubly terminated samples are rare. Although these topazes usually occur as agregates and fragments, idiomorphic types predominate. They consist of two vertical rhombic prisms terminated by a rhombic dipyramid. The size varies from a few milimeters to approximately 20cm, with a predominance of the range 1 to 4cm. Analyses of the parameters of the unit-cell presented then following value variations: a0 = 4,615 to 4.656A, b0 = 8.747 to 8.815A, c0 = 8.375 to 8.412A and V = 340.639 to 343.823A³. The color, one of the most spectacular properties of this gem-mineral, varies from golden yellow to dark reddish sherry, showing transitional hues between these two types. Chemical analyses of colored topazes obtained by electron micro probe techniques indicated that Cr³+, V³+ and Fe³+ are the possible cromophores of this gem-mineral. The average rate of SiO2 was 32.50%, Al2O3 was 54,90% and F- was 16,00%. The refractive index presented a certain range of variation, in which nX = 1.615 to 1.628, nY = 1.618 to 1.631, nZ = 1,625 to 1.639 and B = 0,008 to 0,015. The value of the angle 2Vz varied from 62 to 67º. The density varied from 3,40 to 3,59. Crystalline inclusions indentified mainly by X-ray difraction methods as well as by scanning electron microscopy are carbonates, topaz, hematite, ilmenite, mica, rutile, quartz, tremolite, euclase and apatite. Fluid inclusions were identified as predominantly two-phase (saline aqueous solution + CO2) at 25ºC, with a larger percentage of the liquid phase. Various methods such as cooling/heating, infrared spectroscopy and micro-Raman spectroscopy were used in the study of fluid inclusions. Fluid compositions were identified as water, carbonic gas, nitrogen and hydrocarbonates (CH4). The minimum average temperature of formation of the deposits is 300ºC with an average medium pressure varying from 2.000 to 3.000 bar. The primary occurrences of imperial topaz in the Ouro Preto area are associated with carbonate rocks of the Piracicaba Group of the Minas Supergroup. These unit vary laterally and vertically with regard to lithology and internal structure. Topaz mineralization occurs in centimeter-scale discontinuous veins and are associated with an extensional fault zone. This fault zone was later reactivated. It predominantly trends N60ºW and crosses the metamorphic rocks of the Minas Supergroup. This fault was probably related to Cretaceous or Tertiary tectonis in related to silica-saturated volcanism that occurred in various parts of the region. The mineralized veins and the host metamorphic rocks are intensely decomposed and only a few original structures and primary minerals such as quartz, hematite, topaz, rutile, euclase and sericite are found. Topaz usually occurs in masses of kaolin and in carbonate weathering products called \"borra de café\" (brown terrena) by garimpeiros. The topaz is interpreted to have been generated by hydrothermal processes related to the final phase of Late Cretaceous or Early Tertiary volcanism that affected the area.
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Estudos de inclusões fluidas na mina de ouro Fazenda Brasileiro, \"Greenstone Belt\" do Rio Itapicuru, Bahia / Not available.

Xavier, Roberto Perez 01 June 1987 (has links)
Na porção do Cráton do São Francisco, no Estado da Bahia, foi definido um grupo de rochas supracrustais vulcano-sedimentares fortemente deformadas e intrudidas por domos granito-gnáissicos, que vieram a caracterizar o \"Greenstone Belt\" do Rio Itapicuru, de provável idade Arqueana ou Proterozóica inferior. A seqüência vulcano-sedimentar compreende extensos derrames de rochas basálticas e complexos lenticulares localizados constituídos por lavas e rochas piroclásicas intermediárias à ácidas. A sedimentação químca e detrítica imatura se faz presente ao longo de toda a seqüência associada ao vulcanismo máfico, intercalada e mesclada ao vulcanismo félsico e formando cobertura. Esta seqüência vulcano-sedimentar encontra-se metamorfizada regionalmente na fácies xisto verde e anfibolito baixo. As principais mineralizações auríferas estão restritas à parte sul deste terreno vulcano-sedimentar, encontrando-se ao longo de um \"trend\" de cisalhamento de direção geral E-W e com mais 9.5 km de extensão, denominado Faixa Weber, onde se localiza a Mina Fazenda Brasileiro. As mineralizações pertencem à Seqüência Fazenda Brasileiro e hospedam-se em um quartzo-clorita xisto portador de magnetita, denominado \"xisto-magnético\", e corpos lenticulares de uma rocha brechada, de composição essencialmente quartzo feldspática (brecha quartzo-feldspática). O ouro aparece nestas rochas no seu estado nativo associado a sulfetos, principalmente arsenopirita e pirita, e secundariamente disseminado em veios de quartzo de colocação tardia. Os estudos dee inclusões fluidas se concentraram ao longo das zonas mineralizadas da Mina Fazenda Brasileiro, especialmente na brecha quartzo-feldspática e veios de quartzo, onde tanto inclusões consideradas primárias como secundárias foram selecionadas, descritas e submetidas a estudos de microtermometria e analisadas por espectroscopia Raman. Os resultados dos estudos de microtermometria e espectroscopia ) Raman. Os resultados dos estudos de microtermometria e espectroscopia Raman em inclusões fluidas carbônicas e aquo-carbônicas permitiram definir os fluidos mineralizantes como soluções quentes (gt; \'400 GRAUS\'C), de densidade relativamente alta (0.85 - 0.90 g/c\'m POT. 3\'), inicialmente compostas por C\'O IND. 2\' (89.7 - 84.4 moles %) e pequenas quantidades de C\'H IND.4\' e \'N IND.2\', que evoluem com o abaixamento da temperatura (250-\'300 GRAUS\'C) e ascensão crustal para soluções que tronam-se gradativamente mais aquosas (40a 62.5 moles % de \'H IND.2\'O) e de baixa salinidade (lt;10 eq.% NaCl). Através das isócoras dos fluidos das inclusões carbônicas e aquo-carbônicas, juntamente com dados da paragênese mineral, sugere-se a existência de pelo menos dois períodos de decomposição do ouro: (1) 380-\'491 GRAUS\'C e 2.2-3.2 km na brecha quartzo-feldspática e veio de quartzo com arsenopirita e pirita e: (2) 270-\'300 GRAUS\'C e 1.2-1.4 kb no veio de quartzo maciço. Baseado em estudos experimentais da solubilidade de complexos auríferos, nas características químicas dos fluidos mineralizantes, na paragênese deminério e na razão Au/Ag, assume-se que o ouro deve ter sido transportado como tio-complexos do tipo \'(HS) POT.-IND.2\'/HAu\'(HS)IND.2\' e \'Au IND.2\'\'(HS) IND.2\'\'S POT.-2\' por soluções redutoras (razão \'sigma\'\'H IND.2\'S/\'sigma\'S\'O IND.4\' alta) e com pH em torno da neutralidadee ou levemente alcalino. Nos estágios mineralizantes iniciais, condições para a precipitação do ouro foram atingidass devido àss reações fluido/rocha que levaram ao decréscimo na atividade de \'S POT.-2\' com a precipitação dos sulfetos metálicos (arsenopirita, pirita, pirrotita, etc). Nos estágios de colocação dos veios dee quartzo tardios acredita-se que a deposição do ouro tenha ocorrido pela introdução de \'H IND.2\'O no sistema, causando a diluição de C\'O IND.2\', diminuição do pH, oxidação e conseqüente desestabilização dos complexos ) transportadores deste metal. A origem metamórfica destes fluidos mineralizantes é também indicada pelo estudo de inclusões fluidas, entendendo-se que possam ser derivados a partir de processos de devolatização das seqüências mais basais do \"Greenstone Belt\", capaz de produzir fluidos carbônicos e aquo-carbônicos de baixa salinidade, que posteriormente migram através de sítios estruturais favoráveis causam fraturamento hidráulico e depositam seu contúdo metálico. Finalmente, tornou-se aparente que os resultados e conclusões obtidas neste estudo estão de acordo com trabalhos de mesma natureza realizados em diversos depósitos de ouro em terrenos granito-\"greenstone\" arqueanos. / In the northeast portion of the São Francisco Craton, in the State of Bahia, a group of highly folded supracrustal rocks surrounded by oval granite-gneiss domes was defined and later knows as the Rio Itapicuru Greenstone Belt, of probable Archaean or Proterozoic age. The volcano-sedimentary sequence of this belt comprises large basaltic flows together with lenses of lavas and pyroclastic rocks of intermediate to felsic composition. Clastic and minor chemical sediments occur throughout the whole sequence and in the upper part they form thick individualized horizons. This whole sequence was regionally affected by a metamorphism of greenschist to lower amphibolite facies. In this region the main gold mineralizations occur in the southern part of the Rio Itapicuru Greenstone Belt, being restricted to a shear zone, called Faixa Weber, which extends for over 9.5 km along its E-W strike, and in which the Fazenda Brasileiro Mine is situated. The mineralizations are enclosed in the Fazenda Brasileiro Sequence and are hosted by a magnetite-bearing quartz-chlorite schist (\"magnetic schist\"), as well as discontinuous and strongly deformed lencticular-shaped bodies composed solely of quartz and feldspars (quartzofeldsphatic breccia). Gold occurs in its native state associated with sulphides, notably arsenopyrite and pirite, and secondarily disseminated in late quartz veins. Fluid inclusion studies were carried out on mineralized samples (quartzofeldsphatic breccia and quartz veins) of the Fazenda Brasileiro Mine with the aim of selecting and describing primary and secondary inclusions in order to analyse them by microthermometry and Raman spectroscopy. Based on the microthermometric and Raman spectroscopic data of carbonic and H2O-CO2 inclusions, it was possible to define the mineralizing fluids as relatively dense (0.85 - 0.95 g/cm3) and hot (gt;400°C) solutions composed essentially of CO2 (89.7 - 285-4 Mol%) and minor amounts of CH4 and N2, which gradually evolved to more aqueous fluids (40 to 62.5 mol% H2O) of low salinity (lt;10 wt% NaCl) at lower temperatures (250 - 300°C) and higher crustal levels. The sochores of the carbonic and H2O-CO2 fluids, the temperature of total homogeneization and mineral equilibrium in the ore paragenesis, point to at least two periods of gold deposition: (1) 380 - 491°C and 2.2 - 3.2 kb in the quartzofeldsphatic and arsenopyrite - pyrite quartz veins and; (2) 270 - 300°C and 1.2 - 1.4 kb in the massive quartz vein. Based on experimental work in the solubility of gold complexes, chemical characteristics of mineralizing fluids, ore paragenesis and Au/Ag ratio, it was possible to speculate that gold could be transported by reducing (high \'epsilon H2S/epsilon SO4), slightly neutral to alkaline solutions, as thio-complexes such as \'Au (HS) POT. - IND. 2\', \'HAu (HS) POT.O IND.2\' and \'Au2(HS)2S POT.-2\'. In the earliest stage of mineralization, conditions of gold deposition were probably attained due to fluid/rock reactions which led to a decrease in the activity of \'S POT.-2\' by precipitating sulphides (arsenopyrite, pyrite, pyrrhotite, etc). The predominance of the H2O regime over the CO2 regime at higher crustal levels might have been the cause of CO2 dilution, decrease in pH and oxidation and, as a consequence, the precipitation of gold. The fluid inclusion data also suggest a metamorphic origin for the mineralizing fluids, most likely through the devolatilization of the basal sequences of the volcano-sedimentary pile. The devolatilization process would be able to produce low salinity, H2O-CO2 fluids which would later migrate through favourable structural sites and deposit their metal content. Comparing the results of the present study, it is apparent that the data obtained and conclusions reached agree with work of the same nature carried out on other gold deposits of similar granite-greenstone terrains.
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Estudos de inclusões fluidas na mina de ouro Fazenda Brasileiro, \"Greenstone Belt\" do Rio Itapicuru, Bahia / Not available.

Roberto Perez Xavier 01 June 1987 (has links)
Na porção do Cráton do São Francisco, no Estado da Bahia, foi definido um grupo de rochas supracrustais vulcano-sedimentares fortemente deformadas e intrudidas por domos granito-gnáissicos, que vieram a caracterizar o \"Greenstone Belt\" do Rio Itapicuru, de provável idade Arqueana ou Proterozóica inferior. A seqüência vulcano-sedimentar compreende extensos derrames de rochas basálticas e complexos lenticulares localizados constituídos por lavas e rochas piroclásicas intermediárias à ácidas. A sedimentação químca e detrítica imatura se faz presente ao longo de toda a seqüência associada ao vulcanismo máfico, intercalada e mesclada ao vulcanismo félsico e formando cobertura. Esta seqüência vulcano-sedimentar encontra-se metamorfizada regionalmente na fácies xisto verde e anfibolito baixo. As principais mineralizações auríferas estão restritas à parte sul deste terreno vulcano-sedimentar, encontrando-se ao longo de um \"trend\" de cisalhamento de direção geral E-W e com mais 9.5 km de extensão, denominado Faixa Weber, onde se localiza a Mina Fazenda Brasileiro. As mineralizações pertencem à Seqüência Fazenda Brasileiro e hospedam-se em um quartzo-clorita xisto portador de magnetita, denominado \"xisto-magnético\", e corpos lenticulares de uma rocha brechada, de composição essencialmente quartzo feldspática (brecha quartzo-feldspática). O ouro aparece nestas rochas no seu estado nativo associado a sulfetos, principalmente arsenopirita e pirita, e secundariamente disseminado em veios de quartzo de colocação tardia. Os estudos dee inclusões fluidas se concentraram ao longo das zonas mineralizadas da Mina Fazenda Brasileiro, especialmente na brecha quartzo-feldspática e veios de quartzo, onde tanto inclusões consideradas primárias como secundárias foram selecionadas, descritas e submetidas a estudos de microtermometria e analisadas por espectroscopia Raman. Os resultados dos estudos de microtermometria e espectroscopia ) Raman. Os resultados dos estudos de microtermometria e espectroscopia Raman em inclusões fluidas carbônicas e aquo-carbônicas permitiram definir os fluidos mineralizantes como soluções quentes (gt; \'400 GRAUS\'C), de densidade relativamente alta (0.85 - 0.90 g/c\'m POT. 3\'), inicialmente compostas por C\'O IND. 2\' (89.7 - 84.4 moles %) e pequenas quantidades de C\'H IND.4\' e \'N IND.2\', que evoluem com o abaixamento da temperatura (250-\'300 GRAUS\'C) e ascensão crustal para soluções que tronam-se gradativamente mais aquosas (40a 62.5 moles % de \'H IND.2\'O) e de baixa salinidade (lt;10 eq.% NaCl). Através das isócoras dos fluidos das inclusões carbônicas e aquo-carbônicas, juntamente com dados da paragênese mineral, sugere-se a existência de pelo menos dois períodos de decomposição do ouro: (1) 380-\'491 GRAUS\'C e 2.2-3.2 km na brecha quartzo-feldspática e veio de quartzo com arsenopirita e pirita e: (2) 270-\'300 GRAUS\'C e 1.2-1.4 kb no veio de quartzo maciço. Baseado em estudos experimentais da solubilidade de complexos auríferos, nas características químicas dos fluidos mineralizantes, na paragênese deminério e na razão Au/Ag, assume-se que o ouro deve ter sido transportado como tio-complexos do tipo \'(HS) POT.-IND.2\'/HAu\'(HS)IND.2\' e \'Au IND.2\'\'(HS) IND.2\'\'S POT.-2\' por soluções redutoras (razão \'sigma\'\'H IND.2\'S/\'sigma\'S\'O IND.4\' alta) e com pH em torno da neutralidadee ou levemente alcalino. Nos estágios mineralizantes iniciais, condições para a precipitação do ouro foram atingidass devido àss reações fluido/rocha que levaram ao decréscimo na atividade de \'S POT.-2\' com a precipitação dos sulfetos metálicos (arsenopirita, pirita, pirrotita, etc). Nos estágios de colocação dos veios dee quartzo tardios acredita-se que a deposição do ouro tenha ocorrido pela introdução de \'H IND.2\'O no sistema, causando a diluição de C\'O IND.2\', diminuição do pH, oxidação e conseqüente desestabilização dos complexos ) transportadores deste metal. A origem metamórfica destes fluidos mineralizantes é também indicada pelo estudo de inclusões fluidas, entendendo-se que possam ser derivados a partir de processos de devolatização das seqüências mais basais do \"Greenstone Belt\", capaz de produzir fluidos carbônicos e aquo-carbônicos de baixa salinidade, que posteriormente migram através de sítios estruturais favoráveis causam fraturamento hidráulico e depositam seu contúdo metálico. Finalmente, tornou-se aparente que os resultados e conclusões obtidas neste estudo estão de acordo com trabalhos de mesma natureza realizados em diversos depósitos de ouro em terrenos granito-\"greenstone\" arqueanos. / In the northeast portion of the São Francisco Craton, in the State of Bahia, a group of highly folded supracrustal rocks surrounded by oval granite-gneiss domes was defined and later knows as the Rio Itapicuru Greenstone Belt, of probable Archaean or Proterozoic age. The volcano-sedimentary sequence of this belt comprises large basaltic flows together with lenses of lavas and pyroclastic rocks of intermediate to felsic composition. Clastic and minor chemical sediments occur throughout the whole sequence and in the upper part they form thick individualized horizons. This whole sequence was regionally affected by a metamorphism of greenschist to lower amphibolite facies. In this region the main gold mineralizations occur in the southern part of the Rio Itapicuru Greenstone Belt, being restricted to a shear zone, called Faixa Weber, which extends for over 9.5 km along its E-W strike, and in which the Fazenda Brasileiro Mine is situated. The mineralizations are enclosed in the Fazenda Brasileiro Sequence and are hosted by a magnetite-bearing quartz-chlorite schist (\"magnetic schist\"), as well as discontinuous and strongly deformed lencticular-shaped bodies composed solely of quartz and feldspars (quartzofeldsphatic breccia). Gold occurs in its native state associated with sulphides, notably arsenopyrite and pirite, and secondarily disseminated in late quartz veins. Fluid inclusion studies were carried out on mineralized samples (quartzofeldsphatic breccia and quartz veins) of the Fazenda Brasileiro Mine with the aim of selecting and describing primary and secondary inclusions in order to analyse them by microthermometry and Raman spectroscopy. Based on the microthermometric and Raman spectroscopic data of carbonic and H2O-CO2 inclusions, it was possible to define the mineralizing fluids as relatively dense (0.85 - 0.95 g/cm3) and hot (gt;400°C) solutions composed essentially of CO2 (89.7 - 285-4 Mol%) and minor amounts of CH4 and N2, which gradually evolved to more aqueous fluids (40 to 62.5 mol% H2O) of low salinity (lt;10 wt% NaCl) at lower temperatures (250 - 300°C) and higher crustal levels. The sochores of the carbonic and H2O-CO2 fluids, the temperature of total homogeneization and mineral equilibrium in the ore paragenesis, point to at least two periods of gold deposition: (1) 380 - 491°C and 2.2 - 3.2 kb in the quartzofeldsphatic and arsenopyrite - pyrite quartz veins and; (2) 270 - 300°C and 1.2 - 1.4 kb in the massive quartz vein. Based on experimental work in the solubility of gold complexes, chemical characteristics of mineralizing fluids, ore paragenesis and Au/Ag ratio, it was possible to speculate that gold could be transported by reducing (high \'epsilon H2S/epsilon SO4), slightly neutral to alkaline solutions, as thio-complexes such as \'Au (HS) POT. - IND. 2\', \'HAu (HS) POT.O IND.2\' and \'Au2(HS)2S POT.-2\'. In the earliest stage of mineralization, conditions of gold deposition were probably attained due to fluid/rock reactions which led to a decrease in the activity of \'S POT.-2\' by precipitating sulphides (arsenopyrite, pyrite, pyrrhotite, etc). The predominance of the H2O regime over the CO2 regime at higher crustal levels might have been the cause of CO2 dilution, decrease in pH and oxidation and, as a consequence, the precipitation of gold. The fluid inclusion data also suggest a metamorphic origin for the mineralizing fluids, most likely through the devolatilization of the basal sequences of the volcano-sedimentary pile. The devolatilization process would be able to produce low salinity, H2O-CO2 fluids which would later migrate through favourable structural sites and deposit their metal content. Comparing the results of the present study, it is apparent that the data obtained and conclusions reached agree with work of the same nature carried out on other gold deposits of similar granite-greenstone terrains.

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