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Angicos e a gnosiologia freireana no advento histórico e político da educação popular no BrasilSilva, Silvânia Lúcia de Araújo 26 February 2015 (has links)
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Previous issue date: 2015-02-26 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES / Between the late 1950s and early 1960s, Brazilian society was marked by the flourishing of social movements which sprung up all over the country. The mobilization of the Peasants Leagues (Ligas Camponesas) and rural workers in favour of the land reform, the strengthening of the trade unions, the creation of the Workers' General Command (Comando Geral dos Trabalhadores), the military associations and the effervescence of the student movement were typical of that time. Under the National-development approach, Brazil demanded changes in various fields; Paulo Freire considered it a favourable time for the necessary transformations in our country. Thus, by means of historical-documental evidence about the 40 Hours of Angicos, we pursued information and conjectural fragments about the heuristic process of what was the first experience in the construction of the Freirean gnosiology, like “hunters” (GINZBURG, 1989). As object of study, the event in Angicos allowed us to problematize, more concretely, knowledge that shaped the way people behaved and acted in the 1960s. By means of methodological effort, we approached the protagonists of this experience with two objectives. First, to position ourselves closer to the students, to their cultural and social locus; to listen to their discourse and memories; to learn the ways each one of them – in their “customs in common” (THOMPSON, 1998), – possibly already aimed to gain access to the world of written culture. Second, based on the Coordinators of Cultural Circle (Coordenadores de Círculo de Cultura), to reflect upon their social and political class position; to analyse their choices and the reach of the relational dimension in that experience (perhaps, somewhat unconsciously, as a cultural inheritance). In the intersection of this protagonism, we freely unveil the concept of Circle of Culture (Círculo de Cultura) through the idea of Circularity (BAKHTIN, 1970 apud GINZBURG, 2006), by analysing the praxis developed in the Angicos experience. This thesis defends the urgency of agreeing new orientations and experiences that reflect upon and design an updated concept of popular education, as a way to subsidize the education of young people and adults and its investigative and dialogical heritage. In this way, we argue that more than five decades after that ebullient moment in Brazilian education, part of those marks should be re-territorialized. After continuous reflection about what was generated there, perhaps greater richness could have been better explored in the popular education processes. As a result, we conclude that Angicos synthesizes educational inspirations that provide – politically and historically –, the systematization of ideas and the direction of what we know today as Popular Education, despite the contradictions involved in the fulfilment of its execution. / Entre os anos finais de 1950 e os anos iniciais de 1960, a sociedade brasileira foi marcada pela ebulição dos movimentos sociais que afloravam por todo o país. A mobilização das Ligas Camponesas e dos trabalhadores rurais em favor da reforma agrária, o fortalecimento dos sindicatos, a criação do Comando Geral dos Trabalhadores, as associações militares e a efervescência do movimento estudantil constituíam demandas sinalizadoras desse momento. Sob o enfoque Nacional-desenvolvimentista, tinha-se um Brasil requisitando mudanças em vários campos, ao que Paulo Freire presumia como um tempo favorável para as transformações necessárias em nosso país. Destarte, através das pistas histórico-documentais que respaldam as 40 Horas de Angicos, perseguimos, como “caçadores” (GINZBURG, 1989), informações e fragmentos conjecturais acerca dos processos heurísticos daquela que foi uma experiência inédita para a construção da gnosiologia freireana. Como objeto de estudo, o evento em Angicos nos possibilitou problematizar, de forma mais palpável, saberes que fecundaram modos de ser e de fazer na década de 1960. Como esforço metodológico, aproximamo-nos dos sujeitos protagonistas da experiência, para, de um lado, colocarmo-nos mais próximos dos alunos, de seu lugar cultural e social; ouvir suas falas e memórias; conhecer os caminhos que, cada um(a), em seus “costumes comuns” (THOMPSON, 1998), possivelmente, já visava abrir para o acesso ao mundo da cultura escrita. De outro lado, a partir dos Coordenadores de Círculo de Cultura, refletir sobre seu lugar de classe (social e político); analisar suas escolhas e o alcance dado à dimensão relacional na experiência (quem sabe, um tanto inconsciente, como uma herança cultural nossa). Na intersecção desse protagonismo, desvelamos livremente o conceito de Círculo de Cultura à luz da ideia de “Circularidade” (BAKHTIN, 1970, apud GINZBURG, 2006), analisando a práxis desenvolvida na experiência angicana. Como argumento de Tese, defende-se a urgência de pactuar novas orientações e experiências que pensem e formulem um conceito atual para a educação popular, enquanto subsídios que favoreçam a educação de jovens e adultos e sua herança mais investigativa e dialogal. Neste sentido, argumentamos que, mais de cinco décadas depois daquele momento de ebulição na educação brasileira, parte daquelas marcas deveriam ser reterritorializadas. Talvez, através de reflexões contínuas sobre o que ali foi gestado, tantas riquezas poderiam ter sido bem mais exploradas nos processos educativos populares. Como resultado, conclui-se que Angicos sintetiza inspirações educativas que proporcionaram, política e historicamente, a sistematização de ideários e direções do que hoje conhecemos por Educação Popular, apesar das contradições que envolvem as tessituras de sua realização.
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